Geral
Roubos em coletivos caem 76% em Ceilândia
Em 2 anos e 8 meses, Ceilândia, a maior cidade populacional do Distrito Federal, acumula queda na ocorrência de crimes. Os bons resultados aparecem tanto no número de ocorrências dos crimes violentos quanto nos contra o patrimônio. A maior queda é em roubos em coletivos, que caíram 76% em 2021, se comparado ao mesmo período de 2018. De janeiro a julho deste ano, foram 35 casos contra 150 nos mesmos sete meses de 2018.
Ocorrências de homicídios, latrocínios (roubo seguido de morte) e lesão corporal seguida de morte, os chamados crimes violentos letais intencionais, também caíram. Os registros de homicídios tiveram queda de 38%, os de latrocínio passaram de três para dois e as lesões corporais seguidas de morte caíram pela metade (confira quadro abaixo).
Roubos a pedestres, roubos de veículo e em comércio, incluindo casas lotéricas e postos de combustíveis, também tiveram redução significativa, com percentuais de 45%, 50% e 47%.
Uma das explicações para a queda dos índices de criminalidade na região é a Operação Epicentro, uma iniciativa local da administração regional e da Polícia Militar e Civil que atua na cidade. A operação, um trabalho integrado entre as forças de segurança, reúne o efetivo dos dois batalhões da PM e das quatro delegacias circunscricionais de Ceilândia.
É feita principalmente no centro da cidade, em locais de grande circulação de pessoas e de ocorrência de crimes como roubos e furtos a pedestres. “É feito um levantamento de dia e hora de maior cometimento de crimes. A operação começa por volta de 16h e não tem hora pra acabar”, afirma Fernando Fernandes, delegado de polícia e administrador de Ceilândia.
Combate ao tráfico de drogas
Segundo ele, a Polícia Civil faz um trabalho prévio de inteligência com policiais velados que observam o movimento dos traficantes de drogas, bem como dos chamados ladrões de oportunidade.
“São aqueles que abordam principalmente mulheres e idosos, vítimas mais vulneráveis”, explica. “Os policiais observam onde eles agem e onde eles se escondem. No dia da operação, a PM, com apoio da Polícia Civil, aborda os suspeitos e encaminha os ladrões e traficantes para a delegacia”, acrescenta o administrador.
Desde junho de 2021, seis edições da Operação Epicentro foram realizadas, a última delas na no dia 27 de agosto. Participaram da ação, cerca de 40 policiais militares, 20 agentes e escrivães e dois delegados de polícia. Em pouco mais de duas horas, a PMDF abordou 250 pessoas, das quais sete foram levadas para a delegacia e autuados por receptação, tráfico de drogas, porte de drogas e porte de arma branca.
“É uma operação que demanda uma investigação prévia. O trabalho de identificação do traficante preso, por exemplo, levou dois dias”, afirma o delegado chefe adjunto da 23ª DP, Vander Braga.
Segundo o delegado, a polícia pretende fazer as operações de forma rotineira no centro de Ceilândia, de uma a duas vezes por mês. Em julho, o foco foi a “Feira do Rolo” com o objetivo de coibir a prática constante de delitos naquela região, em especial o tráfico de entorpecentes, uso de drogas ilícitas e receptação de produtos provenientes de crimes, principalmente celulares.
Onze pessoas foram conduzidas à delegacia sendo que, destas, sete foram autuadas pelos crimes de receptação dolosa, receptação culposa, porte de entorpecentes e de documentos falsos. Foram apreendidos 17 aparelhos celulares, entorpecentes e instrumentos cirúrgicos de alto custo pertencente ao Hospital Santa Luzia.
Ainda, com a colaboração do DF legal, vários comerciantes em situação irregular tiveram suas mercadorias apreendidas administrativamente.
O major Katsuhiti Ricardo Gadelha Kotama, comandante do 8º Batalhão de Polícia, ressalta que trata-se de uma ação rápida que tem o objetivo de cercar o centro da cidade e impedir delitos, muitas vezes cometidos pelo próprio usuário de drogas. “Ele furta um celular e muitas vezes já o repassa ali mesmo, troca por drogas”, diz.
O administrador de Ceilândia diz que o tráfico de drogas é responsável por outros crimes. “A gente sabe que onde tem o tráfico, há ocorrência de outros crimes. Onde há disputa por território há lesões corporais e homicídios. A experiência de mais de 25 anos na polícia mostra que quando se combate o tráfico de drogas, a tendência é a queda da criminalidade em geral”, afirma.
Policiamento rural
O administrador de Ceilândia afirma que, em conjunto com a Polícia Militar e a Polícia Civil, está tentando reativar o policiamento rural na região. “Já nos reunimos algumas vezes com os dois comandantes dos batalhões, o delegado-chefe da delegacia que cobre a área rural e o comandante do Batalhão Rural para reativar o projeto guardião rural e o policiamento rural”, afirma Fernando Fernandes.
“Temos um Batalhão Rural no DF, mas é muito longe, em Planaltina. Precisamos revitalizar pelo menos os postos policiais rurais para dar mais agilidade e rapidez no atendimento das ocorrências”, afirma.
