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Projetos do Poder Executivo recebem sinal verde das Comissões Mista e CCJ

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Sob o comando do deputado Talles Barreto (UB), as Comissões Mista e de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) do Parlamento goiano apreciaram, em reuniões realizadas na tarde desta quarta-feira, 7, três proposituras oriundas da Governadoria do Estado. Todas receberam aval do colegiado, após discussões.

Comissão Mista

Primeira matéria colocada em pauta na Comissão Mista, o projeto de lei nº 10883/22 tem como objetivo alterar a Lei n° 15.503, de 28 de dezembro de 2005, que dispõe sobre a qualificação de entidades como organizações sociais estaduais e disciplina o procedimento de chamamento e seleção públicos. A matéria, que recebeu parecer favorável do relator, deputado Francisco Oliveira (MDB), e pedidos de vista dos deputados Major Araújo (PL), Antônio Gomide (PT), Alysson Lima (PSB) e Humberto Teófilo (Patriota), levantou debates e foi aprovada pelo colegiado com votos contrários dos deputados Adriana Accorsi, Antônio Gomide e Paulo Cezar Martins.

De acordo com Gomide, a matéria beneficia, de forma excessiva, as organizações sociais que prestam serviços na área da Saúde. “Serão 24 anos de terceirização, em um momento em que estamos trabalhando para fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS), que é o outro lado da moeda da OS. Temos visto que o grande gargalo da corrupção na área da saúde é exatamente das organizações sociais”, enfatizou o parlamentar. “Nesse momento o que precisamos fazer é exatamente o contrário: manter a lei até 12 anos e termos a preocupação da fiscalização do dinheiro público junto às OSs”, acrescentou, ao justificar o seu voto contrário à propositura.

Também contrário à matéria, Paulo Cezar Martins reforçou a necessidade de fiscalização das OSs para garantir o atendimento ágil e eficiente da saúde pública. “Ao invés de retirar as OSs estamos dando mais condições e poder a empresas que ganham muito dinheiro e não aceitam a intervenção do Estado para sugerir um atendimento de saúde melhor”, ponderou. 

Talles Barreto, por sua vez, afirmou conhecer a realidade das unidades de saúde. Entretanto, reforçou a necessidade de fiscalização. “As OSs precisam ser fiscalizadas com afinco para garantir a prestação de serviço célere”, frisou o deputado.

Líder do governo no Parlamento goiano, Bruno Peixoto também alegou, em seguida, reconhecer o trabalho ágil e transparente das organizações sociais. “Estamos dizendo, com esse projeto, que nós confiamos nas OSs e sabemos que as empresas que não prestam serviço adequado e responsável não permanecerão em Goiás e àquelas que trabalham sério serão mantidas, sem necessidade de renovação de contrato. Estamos mostrando nos artigos critérios para autorização de chamamento sem novos chamamentos. Se for algo emergencial, o Governador poderá autorizar a renovação para empresas sérias, as que não são, não permanecerão”, justificou Peixoto.

O deputado Álvaro Guimarães (UB) lembrou, inclusive, do trabalho social promovido por ele e por Paulo Cezar Martins com casas de apoio a pacientes do interior. “Hoje, temos um atendimento diferente na área da Saúde. Por exemplo, o Hospital São Marcos de Itumbiara, que ficou sucateado por mais de dez anos e, após ser repassado a uma O.S, o atendimento se tornou diferenciado”, destacou. “Claro que há OSs que não atendem as necessidades como esperamos, mas há empresas que fazem um serviço sério. E isso depende também da fiscalização efetiva do Governo para garantir a qualidade dos serviços prestados”, salientou.

Com participação remota, a deputada Delegada Adriana Accorsi também entrou na discussão para ressaltar as reclamações e a quantidade de pedidos emergenciais que a população vivencia nas unidades de saúde em Goiás. “Acredito que 12 anos para uma OS é o tempo suficiente, não podemos dar uma carta em branco para os próximos governadores que não terão o olhar criterioso sobre as escolhas que devem ser feita por licitação como determina a lei. Precisamos ter critérios rigorosos sobre a escolha dos gestores dessas organizações”, frisou. “Como deputada federal vou trabalhar para fortalecer o SUS e valorizar a saúde pública”, acrescentou.

Com o aval do colegiado, a matéria segue, agora, para as duas fases de discussão e votação em plenário, assim como o projeto de lei nº 10884/22, do Poder Executivo, que visa instituir, na Delegacia Geral da Polícia Civil do Estado de Goiás (PC-GO), o cadastro estadual de pessoas investigadas pela prática de crimes contra a dignidade sexual. Relatada pelo deputado Francisco Oliveira com parecer favorável, a matéria foi aprovada por unanimidade pela Comissão Mista, após devolução de pedido de vista do deputado Delegado Humberto Teófilo, sem manifestações.

CCJ

Já na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), foi colocado em apreciação o projeto de lei nº 10882/22, também oriundo da Governadoria do Estado. O objetivo é alterar a Lei nº 13.909, de 25 de setembro de 2001, que dispõe sobre o Estatuto e o Plano de Cargos e Vencimentos do Pessoal do Magistério. Relatada pelo deputado Francisco Oliveira com parecer favorável, a matéria recebeu aval do colegiado, com votos contrários dos deputados Paulo Cezar Martins, Antônio Gomide e Adriana Accorsi. 

