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Festival de Brasília do Cinema Brasileiro abre as inscrições
“É sempre uma felicidade imensa anunciar ao Brasil que o Festival de Brasília se prepara para receber filmes de todos os estados e que, juntos, vamos realizar um evento que historicamente influencia e transforma o cinema brasileiro”Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura e Economia Criativa
Patrimônio imaterial do Distrito Federal e mais tradicional evento do gênero no Brasil, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (FBCB) abre as inscrições para a seleção de filmes que vão disputar os Candangos na 54ª edição, na primeira quinzena de dezembro, com transmissão por canal de tevê e em ambiente on-line.
Podem participar filmes concluídos a partir de 2019 e, preferencialmente, inéditos. As inscrições serão realizadas entre 10 de setembro e 4 de outubro pelo site www.festcinebrasilia.com.br.
Com aporte de R$ 2 milhões, a edição de 2021 do FBCB é uma realização da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec) em parceria com a organização da sociedade civil Amigos do Futuro, selecionada por meio de edital público.
“É sempre uma felicidade imensa anunciar ao Brasil que o Festival de Brasília se prepara para receber filmes de todos os estados e que, juntos, vamos realizar um evento que historicamente influencia e transforma o cinema brasileiro”, destaca o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues.
Prêmios em R$ 400 mil
“Todos os filmes selecionados serão contemplados com cachês, num total de R$ 400 mil distribuídos para as 30 produções escolhidas por comissões de seleção de notório saber. Essa seleção em si já é uma premiação para as obras que serão exibidas”Érica Lewis, diretora do Festival de Brasília
Serão selecionados filmes nacionais para as tradicionais Mostras Competitivas de Longas (seis) e de Curtas-Metragens (12) e Mostra Brasília (12 – quatro longas e oito curtas). Os longas devem ter duração igual ou superior a 60 minutos e os curtas, até 30 minutos.
“Todos os filmes selecionados serão contemplados com cachês, num total de R$ 400 mil distribuídos para as 30 produções escolhidas por comissões de seleção de notório saber. Essa seleção em si já é uma premiação para as obras que serão exibidas”, aponta Érica Lewis, diretora do Festival de Brasília e subsecretária de Economia Criativa da Secec.
Foram designados como cachê os valores de R$ 30 mil (longas da Mostra Competitiva Nacional), R$ 10 mil (curtas da Mostra Competitiva Nacional), R$ 15 mil (longas da Mostra Brasília de Cinema Candango) e R$ 5 mil (curtas para Mostra Brasília).
Haverá ainda uma sessão especial hors concours designada pela curadoria do FBCB, composta, neste ano, pelo cineasta Silvio Tendler e pela professora e pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB) Tânia Montoro.
Ambos estiveram presentes na edição de 2020, quando o Festival de Brasília teve público de 620 mil espectadores na Mostra Competitiva de Longa-Metragem no Canal Brasil – Silvio Tendler como diretor artístico e curador, e Tânia Montoro como jurada da Mostra de Longas.
O Festival de Brasília estreou em 1965, ainda como Semana do Cinema Brasileiro, e se firmou como um fórum de linguagens e tendências políticas do nosso cinema. É possível contar a história e a evolução do cinema nacional moderno a partir da programação do evento, que sempre teve uma aderência da plateia, considerada a mais participativa do país.
Em sua trajetória, o festival brasiliense enfrentou o autoritarismo da ditadura militar e foi censurado entre as edições de 1972 e 1974.
Acesse a Linha do Tempo do FBCB
https://www.cultura.df.gov.br/linhadotempofbcb/
*Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF
Geral
Programa Cisternas avança e promove cidadania às famílias do Semiárido nordestino
No Semiárido nordestino, um sonho começa a ganhar forma. A retomada do Programa Cisternas vem enchendo a casa das famílias de esperança. Em meio às obras de uma cisterna para a produção de alimentos em sua propriedade, Jamile da Silva, 26 anos, faz planos para o futuro. A tecnologia de acesso à água, combinada com o recurso do Programa Fomento Rural, vai proporcionar a ela uma renda extra.
Essa cisterna vai me ajudar na atividade produtiva, vou saber que estou consumindo alimento saudável. E o Fomento vai me dar uma garantia de ter uma criação melhor, que eu preciso também, de caprinos e ovinos” Jamile da Silva, produtora rural
A produtora mora na comunidade Pau Preto, zona rural de Juazeiro, ao norte da Bahia. “O Programa Cisternas é perfeito”, definiu Jamile, sorridente. São mais de 42 mil cisternas contratadas, a partir de convênio entre o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e o Consórcio Nordeste. A parceria, formalizada em maio deste ano, contempla os nove estados nordestinos.
O investimento é de quase R$ 300 milhões do Governo Federal, por meio do MDS, e de outros R$ 12 milhões de contrapartida dos estados. O convênio prevê a instalação de 39 mil tecnologias de acesso à água para consumo humano e 2,89 mil sistemas para consumo animal e produção de alimentos. As famílias que recebem as cisternas para a produção de alimentos também são inseridas no Programa Fomento Rural, em um repasse de R$ 13,3 milhões pelo acordo.
