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Governadores debatem cronograma de vacinas durante fórum

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A situação sanitária e o processo de vacinação no país foram os principais temas abordados durante o Fórum de Governadores do Brasil, que, na manhã desta terça (13), reuniu 16 representantes de unidades da Federação, entre governadores, vice-governadores e secretários de Saúde, além do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Coordenado pelo chefe do Executivo do Piauí, governador Wellington Dias, o fórum se baseou em seis pontos estratégicos para o desenvolvimento dos temas – entre esses, um cronograma detalhado para tratar dos intervalos na aplicação das vacinas.

Outros assuntos discutidos foram em relação à idade, na perspectiva da vacinação dos adolescentes acima de 12 anos, e a possibilidade do retorno às aulas em agosto, seguindo a realidade de cada município. Uma das metas dos governadores é colocar o Brasil como “um país de baixo risco de pandemia”, anunciou Wellington Dias.

Participante do evento, realizado por meio de videoconferência, o governador em exercício, Paco Britto ressaltou os intervalos das doses das vacinas em uso no Brasil e também falou sobre a estratégia de abertura e as atividades econômicas e educacionais no pós-pandemia.

Intervalos

Paco Britto se baseou nos dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, que determinou um intervalo de 21 dias de aplicação, no caso da Pfizer, entre a primeira e a segunda doses; e, para a vacina da Moderna, 28 dias. Paco Britto mostrou aos participantes um documento da Pfizer no qual consta uma recomendação de 21 dias de intervalo entre as doses.

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, mantém a expectativa de imunizar toda a população-alvo até dezembro

Ele também citou o Ministério da Saúde da Inglaterra, em relação às vacinas Pfizer e da AstraZeneca, lembrando que a retenção da primeira e da segunda doses é de no máximo oito semanas. “Como estamos querendo terminar a segunda dose [dos professores] no Distrito Federal o mais rápido possível, eu lhe peço [ao ministro Marcelo Queiroga] que leve em conta essas duas recomendações do Ministério da Saúde da Inglaterra e do CDC americano”, disse.

“Estamos seguindo rigorosamente o PNI [Programa Nacional de Imunizações] conforme acordado anteriormente com o ministro”, prosseguiu Paco. “Com essa antecipação da dose, o GDF está pedindo que reduza [o prazo] para que possamos ter, até outubro, de 70 a 80% da população [do DF] imunizada.”

Os governadores cobraram do governo federal uma reunião urgente no âmbito do PNI com orientações para os estados. A expectativa, segundo o ministro Queiroga, é que a população-alvo esteja vacinada com as duas doses até dezembro deste ano.

Segundo o ministro, julho foi o mês com mais recebimento de doses de vacinas, em torno de 40 milhões. De acordo com dados divulgados na segunda-feira (12) pelo Ministério da Saúde, mais de 30,6 milhões de pessoas receberam a segunda dose ou a dose única de imunizantes da covid-19. Além disso, o país soma 114,4 milhões de doses totais aplicadas. Até o momento, foram distribuídas cerca de 147,3 milhões de vacinas entre todas as unidades da Federação.

Consórcio

Como secretário-executivo do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central (BrC), Paco Britto ratificou que a autarquia não fará aquisições da vacina Sputnik V e seguirá o PNI. O Brc é composto pelo Distrito Federal e os estados de Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Tocantins. O intuito do consórcio é promover o desenvolvimento econômico e social da região, de forma integrada e por meio da cooperação entre as unidades federativas, a fim de tornar a região ainda mais competitiva.

Fonte: Governo DF

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Programa Cisternas avança e promove cidadania às famílias do Semiárido nordestino

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Nova etapa de execução é concretizada via convênio entre MDS e Consórcio Nordeste, no valor de R$ 311 milhões. Na área rural de Juazeiro (BA), os moradores estão otimistas com as novas possibilidades trazidas pelo acesso à água

No Semiárido nordestino, um sonho começa a ganhar forma. A retomada do Programa Cisternas vem enchendo a casa das famílias de esperança. Em meio às obras de uma cisterna para a produção de alimentos em sua propriedade, Jamile da Silva, 26 anos, faz planos para o futuro. A tecnologia de acesso à água, combinada com o recurso do Programa Fomento Rural, vai proporcionar a ela uma renda extra.

Essa cisterna vai me ajudar na atividade produtiva, vou saber que estou consumindo alimento saudável. E o Fomento vai me dar uma garantia de ter uma criação melhor, que eu preciso também, de caprinos e ovinos” Jamile da Silva, produtora rural

A produtora mora na comunidade Pau Preto, zona rural de Juazeiro, ao norte da Bahia. “O Programa Cisternas é perfeito”, definiu Jamile, sorridente. São mais de 42 mil cisternas contratadas, a partir de convênio entre o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e o Consórcio Nordeste. A parceria, formalizada em maio deste ano, contempla os nove estados nordestinos.

