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Prevenir é preciso

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O Dia Nacional de Prevenção da Obesidade foi comemorado na última segunda-feira, 11 de outubro. A data foi estabelecida pela Lei Federal  nº 11.721/2008. Desde 1999, o tema já era debatido em campanha da Federação Latinoamericana de Obesidade. Na época, porém, comemorava-se o Dia Nacional de Combate à Obesidade. A mudança no enfoque tem um significado importante: prevenir a obesidade, mas sem endossar a gordofobia, expressão que resume um conjunto de práticas discriminatórias contra pessoas gordas.

A chamada ditadura da magreza é um mal contemporâneo. Ela prejudica a percepção que os indivíduos possuem sobre seus corpos e gera muitos transtornos físicos, emocionais e sociais. Esse é um problema grave e que precisa receber bastante atenção de toda a sociedade. Por outro lado, também é preocupante o crescimento da obesidade no mundo, visto que os números dessa enfermidade estão em constante expansão.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 604 milhões de adultos e 108 milhões de crianças apresentam diagnóstico de obesidade em todo o mundo. Já a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estimou que a obesidade atinge cerca de 26,8% dos adultos brasileiros e 6,7% dos adolescentes no país.

 A análise da série histórica demonstra que, nos últimos 17 anos, a obesidade na população adulta brasileira passou de 9,6% para 22,8% entre os homens; e de 14,5% para 30,2% entre as mulheres. Os dados reforçam a necessidade de políticas públicas e de um profundo debate social sobre o tema, a fim de estimular a prevenção e o tratamento da obesidade. 

Doença e tratamento

Embora o excesso de peso resulte de aspectos culturais como maus hábitos alimentares e sedentarismo, a obesidade vai muito além do simples sobrepeso. A OMS define que obesidade é o excesso de gordura corporal em quantidade que determine prejuízos à saúde. Esse quadro ocorre quando o Índice de Massa Corporal (IMC) é maior ou igual a 30 kg/m2, sendo que a faixa de peso considerada normal varia entre 18,5 e 24,9 kg/m2. 

Médico e professor, Cássio Oliveira é cirurgião do aparelho digestivo e doutor em Ciência e Gastroenterologia pela Universidade de São Paulo (USP). Ele relata que a cirurgia bariátrica é o principal procedimento para o tratamento da obesidade e dos problemas que ela causa, mas que há especificidades a serem observadas. “Existem tipos diferentes de cirurgia bariátrica, que variam de acordo com a necessidade de cada paciente. O profissional precisa ter cuidado e sensibilidade para tratar as situações de maneira individualizada e consciente das necessidades e dificuldades de cada contexto”, detalha Cássio.

A gastrectomia vertical, ou Sleeve, é um procedimento irreversível no qual é retirada uma parte do lado esquerdo do estômago do paciente. Já o Bypass Gástrico, ou derivação gástrica em Y de Roux, é uma cirurgia que remodela o estômago, diminuindo seu volume por meio de um desvio. Também existe o Duodenal Switch, que é recomendado para casos muito graves de obesidade associada a diabetes. “Esse modelo é restrito para casos graves porque é uma cirurgia com alta complexidade. Em casos mais leves de obesidade, a colocação de uma banda gástrica ajustável pode ser o mais recomendável”, opina o cirurgião.

O nutrólogo Arthur Rocha explica que a obesidade é uma doença multifatorial, ou seja, envolve questões nutricionais, fisiológicas, genéticas, psicológicas e ambientais. “A obesidade é uma doença crônica. Não tem cura, só tem controle. A pessoa tem que tratar pelo resto da vida. O tratamento exige que você conheça o funcionamento do seu organismo”, alerta o especialista.

Arthur também especifica os tipos de informações mais relevantes para o tratamento, que ele chama de emagrecimento inteligente: características do metabolismo, produção hormonal, funcionamento do intestino, níveis de ansiedade e estresse, qualidade do sono e existência ou não de compulsão por doces. “São diversos fatores que, se não forem bem avaliados, vão fazer com que o obeso volte ao peso inicial muito rapidamente”, esclarece o médico.

Atividade parlamentar

Na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), está em tramitação o projeto nº 6975/21, que institui a obesidade mórbida como doença crônica, para garantir acessibilidade e atendimento prioritário em Goiás. Proposta pelo deputado Iso Moreira (DEM), a matéria encontra-se na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ). 

