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Exposição parte da Independência do Brasil para refletir sobre futuro

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O Centro Cultural da Procuradoria-Geral do Estado do Rio de Janeiro (PGE-RJ) inaugura amanhã (26), no antigo Convento do Carmo, na Praça XV, centro da capital fluminense, a exposição gratuita “Passado Presente: 200 Anos Depois”, em comemoração ao Bicentenário da Independência do Brasil. A exposição será aberta para o público na próxima quinta-feira (27) e seguirá até 4 de março de 2023, de terça a sábado, das 10h às 18h.

A mostra reúne 18 obras de nove artistas brasileiros contemporâneos, que propõem uma reflexão sobre o legado de um passado colonial, estimulando o público a lembrar a origem do país para entender o Brasil de hoje e pensar o Brasil do futuro.

A curadora Cecília Fortes na exposição “Passado Presente: 200 Anos Depois” no Centro Cultural da PGE-RJ A curadora Cecília Fortes na exposição “Passado Presente: 200 Anos Depois” no Centro Cultural da PGE-RJ

A curadora Cecília Fortes na exposição “Passado Presente: 200 Anos Depois” no Centro Cultural da PGE-RJ – Tomaz Silva/Agência Brasil

“A mostra traz um olhar mais atual sobre os 200 anos da Independência do Brasil e os artistas que a gente reuniu aqui são artistas visuais contemporâneos de várias partes do país, cujos trabalhos trazem questões que geram uma reflexão sobre quais são os problemas enfrentados hoje no Brasil, tendo em vista o nosso legado de um passado colonial de exploração”, destacou a curadora da exposição, Cecília Fortes, em entrevista hoje (25) à Agência Brasil.

Questões diversas

Cada artista, à sua maneira, retrata o Brasil de ontem e de hoje. Há artistas, por exemplo, que são descendentes dos povos originários, indígenas, que trazem a questão do desmatamento, como Denilson Baniwa e Emerson Uyra.

Tem artistas negros descendentes das diásporas africanas, que abordam como parte significativa dos brasileiros ainda sofre pela questão do racismo, por conta do passado escravocrata. Esses são elementos que o pintor carioca Arjan Martins apresenta em seu trabalho.

O goiano Hal Wildson convida os visitantes a pensar sobre a constituição da identidade do povo brasileiro, que é plural, com sua proposta de plantar novos sonhos, semear outros futuros possíveis, baseados no equilíbrio das relações entre as pessoas e o meio ambiente.

Exposição “Passado Presente: 200 Anos Depois” no Centro Cultural da PGE-RJ celebra dois séculos de independência do Brasil Exposição “Passado Presente: 200 Anos Depois” no Centro Cultural da PGE-RJ celebra dois séculos de independência do Brasil

Exposição “Passado Presente: 200 Anos Depois” no Centro Cultural da PGE-RJ celebra dois séculos de independência do Brasil – Tomaz Silva/Agência Brasil

Outros artistas que participam da exposição são Heloisa Hariadne, que reverencia a ancestralidade negra e a conexão homem-natureza na composição fluida apresentada em “Derretendo as muralhas de gelo para seguir as navegações”.

As relações de poder no mundo do trabalho operário são o cerne de obras das séries “Sob Pressão” e “Sob Tensão”, esculpidas pelo paranaense Marcelo Monteiro.

A artista cearense Maria Macedo, por sua vez, levanta a questão do estereótipo do sujeito matuto, associado aos retirantes e agricultores, e propõe uma ressignificação de sua imagem em pinturas feitas em aquarela sobre sacos de estopa, material utilizado desde a época da escravidão para armazenar alimentos.

Morador do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, Miguel Alfa fala da importância do afeto nas relações entre pais e filhos para reverter o cenário de localidades dominadas pelo tráfico e distanciar crianças e adolescentes do universo do crime.

Já o artista goiano radicado em São Paulo Paul Setúbal coloca a figura de Dom Pedro I de cabeça para baixo em uma escultura feita de bronze, aço, granito e madeira para mostrar a fragilidade do momento histórico da proclamação da Independência. “Foi muito mais um movimento político do que a formação de um país com bases sólidas, para criação de um país próspero”, analisou Cecília Fortes.

À margem

Exposição “Passado Presente: 200 Anos Depois” no Centro Cultural da PGE-RJ celebra dois séculos de independência do Brasil Exposição “Passado Presente: 200 Anos Depois” no Centro Cultural da PGE-RJ celebra dois séculos de independência do Brasil

Exposição “Passado Presente: 200 Anos Depois” no Centro Cultural da PGE-RJ celebra dois séculos de independência do Brasil – Tomaz Silva/Agência Brasil

A curadora recordou que no ano da proclamação da Independência, em 1822, o Brasil tinha um escravo a cada três habitantes; em cada dez pessoas, só uma sabia ler e escrever. “A maior parte da população era formada de negros forros, índios, mestiços, que ainda estavam muito à margem da sociedade. Não tinham condição para uma ascensão social. A gente vivia em um país que ainda era escravocrata e no qual a principal fonte econômica era o trabalho agrário”, apontou.

Levando em conta fatores como esses, a ideia da exposição é voltar ao passado, entender qual era o contexto na época da proclamação da Independência, e agora, 200 anos depois, ver quais são as questões que o Brasil enfrenta, sob o ponto de vista das artes visuais, reiterou Cecília.

Outro ponto importante é que o Centro Cultural da PGE-RJ está situado em um prédio histórico, que já foi convento na época da colonização e residência da família imperial.

