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Petrópolis registra 195 mortos uma semana após temporal

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Uma semana após o temporal que atingiu Petrópolis na última terça-feira (15), 195 mortes já foram confirmadas. As buscas continuam e mobilizam mais de 600 militares, sendo aproximadamente 500 do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro e o restante enviados de outros estados em solidariedade. Segundo a corporação fluminense, 24 pessoas foram resgatadas com vida.

Os trabalhos não ocorrem apenas nas áreas que foram afetadas por deslizamentos. Levando em conta relatos de testemunhas e familiares, vítimas também estão sendo buscadas nos rios que atravessam a cidade. “São usados drones e equipes terrestres para fazer uma varredura nas águas, identificando pontos de interesse e deslocando até os locais um bombeiro especializado em mergulhos”, informa o Corpo de Bombeiros.

Os dados mostram que mais de 60% dos mortos são mulheres. Entre os óbitos, 32 crianças foram confirmadas. O Instituto Médico Legal (IML), vinculado à Polícia Civil, é o responsável pelo processo de identificação das vítimas. Até o momento, 153 corpos já foram liberados e sepultados. Só hoje (22), ocorreram 23 enterros.

O temporal acometeu Petrópolis foi apontado pelo governo do Rio de Janeiro como a pior chuva na cidade desde 1932. Segundo o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, choveu 258,6 milímetros em apenas 3 horas, o que gerou destruição em diversos bairros. O governo estadual alega já ter retirado 26,5 mil toneladas de lixo e entulhos das ruas de Petrópolis. O trabalho mobiliza cerca de 600 homens e 250 equipamentos.

A dimensão dos prejuízos ainda está sendo mensurada. A Defesa Civil já realizou 350 vistorias para a disponibilização de laudos técnicos às residências que foram danificadas por deslizamento, infiltrações e alagamentos ou que estão em áreas que ainda oferecem riscos geológicos. Prédios históricos também passam por avaliação.

Os impactos nos edifícios dos órgãos públicos levou o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, a suspender por 30 dias os prazos dos processos em que o município é parte. A tramitação dessas ações judiciais será retomada no dia 21 de março. A decisão atendeu a um pedido da prefeitura, que alegou que as secretarias estão impossibilitadas de levantar informações necessárias em processos e que estão 100% dedicadas a ações emergenciais de resposta à situação de calamidade. A Justiça federal também acatou a mesma solicitação, mas fixou a suspensão de processos até o dia 6 de março.

Estudo da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) estimou uma perda de R$ 665 milhões no Produto Internto Bruto (PIB) de Petrópolis. Segundo o levantamento, 65% das empresas da cidade foram diretamente impactadas e 85% não tiveram o funcionamento restabelecido.

Os números já fazem da tragédia a maior da história do município. Uma outra catástrofe ocorrida devido às chuvas deixou 171 mortos em 1988. Já em 2011, 73 moradores de Petrópolis perderam a vida em meio a temporais que caíram sobre a região serrana do Rio de Janeiro, que atingiu fortemente as cidades de Teresópolis e Nova Friburgo.

As chuvas ainda preocupam. A Defesa Civil municipal acionou novamente as sirenes hoje (22), o que tem acontecido de forma recorrente. Mais cedo, o alarme soou em todos os 18 dispositivos espalhados pela cidade próximos a áreas de risco, para informar sobre a ocorrência de chuvas moderadas a fortes. No meio da tarde, a sirene do bairro Quitandinha foi novamente acionada, após um registro de 41 milímetros de precipitação em uma hora.

Novos impactos foram registrados em meio às chuvas de hoje. A Rua Bingen, importante via no bairro Bingen, precisou ter meia pista interditada em um trecho de 100 metros devido à queda de parte da pista na margem do rio.

“A orientação é que, em caso de chuva forte, a população busque local seguro em casa de familiares, fora de área de risco ou em um dos pontos de apoio mantidos pela prefeitura”, reitera a Defesa Civil. Neste momento, a cidade acolhe 811 pessoas nas 13 escolas públicas que se encontram sob a responsabilidade da secretaria municipal de assistência social. 

Ontem (21), o prefeito Rubens Bomtempo anunciou um acordo com o governador do estado, Cláudio Castro, para a garantia de aluguel social no valor de R$1 mil, sendo R$ 800 pagos pelo estado e R$ 200 pelo município. O intuito do benefício é permitir que as famílias possam alugar quartos ou casas temporariamente.

Serviços de saúde e de distribuição de água estão sendo gradativamente restabelecidos, mas ainda não funcionam plenamente. Em algumas regiões ainda é necessário uso de caminhão-pipa para abastecimento. 

A vacinação contra a covid-19 foi retomada ontem (21). Neste primeiro momento, sete postos funcionarão das 10h às 14h30 e o cadastramento deve ser feito pelo site da prefeitura. Crianças de 5 a 11 anos podem ser atendidas pelas equipes itinerantes, onde o cadastro não é necessário.

