Economia
Setor da construção empregou 2 milhões de pessoas em 2020, diz IBGE
Em sua trigésima edição, divulgada hoje (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic) revela que, em 2020, primeiro ano da pandemia do novo coronavírus, o setor da construção envolveu um total de 131,8 mil empresas ativas que empregaram 2 milhões de pessoas, às quais foram pagos R$ 58,7 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações.
Foram gerados R$ 325,1 bilhões em valor de incorporações, obras ou serviços da construção, naquele ano. A sondagem indica que os resultados do valor de incorporações, obras ou serviços da construção somaram R$ 147,3 bilhões para o segmento de Construção de edifícios; R$ 106,4 bilhões para Obras de infraestrutura; e R$ 71,4 bilhões para Serviços especializados para construção.
De acordo com os dados apurados pelo IBGE, houve mudança estrutural no setor da construção, nos últimos dez anos: o segmento de maior participação em valor de incorporações, obras ou serviços da construção no ano de 2011, que foi o de obras de infraestrutura, que caiu de 41,7% para 32,7% do total, em 2020. Em contrapartida, o segmento de construção de edifícios teve a participação ampliada de 39,9% para 45,3%, no período. Da mesma forma, o segmento de serviços especializados para construção aumentou sua participação de 18,5% para 22,0%, de 2011 para 2020. Na década pesquisada, o setor formal da construção passou a se caracterizar por empresas de menor porte e pagando salários mais baixos.
No primeiro ano da pandemia do novo coronavírus, o valor adicionado bruto da construção sofreu queda de 6,3% em relação ao ano anterior, segundo o Sistema de Contas Nacionais (SCN), do IBGE. Também em 2020, o Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) caiu, em volume, 0,9%, em decorrência dos impactos produzidos pela pandemia na economia como um todo. Da mesma forma, a produção física industrial de insumos típicos da construção civil enfrentou retração de 0,2%, em 2020, sendo a queda mais acentuada nos primeiros meses daquele ano, revela o SCN.
Setor privado
A Paic mostra que, em 2020, o setor privado teve sua maior participação na década, respondendo por 70,2% do valor de obras ou serviços da construção, contra 61,5%, em 2011. Segundo o IBGE, o aumento foi influenciado, principalmente, pelo segmento de construção de edifícios e dos serviços especializados para construção, nos quais a participação do setor privado atingiu 82% e 79,4%, respectivamente, em 2020, contra 75,6% e 78%, em 2011.
Já no segmento de obras de infraestrutura, que tem no setor público seu principal contratante historicamente, o valor de obras ou serviços da construção foi dividido com a esfera privada. Com isso, a participação do setor público sofreu retração de 7,9 pontos percentuais em dez anos, caindo de 57,9%, em 2011, para 50%, em 2020, enquanto o setor privado ampliou sua fatia de 42,1% para 50%. Ainda de acordo com a PAIC, a participação do setor público como demandante de obras ou serviços da construção caiu 8,7 pontos percentuais (p.p.) no período de 2011 a 2020.
O grupo das oito maiores empresas da construção reduziu o valor, caindo de 11% do total do setor, em 2011, para 4,8%, em 2020, queda de 6,2 pontos percentuais. Por segmentos, houve queda no valor das empresas de construção de edifícios, de 8,7% para 7% na década, e no segmento de obras de infraestrutura, de 25,3%, em 2011, para 10% em 2020 (queda de 15,3 p.p.). No sentido contrário, o segmento de serviços especializados para construção apresentou expansão da concentração, subindo de 4,7%, em 2011, para 7,2%, em 2020.
Emprego
A Paic 2020 evidencia redução do número de pessoas ocupadas de 2,7 milhões, em 2011, para 2 milhões, em 2020. Isso significou perda de 680,7 mil empregos. Embora essa queda tenha ocorrido nos três segmentos da construção, o destaque foi para a construção de edifícios, que respondeu por 46,1% da retração registrada. Em ternos de distribuição do pessoal empregado, a construção de edifícios se manteve como o principal segmento empregador, com 35,3% de participação em 2020, seguido por serviços especializados para construção, com 33%, e obras de infraestrutura, com 31,8%.
