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Parte de ingressos das escolas de samba do Rio se esgotou, diz Liesa

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Quem pensa em comprar ingressos para os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial nos dias 19 e 20 de fevereiro precisa se apressar porque há setores esgotados. Desde dezembro que as frisas estavam praticamente vendidas. Os únicos lugares que ainda tinham disponibilidade eram para o desfile das campeãs no sábado (25), mas terminaram hoje.

Os camarotes esgotaram logo após a abertura das vendas no dia 29 de julho do ano passado. Os preços variaram entre R$ 50,4 mil a R$ 100,8 mil. O diretor de Marketing da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), Gabriel David, informou que a estratégia foi abrir as vendas naquele momento para garantir receitas antecipadas para a Liesa e para as escolas de samba.

“Os camarotes esgotaram dois dias depois da abertura de vendas, no final de julho. A gente abriu vendas de camarotes com maior antecedência com o objetivo de antecipar receitas da Liga e das próprias escolas. Ajuda as escolas a terem um lastro financeiro maior para preparar melhor o carnaval”, disse em entrevista à Agência Brasil.

De acordo com o diretor, a procura por camarotes vem aumentando ano após ano e, para este ano, houve interessados que não completaram a compra. “A gente acabou com uma lista de espera de mais de 30 nomes de pessoas que não conseguiram comprar o espaço que queriam, porque já tinha sido vendido”, revelou.

Arquibancadas

Nas arquibancadas 72% das cargas postas à venda pela internet já foram vendidas para o domingo (19). O setor 6 está esgotado e ainda hoje não devem ter mais ingressos para os setores 3 e 7. Para a segunda-feira (20) já foram vendidos 53% dos ingressos. A arquibancada do setor 6 já não tem mais lugares e a expectativa da Liesa é que no 8 os ingressos devem acabar nos próximos dias.

Para Gabriel David, a cidade está com saudade dos desfiles do Grupo Especial no calendário oficial e que é muito importante para os sambistas e para todo o público que agora o carnaval concentre 100% dos assuntos. Na visão do diretor, este é um motivo também para a procura pelos ingressos. “O evento tem tido uma resposta de venda de ingressos muito positiva. É o primeiro carnaval após todos os acontecimentos graves de pandemia e alteração de datas”, observou.

Conforme o diretor, o público em busca de ingressos em 2022, quando ocorreu o carnaval fora de hora em abril, quase na totalidade era de origem no turismo interno do Brasil, mas agora, na volta em moldes tradicionais, vai ter também os que chegam à cidade em turismo internacional. Gabriel David completou que a promoção dos desfiles tem sido reforçada, em parte, pelos ensaios técnicos, que voltaram neste último fim de semana.

“Os ensaios técnicos são uma forma de comunicar o carnaval, de fazer parte da programação de pré-carnaval que a gente tem. Não só os ensaios técnicos, mas outras ações que surtiram efeito e ajudam a gente chegar neste momento com vendas tão expressivas. O carnaval tão falado e tão esperado. Isso é muito importante”, comentou.

Subvenções

O começo da liberação das subvenções, que foi antecipado pela Prefeitura do Rio, em dezembro de 2022, para as escolas de samba, segundo o diretor, ajudou a preparação do carnaval nos barracões das agremiações.

“O dinheiro com antecedência para as escolas é fundamental, porque existem muitas questões que aumentam o valor quando vai ficando próximo do carnaval, principalmente material. Quando as escolas têm dinheiro com maior antecedência, elas conseguem comprar com condições melhores de pagamentos e de valores e obviamente afeta o resultado final dos desfiles de uma forma positiva. Então, com a subvenção, a venda expressiva de ingressos e receitas [nas quadras] das escolas como um todo, facilitam o trabalho das escolas. As escolas que viviam em crise financeira há cinco, seis anos, hoje em dia já não vivem mais, pelo contrário, têm uma vida muito mais saudável e muito mais respaldo para fazerem um grande carnaval”, explicou.

