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Pinacoteca abre exposição sobre a modernidade na arte norte-americana

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No ano em que o Brasil celebra o centenário da Semana de Arte Moderna e o bicentenário de sua Independência, a Pinacoteca de São Paulo inaugura hoje (27) uma exposição para dialogar com esses dois eventos e examinar como a ideia de modernidade foi elaborada, apresentada e discutida fora do país, especificamente nos Estados Unidos.

A exposição Pelas Ruas: vida moderna e experiências urbanas na arte dos Estados Unidos 1893-1976 é em colaboração com a organização Terra Foundation for American Art e reúne 150 obras, de 78 artistas, entre eles, nomes muito reconhecidos da arte mundial como Andy Warhol e Edward Hopper e o fotógrafo Robert Frank. Há também a obra Wanted Poster Series #14, de Charles White (1918-1979), que pela primeira vez tem um trabalho seu exposto no país. A obra questiona os resquícios de uma mentalidade escravista a partir de um pôster do século 19, onde se ofereciam recompensas por escravizados fugidos.

Exposição Pelas ruas: vida moderna e experiências urbanas na arte dos Estados Unidos, com curadoria de Valéria Piccoli, Taylor L. Poulin e Fernanda Pitta, na Pinacoteca. Exposição Pelas ruas: vida moderna e experiências urbanas na arte dos Estados Unidos, com curadoria de Valéria Piccoli, Taylor L. Poulin e Fernanda Pitta, na Pinacoteca.

Exposição Pelas ruas: vida moderna e experiências urbanas na arte dos Estados Unidos – Rovena Rosa/Agência Brasil

“É uma exposição que a gente pensou especificamente para 2022, ano em que a gente comemora os 100 anos da Semana de Arte Moderna, que é um marco na história da arte brasileira, e também o Bicentenário da Independência do Brasil. Para nós é um momento em que devemos pensar que história da arte brasileira nós desejamos contar com nossa coleção e que arte e que história desejamos para o nosso país?”, disse Jochen Volz, diretor geral da Pinacoteca.

Pelas Ruas é um passeio pelas cidades norte-americanas, mostrando como essa nova concepção artística vai dialogando com a transformação dessas cidades em grandes centros urbanos e com os prédios que se erguiam cada vez mais em direção ao céu. A arte que se apresenta nessa exposição mostra as cidades cada vez mais modernas e os conflitos que vão decorrendo desse crescimento: as multidões, as migrações, as reivindicações sociais, a segregação, os olhares melancólicos de passageiros no transporte público, o entretenimento, a solidão e até mesmo os encontros.

“Há esse momento da migração e da urbanização que, se por um lado, traz muitos problemas sociais e ambientais, também traz uma cultura muito rica, tais como a criação do jazz nos Estados Unidos, da cultura rock pop, dos teatros. E tudo isso está muito presente nessa exposição”, explicou o diretor da Pinacoteca.

A curadoria é de Valéria Piccoli, curadora-chefe da Pinacoteca; Fernanda Pitta, professora assistente do MAC-USP, e Taylor L. Poulin, curadora-assistente da Terra Foundation.

“Essa exposição é uma reflexão sobre a modernidade nos Estados Unidos, sobre a arte no século 20 nos Estados Unidos. E ela busca paralelos entre a produção brasileira e a produção norte-americana”, disse Valéria Piccoli, em entrevista à Agência Brasil.

A curadora da Pinacoteca, Valéria Piccoli, e a curadora-assistente da Terra Foundation, Taylor L. Poulin, na exposição Pelas ruas: vida moderna e experiências urbanas na arte dos Estados Unidos, no edifício Pina Luz. A curadora da Pinacoteca, Valéria Piccoli, e a curadora-assistente da Terra Foundation, Taylor L. Poulin, na exposição Pelas ruas: vida moderna e experiências urbanas na arte dos Estados Unidos, no edifício Pina Luz.

A curadora da Pinacoteca, Valéria Piccoli, e a curadora-assistente da Terra Foundation, Taylor L. Poulin – Rovena Rosa/Agência Brasil

Na Pinacoteca, o percurso para ver essas obras é iniciado com uma sala dedicada à Exposição Universal de Chicago, um grande evento que foi realizado em 1893 para comemorar os 400 anos da chegada de Cristóvão Colombo à América. E o Brasil esteve presente nessa ocasião, se apresentando internacionalmente como um país republicano pela primeira vez. Um dos trabalhos que foi apresentado nessa exposição de 1893 é Leitura, de José Ferraz de Almeida Júnior, que faz parte do acervo do museu e estará em exibição nessa mostra.

