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População prova e aprova desjejum de R$ 0,50 oferecido pelo GDF

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O café matinal do Restaurante Comunitário do Sol Nascente voltou a ser servido nesta quinta (9) | Foto: Paulo H Carvalho / Agência Brasília

Passava das 7h30 quando o morador do Sol Nascente, Dival Barros, 67 anos, foi caminhando de casa até o Restaurante Comunitário, localizado na QNR 1, Área Especial nº2, em Ceilândia Norte. Gastou dez minutinhos até o local, pegou seu café da manhã, sentou e degustou no refeitório. Pagou R$ 0,50 na refeição e saiu bem satisfeito

“Está ótimo o pão de queijo e ainda tem a laranja. O cara que reclama de um café a um preço desses está doido”, brinca. Frequentador do restaurante, ele soube no ônibus que o local reabriria nesta quinta-feira (9). “Se o dinheiro der, vou vir todo dia aqui”, revela.

Já a dona de casa Maria Alice Conceição, 45, levou o filho e dois sobrinhos. Moradora da QNR 2, ela comprou cinco refeições matinais e levou para comer em casa. Pães de queijo, frutas e os achocolatados estão garantidos a todos.

“É muito importante a ajuda do governo, pois muitos não têm condição de fazer um café da manhã em casa. Ainda mais nessa pandemia, em que ficou tudo tão difícil. A gente só tem a agradecer ”, pontua. “Amanhã, volto para o almoço”, garante. O sobrinho Cauã Sousa, 12 anos, estava animado. “Adoro achocolatado. E é bom que todos podem saborear”, conta o garoto.

Quarto restaurante a servir o café da manhã

O café matinal foi a novidade do dia no restaurante, que voltou a abrir as portas nesta quinta-feira (9), após troca da empresa responsável pelo preparo e fornecimento das refeições. Construído em 2016, o local passou a oferecer o ‘café’ de segunda a sábado, além do tradicional almoço a R$ 1.  

Esta é a quarta unidade a adotar o desjejum em seu cardápio – as outras são as do Paranoá, Brazlândia e Samambaia. “Com essa oferta do café da manhã, damos mais um passo na garantia da segurança alimentar dos moradores da região”, destaca a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha. “Nosso compromisso é oferecer uma refeição saudável, barata e, principalmente, nutritiva e saborosa.”

Bolo e café com leite também entram na dieta

Responsável pelo cardápio, a nutricionista Patrícia Teixeira revela que os ingredientes são definidos pela empresa contratada em conjunto com os servidores da secretaria, que monitora o serviço. Até sábado, outros itens, como o ‘pingado [café com leite]’ e bolo, vão reforçar a primeira refeição do dia. O trio de hoje (pão de queijo, achocolatado e fruta) tem aproximadamente 250 kcal.

Uma refeição vendida pelos restaurantes comunitários custa, em média, R$ 6,17. O usuário tira do bolso apenas R$ 1 pela alimentação e o Governo do Distrito Federal complementa o valor.  São 14 restaurantes espalhados por todo o DF e, o do Sol Nascente, por exemplo, serve em média 1.500 pratos/dia.

Serviço (Restaurantes Comunitários do DF):

– Café da manhã
Sol Nascente, Paranoá e Samambaia: 7h às 8h30; Brazlândia: 6h30 às 8h30. Valor: R$ 0,50.

– Almoço
Nas 14 unidades: das 11h às 14h . Valor: R$ 1

Confira o endereços dos restaurantes:

Brazlândia: Quadra 36 – Área Especial nº 1 – Vila São José
Ceilândia: QNM 1 – Bloco 01 – Lote 01 – Ceilândia Centro
Estrutural: Quadra 14 – Área Especial – Vila Estrutural
Gama: Setor Central – Área Especial – Complexo Esportivo do Gama – Estádio Bezerrão
Itapoã: Quadra 61 – Área Especial – Entre conjuntos D/E – Condomínio Del Lago
Paranoá: Quadra 2 – Lote A – Feira Livre – Área Especial
Planaltina: Setor Recreativo e Cultural – Módulo Esportivo – Via WL 1
Recando das Emas Quadra 1 – Lote 1 – Centro Urbano
Riacho Fundo II Quadra 10 – Conjunto 1 – Lote 1
Samambaia ADE/S – Conjunto 15 – Lotes 1/2 – Às margens da BR-060
Santa Maria: Av. Alagados, Área Central – Junto ao prédio da administração regional
São Sebastião: Centro de Múltiplas Atividades – Lote 2 – Próximo à administração regional
Sobradinho: AR 13 – Área Especial 8 – Quadra 3 – Setor Administrativo

Fonte: Governo DF

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Programa Cisternas avança e promove cidadania às famílias do Semiárido nordestino

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Nova etapa de execução é concretizada via convênio entre MDS e Consórcio Nordeste, no valor de R$ 311 milhões. Na área rural de Juazeiro (BA), os moradores estão otimistas com as novas possibilidades trazidas pelo acesso à água

No Semiárido nordestino, um sonho começa a ganhar forma. A retomada do Programa Cisternas vem enchendo a casa das famílias de esperança. Em meio às obras de uma cisterna para a produção de alimentos em sua propriedade, Jamile da Silva, 26 anos, faz planos para o futuro. A tecnologia de acesso à água, combinada com o recurso do Programa Fomento Rural, vai proporcionar a ela uma renda extra.

