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Ministra falará sobre sanções a fertilizantes em reunião na FAO

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Com a guerra entre Rússia e Ucrânia afetando as exportações internacionais de fertilizantes, indispensáveis à produção agrícola, o governo brasileiro vai tentar pautar na Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) a transformação do insumo em item essencial da segurança alimentar global.

No próximo dia 16, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, fará uma reunião virtual com o diretor-geral da FAO, Qu Dongyu. O diretor do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Manuel Otero, também deve participar da conversa. 

“Vamos ter uma reunião, no dia 16, com o presidente da FAO e com todos os países hemisféricos para ver se conseguimos colocar na segurança alimentar, que o mundo tanto quer e precisa, os fertilizantes nessa linha. Porque você não faz comida se não tiver fertilizantes. Então, nós temos essa discussão com todos os países da América do Norte e América Latina, para discutirmos e levarmos isso, se for consenso, para ser levado à ONU”, afirmou a ministra, em entrevista, hoje (11), para anunciar o lançamento do Plano Nacional de Fertilizantes

Atualmente, Tereza Cristina preside a Junta Interamericana de Agricultura. A reunião da semana que vem faz parte da Mesa Redonda sobre Insumos para Sistemas Agroalimentares Sustentáveis da FAO.

O encontro terá a participação do diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, da Enviada Especial do Secretário-Geral para os Sistemas Alimentares, Agnes Kalibata, e do diretor-geral do IICA, Manuel Otero.

Segundo a ministra, o objetivo será promover intercâmbio franco e aberto sobre os principais desafios que se impõem ao setor agropecuário dos países das Américas no atual contexto econômico e geopolítico do pós-pandemia.

Essa semana, a ministra convidou os integrantes do Conselho Agropecuário do Sul (CAS) para que participem da reunião virtual. “Acredito que nossa região deva tomar a iniciativa e capitanear o debate sobre esses temas, a fim de que possamos explorar cursos de ação e soluções conjuntas para minimizar os riscos para o abastecimento global”, disse a ministra, de acordo com a assessoria da pasta. Tereza Cristina fez hoje sua última participação no CAS como ministra. Ela deixará o cargo no fim deste mês para se candidatar ao Senado por Mato Grosso do Sul.

Plano nacional

Pela manhã, a ministra, o presidente Jair Bolsonaro e diversos ministros participaram do lançamento do Plano Nacional de Fertilizantes. Durante a cerimônia, a titular do Ministério da Agricultura disse que a proposta visa o desenvolvimento de ações para que o país diminua a dependência externa na compra do produto.

Os insumos, especialmente nitrogênio, fósforo e potássio, são largamente usados pelo setor agrícola, sendo considerados essenciais para fornecimento de um ou mais nutrientes para as plantações.

O Brasil consome 8% de toda a produção mundial de fertilizantes, avaliada em 55 milhões de toneladas. Segundo a ministra, apesar disso, o país importa 85% do insumo usado pelo agronegócio, principalmente da Rússia. A expectativa do plano é reduzir tal dependência para 45%.

Neste sábado (12), a ministra da Agricultura viajará para o Canadá. Vai conversar com empresários e representantes governamentais sobre a possibilidade de aumentar as exportações de potássio para o Brasil. O Canadá é o maior produtor mundial de potássio, com cerca de 33% da produção mundial.

Segundo a ministra, a ideia é conversar com a iniciativa privada sobre a disposição do governo brasileiro de facilitar as vendas ao Brasil.

Na viagem a Ottawa estão previstas reuniões com presidentes de empresas produtoras e exportadoras de potássio instaladas no país, além de representantes do governo canadense, informou o ministério. 

Em fevereiro, a ministra viajou ao Irã para negociar o aumento de exportações de fertilizantes para o Brasil. Ontem, ela recebeu, em Brasília, representantes de países árabes  para debater a possibilidade de aumentar a exportação de insumos para a agropecuária nacional.

