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Natal mais feliz e farto para 15 mil famílias carentes

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O Natal de 2021 será mais animado e com direito a ceia variada para a família Alves, que reside no Setor de Chácaras do Sol Nascente/Pôr do Sol. Desempregada, Geisiane Alves, 31 anos, e os quatro filhos, entre 0 e 7 anos de idade, receberam esta semana a cesta verde do Governo do Distrito Federal (GDF). De verde só mesmo o limão e o repolho, mas o que ela mais gostou foram os três tipos de abóbora, a batata doce e a beterraba que vão reforçar a alimentação de toda a família.

“Tenho os alimentos aqui que dão para mais dez dias. E, assim, o dinheiro que ia gastar com eles, posso comprar o frango para a ceia de Natal”, diz Geisiane Alves, 31 anos, mãe de quatro filhos | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Radiante, a dona de casa lembra que não precisará gastar com esses itens e poderá “salvar um dinheiro” para melhorar a refeição da noite de Natal. “Tenho os alimentos aqui que dão para mais dez dias. E, assim, o dinheiro que ia gastar com eles, posso comprar o frango para a ceia de Natal”, conta. “E ainda faço uma salada caprichada com repolho, tomate que as crianças adoram”, diz.

Já a pequena Clara, caçula de apenas seis meses de idade,  começou a alimentação sólida há poucos dias e está firme na dieta com alguns itens da cesta verde: batata-doce e abóbora japonesa amassadas. “É uma ajuda maravilhosa pra gente que não tem condições financeiras. Tenho quatro meninos e a gente se vira como pode pra eles comerem bem”, emenda Geisiane.

Segundo o diretor de segurança alimentar e nutricional da Ceasa, Natalino Neto, esta é a segunda distribuição em massa das cestas verdes no ano de 2021 | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília

Assim como eles, cerca de 15 mil famílias do DF serão beneficiadas com um total de 12.603 cestas verdes neste fim de ano. Com um peso de 13 kg cada (veja a arte ao final da matéria), elas saem do Banco de Alimentos da Centrais de Abastecimento (Ceasa), que se encarrega de fazê-las chegar às instituições de assistência social cadastradas. São quase 164 mil quilos de alimentos que vão beneficiar 203 entidades de mais de 20 regiões administrativas (RAs).

Os recursos para aquisição dos alimentos são oriundos de emendas dos deputados distritais Cláudio Abrantes e Chico Vigilante, em um investimento de cerca de R$ 400 mil.

No caso de Geisiane Alves, ela é vinculada ao Instituto Meninos do Pôr do Sol, que atende a cerca de 3 mil famílias nas regiões do Sol Nascente e de Ceilândia Sul. A entidade recebeu 350 sacolas de alimentos já entregues ao público. “O que a gente observa é que as cestas muitas vezes beneficiam mais de uma família. Eles compartilham com o vizinho, um ajuda o outro quando preciso”, explica o presidente da instituição, Ilário Ferreira. Segundo ele, o próximo destino será o condomínio Gilliard, na área rural do Sol Nascente, onde mais 400 cestas serão doadas.

Produtos adquiridos pelo Papa-DF

Os componentes da sacola verde são viabilizados por meio do Programa de Aquisição da Produção da Agricultura (Papa-DF), projeto da Secretaria de Agricultura e Abastecimento que compra direto de agricultores familiares, beneficiando na outra ponta esses pequenos produtores rurais da capital. O Papa-DF permite que cada família de produtores comercialize até R$ 120 mil por ano junto ao governo.

Diretor de segurança alimentar e nutricional da Ceasa, Natalino Neto, conta que esta é a segunda distribuição em massa das cestas verdes no ano de 2021.  E, que o momento é mais que oportuno. “Ouvimos vários testemunhos de que muita gente não tem direito o que comer. O país passa por um momento difícil” , frisa. “E vale lembrar que estamos ajudando também os agricultores. Beneficia o campo e também as famílias carentes nas cidades”, finaliza Neto.

Cestas para quem precisa

O programa Cesta Verde foi lançado em 2019, e, de lá para cá, cerca de 400 mil famílias foram beneficiadas com a iniciativa do GDF. Somente em 2021, o total será de 45 mil cestas distribuídas à população.  Os produtos são doados para o Banco de Alimentos da Ceasa e a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). Os órgãos são responsáveis pela distribuição da produção agrícola às entidades cadastradas que, por sua vez, repassam esses produtos às famílias em vulnerabilidade social e nutricional.

Fonte: Governo DF

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Programa Cisternas avança e promove cidadania às famílias do Semiárido nordestino

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Nova etapa de execução é concretizada via convênio entre MDS e Consórcio Nordeste, no valor de R$ 311 milhões. Na área rural de Juazeiro (BA), os moradores estão otimistas com as novas possibilidades trazidas pelo acesso à água

No Semiárido nordestino, um sonho começa a ganhar forma. A retomada do Programa Cisternas vem enchendo a casa das famílias de esperança. Em meio às obras de uma cisterna para a produção de alimentos em sua propriedade, Jamile da Silva, 26 anos, faz planos para o futuro. A tecnologia de acesso à água, combinada com o recurso do Programa Fomento Rural, vai proporcionar a ela uma renda extra.

Essa cisterna vai me ajudar na atividade produtiva, vou saber que estou consumindo alimento saudável. E o Fomento vai me dar uma garantia de ter uma criação melhor, que eu preciso também, de caprinos e ovinos” Jamile da Silva, produtora rural

A produtora mora na comunidade Pau Preto, zona rural de Juazeiro, ao norte da Bahia. “O Programa Cisternas é perfeito”, definiu Jamile, sorridente. São mais de 42 mil cisternas contratadas, a partir de convênio entre o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e o Consórcio Nordeste. A parceria, formalizada em maio deste ano, contempla os nove estados nordestinos.