O investimento é de quase R$ 300 milhões do Governo Federal, por meio do MDS, e de outros R$ 12 milhões de contrapartida dos estados. O convênio prevê a instalação de 39 mil tecnologias de acesso à água para consumo humano e 2,89 mil sistemas para consumo animal e produção de alimentos. As famílias que recebem as cisternas para a produção de alimentos também são inseridas no Programa Fomento Rural, em um repasse de R$ 13,3 milhões pelo acordo.

Além de oferecer assistência técnica, o Fomento Rural transfere o valor de R$ 4,6 mil diretamente para os beneficiados. São grandes conquistas para Jamile da Silva, que pensa em alternativas de expansão produtiva, a partir do recurso, da cisterna concluída e da capacitação para trabalhar em novas culturas. Ela também quer melhorar as condições do local onde cria caprinos e ovinos, a começar pela construção de um teto para os animais.

“Essa cisterna vai me ajudar na atividade produtiva, vou saber que estou consumindo alimento saudável. E o Fomento vai me dar uma garantia de ter uma criação melhor, que eu preciso também, de caprinos e ovinos”, projetou Jamile, enquanto acompanha em detalhes o processo de construção da estrutura. Nascida e criada na zona rural, é nessa mesma terra em Juazeiro que ela quer continuar a escrever sua história.

A realidade que o Programa Cisternas desenha para as famílias é possível graças à retomada, em 2023, dos investimentos na ação. Trata-se de uma política pública que assegura o direito de acesso a água.

PERSPECTIVA — À sombra de uma árvore no quintal de casa, na comunidade Arapuá Novo, a produtora rural Maria Sonia Oliveira espera com tranquilidade o período de chuvas na região, quando será possível captar a água, armazenar e, finalmente, utilizá-la. Os 60 anos de vida, completados no último mês, são morando sobre o mesmo chão de terra em Juazeiro. Maria Sonia recorda da época em que a família não tinha cisterna em casa.

“A primeira cisterna foi um sonho, quando a gente conseguiu, há quase 20 anos. Porque a gente tinha uma dificuldade enorme de carregar a água. Tinha que buscar água longe, colocar na cabeça, era um peso”, lembrou aliviada. “Agora, com essa outra, vai ser ainda melhor, porque é para produção”, disse, mirando o futuro.

A poucos quilômetros da propriedade em que Maria Sonia cria caprinos, a família de André Nascimento também tem na pequena agricultura o meio de subsistência. É da atividade no campo que o produtor colhe qualidade de vida para os três filhos. Ao lado da esposa, Márcia Cristina, ele enxerga no Programa Cisternas a chance de ampliar e otimizar a produção na área em que vivem.

Aos 43 anos, essa será a primeira vez que o agricultor vai manejar uma horta. “Vou plantar coentro, alface, tomatinho… Vai ser pra gente comer em casa, um alimento saudável, e se for possível, até ter uma rendinha extra pra família”, planeja André, com entusiasmo.

CAPACITAÇÃO — O assessoramento técnico para as famílias que atuarão com as cisternas de produção de alimentos, tem o papel de educar e dar suporte, para que a atividade seja executada com segurança. Dessa forma, Jamile, Maria e André são acompanhados por profissionais com experiência e que conhecem o potencial produtivo da região.

Nas comunidades rurais de Juazeiro, a assistência é feita pelo Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA). “É um trabalho que fortalece a função da assessoria técnica, porque a gente conversa com eles, tira dúvidas e até ajuda a escolher qual atividade produtiva eles querem desenvolver”, explicou Andressa Menezes, técnica do IRPAA.

“A retomada do Programa Cisternas consolida o que nós defendemos, que é a convivência com o Semiárido. É um processo que integra a família, porque todos participam”, completou.

O desenho do programa beneficia todos os envolvidos, de uma ponta a outra, como é o caso do pedreiro Flávio Rodrigues, que nunca havia trabalhado na construção civil. Ele passou por uma capacitação, esse ano, e agarrou a oportunidade. Desde que assumiu a função, perdeu as contas de quantas cisternas já ajudou a construir.

“Quero aprender mais ainda, desde moleque tinha vontade de ser pedreiro, e quero aproveitar a oportunidade de trabalhar na área. A cisterna é um presente, eu só tenho a agradecer ao programa, à ASA, a todos”, declarou Flávio. Entre o início e a entrega, a construção de cada cisterna pode variar entre sete e 15 dias, em média.

A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) é uma rede que defende, propaga e desenvolve o projeto de convivência com o bioma. A entidade é composta por mais de três mil organizações da sociedade civil, como sindicatos rurais, associações de agricultores e agricultoras, cooperativas, organizações não governamentais e institutos, como o IRPAA.

AVANÇO — Ao resgatar o Programa Cisternas, em 2023, após longo período sem incentivos, o Governo Federal investiu R$ 600 milhões e contratou 62,7 mil unidades, sendo 58,2 mil para o Semiárido e as demais para a região Amazônica.

As tecnologias sociais de acesso à água são um importante equipamento para a convivência com as regiões, promovendo dignidade, saúde, segurança alimentar e melhores condições de vida. Além disso, pesquisas científicas mostram a importância desses sistemas na saúde de gestantes e recém-nascidos.

 

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