O levantamento do IBGE registra que, entre 2019 e 2020, o volume de emprego na indústria da construção aumentou em 71,8 mil pessoas. O segmento que mais contribuiu para esse resultado foi o de obras de infraestrutura, que empregou 61,6 mil pessoas a mais no período, seguido por construção de edifícios, com mais 32,7 mil pessoas. Por outro lado, o segmento de serviços especializados para construção mostrou queda de 22,5 mil pessoas nesse período.
Do ponto de vista do emprego formal, a pesquisa constatou que os impactos da pandemia do novo coronavírus não puderam configurar um resultado negativo para o setor da construção em 2020, frente o ano anterior. O segmento de obras de infraestrutura, em especial, já vinha retomando o ritmo das atividades e não enfrentou graves problemas de abastecimento em termos de materiais para construção no primeiro ano da pandemia. Soma-se a isso o porte maior das empresas, que teria representado “maior estabilidade dos vínculos formais de trabalho em 2020 relativamente a 2019”. A pesquisa destacou ainda que os vários decretos federais, estaduais e municipais incluíram a construção no rol de atividades essenciais, o que permitiu a continuidade das obras durante a pandemia.
A pesquisa mostra que, em 2020, comparativamente a 2019, houve incremento de 3,8% no número de pessoas ocupadas. Já os salários, retiradas e outras remunerações pagas foram ampliadas em apenas 0,2%, o que sinaliza uma estabilidade real. Isso quer dizer que mesmo em um ano de pandemia da covid-19, o setor da construção demonstrou relativa estabilidade no montante de salários, retiradas e outras remunerações.
Custos e despesas
Considerando o número total de pessoas ocupadas dividido pelo número de empresas, notou-se queda na ocupação de 28 para 15 pessoas, entre 2011 e 2020. Essa tendência foi observada nos três segmentos, destacando obras de infraestrutura, que ocupava 98 pessoas, em média, em 2011, e passou a ocupar 45, em 2020. Também a remuneração média, medida em salário-mínimo (s.m.), teve redução nos últimos dez anos, passando de 2,6 s.m. para 2,2 s.m.
Em relação aos custos e despesas da indústria da construção, verificou-se que os gastos com pessoal continuaram liderando, com crescimento de 46,4%, em 2011, para 49,3%, em 2020, enquanto consumo de materiais caiu de 37,9% para 35,9%; e obras e serviços contratados a terceiros reduziram de 15,6% para 14,8%.
Na comparação da última década, obras residenciais continuaram sendo o principal produto da construção, com 24,9% de participação no total, expansão de 2,7 p.p. em dez anos. Em segundo lugar, aparecem serviços especializados para construção, com mais 3 p.p. de participação. O maior aumento no período entre 2011 e 2020 coube ao grupo de obras de infraestrutura para energia elétrica, telecomunicações, água, esgoto e transporte por dutos, que subiu de uma participação de 11,5%, em 2011, para 14,7%, em 2020. O IBGE destacou que na relação entre 2019 e 2020, esse grupo experimentou queda de 0,5 ponto percentual. A maior redução, entretanto, foi observada no grupo de edificações industriais, comerciais e outras edificações não residenciais, que passaram de 14,9% para 10,6%.
Por regiões
A análise por regiões revela que não houve grandes mudanças tanto em relação ao número de pessoas ocupadas como ao valor de incorporações, obras ou serviços da construção para empresas com 5 ou mais pessoas. Nas duas variáveis, o Sudeste foi o destaque. Em termos de emprego, a região elevou sua participação de 47,6% para 49,7% do pessoal ocupado. Apesar da queda de 51,9% para 48,5% nos últimos dez anos no valor de incorporações, obras ou serviços da construção, o Sudeste brasileiro permaneceu na liderança do ranking no país.
