Saúde

Pandemia pode continuar em níveis críticos em abril, alerta Fiocruz

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A pandemia do novo coronavírus pode permanecer em níveis críticos durante o mês de abril, alerta o Boletim Extraordinário do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado hoje (6) no Rio de Janeiro. O boletim confirma que o vírus Sars-CoV-2 e suas variantes permanecem em circulação intensa em todo o país, o que pode estender a crise sanitária e dos sistemas e serviços de saúde nos estados brasileiros e suas capitais.

Outro fator agravante é a sobrecarga dos hospitais, com elevado índice de ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTI). Os dados apurados pelos pesquisadores da Fiocruz revelam ainda novo aumento da taxa de letalidade, que passou de 3,3% para 4,2%, contra 2% no final de 2020. Os pesquisadores advertem que a expansão da letalidade pode ser consequência da falta de capacidade de se diagnosticar correta e oportunamente os casos graves, somada à sobrecarga dos hospitais.

Lockdown

Ante tal cenário, os responsáveis pelo estudo afirmam que, no momento, é fundamental adotar ou dar continuidade a medidas de contenção das taxas de transmissão e crescimento de casos por meio de bloqueio ou lockdown (confinamento), seguidas de medidas de mitigação, visando a reduzir a velocidade da propagação da covid-19.

Segundo os pesquisadores, as medidas de restrição de atividades não essenciais precisam ser mais rigorosas para todos os estados, capitais e regiões que apresentem taxa de ocupação de leitos superior a 85% e tendência de elevação no número de casos e de mortes.

Para que as ações tenham sucesso, as medidas de bloqueio devem durar pelo menos 14 dias e, em alguns casos, ser prorrogadas por mais tempo, afirmam os estudiosos, que destacam também a necessidade de convergência entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como nos diferentes níveis de governo (municipais, estaduais e federal), em favor das medidas de bloqueio.

“Coerência e convergência são fundamentais neste momento de crise para que as medidas de bloqueio sejam efetivamente adotadas de forma a sair do estado de colapso de saúde e progredir para uma etapa de medidas de mitigação da pandemia, diminuindo o número de mortes, casos e taxas de transmissão e efetivamente salvando vidas”, ressaltam os responsáveis pelo boletim.

Medidas

As medidas de bloqueio propostas incluem proibição de eventos presenciais, como shows, congressos, atividades religiosas, esportivas e correlatas em todo território nacional; suspensão das atividades presenciais em todos os níveis de ensino; toque de recolher nacional a partir das 20h e terminando às 6h, inclusive nos fins de semana; fechamento de praias e bares; adoção de trabalho remoto, sempre que possível, nos setores público e privado.

Outras sugestões são instituir barreiras sanitárias nacionais e internacionais, considerados o fechamento dos aeroportos e do transporte interestadual; ações para reduzir a superlotação nos transportes coletivos urbanos; ampliar a testagem e o acompanhamento dos pacientes testados, com isolamento dos casos suspeitos e monitoramento dos contatos. Os pesquisadores recomendam ainda o fortalecimento da rede de serviços de saúde e aceleração da imunização da população.

Leitos de UTI

De acordo com o boletim divulgado hoje pela Fiocruz, do dia 29 de março ao dia 5 deste mês, as taxas de ocupação de leitos de UTI covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) caíram nos estados de Roraima (de 62% para 49%), do Amapá (de 100% para 91%), do Maranhão (de 88% para 80%), da Paraíba (de 84% para 77%) e do Rio Grande do Sul (de 95% para 90%).

No sentido contrário, Sergipe registrou o maior aumento na taxa de ocupação de leitos de UTI, que passou de 86% para 95%. Exceto por essas mudanças, os dados obtidos ontem (5) mostram relativa estabilidade do indicador em níveis muito críticos, na maior parte dos estados e no Distrito Federal.

Edição: Nádia Franco

Fonte: EBC Saúde

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Saúde

Saúde estadual alerta: vacinas evitam internações e mortes

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Secretaria de Saúde relata aumento de internações e mortes por dengue e influenza, principalmente entre idosos e crianças

Doenças como dengue e influenza em Goiás têm provocado aumento de diagnósticos e internações, com mais mortes. Desde o início do ano, já foram registrados mais de 150 óbitos por dengue. Já a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) resultou em 179 óbitos, principalmente entre crianças menores de 2 anos (16 mortes), e idosos com 60 anos. Dentre as principais causas, pode estar a baixa cobertura vacinal para dengue e Influenza.

A grande preocupação da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), no momento, é com a alteração da sazonalidade da dengue e doenças respiratórias, como a influenza, com as mudanças climáticas, que já começam neste mês. Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, o histórico de Srag mostra aumento de casos neste período, quando começam as inversões térmicas. “É nesta época que começam a circular os vírus respiratórios, de forma mais intensa”, explica.

Flúvia Amorim chama a atenção, principalmente, para os extremos das faixas etárias, que são crianças e idosos, as principais vítimas de doenças respiratórias. “Para essas pessoas, o quadro pode ser muito grave. Por isso, não deixem de se vacinar”, orienta. “Se você faz parte de algum dos grupos prioritários, procure rapidamente o posto de vacinação”, continua Flúvia, para lembrar que, embora haja vacina disponível contra a influenza em todos os postos de vacinação dos 246 municípios, apenas 20,82% do público-alvo (grupos prioritários) buscaram o imunizante. Já em relação a Covid-19, a cobertura vacinal está em 20,82%. “A vacina demora dez dias para fazer efeito. Então, quanto mais rápido se vacinar, mais rápido a pessoa estará protegida”, avisa.

A Superintendente de Regulação, Controle e Avaliação da SES, Amanda Limongi, também reforça a importância da vacinação. “É o meio mais eficaz de prevenir internações, tanto de dengue quanto de Síndromes Respiratórias Agudas Graves”, afirma, ao confirmar que o “encontro” de casos de dengue e doenças respiratórias tem demandado mais internações em Goiás.

Ela faz um apelo também à população dos municípios que ainda dispõem de vacinas contra a dengue. “Dos 246 municípios goianos, 155 ‘zeraram’ seus estoques, mas ainda faltam 10 mil doses a serem aplicadas”, explica. A superintendente se refere ao restante das 158,5 mil doses recebidas do Ministério da Saúde e que vão vencer em 30 de abril, mesmo com a ampliação da idade para pessoas de 4 a 59 anos. Essa ampliação vale apenas para esses lotes do imunizante. Para a próxima, já está definido o retorno das idades de 10 a 14 anos, para o público-alvo.

Fotos: Iron Braz / Secretaria de Estado da Saúde – Governo de Goiás

 

 

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