Política

Saberes da cultura de um povo

Publicado

em


De origem inglesa, a palavra Folclore une os termos Folk (povo) e Lore (saber), para designar o conjunto de saberes tradicionais que formam a cultura de um povo. A expressão foi utilizada pela primeira vez pelo escritor britânico William John Thoms, em 22 de agosto de 1846, e é por isso que nessa data é comemorado, anualmente, o Dia Internacional do Folclore. 

O Decreto nº 56.747/65, do então presidente Castelo Branco, formalizou essa celebração no Brasil. O texto atribuía a várias instituições a responsabilidade de fomentar atividades em prol da valorização da cultura local. Conforme o art. 2º, “a Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro do Ministério da Educação e Cultura e a Comissão Nacional do Folclore do Instituto Brasileiro da Educação, Ciência e Cultura e respectivas entidades estaduais deverão comemorar o Dia do Folclore e associarem-se a promoções de iniciativa oficial ou privada, estimulando ainda, nos estabelecimentos de curso primário, médio e superior, as celebrações que realcem a importância do folclore na formação cultural do País”, aponta o Decreto.

A Constituição Federal também menciona o direito à expressão cultural e o incentivo à preservação da cultura popular brasileira. “O art. 215 traz que “o Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. O § 1º esclarece que “o Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional”, detalha o texto constitucional.

O art. 216 da Constituição Federal elenca os diferentes âmbitos de abrangência do patrimônio cultural brasileiro, que são bens de natureza material e imaterial, individual e coletiva. “I –  as formas de expressão; II –  os modos de criar, fazer e viver; III –  as criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV –  as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V –  os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico”, conceitua. 

Folclore no Brasil

Quando se fala em folclore brasileiro, logo vêm à mente personagens míticos como Saci Pererê, Curupira e Mula Sem Cabeça, que exemplificam as histórias que foram transmitidas oralmente de geração a geração. No Brasil, os mitos do imaginário popular são tão miscigenados quanto os próprios brasileiros, misturando traços das culturas indígenas, negras e europeias, que confluem para a formação de nossa cultura e identidade.

O historiador José Ricardo Oriá enaltece a resistência das culturas negras e indígenas frente a influência da cultura de matriz europeia por força da colonização no Brasil. “A cultura tida como dominante não conseguiu, de todo, apagar as culturas indígena e africana. Muito pelo contrário. O colonizador europeu deixou-se influenciar pela riqueza da pluralidade cultural de índios e negros”. Para além das histórias e suas representações na Literatura, o folclore de uma nação também é composto por diversas outras manifestações culturais tradicionais, a exemplo das músicas, danças, artesanatos, festas e costumes. 

Manifestações culturais goianas

Algumas das manifestações culturais mais conhecidas em Goiás são as Cavalhadas de Pirenópolis e as Congadas de Catalão, eventos centenários que reúnem multidões e, além da importância para a cultura local, também movimentam a economia e o turismo na região. Manifestações dessa natureza são tradicionais em vários outros municípios goianos e têm recebido apoio dos parlamentares da Assembleia Legislativa. A temática é presente em vários projetos de lei em tramitação, bem como em leis já aprovadas e sancionadas.

No projeto nº 1950/16, por exemplo, o deputado Talles Barreto (PSDB) foi autor da proposta que incluiu as Cavalhadas de Pilar de Goiás no Circuito das Cavalhadas do Estado de Goiás, realizada, anualmente, nos dias 6 e 7 de setembro. “Esse evento contribui com o resgate das tradições culturais e intensifica a atividade econômica durante o período festivo”, justificou o parlamentar.

Já a Semana Municipal do Folclore de Luziânia foi incluída no Calendário Cívico Cultural do Estado de Goiás por uma iniciativa deputado Wilde Cambão (PSD). O evento ocorre, anualmente, entre 21 e 23 de agosto, em Luziânia (Lei Estadual nº 21.025). A propositura que resultou na legislação tramitou na Alego com o nº 1807/19.

Representante do entorno do Distrito Federal, o parlamentar esclareceu que o objetivo da proposta foi “proporcionar aos jovens, adultos e crianças oportunidades de acesso à cultura, bem como promover o desenvolvimento sociocultural local”. Cambão também ressaltou que o evento conta com a participação efetiva de movimentos culturais da cidade e da região, já que a característica comunitária é essencial na cultura tradicional de Goiás. 