O investimento é de quase R$ 300 milhões do Governo Federal, por meio do MDS, e de outros R$ 12 milhões de contrapartida dos estados. O convênio prevê a instalação de 39 mil tecnologias de acesso à água para consumo humano e 2,89 mil sistemas para consumo animal e produção de alimentos. As famílias que recebem as cisternas para a produção de alimentos também são inseridas no Programa Fomento Rural, em um repasse de R$ 13,3 milhões pelo acordo.

Além de oferecer assistência técnica, o Fomento Rural transfere o valor de R$ 4,6 mil diretamente para os beneficiados. São grandes conquistas para Jamile da Silva, que pensa em alternativas de expansão produtiva, a partir do recurso, da cisterna concluída e da capacitação para trabalhar em novas culturas. Ela também quer melhorar as condições do local onde cria caprinos e ovinos, a começar pela construção de um teto para os animais.

“Essa cisterna vai me ajudar na atividade produtiva, vou saber que estou consumindo alimento saudável. E o Fomento vai me dar uma garantia de ter uma criação melhor, que eu preciso também, de caprinos e ovinos”, projetou Jamile, enquanto acompanha em detalhes o processo de construção da estrutura. Nascida e criada na zona rural, é nessa mesma terra em Juazeiro que ela quer continuar a escrever sua história.

A realidade que o Programa Cisternas desenha para as famílias é possível graças à retomada, em 2023, dos investimentos na ação. Trata-se de uma política pública que assegura o direito de acesso a água.

PERSPECTIVA — À sombra de uma árvore no quintal de casa, na comunidade Arapuá Novo, a produtora rural Maria Sonia Oliveira espera com tranquilidade o período de chuvas na região, quando será possível captar a água, armazenar e, finalmente, utilizá-la. Os 60 anos de vida, completados no último mês, são morando sobre o mesmo chão de terra em Juazeiro. Maria Sonia recorda da época em que a família não tinha cisterna em casa.

“A primeira cisterna foi um sonho, quando a gente conseguiu, há quase 20 anos. Porque a gente tinha uma dificuldade enorme de carregar a água. Tinha que buscar água longe, colocar na cabeça, era um peso”, lembrou aliviada. “Agora, com essa outra, vai ser ainda melhor, porque é para produção”, disse, mirando o futuro.

A poucos quilômetros da propriedade em que Maria Sonia cria caprinos, a família de André Nascimento também tem na pequena agricultura o meio de subsistência. É da atividade no campo que o produtor colhe qualidade de vida para os três filhos. Ao lado da esposa, Márcia Cristina, ele enxerga no Programa Cisternas a chance de ampliar e otimizar a produção na área em que vivem.

Aos 43 anos, essa será a primeira vez que o agricultor vai manejar uma horta. “Vou plantar coentro, alface, tomatinho… Vai ser pra gente comer em casa, um alimento saudável, e se for possível, até ter uma rendinha extra pra família”, planeja André, com entusiasmo.

CAPACITAÇÃO — O assessoramento técnico para as famílias que atuarão com as cisternas de produção de alimentos, tem o papel de educar e dar suporte, para que a atividade seja executada com segurança. Dessa forma, Jamile, Maria e André são acompanhados por profissionais com experiência e que conhecem o potencial produtivo da região.

Nas comunidades rurais de Juazeiro, a assistência é feita pelo Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA). “É um trabalho que fortalece a função da assessoria técnica, porque a gente conversa com eles, tira dúvidas e até ajuda a escolher qual atividade produtiva eles querem desenvolver”, explicou Andressa Menezes, técnica do IRPAA.

“A retomada do Programa Cisternas consolida o que nós defendemos, que é a convivência com o Semiárido. É um processo que integra a família, porque todos participam”, completou.

O desenho do programa beneficia todos os envolvidos, de uma ponta a outra, como é o caso do pedreiro Flávio Rodrigues, que nunca havia trabalhado na construção civil. Ele passou por uma capacitação, esse ano, e agarrou a oportunidade. Desde que assumiu a função, perdeu as contas de quantas cisternas já ajudou a construir.

“Quero aprender mais ainda, desde moleque tinha vontade de ser pedreiro, e quero aproveitar a oportunidade de trabalhar na área. A cisterna é um presente, eu só tenho a agradecer ao programa, à ASA, a todos”, declarou Flávio. Entre o início e a entrega, a construção de cada cisterna pode variar entre sete e 15 dias, em média.

A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) é uma rede que defende, propaga e desenvolve o projeto de convivência com o bioma. A entidade é composta por mais de três mil organizações da sociedade civil, como sindicatos rurais, associações de agricultores e agricultoras, cooperativas, organizações não governamentais e institutos, como o IRPAA.

AVANÇO — Ao resgatar o Programa Cisternas, em 2023, após longo período sem incentivos, o Governo Federal investiu R$ 600 milhões e contratou 62,7 mil unidades, sendo 58,2 mil para o Semiárido e as demais para a região Amazônica.

As tecnologias sociais de acesso à água são um importante equipamento para a convivência com as regiões, promovendo dignidade, saúde, segurança alimentar e melhores condições de vida. Além disso, pesquisas científicas mostram a importância desses sistemas na saúde de gestantes e recém-nascidos.

 

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