Economia

Presidente da Petrobras diz que sofre para informar alta de preços

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O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, disse hoje (29) que ele e sua equipe sofrem quando precisam informar alta de preços de derivados do petróleo. Segundo ele, a estatal busca atuar dentro das leis que a orientam e os ajustes são impactados pela pandemia de covid-19 em todo o mundo e, no Brasil, há também influência da crise hídrica. 

“Sofremos quando temos que informar a situação de ter que aumentar o preço de um combustível ou outro. E só fazemos isso no limite da necessidade para evitar desabastecimentos”, afirmou. De janeiro a setembro deste ano, os preços de revenda dos combustíveis no país registraram aumentos de 28% no diesel, 32% na gasolina e 27% no GLP (gás de cozinha), segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep).

“O petróleo tem seu preço determinado pelo mercado global. A Petrobras não controla esse preço”, disse Luna. Segundo o presidente da estatal, existe grande desconhecimento da sociedade sobre o que a Petrobras pode e não pode fazer. “Lógico que somos sensíveis a tudo, particularmente com relação às famílias mais carentes. Recentemente, como exemplo, criamos um programa no valor de R$300 milhões para doação de botijão de gás para atender famílias em condição de vulnerabilidade social, o que demonstra que não estamos insensíveis”.

As variações nos preços dos combustíveis afetam valores de produtos e serviços em geral. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) fechou o mês de outubro com alta de 1,2%, puxado principalmente pelo custo da energia elétrica e dos combustíveis. No acumulado do ano, a inflação registra alta 8,30% e deve chegar a dois dígitos até dezembro.

As declarações de Luna ocorrem um dia após o presidente da República, Jair Bolsonaro, criticar a política de preços adotada. “Eu não aumento. A Petrobras é obrigada a aumentar o preço, porque ela tem que seguir a legislação. E nós estamos tentando aqui buscar maneiras de mudar a lei nesse sentido. Porque não é justo você viver num país que paga tudo em real, é um país praticamente autossuficiente em petróleo e tem o preço do seu combustível aqui atrelado ao dólar”, afirmou Bolsonaro durante sua live semanal realizada ontem (28).

Desde 2016, a Petrobras adota a chamada Política de Preços de Paridade de Importação (PPI), que vincula o preço do petróleo ao mercado internacional tendo como referência o preço do barril tipo brent, que é calculado em dólar. O diretor de comercialização e logística da estatal, Cláudio Mastella, afirma ser preciso acompanhar o patamar dos preços internacionais para não gerar risco de afetar o fornecimento de produtos no mercado. Ainda assim, ele revelou que o ritmo dos ajustes é modulado pela estatal.

“Nós escolhemos diminuir a passagem dessa volatilidade de preços para o mercado interno, tentando passar o mínimo possível de flutuações que entendemos serem devidas a fatores conjunturais e não estruturais. Chegamos a ficar 56 dias sem ajustar gasolina, 85 dias em ajustar diesel e 93 dias sem ajustar o GLP. Não repassamos flutuações que estavam acontecendo e que acontecem minuto a minuto no mercado internacional”.

Lucro

As declarações de Luna e Mastella se deram durante coletiva de imprensa sobre os resultados financeiros da estatal referente ao terceiro trimestre de 2021.O balanço apontou lucro líquido de R$ 31,1 bilhões O patamar das cifras também gerou críticas de Bolsonaro. “Tem que ser uma empresa que não dê um lucro muito alto, como tem dado. Porque, além de lucro alto para acionistas, a Petrobras está pagando dívidas bilionárias de assaltos que aconteceram há pouco tempo”.

O diretor financeiro e de relacionamento com investidores, Rodrigo Araújo Alves, também participou da coletiva e justificou o lucro da empresa. “Em um cenário de preços mais altos, nossos ativos tem gerado um resultado financeiro e operacional bastante importante. Mas a Petrobras não gera resultado para fazer retenção desses resultados. Pelo contrário. Estamos distribuindo e distribuiremos cada vez os nossos resultados na forma de dividendos. Temos uma política de dividendos que prevê o pagamento de 60% do fluxo de caixa livre”, disse. Ele afirmou ainda que a estatal é uma das uma das maiores contribuintes em tributos do país.