Gabriel David disse que para 2023 pode se esperar um altíssimo desfile do Grupo Especial, tanto por causa do preparo financeiro, como pelas escolhas dos enredos. “Os 12 enredos do Grupo Especial são extremamente populares. Acho difícil apontar uma favorita, tanto para ganhar o carnaval como para ser rebaixada. Acho que todas estão brigando por todas as posições. [Vai ser] um desfile de altíssimo nível, com muita criatividade e muitos enredos que estão na boca do povo. São assuntos atuais que o povo quer discutir e quer falar nesse momento. Isso também é fundamental para o carnaval ter esse boom de comunicação nesse momento”, disse, acrescentando que “com certeza”, a animação será garantida com casa cheia.

Edição: Valéria Aguiar

Fonte: EBC Geral

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Ação Social

No primeiro ano de governo, 24,4 milhões deixam de passar fome

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Insegurança alimentar e nutricional grave cai 11,4 pontos percentuais em 2023, numa projeção a partir de informações da Escala Brasileira de Segurança Alimentar (EBIA), divulgada pelo IBGE com base na PNAD Contínua

Cozinhas solidárias, programas de transferência de renda, retomada do crescimento e valorização do salário mínimo compõem a lista de ações que contribuem para a redução da fome no país. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

No Brasil, 24,4 milhões de pessoas deixaram a situação de fome em 2023. O número de pessoas que enfrentam a insegurança alimentar e nutricional grave passou de 33,1 milhões em 2022 (15,5% da população) para 8,7 milhões em 2023 (4,1%). Isso representa queda de 11,4 pontos percentuais numa projeção feita a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgada nesta quinta-feira, 25 de abril, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O amplo conjunto de políticas e programas sociais reunidos no Plano Brasil Sem Fome, a retomada do crescimento da economia e a valorização do salário mínimo são alguns fatores que recolocam o país em lugar de destaque da agenda de combate à fome no mundo. Tirar o Brasil novamente do Mapa da Fome é do presidente Lula” Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome

Na coletiva de imprensa para divulgação do estudo, o ministro Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome), avaliou que o avanço é resultado do esforço federal em retomar e reestruturar políticas de redução da fome e da pobreza. “O amplo conjunto de políticas e programas sociais reunidos no Plano Brasil Sem Fome, a retomada do crescimento da economia e a valorização do salário mínimo são alguns fatores que recolocam o país em lugar de destaque da agenda de combate à fome no mundo. Tirar o Brasil novamente do Mapa da Fome é do presidente Lula”, disse.

Para o ministro, o grande desafio agora é incluir essas 8,7 milhões de pessoas que ainda estão em insegurança alimentar grave em políticas de transferência de renda e de acesso à alimentação. “Vamos fortalecer ainda mais a Busca Ativa”, completou Dias, em referência ao trabalho para identificar e incluir em programas sociais as pessoas que mais precisam.

PESQUISA — As informações divulgadas nesta quinta são referentes ao quarto trimestre do ano passado. Foram obtidas por meio do questionário da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). O ministro lembrou que o governo passado não deu condições ao IBGE para realizar a pesquisa. Por isso, a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan) aplicou o EBIA com metodologia similar à do IBGE em 2022, quando o Brasil enfrentava a pandemia de Covid-19 e um cenário de desmonte de políticas, agravado por inflação de alimentos, desemprego, endividamento e ausência de estratégias de proteção social. Esse estudo chegou ao número de 33,1 milhões de pessoas em segurança alimentar grave na época.

A secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS, Valéria Burity, lembra que mesmo em comparação aos resultados de 2018, último ano em que o IBGE fez o levantamento formal, os números apresentados nesta quinta são positivos. À época havia 4,6% de domicílios em insegurança alimentar grave. Agora são 4,1%, o segundo melhor resultado em toda a série histórica do EBIA.

“Estamos falando de mais de 20 milhões de pessoas que hoje conseguem acesso à alimentação e estão livres da fome. Esses resultados mostram o acerto de uma estratégia de enfrentamento à fome que vem sendo empreendida pelo governo, que é apoiada tanto em programas sociais como na condução de uma política econômica que gera crescimento econômico, reduz desigualdades e gera acesso a emprego e renda”.

