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Passageiros reclamam de atrasos e dificuldades em aeroportos

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A poucos dias do Natal e com movimento ainda tranquilo para esta época do ano, usuários têm reclamado de atrasos e cancelamentos de voos em alguns dos principais aeroportos brasileiros. No Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, por exemplo, as empresas aéreas admitem problemas “pontuais” que atribuem ao “efeito cascata” da chuva registrada na última sexta-feira (17).

Segundo a GRU Airport, dos 344 pousos e decolagens programados para ocorrer em Cumbica entre a meia-noite e às 16 horas de hoje (21), apenas 57 sofreram mais de 30 minutos de atraso, e nenhum voo foi cancelado. Ainda assim, as empresas com maior presença local, Latam e Gol, confirmam que suas operações ainda sentem as consequências dos problemas causados pela forte chuva da última sexta-feira (17) que derrubou, temporariamente, o sistema de iluminação aeroportuária.

De acordo com a Latam, além do “efeito cascata”, com consequências que “seguem sendo regularizadas”, também há voos sofrendo atrasos devido à demora na inspeção sanitária de pessoas vindas do exterior que vão embarcar em conexões para outros destinos. “Isso acarreta que alguns passageiros acabem perdendo suas conexões, tendo que ser reacomodados em voos posteriores”, afirmou a companhia, em nota.

Também em nota, a Gol informou que há cinco dias vem reacomodando passageiros cujos voos tiveram que ser cancelados ou remanejados em função das chuvas da última sexta-feira.

Consultada, a GRU Airport, concessionária responsável por administrar e operar o aeroporto de Cumbica, se limitou a informar à Agência Brasil que as operações aeroportuárias afetadas pelas chuvas da sexta-feira foram normalizadas na manhã do mesmo dia e que só as companhias aéreas podem responder pelos os atrasos.

Dada à forma como o modal de transporte aéreo se organiza, problemas em um aeroporto tendem a impactar, em maior ou menor grau, o resto da malha aérea.

Cancelamento

Um dos passageiros a sofrer com mudanças de última hora pela companhia aérea foi o bancário Marcelo Filgueira Lopes, 65 anos, que teve o voo foi cancelado sem mais explicações. Lopes e sua esposa viajariam na tarde de ontem (20) de Curitiba a Brasília.

“Na sexta-feira, embarquei direitinho, tranquilo, com destino ao Paraná. Ontem, quando cheguei ao aeroporto para voltar a Brasília, fui surpreendido com o cancelamento do meu voo. Reclamei para o atendente que a empresa tinha meu telefone, meu e-mail, e não me avisou antecipadamente. Aí, uma das atendentes me disse que o voo marcado no meu bilhete de embarque não existia e que eu resolvesse no guichê”, contou o bancário.

Uma consulta ao site da Latam indica que o voo LA3150 parte, diariamente, de Curitiba, por volta das 11h55, e não às 16h55, conforme consta no bilhete apresentado por Lopes.

“Me ofereceram esperar por um próximo voo que partiria ontem mesmo, mas que, antes de seguir para Brasília, iria para São Paulo e retornaria a Curitiba. Como eu não aceitei, remarcaram minha passagem para a tarde de hoje [21]. Tive que aceitar, mas perdi um dia de trabalho e tivemos que pedir para que um irmão da minha esposa fosse nos apanhar e nos deixasse passar a noite na casa dele”, contou o bancário à Agência Brasil, afirmando não ter recebido nenhuma assistência da empresa. “Como me ofereceram o voo que recusei, eles disseram que minha situação estava resolvida, mas eu vou acionar a empresa [judicialmente] para que eles entendam que isto não pode acontecer.”

Já a advogada Danielle Gruneich acredita que foi beneficiada por um atraso no voo que partiria, esta manhã, de Brasília para o Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, de onde ela seguiria para Guarulhos, onde, enfim, apanharia um outro voo com destino a Chapecó (SC). Como a primeira perna da viagem sofreu atraso, a Latam transferiu a passageira para um voo direto entre a capital federal e Guarulhos.

“Isto acabou sendo bom. Além de não ter que ir para o Rio de Janeiro, não vou ter que correr para fazer uma conexão. A passagem que a empresa me vendeu previa só 20 minutos para eu desembarcar no Santos Dumont e embarcar para Guarulhos. Acho que as empresas calculam mal esta janela de tempo, o que acaba resultando em atrasos, em perdas de voos. Estão vendendo passagens com pouco tempo para as pessoas pegarem seus voos de conexão”, criticou a advogada, lembrando que situações como esta tendem a gerar problemas em cadeia, uma vez que a empresa tem que retardar a partida de voos para aguardar o embarque de passageiros ou remanejar os retardatários para outros voos que, nesta época do ano, tendem a estar lotados.

Tanto Lopes quanto Danielle comentaram que, apesar dos transtornos, o movimento de pessoas nos aeroportos de Brasília e Curitiba estava tranquilo esta manhã.

