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Mulheres indígenas seguem mobilizadas contra Marco Temporal

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Milhares de mulheres de mais de 170 etnias indígenas continuam acampadas próximo à Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Representantes de comunidades de todo o país, elas participam da 2ª Marcha Nacional das Mulheres Indígenas, evento que começou dia 7 e vai até 11 de setembro.

De acordo com a organização da marcha, mais de 5 mil mulheres estão reunidas em Brasília, somando-se aos remanescentes do movimento Luta Pela Vida, acampamento indígena que, nas últimas semanas, chegou a reunir cerca de seis mil pessoas na capital federal para acompanhar o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do futuro das demarcações das terras indígenas.

Além de tentarem influenciar os ministros do STF a refutar o Marco Temporal – tese segundo a qual só teriam direito às terras pertencentes a seus ancestrais as comunidades que as estavam ocupando ou já as disputavam na Justiça no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal -, os manifestantes reivindicam a demarcação de novas reservas indígenas e se opõem às propostas políticas de liberar a mineração em seus territórios e de flexibilizar as normas de licenciamento ambiental em todo o país.

“Enfrentamos o desmonte das políticas indigenista e ambiental”, informa o manifesto divulgado pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga). “Não suportamos mais tantas atrocidades e ataques”, acrescenta a articulação em sua página na internet.

Hoje (9), o dia começou com grupos entoando rezas e cantos e realizando ritos tradicionais enquanto a programação era definida. Após uma breve reunião, a organização decidiu adiar a caminhada até a Praça dos Três Poderes, prevista para ocorrer esta manhã.

“As forças de segurança do Distrito Federal recomendaram que, por precaução, as mulheres ficassem aqui mesmo, no acampamento. Decidimos não fazer hoje a marcha até a Praça dos Três Poderes por entender que ainda há muita gente armada na cidade, mas até o fim do evento decidiremos um outro momento”, disse Danielle Guajajara à Agência Brasil.

Ontem (8), o segundo dia de programação da marcha foi marcado por um ritual em memória de Raissa Guarani Kaiowá, de 11 anos de idade, morta em agosto, na reserva indígena federal de Dourados (MS), e Daiane Kaingang, de 14 anos de idade, assassinada no início do mês passado, próximo à Terra Indígena Guarita, em Redentora (RS).

Segundo Nyg Kaingang, liderança indígena da Anmiga, o ato serviu para discutir não só a violência contra os povos indígenas como um todo, mas também a violência de gênero que acomete mulheres indígenas.

“Falar sobre violência, e sobre a violência de gênero nas comunidades e aldeias e entre povos indígenas é um processo doloroso, que ainda pode ser considerado um tabu dentro das comunidades. Apesar de a gente viver todos os dias isso dentro do território, seja pelo machismo imposto, seja pelo projetos que insistem adentrar em nossos territórios com seus projetos desenvolvimentistas”, disse Nyg.

Segundo a mais recente edição do Atlas da Violência, divulgada no fim de agosto, a taxa de assassinatos entre indígenas cresceu 21,6% entre os anos de 2009 e 2019, saltando de 15 mortos por 100 mil habitantes para 18,3 por 100 mil habitantes.

De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, responsável pela publicação, elaborada em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e com o Instituto Jones dos Santos Neves, o aumento da taxa vai na contramão do resultado verificado entre a população em geral, que, no mesmo período, caiu de 27,2 homicídios por 100 mil habitantes para 21,7 por 100 mil habitantes.

Além de apoio financeiro para custear a permanência das participantes na cidade, a organização da marcha pede a quem puder comparecer ao local que doe alimentos, água, fraldas para as crianças e outros itens que possam ser distribuídos aos participantes da marcha.

Edição: Fernando Fraga

Fonte: EBC Geral

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Lula segue para o Rio Grande do Sul, acompanhado de ministros e líderes dos poderes Legislativo e Judiciário

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Estado registra 329 municípios atingidos e 686.482 pessoas afetadas. A frente fria tem previsão de altos volumes de chuva para o norte do Rio Grande do Sul, todo o estado de Santa Catarina e sul do Paraná

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, seguiu para o Rio Grande do Sul na manhã deste domingo, 5 de maio, acompanhado por uma comitiva de ministros e líderes dos poderes Legislativo e Judiciário. O grupo se une aos ministros Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), que já estão no estado e acompanham de perto as ações de socorro e assistência do Governo Federal à população gaúcha.

