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Formação antirracista é tema de debate no podcast EducaDF

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Na infância, o instrutor de autoescola Carlos** estudou em uma escola pública em Taguatinga e, logo, conheceu o racismo. As crianças o chamavam por apelidos pejorativos e, por não revidar, tornou-se o alvo preferido dos ataques. Com o tempo, ele passou a não gostar da escola, ao descobrir que os alunos nunca seriam repreendidos.

“O racismo é estrutural porque tudo o que nós somos como país foi fundado, organizado e estruturado a partir do racismo”Gina Vieira Ponte, professora e idealizadora do Programa Mulheres Empreendedoras

Poucas professoras intervinham e quando o faziam era apenas para dizer que ele não devia se importar. “Mas eu me importava e me importo. Foi muito difícil enfrentar sozinho o racismo na escola”, desabafa Carlos.

Para Gina Vieira Ponte, professora e idealizadora do premiado Programa Mulheres Inspiradoras (PMI), o papel da escola é fundamental para combater o racismo. “A escola é parte da produção de uma estrutura racista. O racismo é estrutural porque tudo o que nós somos como país foi fundado, organizado e estruturado, a partir do racismo”, explica.

No episódio desta semana do podcast EducaDF, conversamos sobre a importância da educação antirracista e as novidades do Programa Mulheres Inspiradoras idealizado pela professora Gina Vieira Ponte. Confira o episódio nas plataformas de áudio.

Realidade

Engana-se quem acredita que promover o Dia da Consciência Negra anualmente é o bastante para mudar a realidade. “Não se desconstrói o racismo só no espaço escolar, o racismo é institucional, ele está naturalizado dentro das instituições públicas e privadas”, afirma Gina.

Desde 2014, o Programa Mulheres Inspiradoras tem se destacado nas escolas públicas do DF. Ele estimula práticas de leitura e escrita autoral por meio de obras literárias escritas por mulheres

Para promover uma educação antirracista e antissexista, ou seja, que almeja a equidade entre homens e mulheres, Gina acredita que a escola deve assumir que a nossa educação tem uma base essencialmente colonial. “É autoritária, bancária, instrucionista, machista, patriarcal e racista. Isso está na base da nossa educação. Então, o desafio é a escola admitir que é parte dessas estruturas injustas e pelas suas práticas endossa essas estruturas. É preciso assumir uma postura crítica sobre nosso trabalho e nos qualificar para intervir de maneira ética e responsável”, destaca.

Novidades no Programa Mulheres Inspiradoras

Desde 2014, o Programa Mulheres Inspiradoras tem se destacado nas escolas públicas do DF. O programa estimula práticas de leitura e escrita autoral por meio de obras literárias escritas por mulheres. Os estudantes leem cerca de sete obras que possibilitam a discussão de temas contemporâneos como equidade de gênero e masculinidade tóxica.

No momento, a iniciativa é desenvolvida em mais de 50 unidades escolares. O Programa tem reconhecimento internacional e nacional e já venceu diversos prêmios educacionais.

Um dos diferenciais do PMI é o fato de que os professores passam por uma formação para subsidiá-los na elaboração e desenvolvimento de projetos em suas unidades escolares no escopo do PMI.O curso é oferecido pela Subsecretaria de Formação Continuada dos Profissionais da Educação (Eape).

A professora Mayssara Reane, que trabalha na formação dos docentes, destaca a novidade deste ano. “O PMI agora é parte da política de valorização das meninas e mulheres e enfrentamento às violências. A garantia de formação anual para docentes do DF significa o reconhecimento público do Estado sobre a importância de priorizar ações que respondam às necessidades sociais”, comemora.

*Com informações da Secretaria de Educação

** O nome foi trocado para preservar a identidade do entrevistado

Fonte: Governo DF

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Webinário Junho Verde debate instrução normativa ambiental

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No âmbito das comemorações relacionadas ao mês do meio ambiente, o Instituto Brasília Ambiental, juntamente com a Secretaria do Meio Ambiente (Sema), transmitiu, nesta segunda-feira (21), pelo canal do YouTube da autarquia, o terceiro dia do webinário Junho Verde, com foco na Instrução Normativa (IN) nº 33, que estabelece procedimentos de recuperação ambiental no Distrito Federal.

No início da live, o titular da Superintendência de Licenciamento Ambiental (Sulam) do instituto, Alisson Neves, falou sobre a importância dos mecanismos de recuperação saudável do meio ambiente. Destacou três pontos fundamentais para o processo: a recuperação ambiental não é atividade potencialmente poluidora; o dano ambiental não deve ser terceirizado ao órgão ambiental e os processos de recuperação devem ser apresentados pelos interessados.

Em seguida, a jornalista Bárbara Xavier, da Assessoria de Comunicação do Brasília Ambiental, abriu os trabalhos, apresentando as participantes do órgão – a diretora de Licenciamento Ambiental, Juliana de Castro, e a engenheira Heloísa Carvalho. As palestrantes falaram sobre o ato administrativo, recordando seu histórico e destacando atualizações e inovações do processo.

Em relação à inovação trazida pela IN 33/2020, Juliana de Castro citou a emissão de autorização por adesão e compromisso: “Consiste num documento em que o interessado se compromete a cumprir todas as exigências preestabelecidas pelo órgão ambiental. Ainda está em fase de teste, mas nós estamos confiantes no sucesso desta medida, de maneira a aproximar o interessado do órgão ambiental”.

“A publicação dessa Instrução Normativa foi só o início de um grande trabalho que ainda perdura. À medida que vamos executando, nós vamos amadurecendo as ideias”Heloísa Carvalho, analista do Brasília Ambiental

A respeito da organização e efetividade dos processos de recuperação ambiental, Heloísa Carvalho falou sobre os objetivos, tanto para recomposição de vegetação nativa quanto para reabilitação ecológica. Também abordou os atos motivadores, relatórios de monitoramento, indicadores e quitação da obrigação, entre outros itens. “A publicação dessa Instrução Normativa foi só o início de um grande trabalho que ainda perdura. À medida que vamos executando, nós vamos amadurecendo as ideias”, explicou a engenheira.

O encerramento do webinário Junho Verde, iniciado no dia 7, será na próxima segunda-feira (28), com o tema “A tecnologia a serviço do meio ambiente do DF”, também com transmissão ao vivo pelo YouTube do Brasília Ambiental, a partir das 10h. Confira aqui a programação completa do evento.

*Com informações do Brasília Ambiental

Fonte: Governo DF

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