Medidas econômicas

Considerando que boa parte da população sofreu algum prejuízo, diversas medidas econômicas têm sido discutidas para aliviar a situação dos moradores da cidade. Os donos de carros com placas de Petrópolis poderão quitar o Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores (IPVA) apenas no segundo semestre. A prorrogação do prazo já foi fixada pelo governo estadual. Já o município informou no domingo (20) que avalia a isenção ou redução das do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e das tarifas de serviços públicos como água e luz, entre outras ações.

Mudanças de prazos também beneficiam as empresas. Segundo decisão do governo estadual, o cumprimento das chamadas obrigações acessórias do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) poderá ser feito até 1º de julho.

Edição: Pedro Ivo de Oliveira

Fonte: EBC Geral

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Lula segue para o Rio Grande do Sul, acompanhado de ministros e líderes dos poderes Legislativo e Judiciário

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Estado registra 329 municípios atingidos e 686.482 pessoas afetadas. A frente fria tem previsão de altos volumes de chuva para o norte do Rio Grande do Sul, todo o estado de Santa Catarina e sul do Paraná

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, seguiu para o Rio Grande do Sul na manhã deste domingo, 5 de maio, acompanhado por uma comitiva de ministros e líderes dos poderes Legislativo e Judiciário. O grupo se une aos ministros Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), que já estão no estado e acompanham de perto as ações de socorro e assistência do Governo Federal à população gaúcha.

Embarcaram com o presidente a primeira-dama, Janja Lula, e os ministros Rui Costa (Casa Civil), José Mucio (Defesa), Fernando Haddad (Fazenda), Renan Filho (Transportes), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Camilo Santana (Educação), Nísia Trindade (Saúde), Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), Wellington Dias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Jader Filho (Cidades), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) e Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais). Também seguem para o Rio Grande do Sul os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, os ministros Edson Fachin (STF) e Bruno Dantas (presidente do Tribunal de Contas da União), além do comandante do Exército Brasileiro, general Tomás Paiva.

Neste domingo, durante o Regina Caeli (uma das peças da liturgia católica, denominadas “antífonas marianas”), o Papa Francisco manifestou solidariedade e dirigiu suas orações aos povos dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, afetados pelas fortes chuvas e enchentes.

Atualizações nas ações de socorro e assistência ao Rio Grande do Sul

Ministério da Defesa
Resgate de pessoas isoladas em Lajeado, Encantado, Taquari, Estrela, Nova Santa Rita, Montenegro, Sinimbu, Canoas, Bento Gonçalves, Campo Bom e São Sebastião do Caí. Em São Gabriel, Bagé, Alegrete e Cristal, também foram realizadas operações de apoio à reestruturação de imóveis destruídos e realocação de pessoas desabrigadas. Em Candelária e São Valentim do Sul, o contingente ainda realizou a desobstrução de vias. Em Restinga Seca, atuaram para o lançamento de uma ponte e restituição dos acessos. Em Porto Alegre e Cachoeira do Sul, atuaram no apoio à organização e distribuição de doações e aos abrigos de desabrigados. Foram realizados 9.749 resgates nos últimos dias, sendo 402 aéreos, 2.340 fluviais e 7.007 terrestres – 69 pessoas demandaram um trabalho de evacuação aeromédica. São 647 militares das Forças Armadas envolvidos nas operações, sendo 426 do Exército, 155 da Marinha e 66 da Força Aérea.

Força Aérea Brasileira (FAB)
Nesta madrugada, a aeronave KC-390 Millennium transportou mais de 18 toneladas de materiais do Grupamento de Apoio Logístico de Campanha (GALC). Decolou da Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro (RJ) com destino à Base Aérea de Canoas, transportando geradores, banheiros químicos, barracas operacionais, colchões, materiais de apoio elétrico e hidráulico que vão prover suporte de alimentação, alojamento, higienização (banho e sanitários) e manutenção da assistência à população gaúcha. Além de toda a carga, a aeronave ainda transportou 14 militares do GALC, que farão a montagem de toda a estrutura em Canoas. A atuação desse efetivo tem a finalidade de apoiar logisticamente as operações na calamidade pública.

Polícia Rodoviária Federal (PRF)
No balanço da manhã, a PRF apontou a previsão de reforço de 75 agentes no efetivo envolvido nas operações. Até o momento, estão destacados 99. A força relatou extrema dificuldade de movimentação do efetivo em razão dos pontos bloqueados. Estão empregadas na operação 20 viaturas e três aeronaves. Cento e cinquenta resgates terrestres já foram realizados e 54 pessoas (e três animais) demandaram resgate aéreo.

BALANÇO — De acordo com a última atualização do governo estadual, são 329 municípios atingidos e já são 686.482 pessoas afetadas. O estado contabiliza 79.253 desalojadas e outras 14.447 pessoas em abrigos, com 72 mortes, 150 feridos e 103 desaparecidas.

PREVISÃO DO TEMPO — De acordo com os órgãos de monitoramento e previsão hidrometeorológica — Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Serviço Geológico do Brasil (SGB) e Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) — a frente fria tem previsão de altos volumes de chuva para o norte do Rio Grande do Sul, todo o estado de Santa Catarina e sul do Paraná.

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