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Primeiros flanelinhas concluem curso profissionalizante

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Depois de três décadas no Setor Comercial Sul, o guardador e lavador de carros Paulo Gomes Sales, 55 anos, não tem dúvidas: “O futuro chegou. Quem não quiser mudar, vai ficar para trás”. A frase de impacto, pronunciada pelo homem de gestos simples, tem uma razão legítima: ele e outros colegas de ofício estão conhecendo a biolavagem, um sistema de higienização de carros, sem utilização de água potável.

Depois do curso, os flanelinhas receberão crachá de identificação, colete com numeração e um kit de biolavagem, com produtos e utensílios necessários para exercerem a atividade | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

A técnica e os produtos usados na biolavagem, além de outros temas, foram apresentados durante o curso de qualificação profissional de guardadores de carros, promovido pela Secretaria do Trabalho (Setrab). A capacitação reuniu 175 profissionais que exercem a atividade na capital.

“Os trabalhadores estão empolgados e conscientes da importância de se adequarem e oferecerem o serviço”Valdivino Diogo da Silva, presidente do Sindicato dos Lavadores de Carros do DF

Paulo Sales aprendeu lições importantes durante o seu dia de qualificação. Como um sociólogo das ruas, ele fala, sem pretensões, sobre o bem mais precioso do planeta. Honesto, se preocupa com a difusão de que vigias de carro roubam água de hidrômetros. Sábio, alerta para a necessidade de que os guardadores de carro evoluam.

“Temos que nos modernizar. Futuramente, teremos falta de água no planeta. Com a biolavagem, não sofreremos com esse problema. E depois, já somos malvistos, porque as pessoas acham que roubamos água nos hidrômetros. Então, é a hora da gente investir nessa lavagem sem água”, afirma Paulo Gomes Sales.

Incentivo é o que não falta para que os guardadores e lavadores de carro se lancem nessa nova técnica. Com a finalização da capacitação, que incluiu também aulas práticas sobre os temas abordados, esses trabalhadores vão receber um crachá de identificação, colete com numeração e um kit de biolavagem, com produtos e utensílios necessários para exercerem a atividade.

Paulo Gomes Sales, que trabalha há 30 anos no SCS como guardador e lavador de carros, acredita que “o futuro chegou”

Os trabalhadores fazem as contas e concordam que poderão cobrar de R$ 15 a R$ 20 por lavagem. “Se cada litro do produto pode ser diluído até 70 vezes, então vai ser muito bom. Esse sistema de lavagem a seco é mais prático, rápido e econômico. Não causa malefício para o dono do carro e dá segurança para nós”, analisa Élida Alves de Oliveira, 44 anos, moradora de Ceilândia.

Trabalhando em um estacionamento nas proximidades do Conjunto Nacional, Élida se recupera de um acidente de trânsito, em que perdeu o marido, há sete anos. A mulher vê com bons olhos a perspectiva de aumentar a remuneração, ao mesmo tempo em que diminui o trabalho “braçal”. “Quase não lavo carros. É mais difícil para as mulheres, porque é preciso carregar a água. Então, fica mais fácil a lavagem a seco”, disse.

Para Valdivino Diogo da Silva, presidente do Sindicato dos Lavadores de Carros do DF, o que é novo pode causar estranheza na população. “No início, tudo é mais difícil, mas os trabalhadores estão empolgados e conscientes da importância de se adequarem e oferecerem o serviço”, disse.

Élida Alves quase não lava carros porque é preciso carregar a água: “Então, fica mais fácil a lavagem a seco”

Cadastramento

Em atendimento à Lei 6.668, de 15 de setembro de 2020, que prevê a organização da categoria, a Secretaria de Trabalho iniciou o procedimento de cadastramento de guardadores e lavadores de carros, em novembro do ano passado.

Dos 2.221 trabalhadores registrados na Superintendência Regional do Trabalho, 878 manifestaram interesse em se cadastrar. Desse total, 279 apresentaram a documentação necessária, ficando aptos a participar do curso de qualificação profissional.

O cadastramento tem como objetivo conhecer o perfil dos trabalhadores e organizá-los como categoria. Além de fazer a identificação e formalização dos guardadores e lavadores de carro, o cadastramento permite melhores condições de trabalho para a categoria e maior segurança aos usuários dos serviços.

O secretário de Trabalho, Thales Mendes, enfatiza a importância do cadastramento para que os guardadores e lavadores de carro possam ter condições dignas de um trabalho decente.

“Eles também estão sendo orientados sobre como regularizar a própria situação para recolherem o INSS e serem contemplados em seus plenos direitos”, lembra Mendes. “E, é claro, o cidadão de nossa cidade, usuário desses serviços, receberá um melhor atendimento, muito mais profissional, com presteza e toda segurança”, complementa.

