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Greve no BRT foi mantida e contraria Justiça, diz prefeitura do Rio

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A prefeitura do Rio de Janeiro divulgou nota hoje (26) informando que os motoristas do sistema BRT (ônibus articulados com faixas exclusivas) mantiveram a greve, apesar da decisão judicial determinando a volta imediata aos postos de trabalho. A Mobi-Rio, empresa pública gestora do serviço, entrará com petição para que comece a ser cobrada a multa diária estipulada em R$ 100 mil.

“A prefeitura orienta ainda a população para que procure alternativas de transporte público para locomoção, como ônibus urbanos, trens e metrô”, acrescenta a nota. 

Pelas redes sociais, o prefeito Eduardo Paes anunciou medidas drásticas. “Infelizmente, vamos ter que começar a fazer as primeiras demissões por justa causa em razão da ilegalidade da paralisação e do não comparecimento ao trabalho”, escreveu. Disse também ter determinado à Secretaria Municipal de Transportes que providencie o aluguel de ônibus normais para substituir emergencialmente os do BRT.

A greve no sistema BRT teve início na madrugada de ontem (25) com a paralisação dos corredores Transcarioca e Transolímpica. O corredor Transoeste se manteve em funcionando com o uso de ônibus comuns. Segundo estimativa do município, 250 mil passageiros foram afetados.

A prefeitura e a Mobi-Rio acionaram a Justiça por considerar a greve ilegal, pois não teria havido notificação prévia como determina a legislação. O município alega também não ter recebido a pauta de reivindicações. Uma liminar favorável foi obtida ontem (25) à noite. A presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ), desembargadora Edith Maria Correa Tourinho, determinou o retorno de, no mínimo, 80% da frota do sistema BRT, sob pena de multa diária de R$ 100 mil.

Segundo informou ontem (25) o Sindicato dos Rodoviários, a mobilização surgiu nas redes sociais. A entidade divulgou nota oficial esclarecendo que não deliberou e nem deflagrou a greve. “Tudo indica que o congelamento dos salários há mais de três anos, que já afeta a subsistência das famílias dos trabalhadores, gerou acúmulo de insatisfação e ansiedade que precipitou a paralisação espontânea”, diz o texto.

Desde novembro, o Sindicato dos Rodoviários negocia melhorias das condições de trabalho com a Mobi-Rio e com a prefeitura. Cerca de 80% das demandas já teriam sido equacionadas. Após ter sido surpreendida pelo movimento grevista, a entidade pediu que a prefeitura acelere o processo de negociações para reduzir o grau de insatisfação. “Não dá mais para continuar trabalhando com as condições atuais. São ônibus quebrados diariamente, falta de segurança nas plataformas e dentro dos próprios articulados, além de todas as calhas em que circulam os ônibus totalmente esburacadas”, disse Ademir Francisco, representante do Sindicato dos Rodoviários junto aos motoristas do BRT.

A situação afeta principalmente a zona leste da cidade. O município divulgou plano de contigência para reduzir os transtornos. Linhas de ônibus que podem servir como alternativa foram reforçadas. Em alguns casos, o itinerário foi esticado para cobrir determinadas áreas. Além disso, o metrô está operando com seu horário de pico estendido para aumentar a oferta.

Intervenção

O sistema BRT está sob intervenção da prefeitura desde março do ano passado, sob alegação de descumprimento de obrigações contratuais pelas empresas que até então eram responsáveis pelo serviço. Por meio das redes sociais, o prefeito Eduardo Paes chegou a insinuar ontem (25) que empresários estariam por trás do movimento grevista. 

“Tem empresário de ônibus insatisfeito com a encampação e usando trabalhadores do BRT para tentar reconquistar a concessão. Lamento informar que não serão bem-sucedidos. Vamos prosseguir. Estamos trabalhando para restabelecer o sistema”, escreveu o prefeito. Hoje (26), ele voltou a levantar a hipótese, anunciando ter solicitado ao Ministério da Justiça a entrada da Polícia Federal para investigar o caso. Paes diz haver “fortes indícios” da ocorrência do crime federal de locaute, que consiste na ação deliberada e ilegal de um ou vários empregadores em não permitir a realização do trabalho em prol da defesa de seus próprios interesses.

Para assumir a gestão do BRT, a Mobi-Rio foi criada em dezembro do ano passado como parte de uma série de medidas voltadas para requalificar o serviço. Ontem (25), foi publicado no Diário Oficial do Município as regras para a licitação de novo sistema de bilhetagem eletrônica, que deve ser implantado até dezembro. Há algumas semanas, foi lançado edital para a compra da primeira leva de 557 novos veículos.

A Rio Ônibus, que reúne as empresas do setor, considera a intervenção municipal ilegítima e diz que o descumprimento contratual se deu em razão da falta de equilíbrio econômico, já que a prefeitura não teria assumido seus deveres, deixando de fiscalizar o transporte clandestino e não autorizando reajuste de tarifa por três anos.