Movimentação

Responsável pelo Aeroporto Internacional Presidente Juscelino Kubitschek, na capital federal, a concessionária Inframérica prevê que, durante as festividades de fim de ano, cerca de 44 mil usuários, em média, utilizem o terminal diariamente. A expectativa da operadora aeroportuária é fechar o mês de dezembro com 85% do movimento mensal registrado antes dos primeiros casos de covid-19 serem registrados no país, e com 29% mais passageiros que no mesmo mês de 2020.

No Rio de Janeiro, a Riogaleão prevê que cerca de 153 mil passageiros desembarquem no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) durante toda a segunda quinzena de dezembro. Além de estimados 120 mil usuários de voos nacionais, são esperados 33 mil estrangeiros, principalmente da Argentina, do Chile e do continente europeu.

Ainda na capital fluminense, cerca de 453 mil pessoas devem utilizar o Aeroporto Santos Dumont entre 17 de dezembro e o próximo dia 3, segundo cálculo da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Caso se confirme, o resultado será 23% superior à movimentação do mesmo período de 2020.

No total, a Infraero espera receber perto de 3 milhões de pessoas nos 37 aeroportos que administra em todo o país. O que representaria um aumento de 44% em relação ao resultado do ano passado, quando cerca de 2 milhões de passageiros passaram pelos equipamentos a cargo da estatal. A projeção é estimada a partir da programação de voos informada pelas empresas aéreas, que programaram 22,6 mil pousos e decolagens para atender a quem viajar entre 17 de dezembro e 3 de janeiro – número 37% superior aos 16,5 mil voos do período anterior. O maior movimento deve se concentrar entre os dias 20 e 23 de dezembro e 3 de janeiro.

Da rede Infraero, o aeroporto onde se espera o maior movimento é o de Congonhas, em São Paulo, onde são esperadas 844,6 mil pessoas, entre as que embarcam e as que desembarcam. Depois de Congonhas e Santos Dumont, o equipamento mais movimentado a cargo da estatal é o Aeroporto Internacional Júlio Cezar Ribeiro, o Val de Cans, em Belém, por onde devem passar cerca de 206 mil usuários.

Responsável por quatro aeroportos do Nordeste, a Aena Brasil informou que, juntas, as companhias aéreas se programaram para atender a pouco mais de 406 mil clientes no Aeroporto Internacional Gilberto Freyre, em Recife, entre ontem (20) e o próximo dia 2, além de 133,8 mil em Maceió; 59,2 mil em João Pessoa e 48,2 mil em Aracaju.

Todos os resultados esperados são calculados a partir de informações fornecidas pelas companhias aéreas às administradoras aeroportuárias e podem sofrer variações.

Edição: Lílian Beraldo

Fonte: EBC Geral

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Ação Social

No primeiro ano de governo, 24,4 milhões deixam de passar fome

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Insegurança alimentar e nutricional grave cai 11,4 pontos percentuais em 2023, numa projeção a partir de informações da Escala Brasileira de Segurança Alimentar (EBIA), divulgada pelo IBGE com base na PNAD Contínua

Cozinhas solidárias, programas de transferência de renda, retomada do crescimento e valorização do salário mínimo compõem a lista de ações que contribuem para a redução da fome no país. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

No Brasil, 24,4 milhões de pessoas deixaram a situação de fome em 2023. O número de pessoas que enfrentam a insegurança alimentar e nutricional grave passou de 33,1 milhões em 2022 (15,5% da população) para 8,7 milhões em 2023 (4,1%). Isso representa queda de 11,4 pontos percentuais numa projeção feita a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgada nesta quinta-feira, 25 de abril, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O amplo conjunto de políticas e programas sociais reunidos no Plano Brasil Sem Fome, a retomada do crescimento da economia e a valorização do salário mínimo são alguns fatores que recolocam o país em lugar de destaque da agenda de combate à fome no mundo. Tirar o Brasil novamente do Mapa da Fome é do presidente Lula” Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome

Na coletiva de imprensa para divulgação do estudo, o ministro Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome), avaliou que o avanço é resultado do esforço federal em retomar e reestruturar políticas de redução da fome e da pobreza. “O amplo conjunto de políticas e programas sociais reunidos no Plano Brasil Sem Fome, a retomada do crescimento da economia e a valorização do salário mínimo são alguns fatores que recolocam o país em lugar de destaque da agenda de combate à fome no mundo. Tirar o Brasil novamente do Mapa da Fome é do presidente Lula”, disse.

Para o ministro, o grande desafio agora é incluir essas 8,7 milhões de pessoas que ainda estão em insegurança alimentar grave em políticas de transferência de renda e de acesso à alimentação. “Vamos fortalecer ainda mais a Busca Ativa”, completou Dias, em referência ao trabalho para identificar e incluir em programas sociais as pessoas que mais precisam.

