Política

Executivo veta projeto que proíbe exposição de foto do governador e demais autoridades

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A Governadoria protocolou na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) a propositura 10420/22, a qual veta integralmente o autógrafo de lei 341, proposta pelos deputados Bruno Peixoto (UB) e Paulo Trabalho (PL), cuja pretensão era proibir a confecção e a exposição de foto do Governador e das demais autoridades nas repartições públicas no âmbito estadual. 

Para justificar o veto, o governador Ronaldo Caiado (UB) sustentou os pareceres da Casa Militar, da Secretaria de Estado de Comunicação (Secom) e da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), sobretudo por atestar a inconstitucionalidade da matéria, por vício formal da iniciativa. 

Em seu despacho, a PGE destacou que a matéria viola os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, parâmetros de aferição que limitam todos os atos do Poder Público, ao considerar que, da comparação entre o dever de dar publicidade aos atos oficiais e o princípio da impessoalidade, ambos constantes do parágrafo 1º do artigo 37 da Constituição Federal, decorreria a proibição total de confecção e de exibição de fotos de agentes públicos nos prédios da administração estadual. 

De acordo com a PGE tal vedação inviabilizaria, inclusive, a instalação de murais de ex-autoridades, o que impediria o registro histórico da construção, da ampliação, da reforma e da reestruturação dos diversos modelos de administração pública que, naturalmente, se sucedem e se sobrepõem no decorrer do tempo. Da mesma forma, entende a PGE, que seria proibido qualquer registro fotográfico de qualquer agente público, independentemente da sua finalidade.

Em outro trecho, a Procuradoria sustentou que a vedação à utilização de publicidade institucional não pode ser interpretada em extensão máxima, ao ponto de impedir homenagens a personalidades públicas de relevância histórica para a administração, nem impedir de forma absoluta o registro fotográfico ou de imagem das autoridades e de suas ações institucionais, atualmente inclusive por meio de redes sociais. 

Por sua vez, a Casa Militar, também, recomendou o veto integral ao autógrafo de lei ao ponderar que é direito de todos os cidadãos buscar conservar marcos históricos e culturais, conforme preceitua a Constituição Estadual (Inciso II do parágrafo 1º do artigo 127). Ainda de acordo com a Casa Militar, o objetivo de tais galerias é demonstrar, por meio de imagens, a linha temporal dos dirigentes de determinado órgão, alguns já falecidos, o que contribui para o fomento da cultura e da história dos órgãos públicos goianos e dos demais entes federados. 

Em seu despacho, a Casa Militar afirmou que, caso seja mantida a vedação de que fotografias históricas sejam cultivadas, as galerias de fotos históricas do Palácio das Esmeraldas, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), teriam que ser retiradas. O órgão sugeriu, ainda, que patrimônio histórico e cultural deve ser conservado, bem como deve haver o incentivo por parte do Estado à promoção do respeito a tais valores, o que não se confunde com favorecimento pessoal de qualquer agente político ou público.

Por último, a Secom sugeriu o veto total ao autógrafo e destacou que a proposta parlamentar poderia chegar à situação esdrúxula de aplicação de penalidade a ex-governadores já falecidos.

A matéria já foi encaminhada para a Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Alego, onde será distribuída à relatoria para receber novo parecer.

Fonte: Assembleia Legislativa de GO

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Política

“Temos que governar com o espírito de JK”, defende Caiado em encontro nacional de lideranças

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Na 2ª edição do Seminário Brasil Hoje, em São Paulo, o governador falou sobre clima de acirramento da política nacional e soluções reais para problemas da população

No debate sobre desafios e oportunidades para os estados, em São Paulo, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek (JK), que comandou o país entre 1956 e 1961 em clima de coalizão. “Foi esse homem que deu conta de fazer todo o desenvolvimento, destacar o Centro-Oeste e o Norte do país”, disse Caiado. A fala foi durante a segunda edição do Seminário Brasil Hoje, realizado nesta segunda-feira (22/04).

O evento reuniu lideranças políticas e do setor privado para debater o cenário econômico atual. “Ninguém governa brigando, nesse clima de acirramento político. O presidente hoje tem que governar com o espírito que JK teve, de poder, se preocupar com matérias relevantes”, disse Caiado. Ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o goiano encerrou o evento, com a mediação do jornalista Willian Waack.

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Caiado relembrou que, à época de JK, o país também vivia grande clima de polarização política, com diversas forças tentando derrubar o presidente. Ao ser resolvida a crise, JK pediu calma e que o deixassem trabalhar pelo país, sem também promover clima de revanchismo contra adversários.

“Essa polarização é deletéria, todo mundo pode contribuir para seu fim”, disse Tarcísio ao concordar com Caiado. Para ele, o Judiciário, Legislativo, a mídia e mais setores da sociedade também devem atuar para descomprimir o debate. “Estamos cada dia mais próximos do limite, a população não aguenta”, alertou Tarcísio. O encontro foi promovido pela organização Esfera Brasil, que se intitula “apartidária e independente”, com transmissão ao vivo via internet.

Sobre desafios da segurança pública nos estados, Caiado ressaltou que “bandido tem que cumprir pena, e não ficar fazendo falsa política social”. Ele destacou ainda a necessidade do combate às facções criminosas que dominam diversos pontos, nas grandes metrópoles. “Ter territórios onde não se pode entrar significa que não temos um estado democrático de direito”, afirmou.

Como resultado das ações do Governo de Goiás, ele citou que o estado hoje não tem nenhum território dominado por facções e é exemplo nacional em segurança pública.

Seminário
Também integraram a programação do seminário o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, além de outras autoridades. Nos demais painéis, foram abordados temas como as perspectivas para as eleições municipais, comunicação, meio ambiente e integração e inovação de cadeias produtivas.

Fotos:_Julia Fagundes Esfera / Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

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