Essa cisterna vai me ajudar na atividade produtiva, vou saber que estou consumindo alimento saudável. E o Fomento vai me dar uma garantia de ter uma criação melhor, que eu preciso também, de caprinos e ovinos” Jamile da Silva, produtora rural

A produtora mora na comunidade Pau Preto, zona rural de Juazeiro, ao norte da Bahia. “O Programa Cisternas é perfeito”, definiu Jamile, sorridente. São mais de 42 mil cisternas contratadas, a partir de convênio entre o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e o Consórcio Nordeste. A parceria, formalizada em maio deste ano, contempla os nove estados nordestinos.

O investimento é de quase R$ 300 milhões do Governo Federal, por meio do MDS, e de outros R$ 12 milhões de contrapartida dos estados. O convênio prevê a instalação de 39 mil tecnologias de acesso à água para consumo humano e 2,89 mil sistemas para consumo animal e produção de alimentos. As famílias que recebem as cisternas para a produção de alimentos também são inseridas no Programa Fomento Rural, em um repasse de R$ 13,3 milhões pelo acordo.

Além de oferecer assistência técnica, o Fomento Rural transfere o valor de R$ 4,6 mil diretamente para os beneficiados. São grandes conquistas para Jamile da Silva, que pensa em alternativas de expansão produtiva, a partir do recurso, da cisterna concluída e da capacitação para trabalhar em novas culturas. Ela também quer melhorar as condições do local onde cria caprinos e ovinos, a começar pela construção de um teto para os animais.

“Essa cisterna vai me ajudar na atividade produtiva, vou saber que estou consumindo alimento saudável. E o Fomento vai me dar uma garantia de ter uma criação melhor, que eu preciso também, de caprinos e ovinos”, projetou Jamile, enquanto acompanha em detalhes o processo de construção da estrutura. Nascida e criada na zona rural, é nessa mesma terra em Juazeiro que ela quer continuar a escrever sua história.

A realidade que o Programa Cisternas desenha para as famílias é possível graças à retomada, em 2023, dos investimentos na ação. Trata-se de uma política pública que assegura o direito de acesso a água.

PERSPECTIVA — À sombra de uma árvore no quintal de casa, na comunidade Arapuá Novo, a produtora rural Maria Sonia Oliveira espera com tranquilidade o período de chuvas na região, quando será possível captar a água, armazenar e, finalmente, utilizá-la. Os 60 anos de vida, completados no último mês, são morando sobre o mesmo chão de terra em Juazeiro. Maria Sonia recorda da época em que a família não tinha cisterna em casa.

“A primeira cisterna foi um sonho, quando a gente conseguiu, há quase 20 anos. Porque a gente tinha uma dificuldade enorme de carregar a água. Tinha que buscar água longe, colocar na cabeça, era um peso”, lembrou aliviada. “Agora, com essa outra, vai ser ainda melhor, porque é para produção”, disse, mirando o futuro.

A poucos quilômetros da propriedade em que Maria Sonia cria caprinos, a família de André Nascimento também tem na pequena agricultura o meio de subsistência. É da atividade no campo que o produtor colhe qualidade de vida para os três filhos. Ao lado da esposa, Márcia Cristina, ele enxerga no Programa Cisternas a chance de ampliar e otimizar a produção na área em que vivem.

Aos 43 anos, essa será a primeira vez que o agricultor vai manejar uma horta. “Vou plantar coentro, alface, tomatinho… Vai ser pra gente comer em casa, um alimento saudável, e se for possível, até ter uma rendinha extra pra família”, planeja André, com entusiasmo.

CAPACITAÇÃO — O assessoramento técnico para as famílias que atuarão com as cisternas de produção de alimentos, tem o papel de educar e dar suporte, para que a atividade seja executada com segurança. Dessa forma, Jamile, Maria e André são acompanhados por profissionais com experiência e que conhecem o potencial produtivo da região.

Nas comunidades rurais de Juazeiro, a assistência é feita pelo Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA). “É um trabalho que fortalece a função da assessoria técnica, porque a gente conversa com eles, tira dúvidas e até ajuda a escolher qual atividade produtiva eles querem desenvolver”, explicou Andressa Menezes, técnica do IRPAA.

“A retomada do Programa Cisternas consolida o que nós defendemos, que é a convivência com o Semiárido. É um processo que integra a família, porque todos participam”, completou.

O desenho do programa beneficia todos os envolvidos, de uma ponta a outra, como é o caso do pedreiro Flávio Rodrigues, que nunca havia trabalhado na construção civil. Ele passou por uma capacitação, esse ano, e agarrou a oportunidade. Desde que assumiu a função, perdeu as contas de quantas cisternas já ajudou a construir.

“Quero aprender mais ainda, desde moleque tinha vontade de ser pedreiro, e quero aproveitar a oportunidade de trabalhar na área. A cisterna é um presente, eu só tenho a agradecer ao programa, à ASA, a todos”, declarou Flávio. Entre o início e a entrega, a construção de cada cisterna pode variar entre sete e 15 dias, em média.

A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) é uma rede que defende, propaga e desenvolve o projeto de convivência com o bioma. A entidade é composta por mais de três mil organizações da sociedade civil, como sindicatos rurais, associações de agricultores e agricultoras, cooperativas, organizações não governamentais e institutos, como o IRPAA.

AVANÇO — Ao resgatar o Programa Cisternas, em 2023, após longo período sem incentivos, o Governo Federal investiu R$ 600 milhões e contratou 62,7 mil unidades, sendo 58,2 mil para o Semiárido e as demais para a região Amazônica.

As tecnologias sociais de acesso à água são um importante equipamento para a convivência com as regiões, promovendo dignidade, saúde, segurança alimentar e melhores condições de vida. Além disso, pesquisas científicas mostram a importância desses sistemas na saúde de gestantes e recém-nascidos.

 

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