Também foi aprovado e sancionado o projeto de nº 1628/19, do deputado Gustavo Sebba (PSDB), que fez alterações na Lei nº 20.292, de setembro de 2018, a qual reconhece as Cavalhadas e a Contradança de Santa Cruz de Goiás como patrimônio histórico e cultural goiano. Com as mudanças na legislação, essas manifestações culturais passaram a ser realizadas, anualmente, dentro das comemorações da festa do Divino Espírito Santo, durante a celebração de Pentecostes, no município de Santa Cruz de Goiás. 

Atualmente, está em tramitação a matéria de nº 4475/21, de autoria do deputado Coronel Adailton (Progressistas). O propositor quer reconhecer a Capina do Largo de Santa Efigênia como patrimônio cultural e imaterial goiano. “A Capina do Largo de Santa Efigênia é uma manifestação secular carregada de religiosidade, cultura e gastronomia de tradição e faz parte dos festejos das Congadas de Santa Efigênia, no município de Niquelândia, no Norte goiano”, contextualiza a proposta. 

Também tramita na Casa o projeto nº 5980/21, no qual o deputado Delegado Eduardo Prado (DC) visa reconhecer o artesanato produzido com Capim do Brejo, no município de Serranópolis, como patrimônio cultural imaterial de Goiás O parlamentar ressalta que propostas dessa natureza derivam da “importância de difundir o conhecimento, preservar a memória das raízes culturais regionais e fomentar as atividades que valorizam as tradições locais”, conclui Eduardo. 

Comentários do Facebook

Política

“Temos que governar com o espírito de JK”, defende Caiado em encontro nacional de lideranças

Publicados

em

Na 2ª edição do Seminário Brasil Hoje, em São Paulo, o governador falou sobre clima de acirramento da política nacional e soluções reais para problemas da população

No debate sobre desafios e oportunidades para os estados, em São Paulo, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek (JK), que comandou o país entre 1956 e 1961 em clima de coalizão. “Foi esse homem que deu conta de fazer todo o desenvolvimento, destacar o Centro-Oeste e o Norte do país”, disse Caiado. A fala foi durante a segunda edição do Seminário Brasil Hoje, realizado nesta segunda-feira (22/04).

O evento reuniu lideranças políticas e do setor privado para debater o cenário econômico atual. “Ninguém governa brigando, nesse clima de acirramento político. O presidente hoje tem que governar com o espírito que JK teve, de poder, se preocupar com matérias relevantes”, disse Caiado. Ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o goiano encerrou o evento, com a mediação do jornalista Willian Waack.

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Caiado relembrou que, à época de JK, o país também vivia grande clima de polarização política, com diversas forças tentando derrubar o presidente. Ao ser resolvida a crise, JK pediu calma e que o deixassem trabalhar pelo país, sem também promover clima de revanchismo contra adversários.

“Essa polarização é deletéria, todo mundo pode contribuir para seu fim”, disse Tarcísio ao concordar com Caiado. Para ele, o Judiciário, Legislativo, a mídia e mais setores da sociedade também devem atuar para descomprimir o debate. “Estamos cada dia mais próximos do limite, a população não aguenta”, alertou Tarcísio. O encontro foi promovido pela organização Esfera Brasil, que se intitula “apartidária e independente”, com transmissão ao vivo via internet.

Sobre desafios da segurança pública nos estados, Caiado ressaltou que “bandido tem que cumprir pena, e não ficar fazendo falsa política social”. Ele destacou ainda a necessidade do combate às facções criminosas que dominam diversos pontos, nas grandes metrópoles. “Ter territórios onde não se pode entrar significa que não temos um estado democrático de direito”, afirmou.

Como resultado das ações do Governo de Goiás, ele citou que o estado hoje não tem nenhum território dominado por facções e é exemplo nacional em segurança pública.

Seminário
Também integraram a programação do seminário o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, além de outras autoridades. Nos demais painéis, foram abordados temas como as perspectivas para as eleições municipais, comunicação, meio ambiente e integração e inovação de cadeias produtivas.

Fotos:_Julia Fagundes Esfera / Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

Comentários do Facebook
Continue lendo

MAIS LIDAS DA SEMANA