Os chacareiros que participam do programa Guardião Rural podem trocar mensagens com os vizinhos e enviar a localização da propriedade para a polícia por meio de um aplicativo. Além disso, recebe uma placa confeccionada pela polícia com o número do cadastro da propriedade.
Ela deve ser colocada na entrada da propriedade, avisa que o local é monitorado pela polícia e, por meio do código, os policiais acessam a ficha do morador e dos bens da propriedade, agilizando o atendimento.
Geral
Ministério da Saúde já enviou 25 toneladas de medicamentos e insumos para atender população gaúcha
Ministério da Saúde já enviou um total de 25 toneladas de medicamentos e insumos para o Rio Grande do Sul. O objetivo é manter o estado abastecido durante a calamidade provocada pelas severas enchentes dos últimos dias.
A informação foi divulgada na tarde desta segunda-feira, 13 de maio, no Hospital Conceição, em Porto Alegre, durante entrevista coletiva para rádios regionais.
Cem kits de medicamentos e insumos – com capacidade para atender a até 1.500 pessoas durante um mês – chegaram nos últimos dias ao estado. Conhecido como kit emergencial, ele é composto por oito caixas que, somadas, pesam 250 kg. Além de remédios, o conjunto inclui também luvas, seringas, ataduras, etc.
Vale destacar que o volume não considera outros repasses de medicamentos, vacinas e insumos que estão sendo enviados para repor os estoques perdidos com as enchentes e os que já estavam previstos na rotina. A título de comparação, em todo o ano passado, foram distribuídos 106 kits para emergências no Brasil.
Durante o balanço, o secretário de Atenção Primária à Saúde, Felipe Proenço, detalhou a operação de hospitais de campanha no estado. Foi confirmado que a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) irá operar quatro hospitais de campanha no estado.
Um já funciona em Canoas, outro está sendo montado na capital gaúcha e um terceiro em São Leopoldo. A destinação da quarta unidade ainda será definida. Desde o início da calamidade no Rio Grande do Sul, o Ministério da Saúde já enviou recursos para 246 unidades de assistência.
ALERTA PARA GRIPE — O diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública (Desp) do Ministério da Saúde, Márcio Garcia, fez um alerta para doenças respiratórias. Com as aglomerações em abrigos e a temperatura baixando, a preocupação é com o aumento do número de casos de gripe e covid-19.
“A combinação é favorável para o aumento dessas doenças. As pessoas vacinadas vão estar mais protegidas. Diminuem as chances de adquirir a doença ou de evoluir para um caso de Síndrome Respiratória Aguda Grave”, frisou.
NÚMEROS — Veja a seguir alguns números das ações no RS apresentadas durante a coletiva:
Balanço de atendimentos
- Total: 1.600 / Hospital Campanha (HCamp) de Canoas: 1034
- Equipes volantes: 548
- Encaminhamento ou transferência para outra unidade: 57
- Remoções aéreas: 25
- Atendimentos psicossociais: 22
Força de trabalho:
- 134 profissionais em atuação;
- 6 equipes volantes (13 enfermeiros + 9 médicos);
- 15 equipes aeromédicas (15 enfermeiros + 15 médicos);
- 62 profissionais no HCamp;
- 19 profissionais de gestão;
- 1 equipe psicossocial (5 psicólogas)
Recursos aplicados:
- Medida provisória (MP) de liberação de crédito extraordinário, editada pelo presidente Lula, no domingo (12), traz a liberação de R$ 861 milhões para ações de saúde primária e especializada, vigilância epidemiológica, assistência farmacêutica e contratação temporária de profissionais;
- Antecipação de R$ 40 milhões para compra de medicamentos;
- Antecipação do pagamento do piso aos profissionais de enfermagem do estado. O total do repasse é de R$ 30 milhões;
- Repasse, em parcela única, de R$ 63,1 milhões do Fundo Nacional de Saúde à Secretaria Estadual de Saúde e aos fundos municipais de saúde do Rio Grande do Sul;
- Liberação, de forma imediata, no dia 6 de maio, de R$ 534 milhões em emendas individuais de congressistas do Rio Grande do Sul para auxiliar os municípios do estado afetados pelas enchentes. As emendas estavam alocadas na área da Saúde.
IMUNOGLOBULINA — O Programa Nacional de Imunizações (PNI) enviará, nesta semana, 600 doses de imunoglobulina à população do Rio Grande do Sul. As imunoglobulinas são proteínas utilizadas pelo organismo para combater um determinado antígeno, como vírus e bactérias, por exemplo.
Além disso, o Ministério da Saúde também vai destinar 1,1 mil frascos de soro; 416 mil doses de vacinas contra hepatite A, raiva, poliomielite e influenza, e 134 mil doses de covid-19. A destinação de todos esses insumos foi debatida, nesta segunda-feira (13), durante reunião de monitoramento do Centro de Operações de Emergência (COE) para chuvas intensas e inundações na Região Sul.
“Neste momento, as síndromes respiratórias também passam a ser um problema. Por isso, estamos focados em proteger a população gaúcha. Precisamos de uma ação ativa para vacinar inclusive dentro dos abrigos”, afirmou, na reunião, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel.
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