Para o presidente da Petrobras, as maiores contribuições que a estatal pode dar à sociedade são por meio de pagamento de tributos e de dividendos. “Isso tem sido feito. Devolvemos o lucro da empresa à sociedade por meio de dividendos. O acionista majoritário [a União] recebe a sua parte e decide como bem empregar esse recurso em proveito de políticas públicas”, disse Luna.

Edição: Claudia Felczak

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Economia

Dia das Mães: pesquisa do Procon Goiás aponta variação superior a 220% nos preços dos presentes

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Oscilação foi encontrada no vaso da flor azaléia, vendido de R$ 24,90 a R$ 80. Levantamento foi feito com 156 itens em 54 estabelecimentos da capital

O Dia das Mães é comemorado no próximo domingo (12/05) e para ajudar o consumidor a fazer a melhor escolha do presente, o Procon Goiás realizou pesquisa de preços em 54 estabelecimentos de Goiânia entre os dias 25 de abril e 2 de maio. Foram levantados preços de 156 produtos, como cestas de café da manhã, flores, maquiagens, perfumes e eletrônicos. A pesquisa completa feita pelo Procon Goiás, com relatório e planilhas, está disponível no site goias.gov.br/procon.

A principal variação apontada pela pesquisa foi de 221,28% no vaso da flor azaléia, vendido de R$ 24,90 a R$ 80. Outro produto com variação considerável (206,90%) é o pó compacto da marca Bruna Tavares, vendido de R$ 27,99 a R$ 85,90.

Os pesquisadores do Procon Goiás encontraram ainda uma sessão de massagem relaxante de 50 minutos entre R$ 80 e R$ 184, variação de cerca de 130%. O levantamento também levou em conta produtos eletrônicos, sendo que a maior diferença nesses itens foi superior a 135% e ocorreu no depilador Philips 2 velocidades, comercializado de R$ 199 a R$ 469.

A pesquisa também levou em conta variações dos produtos em relação ao ano passado. Teve produto com aumento superior a 95%. É o exemplo da paleta de sombras da marca Mariana Saad, vendida ano passado por R$ 80,97 e esse ano por R$ 157,95. Em relação a 2023, a cesta de café da manhã com 50 itens teve aumento de 52,80%. O produto era vendido ano passado a R$ 219,90 e esse ano a R$ 336.

Essa data é considerada a principal no calendário do comércio no primeiro semestre. Segundo pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia (CDL Goiânia), o Dia das Mães deve levar 94% dos consumidores às compras na capital. Dados da entidade apontam que, este ano, o ticket médio para compra do presente será de R$ 155, com cerca de dois produtos por cada consumidor.

Procon Goiás divulga pesquisa de preços de produtos para presentes do Dia das Mães

Procon Goiás divulga pesquisa de preços de produtos para presentes do Dia das Mães

Orientações
Antes de ir às compras, pesquise os preços, para que não pese no orçamento familiar. O consumidor precisa se atentar ao fato de que os produtos têm de estar expostos com os preços de maneira clara e visível. O produto deve mostrar 2 preços: o total à vista e o valor das parcelas (no caso de parcelamento do pagamento).

Toda loja tem sua política de troca e o estabelecimento só é obrigado a efetuar a troca do produto se ele apresentar algum defeito. O Código de Defesa do Consumidor prevê dois prazos para reclamação: 30 dias para os produtos e serviços não duráveis e 90 dias para produtos e serviços duráveis.

Quanto às compras de aparelhos eletrônicos, o consumidor deve testar o funcionamento do aparelho ainda dentro do estabelecimento, verificar da existência de manual de instruções em nosso idioma e a relação da rede autorizada de assistência técnica do produto.

No caso de compras realizadas fora da loja física, o consumidor deve exigir o comprovante da data de entrega. Nesse caso, o prazo de desistência da compra é de 7 dias a partir do recebimento do produto. Exija sempre a nota fiscal na aquisição de qualquer produto, pois ela é importante caso o consumidor precise fazer valer os seus direitos e formalizar uma reclamação.

Fotos: Procon Goiás / Superintendência de Proteção aos Direitos do Consumidor – Governo de Goiás

 

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