Geral
Fundo agrícola fomenta negócios de 400 produtores rurais
O direito agrário fez a advogada Gisely Furlan se apaixonar pelo agronegócio. Em 2018 comprou 16 vacas girolando para a produção de leite numa pequena propriedade de Planaltina. O tempo passou e, com ele, veio a necessidade de expansão.
Assessorada pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater), ela apresentou no final de 2020 um projeto de empréstimo junto ao Fundo Distrital de Desenvolvimento Rural (FDR) na modalidade crédito. Em quatro meses, o rebanho saltou para 36 animais, com uma produção média mensal de 12 mil litros de leite – vendidos para um laticínio da região.
O projeto da produtora rural está entre os 394 já aprovados e financiados pelo Governo do Distrito Federal (GDF) por meio do FDR. Já foram cerca de R$ 28 milhões investidos no incentivo ao trabalhador do campo e no fomento à economia agrária, principalmente de pequenos e médios negócios.
A Lei número 6.606, de 2020, reformulou os critérios de aplicação do fundo, que se dividiu entre quatro modalidades: Crédito, Aval, Social e Habitação Rural.
“O FDR agrega receita à produção, fomenta a agricultura regional e mantém no espaço rural o homem no campo”Edison Roahd, diretor de Fundos da Seagri
O FDR-Crédito concede empréstimos no valor de até R$ 200 mil para compra de maquinários, insumos agrícolas e animais, entre outros itens de incremento à produção. O projeto é preparado e apresentado pela própria Emater. No Aval, o fundo funciona como avalista de empréstimos, uma das condições para a aprovação de projetos e que muitos produtores, pelo porte pequeno, não têm.
Já no FDR-Social, o próprio governo, sob demanda de associações, compra os bens, como tratores, caminhões e outros equipamentos, e os empresta aos agricultores – sob condições de uso e boa qualidade de entrega. Por fim, o FDR-Habitação Rural destina recursos para a reforma, ampliação e construção. Isso não inclui a compra de terrenos e imóveis construídos.
Emater
Enquanto isso, a agricultora Gisely Furlan colhe os frutos dos investimentos feitos por meio do empréstimo de R$ 160 mil que ela começa a pagar só em janeiro de 2023. “Fui muito bem assessorada pela Emater e dei um passo importante na minha produção. São vacas boas e se não fosse esse financiamento eu não teria como aumentar meu rebanho”, comemora.
Para ter acesso ao fundo é preciso ser produtor rural atendido pela Emater, que prepara os projetos avaliados por uma comissão técnica da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri). “O FDR agrega receita à produção, fomenta a agricultura regional e mantém no espaço rural o homem no campo”, avalia o diretor de Fundos da pasta, Edison Roahd.
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Ministério da Saúde já enviou 25 toneladas de medicamentos e insumos para atender população gaúcha
Ministério da Saúde já enviou um total de 25 toneladas de medicamentos e insumos para o Rio Grande do Sul. O objetivo é manter o estado abastecido durante a calamidade provocada pelas severas enchentes dos últimos dias.
A informação foi divulgada na tarde desta segunda-feira, 13 de maio, no Hospital Conceição, em Porto Alegre, durante entrevista coletiva para rádios regionais.
Cem kits de medicamentos e insumos – com capacidade para atender a até 1.500 pessoas durante um mês – chegaram nos últimos dias ao estado. Conhecido como kit emergencial, ele é composto por oito caixas que, somadas, pesam 250 kg. Além de remédios, o conjunto inclui também luvas, seringas, ataduras, etc.
Vale destacar que o volume não considera outros repasses de medicamentos, vacinas e insumos que estão sendo enviados para repor os estoques perdidos com as enchentes e os que já estavam previstos na rotina. A título de comparação, em todo o ano passado, foram distribuídos 106 kits para emergências no Brasil.
Durante o balanço, o secretário de Atenção Primária à Saúde, Felipe Proenço, detalhou a operação de hospitais de campanha no estado. Foi confirmado que a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) irá operar quatro hospitais de campanha no estado.
Um já funciona em Canoas, outro está sendo montado na capital gaúcha e um terceiro em São Leopoldo. A destinação da quarta unidade ainda será definida. Desde o início da calamidade no Rio Grande do Sul, o Ministério da Saúde já enviou recursos para 246 unidades de assistência.
ALERTA PARA GRIPE — O diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública (Desp) do Ministério da Saúde, Márcio Garcia, fez um alerta para doenças respiratórias. Com as aglomerações em abrigos e a temperatura baixando, a preocupação é com o aumento do número de casos de gripe e covid-19.
“A combinação é favorável para o aumento dessas doenças. As pessoas vacinadas vão estar mais protegidas. Diminuem as chances de adquirir a doença ou de evoluir para um caso de Síndrome Respiratória Aguda Grave”, frisou.
NÚMEROS — Veja a seguir alguns números das ações no RS apresentadas durante a coletiva:
Balanço de atendimentos
- Total: 1.600 / Hospital Campanha (HCamp) de Canoas: 1034
- Equipes volantes: 548
- Encaminhamento ou transferência para outra unidade: 57
- Remoções aéreas: 25
- Atendimentos psicossociais: 22
Força de trabalho:
- 134 profissionais em atuação;
- 6 equipes volantes (13 enfermeiros + 9 médicos);
- 15 equipes aeromédicas (15 enfermeiros + 15 médicos);
- 62 profissionais no HCamp;
- 19 profissionais de gestão;
- 1 equipe psicossocial (5 psicólogas)
Recursos aplicados:
- Medida provisória (MP) de liberação de crédito extraordinário, editada pelo presidente Lula, no domingo (12), traz a liberação de R$ 861 milhões para ações de saúde primária e especializada, vigilância epidemiológica, assistência farmacêutica e contratação temporária de profissionais;
- Antecipação de R$ 40 milhões para compra de medicamentos;
- Antecipação do pagamento do piso aos profissionais de enfermagem do estado. O total do repasse é de R$ 30 milhões;
- Repasse, em parcela única, de R$ 63,1 milhões do Fundo Nacional de Saúde à Secretaria Estadual de Saúde e aos fundos municipais de saúde do Rio Grande do Sul;
- Liberação, de forma imediata, no dia 6 de maio, de R$ 534 milhões em emendas individuais de congressistas do Rio Grande do Sul para auxiliar os municípios do estado afetados pelas enchentes. As emendas estavam alocadas na área da Saúde.
IMUNOGLOBULINA — O Programa Nacional de Imunizações (PNI) enviará, nesta semana, 600 doses de imunoglobulina à população do Rio Grande do Sul. As imunoglobulinas são proteínas utilizadas pelo organismo para combater um determinado antígeno, como vírus e bactérias, por exemplo.
Além disso, o Ministério da Saúde também vai destinar 1,1 mil frascos de soro; 416 mil doses de vacinas contra hepatite A, raiva, poliomielite e influenza, e 134 mil doses de covid-19. A destinação de todos esses insumos foi debatida, nesta segunda-feira (13), durante reunião de monitoramento do Centro de Operações de Emergência (COE) para chuvas intensas e inundações na Região Sul.
“Neste momento, as síndromes respiratórias também passam a ser um problema. Por isso, estamos focados em proteger a população gaúcha. Precisamos de uma ação ativa para vacinar inclusive dentro dos abrigos”, afirmou, na reunião, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel.