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Famílias de doadores de órgãos têm atendimento pós-luto

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A Central Estadual de Transplantes do Distrito Federal (CET-DF) iniciou o projeto Follow-up, que tem por objetivo prestar apoio e acompanhamento psicológico às famílias que autorizaram a doação de órgãos de um familiar falecido. Pelo atendimento, as equipes da Secretaria de Saúde ajudam os familiares a lidar com o processo do luto.

a doação de órgãos somente é realizada com o consentimento livre e esclarecido da família que, após a morte do doador, autoriza a retirada dos seus órgãos

O Follow-up existe desde abril e já foi ofertado a 26 familiares que autorizaram a doação de órgãos e tecidos de seus entes. De acordo com a legislação de transplantes, a doação de órgãos somente é realizada com o consentimento livre e esclarecido da família que, após a morte do doador, autoriza a retirada dos seus órgãos.

Considera-se familiar autorizador o cônjuge, o companheiro ou o parente consanguíneo de maior idade e juridicamente capaz, na linha reta ou colateral até o segundo grau, a exemplo do pai, da mãe, dos irmãos e dos avós maternos ou paternos. O familiar autoriza a doação por escrito e o documento também é assinado por duas testemunhas.

No caso de doadores pediátricos, a legislação exige a autorização expressa de ambos os genitores, conforme prevê a Lei 10.211 e o Decreto 9175.

Acesso ao atendimento

Por ligação ou mensagem de texto, a CET procura pelo familiar que autorizou a doação de órgãos. Nesses contatos, a equipe informa que entrou em contato para verificar como essa pessoa está passando pelo processo do luto e sinaliza a existência do suporte psicológico convidando-o a participar de três atendimentos telefônicos.

O trabalho busca prevenir ou minimizar os agravos psíquicos relacionados à perda do doador que, na maioria dos casos, decorre de eventos inesperados, súbitos e estressantes aos familiares, a exemplos de acidentes diversos (traumatismos cranioencefálicos ou afogamentos), violência urbana e doenças cerebrovasculares (AVCs).

A equipe de follow-up é composta por psicóloga e residentes de psicologia, que observam se há fatores de risco e de proteção ao luto complicado orientando o familiar sobre quais estratégias de enfrentamento podem ser empregadas para lidar com esse processo.

A psicóloga da Central Estadual de Transplantes do DF, Esther Almeida, explica como os familiares são abordados. “Inicialmente, ligamos para os familiares autorizadores explicando o trabalho e convidando-os para o atendimento. Quando não conseguimos contato por telefone, enviamos uma mensagem por Whatsapp, apresentando a proposta de trabalho. Em caso de interesse pelo atendimento, solicitamos que sinalize o melhor dia e turno para contato”, informa.

A psicóloga conta, ainda, que alguns pacientes não aceitam a ajuda no primeiro momento. “Há familiares que dispensam o atendimento, mas posteriormente nos contatam solicitando o suporte. Já outros dispensam para si, mas solicitam o suporte a algum outro membro da família que possa estar apresentando mais dificuldades em lidar com o luto”, observa.

Agradecimento

A empresária Alexandra Gurgel da Costa Freitas, de 33 anos, foi contatada pela equipe da CET e aceitou receber ajuda psicológica do follow-up. “Entraram em contato comigo um mês após o falecimento da minha mãe. As conversas com a psicóloga me ajudaram muito no processo do luto, a enfrentar o vazio que eu estava sentindo naquele momento. Sem dúvida, é de um valor imensurável o apoio psicológico que eu recebi”, lembra.

Esther Almeida esclarece que a assistência prestada por meio do follow-up é de caráter breve e focal e que o serviço busca acolher a família do doador para que o processo de luto seja enfrentado de uma maneira menos angustiante.

Quando se observa que o familiar necessita de um atendimento mais aprofundado, a psicóloga orienta que ele prossiga com os atendimentos em serviços que realizem acompanhamentos de médio a longo prazo.

Há familiares que desconhecem ou apresentam dúvidas quanto aos locais e aos serviços onde podem dar continuidade aos atendimentos. Assim sendo, o follow-up ajuda com orientações de encaminhamento.

“Quando o familiar apresenta histórico de adoecimento psíquico prévio agravado pelo luto, orientamos a busca de atendimento na Rede de Atenção Psicossocial da Secretaria de Saúde. No caso dos familiares que dispõem de rede de saúde suplementar (convênios de saúde ou serviços particulares), a recomendação é de que busquem esses serviços para continuidade dos atendimentos”, orienta.

A psicóloga ainda ressalta a importância do follow-up e o empenho da CET em cuidar das famílias doadoras que se preocupam com a saúde e o bem-estar de desconhecidos, ainda que em um momento de sofrimento. Segundo ela, uma das missões da Central Estadual de Transplantes é zelar pela vida.

“O sofrimento humano só é intolerável quando ninguém cuida”, finaliza a profissional destacando uma frase de Cicely Saunders, precursora dos Cuidados Paliativos.