Embarcaram com o presidente a primeira-dama, Janja Lula, e os ministros Rui Costa (Casa Civil), José Mucio (Defesa), Fernando Haddad (Fazenda), Renan Filho (Transportes), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Camilo Santana (Educação), Nísia Trindade (Saúde), Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), Wellington Dias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Jader Filho (Cidades), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) e Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais). Também seguem para o Rio Grande do Sul os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, os ministros Edson Fachin (STF) e Bruno Dantas (presidente do Tribunal de Contas da União), além do comandante do Exército Brasileiro, general Tomás Paiva.

Neste domingo, durante o Regina Caeli (uma das peças da liturgia católica, denominadas “antífonas marianas”), o Papa Francisco manifestou solidariedade e dirigiu suas orações aos povos dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, afetados pelas fortes chuvas e enchentes.

Atualizações nas ações de socorro e assistência ao Rio Grande do Sul

Ministério da Defesa
Resgate de pessoas isoladas em Lajeado, Encantado, Taquari, Estrela, Nova Santa Rita, Montenegro, Sinimbu, Canoas, Bento Gonçalves, Campo Bom e São Sebastião do Caí. Em São Gabriel, Bagé, Alegrete e Cristal, também foram realizadas operações de apoio à reestruturação de imóveis destruídos e realocação de pessoas desabrigadas. Em Candelária e São Valentim do Sul, o contingente ainda realizou a desobstrução de vias. Em Restinga Seca, atuaram para o lançamento de uma ponte e restituição dos acessos. Em Porto Alegre e Cachoeira do Sul, atuaram no apoio à organização e distribuição de doações e aos abrigos de desabrigados. Foram realizados 9.749 resgates nos últimos dias, sendo 402 aéreos, 2.340 fluviais e 7.007 terrestres – 69 pessoas demandaram um trabalho de evacuação aeromédica. São 647 militares das Forças Armadas envolvidos nas operações, sendo 426 do Exército, 155 da Marinha e 66 da Força Aérea.

Força Aérea Brasileira (FAB)
Nesta madrugada, a aeronave KC-390 Millennium transportou mais de 18 toneladas de materiais do Grupamento de Apoio Logístico de Campanha (GALC). Decolou da Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro (RJ) com destino à Base Aérea de Canoas, transportando geradores, banheiros químicos, barracas operacionais, colchões, materiais de apoio elétrico e hidráulico que vão prover suporte de alimentação, alojamento, higienização (banho e sanitários) e manutenção da assistência à população gaúcha. Além de toda a carga, a aeronave ainda transportou 14 militares do GALC, que farão a montagem de toda a estrutura em Canoas. A atuação desse efetivo tem a finalidade de apoiar logisticamente as operações na calamidade pública.

Polícia Rodoviária Federal (PRF)
No balanço da manhã, a PRF apontou a previsão de reforço de 75 agentes no efetivo envolvido nas operações. Até o momento, estão destacados 99. A força relatou extrema dificuldade de movimentação do efetivo em razão dos pontos bloqueados. Estão empregadas na operação 20 viaturas e três aeronaves. Cento e cinquenta resgates terrestres já foram realizados e 54 pessoas (e três animais) demandaram resgate aéreo.

BALANÇO — De acordo com a última atualização do governo estadual, são 329 municípios atingidos e já são 686.482 pessoas afetadas. O estado contabiliza 79.253 desalojadas e outras 14.447 pessoas em abrigos, com 72 mortes, 150 feridos e 103 desaparecidas.

PREVISÃO DO TEMPO — De acordo com os órgãos de monitoramento e previsão hidrometeorológica — Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Serviço Geológico do Brasil (SGB) e Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) — a frente fria tem previsão de altos volumes de chuva para o norte do Rio Grande do Sul, todo o estado de Santa Catarina e sul do Paraná.

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