Além de oferecer assistência técnica, o Fomento Rural transfere o valor de R$ 4,6 mil diretamente para os beneficiados. São grandes conquistas para Jamile da Silva, que pensa em alternativas de expansão produtiva, a partir do recurso, da cisterna concluída e da capacitação para trabalhar em novas culturas. Ela também quer melhorar as condições do local onde cria caprinos e ovinos, a começar pela construção de um teto para os animais.
“Essa cisterna vai me ajudar na atividade produtiva, vou saber que estou consumindo alimento saudável. E o Fomento vai me dar uma garantia de ter uma criação melhor, que eu preciso também, de caprinos e ovinos”, projetou Jamile, enquanto acompanha em detalhes o processo de construção da estrutura. Nascida e criada na zona rural, é nessa mesma terra em Juazeiro que ela quer continuar a escrever sua história.
A realidade que o Programa Cisternas desenha para as famílias é possível graças à retomada, em 2023, dos investimentos na ação. Trata-se de uma política pública que assegura o direito de acesso a água.
PERSPECTIVA — À sombra de uma árvore no quintal de casa, na comunidade Arapuá Novo, a produtora rural Maria Sonia Oliveira espera com tranquilidade o período de chuvas na região, quando será possível captar a água, armazenar e, finalmente, utilizá-la. Os 60 anos de vida, completados no último mês, são morando sobre o mesmo chão de terra em Juazeiro. Maria Sonia recorda da época em que a família não tinha cisterna em casa.
“A primeira cisterna foi um sonho, quando a gente conseguiu, há quase 20 anos. Porque a gente tinha uma dificuldade enorme de carregar a água. Tinha que buscar água longe, colocar na cabeça, era um peso”, lembrou aliviada. “Agora, com essa outra, vai ser ainda melhor, porque é para produção”, disse, mirando o futuro.
A poucos quilômetros da propriedade em que Maria Sonia cria caprinos, a família de André Nascimento também tem na pequena agricultura o meio de subsistência. É da atividade no campo que o produtor colhe qualidade de vida para os três filhos. Ao lado da esposa, Márcia Cristina, ele enxerga no Programa Cisternas a chance de ampliar e otimizar a produção na área em que vivem.
Aos 43 anos, essa será a primeira vez que o agricultor vai manejar uma horta. “Vou plantar coentro, alface, tomatinho… Vai ser pra gente comer em casa, um alimento saudável, e se for possível, até ter uma rendinha extra pra família”, planeja André, com entusiasmo.
CAPACITAÇÃO — O assessoramento técnico para as famílias que atuarão com as cisternas de produção de alimentos, tem o papel de educar e dar suporte, para que a atividade seja executada com segurança. Dessa forma, Jamile, Maria e André são acompanhados por profissionais com experiência e que conhecem o potencial produtivo da região.
Nas comunidades rurais de Juazeiro, a assistência é feita pelo Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA). “É um trabalho que fortalece a função da assessoria técnica, porque a gente conversa com eles, tira dúvidas e até ajuda a escolher qual atividade produtiva eles querem desenvolver”, explicou Andressa Menezes, técnica do IRPAA.
“A retomada do Programa Cisternas consolida o que nós defendemos, que é a convivência com o Semiárido. É um processo que integra a família, porque todos participam”, completou.
O desenho do programa beneficia todos os envolvidos, de uma ponta a outra, como é o caso do pedreiro Flávio Rodrigues, que nunca havia trabalhado na construção civil. Ele passou por uma capacitação, esse ano, e agarrou a oportunidade. Desde que assumiu a função, perdeu as contas de quantas cisternas já ajudou a construir.
“Quero aprender mais ainda, desde moleque tinha vontade de ser pedreiro, e quero aproveitar a oportunidade de trabalhar na área. A cisterna é um presente, eu só tenho a agradecer ao programa, à ASA, a todos”, declarou Flávio. Entre o início e a entrega, a construção de cada cisterna pode variar entre sete e 15 dias, em média.
A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) é uma rede que defende, propaga e desenvolve o projeto de convivência com o bioma. A entidade é composta por mais de três mil organizações da sociedade civil, como sindicatos rurais, associações de agricultores e agricultoras, cooperativas, organizações não governamentais e institutos, como o IRPAA.
AVANÇO — Ao resgatar o Programa Cisternas, em 2023, após longo período sem incentivos, o Governo Federal investiu R$ 600 milhões e contratou 62,7 mil unidades, sendo 58,2 mil para o Semiárido e as demais para a região Amazônica.
As tecnologias sociais de acesso à água são um importante equipamento para a convivência com as regiões, promovendo dignidade, saúde, segurança alimentar e melhores condições de vida. Além disso, pesquisas científicas mostram a importância desses sistemas na saúde de gestantes e recém-nascidos.
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