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Museu seleciona dez livros para conhecer línguas e povos indígenas

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Para celebrar e valorizar a Década Internacional das Línguas Indígenas, que teve início neste ano de 2022 e vai perdurar até 2032, o Museu da Língua Portuguesa está preparando uma exposição temporária sobre as línguas e culturas indígenas. Como uma espécie de aquecimento para essa nova mostra, prevista para outubro deste ano, o Centro de Referência do museu selecionou dez livros para que as pessoas possam adentrar nesse universo dos povos originários do Brasil.

“Pensamos em organizar um conteúdo para quem não conhece o tema poder ter um primeiro contato. Daí surgiu a proposta de fazer essa seleção com dez obras”, disse Cecília Farias, linguista e pesquisadora do Centro de Referência do Museu da Língua Portuguesa. “Pensamos em obras que sejam acessíveis para o público que não é especialista”, acrescentou.

Só no Brasil, destacou ela, são faladas quase 200 línguas indígenas. “[A quantidade] varia um pouco de acordo com os critérios de classificação. Para alguns pesquisadores seriam 154 porque eles agrupariam certas variantes como dialetos da mesma língua. Mas, para outros, chega a 274 línguas”, disse, em entrevista à Agência Brasil.

“Temos línguas com poucos falantes. Tem línguas [indígenas] que tem apenas três falantes. E uma das formas de garantir a preservação dessas línguas passa por fazer as pessoas, a população em geral, conhecê-las. Esse é um primeiro passo para se promover o respeito a essas línguas”, destacou a pesquisadora.

Entre os livros que foram selecionados pelo museu estão Línguas brasileiras: Para o conhecimento das línguas indígenas, de Aryon Dall’Igna Rodrigues, considerada uma obra essencial para os estudos da área.

Há também a indicação de A queda do céu: palavras de um xamã yanomami, de Davi Kopenawa e Bruce Albert, que traz as meditações do xamã a respeito do contato predador com o homem branco. A obra é um testemunho autobiográfico e, ao mesmo tempo, um manifesto xamânico contra a destruição da Floresta Amazônica e dos povos originários. Outro destaque é para Nós: uma antologia de literatura indígena, organizado por Mauricio Negro, e que pode ser lido por pessoas de várias faixas etárias.

A lista se completa com Línguas indígenas: tradição, universais e diversidades, de Luciana Storto; Índio Não Fala só Tupi: uma viagem pelas línguas dos povos originários no Brasil, organizado por Bruna Franchetto e Kristina Balykova; Método moderno de tupi antigo – A língua do Brasil dos primeiros séculos, de Eduardo de Almeida Navarro; Diversidade linguística indígena: estratégias de preservação, salvaguarda e fortalecimento, do Iphan; Fala de bicho, fala de gente. Cantigas de ninar do povo Juruna, de Cristina Martins Fargetti e participação de Marlui Miranda; Povos indígenas: terra, culturas e lutas, de Benedito Prezia; e Jene Ramỹjwena Juru Pytsaret: O que habitava a boca de nossos ancestrais, de Lucy Seki.

“Uma parte dos livros é sobre as línguas mesmo, mais descritivos. Muitas vezes eles têm uma tipologia explicando as famílias linguísticas e os troncos linguísticos que temos aqui em território brasileiro. E temos também um livro de ficção, que é o Nós: uma antologia de literatura indígena, que são narrativas”, falou Cecília.

Segundo ela, a lista não se encerra nessa seleção. “Esse é apenas um primeiro contato com esses temas. Esperamos que isso desperte mais interesse das pessoas”, afirmou.

Mais informações sobre a indicação dos livros podem ser obtidas no site do Museu da Língua Portuguesa.

Edição: Lílian Beraldo

Fonte: EBC Geral

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Educação

Em função da calamidade no Rio Grande do Sul, Governo adia Concurso Público Nacional Unificado

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A nova data será anunciada quando houver condições climáticas e logísticas de aplicação da prova em todo o território nacional

Em razão da situação de calamidade pública no Rio Grande do Sul, o Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) será adiado em todo o país. A nova data vai ser anunciada assim que houver condições climáticas e logísticas de aplicação da prova em todo o território nacional. O anúncio foi feito na tarde desta sexta-feira, 3 de maio, pela ministra da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos, Esther Dweck.