Exposição “Passado Presente: 200 Anos Depois” no Centro Cultural da PGE-RJ celebra dois séculos de independência do Brasil Exposição “Passado Presente: 200 Anos Depois” no Centro Cultural da PGE-RJ celebra dois séculos de independência do Brasil

Exposição “Passado Presente: 200 Anos Depois” no Centro Cultural da PGE-RJ celebra dois séculos de independência do Brasil – Tomaz Silva/Agência Brasil

“Por isso, a gente precisava falar sobre o momento histórico que são os 200 anos da Independência, que é importantíssimo para o nosso país, mas a gente teve a preocupação de trazer um olhar mais atual. De não só reverenciar esse passado, mas perguntar quais são as questões que estavam envolvidas lá atrás e, depois, projetar isso para o futuro”.

Alguns trabalhos expostos falam sobre os caminhos que o povo brasileiro tem para construção de um país mais inclusivo e que novas bases podem ser estimuladas para construção desse novo país, “que a gente quer que o Brasil seja”.

Essa é a segunda exposição de obras de arte montada na nova galeria da PGE-RJ, no Convento do Carmo, que foi reaberto ao público em maio deste ano, com a mostra “Composição Carioca”, que prestou homenagem às paisagens naturais do Rio de Janeiro e sua população. 

Edição: Lílian Beraldo

Fonte: EBC Geral

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Lula segue para o Rio Grande do Sul, acompanhado de ministros e líderes dos poderes Legislativo e Judiciário

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Estado registra 329 municípios atingidos e 686.482 pessoas afetadas. A frente fria tem previsão de altos volumes de chuva para o norte do Rio Grande do Sul, todo o estado de Santa Catarina e sul do Paraná

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, seguiu para o Rio Grande do Sul na manhã deste domingo, 5 de maio, acompanhado por uma comitiva de ministros e líderes dos poderes Legislativo e Judiciário. O grupo se une aos ministros Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), que já estão no estado e acompanham de perto as ações de socorro e assistência do Governo Federal à população gaúcha.

Embarcaram com o presidente a primeira-dama, Janja Lula, e os ministros Rui Costa (Casa Civil), José Mucio (Defesa), Fernando Haddad (Fazenda), Renan Filho (Transportes), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Camilo Santana (Educação), Nísia Trindade (Saúde), Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), Wellington Dias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Jader Filho (Cidades), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) e Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais). Também seguem para o Rio Grande do Sul os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, os ministros Edson Fachin (STF) e Bruno Dantas (presidente do Tribunal de Contas da União), além do comandante do Exército Brasileiro, general Tomás Paiva.

Neste domingo, durante o Regina Caeli (uma das peças da liturgia católica, denominadas “antífonas marianas”), o Papa Francisco manifestou solidariedade e dirigiu suas orações aos povos dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, afetados pelas fortes chuvas e enchentes.

Atualizações nas ações de socorro e assistência ao Rio Grande do Sul

Ministério da Defesa
Resgate de pessoas isoladas em Lajeado, Encantado, Taquari, Estrela, Nova Santa Rita, Montenegro, Sinimbu, Canoas, Bento Gonçalves, Campo Bom e São Sebastião do Caí. Em São Gabriel, Bagé, Alegrete e Cristal, também foram realizadas operações de apoio à reestruturação de imóveis destruídos e realocação de pessoas desabrigadas. Em Candelária e São Valentim do Sul, o contingente ainda realizou a desobstrução de vias. Em Restinga Seca, atuaram para o lançamento de uma ponte e restituição dos acessos. Em Porto Alegre e Cachoeira do Sul, atuaram no apoio à organização e distribuição de doações e aos abrigos de desabrigados. Foram realizados 9.749 resgates nos últimos dias, sendo 402 aéreos, 2.340 fluviais e 7.007 terrestres – 69 pessoas demandaram um trabalho de evacuação aeromédica. São 647 militares das Forças Armadas envolvidos nas operações, sendo 426 do Exército, 155 da Marinha e 66 da Força Aérea.

Força Aérea Brasileira (FAB)
Nesta madrugada, a aeronave KC-390 Millennium transportou mais de 18 toneladas de materiais do Grupamento de Apoio Logístico de Campanha (GALC). Decolou da Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro (RJ) com destino à Base Aérea de Canoas, transportando geradores, banheiros químicos, barracas operacionais, colchões, materiais de apoio elétrico e hidráulico que vão prover suporte de alimentação, alojamento, higienização (banho e sanitários) e manutenção da assistência à população gaúcha. Além de toda a carga, a aeronave ainda transportou 14 militares do GALC, que farão a montagem de toda a estrutura em Canoas. A atuação desse efetivo tem a finalidade de apoiar logisticamente as operações na calamidade pública.

Polícia Rodoviária Federal (PRF)
No balanço da manhã, a PRF apontou a previsão de reforço de 75 agentes no efetivo envolvido nas operações. Até o momento, estão destacados 99. A força relatou extrema dificuldade de movimentação do efetivo em razão dos pontos bloqueados. Estão empregadas na operação 20 viaturas e três aeronaves. Cento e cinquenta resgates terrestres já foram realizados e 54 pessoas (e três animais) demandaram resgate aéreo.

BALANÇO — De acordo com a última atualização do governo estadual, são 329 municípios atingidos e já são 686.482 pessoas afetadas. O estado contabiliza 79.253 desalojadas e outras 14.447 pessoas em abrigos, com 72 mortes, 150 feridos e 103 desaparecidas.

PREVISÃO DO TEMPO — De acordo com os órgãos de monitoramento e previsão hidrometeorológica — Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Serviço Geológico do Brasil (SGB) e Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) — a frente fria tem previsão de altos volumes de chuva para o norte do Rio Grande do Sul, todo o estado de Santa Catarina e sul do Paraná.

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