Fonte: Governo DF

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Ministério da Saúde já enviou 25 toneladas de medicamentos e insumos para atender população gaúcha

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Nos últimos dias, cem kits de medicamentos e insumos, com capacidade para atender a até 1.500 pessoas durante um mês, chegaram ao estado. Programa Nacional de Imunizações enviará, nesta semana, 600 doses de imunoglobulina ao Rio Grande do Sul

Ministério da Saúde já enviou um total de 25 toneladas de medicamentos e insumos para o Rio Grande do Sul. O objetivo é manter o estado abastecido durante a calamidade provocada pelas severas enchentes dos últimos dias.

A informação foi divulgada na tarde desta segunda-feira, 13 de maio, no Hospital Conceição, em Porto Alegre, durante entrevista coletiva para rádios regionais.

Cem kits de medicamentos e insumos – com capacidade para atender a até 1.500 pessoas durante um mês – chegaram nos últimos dias ao estado. Conhecido como kit emergencial, ele é composto por oito caixas que, somadas, pesam 250 kg. Além de remédios, o conjunto inclui também luvas, seringas, ataduras, etc.

Vale destacar que o volume não considera outros repasses de medicamentos, vacinas e insumos que estão sendo enviados para repor os estoques perdidos com as enchentes e os que já estavam previstos na rotina. A título de comparação, em todo o ano passado, foram distribuídos 106 kits para emergências no Brasil.

Durante o balanço, o secretário de Atenção Primária à Saúde, Felipe Proenço, detalhou a operação de hospitais de campanha no estado. Foi confirmado que a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) irá operar quatro hospitais de campanha no estado.

Um já funciona em Canoas, outro está sendo montado na capital gaúcha e um terceiro em São Leopoldo. A destinação da quarta unidade ainda será definida. Desde o início da calamidade no Rio Grande do Sul, o Ministério da Saúde já enviou recursos para 246 unidades de assistência.

ALERTA PARA GRIPE — O diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública (Desp) do Ministério da Saúde, Márcio Garcia, fez um alerta para doenças respiratórias. Com as aglomerações em abrigos e a temperatura baixando, a preocupação é com o aumento do número de casos de gripe e covid-19.

“A combinação é favorável para o aumento dessas doenças. As pessoas vacinadas vão estar mais protegidas. Diminuem as chances de adquirir a doença ou de evoluir para um caso de Síndrome Respiratória Aguda Grave”, frisou.

NÚMEROS — Veja a seguir alguns números das ações no RS apresentadas durante a coletiva:

Balanço de atendimentos

  • Total: 1.600 / Hospital Campanha (HCamp) de Canoas: 1034
  • Equipes volantes: 548
  • Encaminhamento ou transferência para outra unidade: 57
  • Remoções aéreas: 25
  • Atendimentos psicossociais: 22

Força de trabalho:

  • 134 profissionais em atuação;
  • 6 equipes volantes (13 enfermeiros + 9 médicos);
  • 15 equipes aeromédicas (15 enfermeiros + 15 médicos);
  • 62 profissionais no HCamp;
  • 19 profissionais de gestão;
  • 1 equipe psicossocial (5 psicólogas)

Recursos aplicados:

  • Medida provisória (MP) de liberação de crédito extraordinário, editada pelo presidente Lula, no domingo (12), traz a liberação de R$ 861 milhões para ações de saúde primária e especializada, vigilância epidemiológica, assistência farmacêutica e contratação temporária de profissionais;
  • Antecipação de R$ 40 milhões para compra de medicamentos;
  • Antecipação do pagamento do piso aos profissionais de enfermagem do estado. O total do repasse é de R$ 30 milhões;
  • Repasse, em parcela única, de R$ 63,1 milhões do Fundo Nacional de Saúde à Secretaria Estadual de Saúde e aos fundos municipais de saúde do Rio Grande do Sul;
  • Liberação, de forma imediata, no dia 6 de maio, de R$ 534 milhões em emendas individuais de congressistas do Rio Grande do Sul para auxiliar os municípios do estado afetados pelas enchentes. As emendas estavam alocadas na área da Saúde.

IMUNOGLOBULINA  — Programa Nacional de Imunizações (PNI) enviará, nesta semana, 600 doses de imunoglobulina à população do Rio Grande do Sul. As imunoglobulinas são proteínas utilizadas pelo organismo para combater um determinado antígeno, como vírus e bactérias, por exemplo.

Além disso, o Ministério da Saúde também vai destinar 1,1 mil frascos de soro; 416 mil doses de vacinas contra hepatite A, raiva, poliomielite e influenza, e 134 mil doses de covid-19. A destinação de todos esses insumos foi debatida, nesta segunda-feira (13), durante reunião de monitoramento do Centro de Operações de Emergência (COE) para chuvas intensas e inundações na Região Sul.

“Neste momento, as síndromes respiratórias também passam a ser um problema. Por isso, estamos focados em proteger a população gaúcha. Precisamos de uma ação ativa para vacinar inclusive dentro dos abrigos”, afirmou, na reunião, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel.

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