PESQUISA — As informações divulgadas nesta quinta são referentes ao quarto trimestre do ano passado. Foram obtidas por meio do questionário da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). O ministro lembrou que o governo passado não deu condições ao IBGE para realizar a pesquisa. Por isso, a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan) aplicou o EBIA com metodologia similar à do IBGE em 2022, quando o Brasil enfrentava a pandemia de Covid-19 e um cenário de desmonte de políticas, agravado por inflação de alimentos, desemprego, endividamento e ausência de estratégias de proteção social. Esse estudo chegou ao número de 33,1 milhões de pessoas em segurança alimentar grave na época.

A secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS, Valéria Burity, lembra que mesmo em comparação aos resultados de 2018, último ano em que o IBGE fez o levantamento formal, os números apresentados nesta quinta são positivos. À época havia 4,6% de domicílios em insegurança alimentar grave. Agora são 4,1%, o segundo melhor resultado em toda a série histórica do EBIA.

“Estamos falando de mais de 20 milhões de pessoas que hoje conseguem acesso à alimentação e estão livres da fome. Esses resultados mostram o acerto de uma estratégia de enfrentamento à fome que vem sendo empreendida pelo governo, que é apoiada tanto em programas sociais como na condução de uma política econômica que gera crescimento econômico, reduz desigualdades e gera acesso a emprego e renda”.

Esses resultados mostram o acerto de uma estratégia de enfrentamento à fome que é apoiada tanto em programas sociais como na condução de uma política econômica que gera crescimento econômico, reduz desigualdades e gera acesso a emprego e renda” Valéria Burity, secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS 

Valéria também destacou como ponto importante da estratégia de combate à fome a retomada da governança de segurança alimentar pelo Governo Federal, com garantia de participação social. “O presidente Lula e o ministro Wellington foram responsáveis pela retomada do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional, a restituição do Conselho de Segurança Alimentar e da Câmara de Segurança Alimentar, com 24 ministérios que têm a missão de articular políticas dessa área. E, no fim do ano passado, foi realizada a Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional”, relatou.

A secretária nacional de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único do MDS, Letícia Bartholo, ressaltou o retorno da parceria do governo com o IBGE. “Depois do período da fila do osso, em que o Brasil viveu muita miséria e fome, uma das primeiras ações do MDS nessa nova gestão foi buscar o IBGE para retomar a parceria e medir a insegurança alimentar dos brasileiros”, recordou.

SUBINDO – A proporção de domicílios em segurança alimentar atingiu nível máximo em 2013, (77,4%), tempo em que o país deixou o Mapa da Fome, mas caiu em 2017-2018 (63,3%). Em 2023, subiu para 72,4%. “Após a tendência de aumento da segurança alimentar nos anos de 2004, 2009 e 2013, os dados obtidos em 2017-2018 foram marcados pela redução no predomínio de domicílios particulares que tinham acesso à alimentação adequada. Em 2023 aconteceu o contrário, ou seja, houve aumento da proporção de domicílios em segurança alimentar, assim como redução na proporção de todos os graus de insegurança alimentar”, explicou André Martins, analista da pesquisa.

 

Dados apontam a evolução da segurança alimentar no Brasil

 

NOVO BOLSA FAMÍLIA — Entre os fatores que contribuíram para o avanço apontado pela pesquisa do IBGE, está o novo Bolsa Família, lançado em março de 2023, que garante uma renda mínima de R$ 600 por domicílio. O programa incluiu em sua cesta o Benefício Primeira Infância, um adicional de R$ 150 por criança de zero a seis anos na composição familiar. O novo modelo, com foco na primeira infância, reduziu a 91,7% a pobreza nesta faixa etária. A nova versão do programa inclui, ainda, um adicional de R$ 50 para gestantes, mães em fase de amamentação e crianças de sete a 18 anos.

BPC – O ministro Wellington Dias também ressaltou a proteção social gerada pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC), que garante um salário mínimo para pessoas aposentadas, pensionistas e com deficiência em situação de vulnerabilidade social. “Vale mencionar que o efeito econômico da Previdência e do BPC foi potencializado pelo esforço administrativo de reduzir as filas de espera para acesso aos benefícios”, disse.

MERENDA – Outra política de combate à pobreza e à fome, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) garante refeições diárias a 40 milhões de estudantes da rede pública em todo o país e foi reajustado em 2023, após cinco anos sem aumento.

PAA – O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) é um dos 80 programas e ações que compõem a estratégia do Plano Brasil Sem Fome. Ele assegura produção e renda aos agricultores familiares, com compra direta dos produtos para serem distribuídos na rede socioassistencial, de saúde, educação e outros equipamentos públicos. Com a participação de 24 ministérios, o Plano cria instrumentos para promover a alimentação saudável contra diversas formas de má nutrição.

ECONOMIA – No cenário macroeconômico, houve um crescimento do PIB de 2,9% e o IPCA calculado para o grupo de alimentos caiu de 11,6% em 2022 para 1,03% em 2023. É a menor taxa desde 2017.  O mercado de trabalho ganhou força e a taxa de desemprego caiu de 9,6%, em 2022, para 7,8% no ano seguinte. A massa mensal de rendimento recebido de todos os trabalhadores alcançou R$ 295,6 bilhões, maior valor da série histórica da PNAD-C.

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