*Com informações da Secretaria de Saúde

Fonte: Governo DF

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Ministério da Saúde já enviou 25 toneladas de medicamentos e insumos para atender população gaúcha

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Nos últimos dias, cem kits de medicamentos e insumos, com capacidade para atender a até 1.500 pessoas durante um mês, chegaram ao estado. Programa Nacional de Imunizações enviará, nesta semana, 600 doses de imunoglobulina ao Rio Grande do Sul

Ministério da Saúde já enviou um total de 25 toneladas de medicamentos e insumos para o Rio Grande do Sul. O objetivo é manter o estado abastecido durante a calamidade provocada pelas severas enchentes dos últimos dias.

A informação foi divulgada na tarde desta segunda-feira, 13 de maio, no Hospital Conceição, em Porto Alegre, durante entrevista coletiva para rádios regionais.

Cem kits de medicamentos e insumos – com capacidade para atender a até 1.500 pessoas durante um mês – chegaram nos últimos dias ao estado. Conhecido como kit emergencial, ele é composto por oito caixas que, somadas, pesam 250 kg. Além de remédios, o conjunto inclui também luvas, seringas, ataduras, etc.

Vale destacar que o volume não considera outros repasses de medicamentos, vacinas e insumos que estão sendo enviados para repor os estoques perdidos com as enchentes e os que já estavam previstos na rotina. A título de comparação, em todo o ano passado, foram distribuídos 106 kits para emergências no Brasil.

Durante o balanço, o secretário de Atenção Primária à Saúde, Felipe Proenço, detalhou a operação de hospitais de campanha no estado. Foi confirmado que a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) irá operar quatro hospitais de campanha no estado.

Um já funciona em Canoas, outro está sendo montado na capital gaúcha e um terceiro em São Leopoldo. A destinação da quarta unidade ainda será definida. Desde o início da calamidade no Rio Grande do Sul, o Ministério da Saúde já enviou recursos para 246 unidades de assistência.

ALERTA PARA GRIPE — O diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública (Desp) do Ministério da Saúde, Márcio Garcia, fez um alerta para doenças respiratórias. Com as aglomerações em abrigos e a temperatura baixando, a preocupação é com o aumento do número de casos de gripe e covid-19.

“A combinação é favorável para o aumento dessas doenças. As pessoas vacinadas vão estar mais protegidas. Diminuem as chances de adquirir a doença ou de evoluir para um caso de Síndrome Respiratória Aguda Grave”, frisou.

NÚMEROS — Veja a seguir alguns números das ações no RS apresentadas durante a coletiva:

Balanço de atendimentos

  • Total: 1.600 / Hospital Campanha (HCamp) de Canoas: 1034
  • Equipes volantes: 548
  • Encaminhamento ou transferência para outra unidade: 57
  • Remoções aéreas: 25
  • Atendimentos psicossociais: 22

Força de trabalho:

  • 134 profissionais em atuação;
  • 6 equipes volantes (13 enfermeiros + 9 médicos);
  • 15 equipes aeromédicas (15 enfermeiros + 15 médicos);
  • 62 profissionais no HCamp;
  • 19 profissionais de gestão;
  • 1 equipe psicossocial (5 psicólogas)

Recursos aplicados:

  • Medida provisória (MP) de liberação de crédito extraordinário, editada pelo presidente Lula, no domingo (12), traz a liberação de R$ 861 milhões para ações de saúde primária e especializada, vigilância epidemiológica, assistência farmacêutica e contratação temporária de profissionais;
  • Antecipação de R$ 40 milhões para compra de medicamentos;
  • Antecipação do pagamento do piso aos profissionais de enfermagem do estado. O total do repasse é de R$ 30 milhões;
  • Repasse, em parcela única, de R$ 63,1 milhões do Fundo Nacional de Saúde à Secretaria Estadual de Saúde e aos fundos municipais de saúde do Rio Grande do Sul;
  • Liberação, de forma imediata, no dia 6 de maio, de R$ 534 milhões em emendas individuais de congressistas do Rio Grande do Sul para auxiliar os municípios do estado afetados pelas enchentes. As emendas estavam alocadas na área da Saúde.

IMUNOGLOBULINA  — Programa Nacional de Imunizações (PNI) enviará, nesta semana, 600 doses de imunoglobulina à população do Rio Grande do Sul. As imunoglobulinas são proteínas utilizadas pelo organismo para combater um determinado antígeno, como vírus e bactérias, por exemplo.

Além disso, o Ministério da Saúde também vai destinar 1,1 mil frascos de soro; 416 mil doses de vacinas contra hepatite A, raiva, poliomielite e influenza, e 134 mil doses de covid-19. A destinação de todos esses insumos foi debatida, nesta segunda-feira (13), durante reunião de monitoramento do Centro de Operações de Emergência (COE) para chuvas intensas e inundações na Região Sul.

“Neste momento, as síndromes respiratórias também passam a ser um problema. Por isso, estamos focados em proteger a população gaúcha. Precisamos de uma ação ativa para vacinar inclusive dentro dos abrigos”, afirmou, na reunião, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel.

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