A visita pelas setes salas dedicadas à exposição Pelas Ruas é encerrada em dois núcleos: Cidades reimaginadas, que trata sobre a contracultura; e Engajamento e separação, que explora o espaço urbano como palco para manifestações e reivindicações. É aqui que se encontra uma gravura feita por Andy Warhol, em 1965, de cunho político, que aborda um episódio de violência policial ocorrido no estado do Alabama.

“O bicentenário da independência americana está evocado ao final da exposição nesse momento em que as ruas dos Estados Unidos são tomadas por vários movimentos que reivindicam direitos civis. E acho que esse momento de luta e de efervescência é uma reflexão importante para a gente agora, nesse momento em que comemoramos nosso bicentenário. Momento de pensar, enfim, por que tipo de sociedade a gente quer lutar”, disse a curadora da mostra. “O final da exposição também apresenta a possibilidade de sonhar outros jeitos de se viver em comunidade. Acho que também é importante a gente pensar sobre isso”, ressaltou Valéria.

Por meio dessa mostra, as curadoras ainda destacam a arte norte-americana produzida por mulheres, tais como as fotografias de arquitetura feitas por Berenice Abbott, em Nova York. Outras imagens de cunho social, que abordam situação dos desempregados e imigrantes em São Francisco, feitas por Dorothea Lange, e os retratos de Gordon Parks sobre a cena musical do Harlem, um bairro periférico e predominantemente negro de Nova York, também estarão expostas.

Exposição Pelas ruas: vida moderna e experiências urbanas na arte dos Estados Unidos, com curadoria de Valéria Piccoli, Taylor L. Poulin e Fernanda Pitta, na Pinacoteca. Exposição Pelas ruas: vida moderna e experiências urbanas na arte dos Estados Unidos, com curadoria de Valéria Piccoli, Taylor L. Poulin e Fernanda Pitta, na Pinacoteca.

Exposição Pelas ruas: vida moderna e experiências urbanas na arte dos Estados Unidos – Rovena Rosa/Agência Brasil

No âmbito da exposição será organizado ainda um workshop entre pesquisadores brasileiros e norte-americanos para discutir e debater o movimento modernista americano e as intersecções com a arte brasileira.

Aos sábados, a entrada na Pinacoteca é gratuita para todas as pessoas. Às quintas-feiras também há visitação gratuita, de 18h às 20h, por cortesia da B3 Oficial, patrocinadora do museu.

A exposição fica em cartaz até 30 de janeiro de 2023. Outras informações sobre a mostra podem ser obtidas no site da Pinacoteca.

Edição: Fernando Fraga

Fonte: EBC Geral

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Governo lança campanha “Fé no Brasil” e destaca avanços na economia

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Iniciativa ressalta resultados alcançados em pouco mais de um ano da atual gestão federal, a partir de políticas que fomentam a geração de empregos e combatem as desigualdades

Menor taxa de desemprego em nove anos. Crescimento do salário mínimo acima da inflação. Isenção de imposto de renda para mais de 15 milhões de pessoas. Retorno do Brasil à lista das dez maiores economias do mundo. Dívidas de mais de 14 milhões de brasileiros negociadas pelo Desenrola. Esses e outros avanços atingidos a partir de políticas públicas do Governo Federal estão destacados na campanha publicitária batizada de “Fé no Brasil“, lançada nesta quarta-feira, 1º de maio, Dia do Trabalhador.

As peças partem do conceito de que, mesmo que as pessoas tenham pensamentos diferentes, existem realizações e conquistas que são positivas para todos. O primeiro vídeo retrata um almoço de domingo de uma família brasileira, em que a preferência de alguns é por carne, enquanto a de outros é por legumes. Contudo, o principal é que todos tenham acesso à alimentação.

Por isso, o Governo investe em políticas de redução da fome e da pobreza, além de impulsionar a economia e a geração de empregos. Ações que já geraram resultados positivos. Em 2023, primeiro ano da atual gestão, 24,4 milhões de pessoas deixaram de passar fome no Brasil. O número de pessoas que enfrentam a insegurança alimentar e nutricional grave caiu 11,4 pontos percentuais entre 2022 e 2023, segundo projeção feita a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

SÓ O COMEÇO — Além de ressaltar avanços já alcançados, a campanha indica que o país trilha um caminho de progresso e convida a população a ter esperança e fé em tempos melhores. “A gente pode até pensar diferente, mas nisso o brasileiro concorda: quando a economia melhora, é bom para você, para a sua família, é bom para todo mundo. Isso é só o começo, tem muito trabalho pela frente. Fé no Brasil. A gente está no rumo certo”.

Dividida em quatro temáticas de interesse da sociedade (economia, educação, saúde e agro), a campanha conta com um filme base para cada eixo. Com 60 segundos de duração, cada um deles apresenta nuances de discurso para conversar com diferentes faixas da população, tanto na mídia tradicional quanto no ambiente digital. A campanha terá duração de seis semanas.

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