A manifestação da petista foi para que sua emenda com a retirada do aumento da carga horária dos profissionais da educação, sem a devida remuneração, considerando hora-aula como hora normal trabalhada, fosse acatada. “O STF garante diferencial de pagamento por hora-aula. É um item que precisa ser refletido e debatido sobre a necessidade de garantir de forma qualificada a inclusão das crianças com deficiência no sistema educacional público”, defendeu Accorsi.

Já o deputado Antônio Gomide, questionou o interesse público de retirar direitos do profissional da educação. “Mais de 1,2 mil alunos precisam de professor de apoio nas escolas públicas hoje. Retirar a qualificação de um profissional de qualquer área já é ruim. Agora, retirar a oportunidade de evoluir com o direito à licença para fazer uma especialização ou doutorado para construir carreira, é injusto. A oportunidade de avançar no conhecimento próprio para beneficiar o sistema e os alunos é um direito mínimo”, ponderou o parlamentar.

No comando da reunião, o deputado Talles Barreto defendeu a matéria, com a afirmativa de que as horas adicionais trabalhadas contarão com a remuneração de 25% sobre o salário básico. “Não consta no projeto, porém foi um compromisso da secretária da Educação, Fátima Gaviolli, comigo e com a Bia de Lima, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego). Ou seja, a partir do momento da aprovação da lei, será encaminhado projeto para que a remuneração de quatro horas a mais seja aplicada.  

De acordo com a propositura, a Seduc esclarece que na rede estadual de educação as aulas são de 50 minutos, conforme o parágrafo único do art. 92 da Lei Complementar Estadual n° 26, de 28 de dezembro de 1998. No entanto, o professor da referida rede poderá ministrar até 32 aulas de 50 minutos em classe, sem extrapolar o máximo de dois terços de sua carga horária.

A pasta explica, também, que a mudança proposta é necessária porque atualmente os professores que fazem a jornada de 40 horas semanais têm sua carga horária convertida em 28 aulas e 12 horas-atividade, ou seja, 30% da jornada de trabalho. Essa jornada é transformada em 210 horas mensais e não em 200 horas mensais, por simples questões matemáticas decorrentes da interpretação dessa lei ao longo dos anos.

A carga horária mensal dos professores é fixada pelo número de aulas semanais. Diante da divergência entre a jornada mensal de 210 horas mensais e 200 horas, muitas ações judiciais foram propostas para o pagamento de possíveis horas excedentes. Portanto, na visão da secretaria, a alteração legislativa se faz necessária para constar no Estatuto do Magistério que a jornada mensal do professor não ultrapassa 200 horas. A proposta contempla, ainda, argumentação de que a modificação não irá provocar prejuízos financeiros aos professores, apenas a regularização na forma de lançamento da rubrica da carga horária de quarenta horas semanais, equivalente a duzentas horas mensais.

Fonte: Assembleia Legislativa de GO

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“Temos que governar com o espírito de JK”, defende Caiado em encontro nacional de lideranças

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Na 2ª edição do Seminário Brasil Hoje, em São Paulo, o governador falou sobre clima de acirramento da política nacional e soluções reais para problemas da população

No debate sobre desafios e oportunidades para os estados, em São Paulo, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek (JK), que comandou o país entre 1956 e 1961 em clima de coalizão. “Foi esse homem que deu conta de fazer todo o desenvolvimento, destacar o Centro-Oeste e o Norte do país”, disse Caiado. A fala foi durante a segunda edição do Seminário Brasil Hoje, realizado nesta segunda-feira (22/04).

O evento reuniu lideranças políticas e do setor privado para debater o cenário econômico atual. “Ninguém governa brigando, nesse clima de acirramento político. O presidente hoje tem que governar com o espírito que JK teve, de poder, se preocupar com matérias relevantes”, disse Caiado. Ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o goiano encerrou o evento, com a mediação do jornalista Willian Waack.

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Caiado relembrou que, à época de JK, o país também vivia grande clima de polarização política, com diversas forças tentando derrubar o presidente. Ao ser resolvida a crise, JK pediu calma e que o deixassem trabalhar pelo país, sem também promover clima de revanchismo contra adversários.

“Essa polarização é deletéria, todo mundo pode contribuir para seu fim”, disse Tarcísio ao concordar com Caiado. Para ele, o Judiciário, Legislativo, a mídia e mais setores da sociedade também devem atuar para descomprimir o debate. “Estamos cada dia mais próximos do limite, a população não aguenta”, alertou Tarcísio. O encontro foi promovido pela organização Esfera Brasil, que se intitula “apartidária e independente”, com transmissão ao vivo via internet.

Sobre desafios da segurança pública nos estados, Caiado ressaltou que “bandido tem que cumprir pena, e não ficar fazendo falsa política social”. Ele destacou ainda a necessidade do combate às facções criminosas que dominam diversos pontos, nas grandes metrópoles. “Ter territórios onde não se pode entrar significa que não temos um estado democrático de direito”, afirmou.

Como resultado das ações do Governo de Goiás, ele citou que o estado hoje não tem nenhum território dominado por facções e é exemplo nacional em segurança pública.

Seminário
Também integraram a programação do seminário o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, além de outras autoridades. Nos demais painéis, foram abordados temas como as perspectivas para as eleições municipais, comunicação, meio ambiente e integração e inovação de cadeias produtivas.

Fotos:_Julia Fagundes Esfera / Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

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