Já na propositura nº 4666/21, o deputado Lucas Calil (PSD) busca regulamentar a veiculação de propaganda de produtos danosos à saúde infantil. O texto argumenta que a principal origem da obesidade infantil é “a má alimentação ocasionada pela ingestão de alimentos pobres em nutrientes, mas ricos em açúcares e gorduras”. 

O projeto nº 2149/19 também se preocupa com a obesidade entre crianças e jovens. A matéria, que encontra-se na Comissão de Educação, Cultura e Esporte, foi proposta pelo deputado Karlos Cabral (PDT). O texto sugere um monitoramento das medidas corporais dos alunos dos ensinos Fundamental e Médio. Conforme a proposta, o cadastro seria útil para triagem dos estudantes com desvios nutricionais ou risco de doenças crônicas. “A realização periódica destas medidas antropométricas também permitirá a verificação da eficiência de programas de prevenção e tratamento da obesidade que venham a ser implantados em nosso estado”, complementa o parlamentar na justificativa do projeto. 

Em 2018, por iniciativa do então deputado Simeyzon Silveira, tramitou na Alego o projeto nº 2263/18. A proposta foi aprovada e resultou na Lei Ordinária nº 20.456/19, que instituiu a Semana de Combate e Prevenção à Obesidade Infantil. Esse dispositivo legal estabelece uma campanha para sensibilizar sobre os riscos da obesidade na infância. 

Em todas as faixas etárias, essa é uma questão de saúde pública. Conforme a Organização das Nações Unidas (ONU), anualmente, cerca de quatro milhões de mortes estão vinculadas, em maior ou menor grau, à obesidade. Enfrentar esse problema demanda também uma mudança cultural. Cultivar hábitos saudáveis — como uma alimentação balanceada e a prática de atividade física — é um passo muito importante na prevenção da obesidade. 

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“Temos que governar com o espírito de JK”, defende Caiado em encontro nacional de lideranças

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Na 2ª edição do Seminário Brasil Hoje, em São Paulo, o governador falou sobre clima de acirramento da política nacional e soluções reais para problemas da população

No debate sobre desafios e oportunidades para os estados, em São Paulo, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek (JK), que comandou o país entre 1956 e 1961 em clima de coalizão. “Foi esse homem que deu conta de fazer todo o desenvolvimento, destacar o Centro-Oeste e o Norte do país”, disse Caiado. A fala foi durante a segunda edição do Seminário Brasil Hoje, realizado nesta segunda-feira (22/04).

O evento reuniu lideranças políticas e do setor privado para debater o cenário econômico atual. “Ninguém governa brigando, nesse clima de acirramento político. O presidente hoje tem que governar com o espírito que JK teve, de poder, se preocupar com matérias relevantes”, disse Caiado. Ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o goiano encerrou o evento, com a mediação do jornalista Willian Waack.

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Caiado relembrou que, à época de JK, o país também vivia grande clima de polarização política, com diversas forças tentando derrubar o presidente. Ao ser resolvida a crise, JK pediu calma e que o deixassem trabalhar pelo país, sem também promover clima de revanchismo contra adversários.

“Essa polarização é deletéria, todo mundo pode contribuir para seu fim”, disse Tarcísio ao concordar com Caiado. Para ele, o Judiciário, Legislativo, a mídia e mais setores da sociedade também devem atuar para descomprimir o debate. “Estamos cada dia mais próximos do limite, a população não aguenta”, alertou Tarcísio. O encontro foi promovido pela organização Esfera Brasil, que se intitula “apartidária e independente”, com transmissão ao vivo via internet.

Sobre desafios da segurança pública nos estados, Caiado ressaltou que “bandido tem que cumprir pena, e não ficar fazendo falsa política social”. Ele destacou ainda a necessidade do combate às facções criminosas que dominam diversos pontos, nas grandes metrópoles. “Ter territórios onde não se pode entrar significa que não temos um estado democrático de direito”, afirmou.

Como resultado das ações do Governo de Goiás, ele citou que o estado hoje não tem nenhum território dominado por facções e é exemplo nacional em segurança pública.

Seminário
Também integraram a programação do seminário o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, além de outras autoridades. Nos demais painéis, foram abordados temas como as perspectivas para as eleições municipais, comunicação, meio ambiente e integração e inovação de cadeias produtivas.

Fotos:_Julia Fagundes Esfera / Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

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