A decisão foi tomada de forma coletiva, após análise das condições no Rio Grande do Sul, em conjunto com a Advocacia-Geral da União (AGU), a Defensoria Pública da União (DPU) e a Procuradoria-geral do Estado do Rio Grande do Sul, além do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). A oficialização da medida foi efetivada a partir de um Termo de Acordo (confira em anexo).

“Essa decisão de adiamento busca garantir a integridade dos participantes, inclusive sua integridade física nas regiões onde seria impossível o deslocamento. Mas é uma integridade em todas as dimensões, preservando a vida das pessoas e também conferindo segurança jurídica ao concurso, que é algo essencial para todo mundo que está prestando concurso”, afirmou Esther Dweck.

A ministra assegurou que nos próximos dias, após a resolução das questões logísticas envolvidas, será anunciada a nova data. “Não temos uma nova data. Eu quero deixar claro que podemos, nas próximas semanas, divulgar a nova data. Nesse momento, toda a questão logística envolvida com a prova não nos permite dar uma nova data com segurança. A gente imagina que algumas semanas, ou até menos, a gente consiga divulgar a nova data”, enfatizou.

A ministra Esther Dweck enfatizou que a solução é a mais segura para todos em todo o país, ao garantir as mesmas chances para todos os candidatos em todos os lugares. “O adiamento reforça o compromisso do governo com a construção de um país melhor, um país mais inclusivo, com respeito ao próximo e a construção de uma democracia com a cara do Brasil. Por isso a gente não pode deixar ninguém de fora”, declarou Dweck.

O governo ouviu a população gaúcha e decidiu pelo adiamento. O Brasil se solidariza com o Rio Grande do Sul neste momento de dificuldades e vai prestar toda ajuda necessária” Paulo Pimenta, ministro da Secom

EMERGÊNCIA – Para o ministro Paulo Pimenta, a decisão, além de garantir isonomia a todos os candidatos, permite ao Governo Federal focar ainda mais os esforços na ajuda humanitária necessária ao Rio Grande do Sul. “O governo federal ouviu a população gaúcha e decidiu pelo adiamento da prova em todo Brasil. O Brasil se solidariza com o Rio Grande do Sul neste momento de dificuldades e vai prestar toda ajuda necessária”, disse.

O ministro afirmou que o foco do Governo Federal está no resgate das vítimas e restabelecimento das condições básicas de infraestrutura, como desobstrução de vias e restabelecimento de serviços essenciais, como energia elétrica e comunicações. Ele destacou que, devido à continuidade das chuvas, ainda não é possível calcular o alcance total dos danos. “Isso é aquilo que chamamos de segunda etapa: trabalho de reconstrução. E esse levantamento dos valores se dará a partir do plano de trabalho apresentado por cada município e pelo estado, mediante homologação da defesa civil”.

Pimenta disse que não há um valor acordado, mas assegurou que o Governo Federal não estabelecerá um limite para os recursos e irá prover o suporte financeiro necessário para a reconstrução das cidades. “O que o presidente Lula afirmou ontem é que não há limite definido. Vamos disponibilizar o recurso necessário para que, nas questões de responsabilidade do Governo Federal, todos os pleitos de reconstrução sejam atendidos”, declarou. Pimenta e o ministro da Integração de do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, voltam neste sábado para o Rio Grande do Sul para instalar um escritório de governo no estado.

ENEM DOS CONCURSOS – Conhecido como Enem dos Concursos por sua abrangência, o Concurso unificado tem mais de 2,14 milhões de inscritos de todas as regiões do país. Eles vão concorrer a 6.640 vagas em 21 órgãos da Administração Pública Federal. Quando remarcadas, as provas devem ocorrer em 228 municípios de todos os estados e no Distrito Federal.

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