Economia
Juros altos e combustíveis explicam queda da inflação
Pelo terceiro mês seguido, o Brasil deverá registrar inflação negativa. Se as expectativas dos analistas de mercado se cumprirem, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deverá ficar em -0,19% em setembro, conforme a última edição do boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central (BC) com instituições financeiras.
As estatísticas oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) só sairão nesta terça-feira (11). Segundo especialistas, a política monetária antecipada do Banco Central e as quedas dos preços de combustíveis e de energia são os principais fatores que fazem o Brasil registrar inflação menor que a média global em 2022.
Segundo André Perfeito, economista-chefe da Necton consultoria, o comportamento da inflação em 2022 é uma combinação da política monetária agressiva e de efeitos externos sobre o preço da gasolina e da energia. “Os dois fatores criaram um cenário mais benigno para a inflação em relação ao ano passado. Existe um efeito acumulado”, diz.
Na avaliação do economista, a atuação do BC, que começou a subir a taxa Selic (juros básicos da economia) em março do ano passado não pode ser desprezada. “Os juros altos evitaram que a alta de preços se disseminasse por mais setores da economia”, comenta. “Nesse sentido, o Banco Central brasileiro foi mais ágil e começou a elevar os juros antes das principais economias do planeta.”
Impostos
Doutora em economia e professora da Fundação Getulio Vargas (FGV), Virene Matesco reconhece a importância da política monetária. Ela, no entanto, atribui a maior parte da queda da inflação nos últimos meses à redução de impostos sobre os combustíveis, aprovada pelo Congresso em junho.
“A política monetária é mais demorada para agir sobre a economia. O aumento dos juros já está se refletindo no encarecimento do crédito e na maior criação de empregos informais, mas o impacto sobre a inflação leva mais tempo”, diz Matesco.
A economista atribui somente 40% da queda da inflação ao Banco Central. Os 60% restantes, ela credita à limitação do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de combustíveis, telecomunicações, energia elétrica e transporte coletivo e a outras desonerações em vigor desde o início do ano.
Perspectivas
Segundo a última edição do boletim Focus, as instituições financeiras projetavam, na semana passada, inflação oficial de 5,74% para 2022. Em junho, a expectativa chegou a 9%. Para 2023, os analistas de mercado estimam IPCA de 5%. Os economistas ouvidos pela reportagem, porém, consideram imprevisível o comportamento da inflação para o próximo ano, por causa das incertezas em relação à geopolítica global e à política de preços para os combustíveis no Brasil.
“Por um lado, a Opep [Organização dos Países Exportadores de Petróleo] decidiu cortar a oferta. Por outro lado, a guerra na Ucrânia pode diminuir ou se acomodar nos próximos meses, por exaustão dos dois lados. Isso pode fazer o preço do petróleo ficar mais comportado ao longo do próximo ano”, diz André Perfeito.
Virene Matesco também ressalta a dificuldade de fazer previsões para o médio prazo. “Virando o ano, a economia entra em outra dinâmica. A inflação para 2023 dependerá não só da situação política no Brasil, mas também de fatores internacionais. Existem vários fatores que desestabilizam os preços, como se a Opep continuará a reduzir a produção”, adverte.
Independentemente do cenário, os dois economistas concordam que o Banco Central continuará a ter uma atuação importante no próximo ano. “Teremos uma situação diferente. No início de 2022, só o Banco Central brasileiro subia os juros. Agora, ele tem a ajuda dos outros Bancos Centrais, que também estão elevando as taxas. O combate à inflação está mais global”, explica André Perfeito.
“O Brasil agora tem um Banco Central autônomo. A ata mais recente do Copom [Comitê de Política Monetária] mostrou que o BC está vigilante com a inflação e não hesitará em aumentar os juros, se necessário. O Brasil está com 5% a 6% de juros reais [juros acima da inflação]. A política monetária está bem encalçada”, avalia Virene Matesco.
Edição: Aline Leal
Fonte: EBC Economia
Economia
Dia das Mães: pesquisa do Procon Goiás aponta variação superior a 220% nos preços dos presentes
Oscilação foi encontrada no vaso da flor azaléia, vendido de R$ 24,90 a R$ 80. Levantamento foi feito com 156 itens em 54 estabelecimentos da capital
O Dia das Mães é comemorado no próximo domingo (12/05) e para ajudar o consumidor a fazer a melhor escolha do presente, o Procon Goiás realizou pesquisa de preços em 54 estabelecimentos de Goiânia entre os dias 25 de abril e 2 de maio. Foram levantados preços de 156 produtos, como cestas de café da manhã, flores, maquiagens, perfumes e eletrônicos. A pesquisa completa feita pelo Procon Goiás, com relatório e planilhas, está disponível no site goias.gov.br/procon.
A principal variação apontada pela pesquisa foi de 221,28% no vaso da flor azaléia, vendido de R$ 24,90 a R$ 80. Outro produto com variação considerável (206,90%) é o pó compacto da marca Bruna Tavares, vendido de R$ 27,99 a R$ 85,90.
Os pesquisadores do Procon Goiás encontraram ainda uma sessão de massagem relaxante de 50 minutos entre R$ 80 e R$ 184, variação de cerca de 130%. O levantamento também levou em conta produtos eletrônicos, sendo que a maior diferença nesses itens foi superior a 135% e ocorreu no depilador Philips 2 velocidades, comercializado de R$ 199 a R$ 469.
A pesquisa também levou em conta variações dos produtos em relação ao ano passado. Teve produto com aumento superior a 95%. É o exemplo da paleta de sombras da marca Mariana Saad, vendida ano passado por R$ 80,97 e esse ano por R$ 157,95. Em relação a 2023, a cesta de café da manhã com 50 itens teve aumento de 52,80%. O produto era vendido ano passado a R$ 219,90 e esse ano a R$ 336.
Essa data é considerada a principal no calendário do comércio no primeiro semestre. Segundo pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia (CDL Goiânia), o Dia das Mães deve levar 94% dos consumidores às compras na capital. Dados da entidade apontam que, este ano, o ticket médio para compra do presente será de R$ 155, com cerca de dois produtos por cada consumidor.
Orientações
Antes de ir às compras, pesquise os preços, para que não pese no orçamento familiar. O consumidor precisa se atentar ao fato de que os produtos têm de estar expostos com os preços de maneira clara e visível. O produto deve mostrar 2 preços: o total à vista e o valor das parcelas (no caso de parcelamento do pagamento).
Toda loja tem sua política de troca e o estabelecimento só é obrigado a efetuar a troca do produto se ele apresentar algum defeito. O Código de Defesa do Consumidor prevê dois prazos para reclamação: 30 dias para os produtos e serviços não duráveis e 90 dias para produtos e serviços duráveis.
Quanto às compras de aparelhos eletrônicos, o consumidor deve testar o funcionamento do aparelho ainda dentro do estabelecimento, verificar da existência de manual de instruções em nosso idioma e a relação da rede autorizada de assistência técnica do produto.
No caso de compras realizadas fora da loja física, o consumidor deve exigir o comprovante da data de entrega. Nesse caso, o prazo de desistência da compra é de 7 dias a partir do recebimento do produto. Exija sempre a nota fiscal na aquisição de qualquer produto, pois ela é importante caso o consumidor precise fazer valer os seus direitos e formalizar uma reclamação.
Fotos: Procon Goiás / Superintendência de Proteção aos Direitos do Consumidor – Governo de Goiás
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