De acordo com a Paic 2020, a Região Sul apresenta tendência de crescimento nos últimos dez anos, elevando participação tanto no valor de incorporações, obras e serviços de construção, como em pessoal ocupado. O Nordeste, em contrapartida, foi a região que mais perdeu em participação, no referente a pessoal ocupado, na década (de 24% para 19,2%).
Edição: Valéria Aguiar
Economia
Dia das Mães: pesquisa do Procon Goiás aponta variação superior a 220% nos preços dos presentes
Oscilação foi encontrada no vaso da flor azaléia, vendido de R$ 24,90 a R$ 80. Levantamento foi feito com 156 itens em 54 estabelecimentos da capital
O Dia das Mães é comemorado no próximo domingo (12/05) e para ajudar o consumidor a fazer a melhor escolha do presente, o Procon Goiás realizou pesquisa de preços em 54 estabelecimentos de Goiânia entre os dias 25 de abril e 2 de maio. Foram levantados preços de 156 produtos, como cestas de café da manhã, flores, maquiagens, perfumes e eletrônicos. A pesquisa completa feita pelo Procon Goiás, com relatório e planilhas, está disponível no site goias.gov.br/procon.
A principal variação apontada pela pesquisa foi de 221,28% no vaso da flor azaléia, vendido de R$ 24,90 a R$ 80. Outro produto com variação considerável (206,90%) é o pó compacto da marca Bruna Tavares, vendido de R$ 27,99 a R$ 85,90.
Os pesquisadores do Procon Goiás encontraram ainda uma sessão de massagem relaxante de 50 minutos entre R$ 80 e R$ 184, variação de cerca de 130%. O levantamento também levou em conta produtos eletrônicos, sendo que a maior diferença nesses itens foi superior a 135% e ocorreu no depilador Philips 2 velocidades, comercializado de R$ 199 a R$ 469.
A pesquisa também levou em conta variações dos produtos em relação ao ano passado. Teve produto com aumento superior a 95%. É o exemplo da paleta de sombras da marca Mariana Saad, vendida ano passado por R$ 80,97 e esse ano por R$ 157,95. Em relação a 2023, a cesta de café da manhã com 50 itens teve aumento de 52,80%. O produto era vendido ano passado a R$ 219,90 e esse ano a R$ 336.
Essa data é considerada a principal no calendário do comércio no primeiro semestre. Segundo pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia (CDL Goiânia), o Dia das Mães deve levar 94% dos consumidores às compras na capital. Dados da entidade apontam que, este ano, o ticket médio para compra do presente será de R$ 155, com cerca de dois produtos por cada consumidor.
Orientações
Antes de ir às compras, pesquise os preços, para que não pese no orçamento familiar. O consumidor precisa se atentar ao fato de que os produtos têm de estar expostos com os preços de maneira clara e visível. O produto deve mostrar 2 preços: o total à vista e o valor das parcelas (no caso de parcelamento do pagamento).
Toda loja tem sua política de troca e o estabelecimento só é obrigado a efetuar a troca do produto se ele apresentar algum defeito. O Código de Defesa do Consumidor prevê dois prazos para reclamação: 30 dias para os produtos e serviços não duráveis e 90 dias para produtos e serviços duráveis.
Quanto às compras de aparelhos eletrônicos, o consumidor deve testar o funcionamento do aparelho ainda dentro do estabelecimento, verificar da existência de manual de instruções em nosso idioma e a relação da rede autorizada de assistência técnica do produto.
No caso de compras realizadas fora da loja física, o consumidor deve exigir o comprovante da data de entrega. Nesse caso, o prazo de desistência da compra é de 7 dias a partir do recebimento do produto. Exija sempre a nota fiscal na aquisição de qualquer produto, pois ela é importante caso o consumidor precise fazer valer os seus direitos e formalizar uma reclamação.
Fotos: Procon Goiás / Superintendência de Proteção aos Direitos do Consumidor – Governo de Goiás
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