Política

Série “História da Alego”

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A série “História da Alego”, que toda semana conta um pouco da trajetória do Poder Legislativo goiano, traz, na última postagem, um fato bem curioso: por três décadas, Goiás e outros nove estados brasileiros tiveram duas Casas Legislativas estaduais ao mesmo tempo. Assim, Goiás contava com a Câmara e o Senado estadual. Assim como acontece ainda hoje em âmbito federal, as duas casas compunham o Congresso Legislativo Goiano. O Senado estadual tinha 12 senadores estaduais, e a Câmara, 24 deputados estaduais. 

A possibilidade de divisão do Parlamento foi facultada aos estados pela Constituição Republicana, de 1891, que instituiu as assembleias legislativas e deu aos estados liberdade de alterarem a estrutura do Legislativo estadual, permitindo a existência de senados estaduais. Na União, o Parlamento passou a se chamar Congresso Nacional, denominação que existe ainda hoje, formado por duas Casas: a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. 

Em Goiás, o vilaboense Miguel da Rocha Lima foi o primeiro presidente do Senado estadual, seguindo à frente da Casa entre 1901 e 1904. Na verdade, a primeira Constituição do período republicano brasileiro foi além de dar aos estados a opção de um Legislativo unicameral ou bicameral, a Carta Magna deu mais autonomia às unidades federativas, que poderiam, inclusive, elaborar sua própria Constituição, desde que não contrariassem os princípios constitucionais da União.    

Durante a Primeira República, período compreendido entre o ano da Proclamação da República até 1930, o Brasil se inspirou no modelo implementado nos Estados Unidos da América (EUA), com maior autonomia para os estados, em substituição ao Estado unitário que vigorou no Império. Nos municípios, as câmaras de vereadores, além da função de fazer leis, comandavam a administração local, e seu presidente exercia as funções que, hoje, cabem ao prefeito. 

Além de Goiás, os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, Pará, São Paulo e Piauí também tiveram um Senado estadual durante esse período. 

A partir do início da década de 30, com a tomada do poder por Getúlio Vargas, tanto a autonomia das unidades quanto do Poder legislativo foram, gradativamente, reduzidas. A partir de 1935, Goiás retomou o unicameralismo e passou a ter somente a Assembleia Legislativa. 

Origem 

A origem moderna do bicameralismo é na Inglaterra do século 14, que desenvolveu um Parlamento dividido em duas casas: a House of Lords (Casa dos Lordes) – que representava os interesses da alta aristocracia – e a House of Commons (Casa dos Comuns), defensora das demandas das demais classes. 

Na atualidade, o bicameralismo é adotado com um entendimento diferente: as duas Casas Legislativas coexistem porque abrigam dois tipos de representação: uma relativa ao número da população e outra à representação dos territórios federados. 

O Brasil possui esse sistema desde a época do Império. Mas foi a Constituição federal de 1988 que regulamentou o bicameralismo existente hoje.  

A Câmara dos Deputados tem a função de representar os interesses da população. É composta por 513 deputados federais de todos os estados, eleitos pelo sistema proporcional, com mandato de quatro anos. 

O Senado Federal representa as demandas das unidades federativas do Brasil. Para que os interesses de cada estado sejam defendidos igualitariamente, todos elegem três senadores pelo sistema majoritário, para mandatos de oito anos, com renovação de 1⁄3 e 2⁄3 em cada eleição. A Casa é composta por 81 senadores.

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“Temos que governar com o espírito de JK”, defende Caiado em encontro nacional de lideranças

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Na 2ª edição do Seminário Brasil Hoje, em São Paulo, o governador falou sobre clima de acirramento da política nacional e soluções reais para problemas da população

No debate sobre desafios e oportunidades para os estados, em São Paulo, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek (JK), que comandou o país entre 1956 e 1961 em clima de coalizão. “Foi esse homem que deu conta de fazer todo o desenvolvimento, destacar o Centro-Oeste e o Norte do país”, disse Caiado. A fala foi durante a segunda edição do Seminário Brasil Hoje, realizado nesta segunda-feira (22/04).

O evento reuniu lideranças políticas e do setor privado para debater o cenário econômico atual. “Ninguém governa brigando, nesse clima de acirramento político. O presidente hoje tem que governar com o espírito que JK teve, de poder, se preocupar com matérias relevantes”, disse Caiado. Ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o goiano encerrou o evento, com a mediação do jornalista Willian Waack.

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Caiado relembrou que, à época de JK, o país também vivia grande clima de polarização política, com diversas forças tentando derrubar o presidente. Ao ser resolvida a crise, JK pediu calma e que o deixassem trabalhar pelo país, sem também promover clima de revanchismo contra adversários.

“Essa polarização é deletéria, todo mundo pode contribuir para seu fim”, disse Tarcísio ao concordar com Caiado. Para ele, o Judiciário, Legislativo, a mídia e mais setores da sociedade também devem atuar para descomprimir o debate. “Estamos cada dia mais próximos do limite, a população não aguenta”, alertou Tarcísio. O encontro foi promovido pela organização Esfera Brasil, que se intitula “apartidária e independente”, com transmissão ao vivo via internet.

Sobre desafios da segurança pública nos estados, Caiado ressaltou que “bandido tem que cumprir pena, e não ficar fazendo falsa política social”. Ele destacou ainda a necessidade do combate às facções criminosas que dominam diversos pontos, nas grandes metrópoles. “Ter territórios onde não se pode entrar significa que não temos um estado democrático de direito”, afirmou.

Como resultado das ações do Governo de Goiás, ele citou que o estado hoje não tem nenhum território dominado por facções e é exemplo nacional em segurança pública.

Seminário
Também integraram a programação do seminário o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, além de outras autoridades. Nos demais painéis, foram abordados temas como as perspectivas para as eleições municipais, comunicação, meio ambiente e integração e inovação de cadeias produtivas.

Fotos:_Julia Fagundes Esfera / Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

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