Em nota, a Rio Ônibus repudiou as declarações de Paes postadas nas redes sociais. A entidade atribuiu a greve ao descaso e à omissão da prefeitura. “Mesmo ignorando as necessidades das linhas circulares e investindo milhões no BRT, o sistema vive apenas de promessas não cumpridas há um ano, desde que a prefeitura assumiu a gestão dos corredores e não conseguiu obter nenhuma melhoria para os passageiros”. O Sindicato dos Rodoviários afirmou que os trabalhadores não são massa de manobra nem da prefeitura e nem dos empresários. 

Edição: Graça Adjuto

Fonte: EBC Geral

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Lula segue para o Rio Grande do Sul, acompanhado de ministros e líderes dos poderes Legislativo e Judiciário

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Estado registra 329 municípios atingidos e 686.482 pessoas afetadas. A frente fria tem previsão de altos volumes de chuva para o norte do Rio Grande do Sul, todo o estado de Santa Catarina e sul do Paraná

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, seguiu para o Rio Grande do Sul na manhã deste domingo, 5 de maio, acompanhado por uma comitiva de ministros e líderes dos poderes Legislativo e Judiciário. O grupo se une aos ministros Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), que já estão no estado e acompanham de perto as ações de socorro e assistência do Governo Federal à população gaúcha.

Embarcaram com o presidente a primeira-dama, Janja Lula, e os ministros Rui Costa (Casa Civil), José Mucio (Defesa), Fernando Haddad (Fazenda), Renan Filho (Transportes), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Camilo Santana (Educação), Nísia Trindade (Saúde), Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), Wellington Dias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Jader Filho (Cidades), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) e Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais). Também seguem para o Rio Grande do Sul os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, os ministros Edson Fachin (STF) e Bruno Dantas (presidente do Tribunal de Contas da União), além do comandante do Exército Brasileiro, general Tomás Paiva.

Neste domingo, durante o Regina Caeli (uma das peças da liturgia católica, denominadas “antífonas marianas”), o Papa Francisco manifestou solidariedade e dirigiu suas orações aos povos dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, afetados pelas fortes chuvas e enchentes.

Atualizações nas ações de socorro e assistência ao Rio Grande do Sul

Ministério da Defesa
Resgate de pessoas isoladas em Lajeado, Encantado, Taquari, Estrela, Nova Santa Rita, Montenegro, Sinimbu, Canoas, Bento Gonçalves, Campo Bom e São Sebastião do Caí. Em São Gabriel, Bagé, Alegrete e Cristal, também foram realizadas operações de apoio à reestruturação de imóveis destruídos e realocação de pessoas desabrigadas. Em Candelária e São Valentim do Sul, o contingente ainda realizou a desobstrução de vias. Em Restinga Seca, atuaram para o lançamento de uma ponte e restituição dos acessos. Em Porto Alegre e Cachoeira do Sul, atuaram no apoio à organização e distribuição de doações e aos abrigos de desabrigados. Foram realizados 9.749 resgates nos últimos dias, sendo 402 aéreos, 2.340 fluviais e 7.007 terrestres – 69 pessoas demandaram um trabalho de evacuação aeromédica. São 647 militares das Forças Armadas envolvidos nas operações, sendo 426 do Exército, 155 da Marinha e 66 da Força Aérea.

Força Aérea Brasileira (FAB)
Nesta madrugada, a aeronave KC-390 Millennium transportou mais de 18 toneladas de materiais do Grupamento de Apoio Logístico de Campanha (GALC). Decolou da Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro (RJ) com destino à Base Aérea de Canoas, transportando geradores, banheiros químicos, barracas operacionais, colchões, materiais de apoio elétrico e hidráulico que vão prover suporte de alimentação, alojamento, higienização (banho e sanitários) e manutenção da assistência à população gaúcha. Além de toda a carga, a aeronave ainda transportou 14 militares do GALC, que farão a montagem de toda a estrutura em Canoas. A atuação desse efetivo tem a finalidade de apoiar logisticamente as operações na calamidade pública.

Polícia Rodoviária Federal (PRF)
No balanço da manhã, a PRF apontou a previsão de reforço de 75 agentes no efetivo envolvido nas operações. Até o momento, estão destacados 99. A força relatou extrema dificuldade de movimentação do efetivo em razão dos pontos bloqueados. Estão empregadas na operação 20 viaturas e três aeronaves. Cento e cinquenta resgates terrestres já foram realizados e 54 pessoas (e três animais) demandaram resgate aéreo.

BALANÇO — De acordo com a última atualização do governo estadual, são 329 municípios atingidos e já são 686.482 pessoas afetadas. O estado contabiliza 79.253 desalojadas e outras 14.447 pessoas em abrigos, com 72 mortes, 150 feridos e 103 desaparecidas.

PREVISÃO DO TEMPO — De acordo com os órgãos de monitoramento e previsão hidrometeorológica — Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Serviço Geológico do Brasil (SGB) e Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) — a frente fria tem previsão de altos volumes de chuva para o norte do Rio Grande do Sul, todo o estado de Santa Catarina e sul do Paraná.

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