Edição: Kleber Sampaio

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BNDES volta a reduzir juros de linha para exportações brasileiras e torna melhorias permanentes

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Medida do Plano mais Produção do BNDES amplia a competitividade da indústria nacional no mercado externo, principalmente das empresas de micro, pequeno e médio porte. Novas condições passam a ser permanentes para a linha Exim Pré-Embarque, após os resultados obtidos com as reduções temporárias em 2023 e no início de 2024.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) promoveu nova redução de juros no BNDES Exim Pré-Embarque, linha de crédito que financia a produção de bens nacionais voltados à exportação. As melhorias no produto também passam a ser permanentes, já que deixam de existir duas limitações: um orçamento restrito a R$ 2 bilhões para operações com os juros mais baixos e teto de R$ 150 milhões em financiamentos ao ano por cliente.

No caso das micro, pequenas e médias empresas, o spread (remuneração que o cliente paga ao BNDES ao obter um financiamento) de 0,5% ao ano passa a ser fixo. Essa taxa vigorou durante curto período no início deste ano, mas, fora das condições especiais que agora se tornam perenes, essa remuneração do BNDES poderia chegar a até 1,30% a.a.

No caso das grandes empresas, a nova remuneração do Banco fica limitada a 0,8% ao ano, se o financiamento for para exportação de bens de capital (produtos industrializados de maior valor agregado), ou 1,05% a.a., se o produto a ser exportado for bens de consumo. Nas antigas condições do BNDES Exim Pré-Embarque, essas taxas eram de, respectivamente, 1,05% a.a. e R$ 1,30% a.a.

“Mais de 90% do mercado mundial está fora do Brasil, por isso, baratear o custo do financiamento das exportações de empresas brasileiras é fundamental para que a indústria tenha condições de ampliar mercados, ganhar escala e ser mais competitiva. E o resultado é todo em benefício do país, com geração de emprego e de renda, objetivos centrais do governo do presidente Lula”, Aloizio Mercadante.

Mais de 90% do mercado mundial está fora do Brasil, por isso, baratear o custo do financiamento das exportações de empresas brasileiras é fundamental para que a indústria tenha condições de ampliar mercados, ganhar escala e ser mais competitiva. E o resultado é todo em benefício do país, com geração de emprego e de renda, objetivos centrais do governo do presidente Lula” Aloizio Mercadante, presidente do BNDES

O diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do Banco, José Luis Gordon, ressaltou ainda que “a ampliação do apoio à exportação é um dos objetivos que compõem a Estratégia de Longo Prazo do BNDES e que a redução do spread nas linhas de pré-embarque compõe um dos eixos do Programa Nova Indústria Brasil, do Governo Federal”.

As novas condições são válidas tanto para operações diretas (realizadas pelo cliente diretamente com o BNDES e que precisam ter um valor mínimo de R$ 20 milhões) quanto para as chamadas operações indiretas (aquelas que não possuem valor mínimo e que são realizadas por meio de um agente financeiro intermediário, a exemplo de bancos comerciais ou de montadoras).

CUSTO FINANCEIRO — Além dos novos spreads do BNDES, o custo financeiro total das operações do produto BNDES Exim Pré-Embarque é composto do custo financeiro (que pode ser TLP, Selic, ou SOFR, por exemplo) mais o spread de risco. No caso das operações indiretas, o spread de risco é substituído por uma taxa de 0,15% ao ano. Para esses casos, há também a remuneração do agente financeiro que é negociada diretamente entre esse e o exportador.

Em termos históricos, o BNDES Exim Pré-embarque já atendeu a mais de 1.500 empresas exportadoras brasileiras, tendo desembolsado mais de US$ 60 bilhões no período. Utilizado pelos produtores nacionais como forma de reduzir o custo de capital de giro para produção, a linha aumenta a competitividade das empresas brasileiras no mercado internacional e é o produto voltado à exportação mais acessado do Banco, tanto em valor desembolsado quanto em número de companhias nacionais apoiadas.

Além da pulverização dos recursos entre mais empresas, o BNDES Exim Pré-embarque também contribui para desenvolver a cadeia produtiva nacional, uma vez que o financiamento fornecido pelo BNDES exige um conteúdo nacional mínimo nos bens a serem comercializados no exterior.

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