Esses resultados mostram o acerto de uma estratégia de enfrentamento à fome que é apoiada tanto em programas sociais como na condução de uma política econômica que gera crescimento econômico, reduz desigualdades e gera acesso a emprego e renda” Valéria Burity, secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS 

Valéria também destacou como ponto importante da estratégia de combate à fome a retomada da governança de segurança alimentar pelo Governo Federal, com garantia de participação social. “O presidente Lula e o ministro Wellington foram responsáveis pela retomada do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional, a restituição do Conselho de Segurança Alimentar e da Câmara de Segurança Alimentar, com 24 ministérios que têm a missão de articular políticas dessa área. E, no fim do ano passado, foi realizada a Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional”, relatou.

A secretária nacional de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único do MDS, Letícia Bartholo, ressaltou o retorno da parceria do governo com o IBGE. “Depois do período da fila do osso, em que o Brasil viveu muita miséria e fome, uma das primeiras ações do MDS nessa nova gestão foi buscar o IBGE para retomar a parceria e medir a insegurança alimentar dos brasileiros”, recordou.

SUBINDO – A proporção de domicílios em segurança alimentar atingiu nível máximo em 2013, (77,4%), tempo em que o país deixou o Mapa da Fome, mas caiu em 2017-2018 (63,3%). Em 2023, subiu para 72,4%. “Após a tendência de aumento da segurança alimentar nos anos de 2004, 2009 e 2013, os dados obtidos em 2017-2018 foram marcados pela redução no predomínio de domicílios particulares que tinham acesso à alimentação adequada. Em 2023 aconteceu o contrário, ou seja, houve aumento da proporção de domicílios em segurança alimentar, assim como redução na proporção de todos os graus de insegurança alimentar”, explicou André Martins, analista da pesquisa.

 

Dados apontam a evolução da segurança alimentar no Brasil

 

NOVO BOLSA FAMÍLIA — Entre os fatores que contribuíram para o avanço apontado pela pesquisa do IBGE, está o novo Bolsa Família, lançado em março de 2023, que garante uma renda mínima de R$ 600 por domicílio. O programa incluiu em sua cesta o Benefício Primeira Infância, um adicional de R$ 150 por criança de zero a seis anos na composição familiar. O novo modelo, com foco na primeira infância, reduziu a 91,7% a pobreza nesta faixa etária. A nova versão do programa inclui, ainda, um adicional de R$ 50 para gestantes, mães em fase de amamentação e crianças de sete a 18 anos.

BPC – O ministro Wellington Dias também ressaltou a proteção social gerada pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC), que garante um salário mínimo para pessoas aposentadas, pensionistas e com deficiência em situação de vulnerabilidade social. “Vale mencionar que o efeito econômico da Previdência e do BPC foi potencializado pelo esforço administrativo de reduzir as filas de espera para acesso aos benefícios”, disse.

MERENDA – Outra política de combate à pobreza e à fome, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) garante refeições diárias a 40 milhões de estudantes da rede pública em todo o país e foi reajustado em 2023, após cinco anos sem aumento.

PAA – O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) é um dos 80 programas e ações que compõem a estratégia do Plano Brasil Sem Fome. Ele assegura produção e renda aos agricultores familiares, com compra direta dos produtos para serem distribuídos na rede socioassistencial, de saúde, educação e outros equipamentos públicos. Com a participação de 24 ministérios, o Plano cria instrumentos para promover a alimentação saudável contra diversas formas de má nutrição.

ECONOMIA – No cenário macroeconômico, houve um crescimento do PIB de 2,9% e o IPCA calculado para o grupo de alimentos caiu de 11,6% em 2022 para 1,03% em 2023. É a menor taxa desde 2017.  O mercado de trabalho ganhou força e a taxa de desemprego caiu de 9,6%, em 2022, para 7,8% no ano seguinte. A massa mensal de rendimento recebido de todos os trabalhadores alcançou R$ 295,6 bilhões, maior valor da série histórica da PNAD-C.

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