Saúde

Excessos durante o verão podem causar problemas circulatórios

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Vem chegando o verão e com ele um calor no coração, mas também nas pernas, nos braços e em todo o sistema circulatório. Mãos e pés inchados, pernas cansadas e pesadas, piora de varizes e o surgimento de problemas linfáticos são alguns sintomas físicos que merecem mais atenção no clima quente que terá início no dia 21 de dezembro, e se extende até 20 de março de 2021. De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), durante o verão, existe um aumento de 30% das doenças vasculares. 

O corpo humano trabalha intensamente para combater as altas temperaturas. A circulação cutânea (na pele) é uma das principais responsáveis pela regulação da temperatura do organismo. Durante esse processo, ocorre a dilatação dos vasos sanguíneos da pele e, consequentemente, acarreta a piora de sintomas em pessoas com varizes e doenças linfáticas.

As mulheres são as que mais sofrem com problemas vasculares no verão, explica o cirurgião vascular e presidente da SBACV- Regional Rio Grande do Norte, Gutenberg do Amaral Gurgel. “Nas mulheres, os hormônios femininos podem acarretar maior exacerbação dos sintomas das doenças vasculares. Uma das maiores queixas nessa estação é o inchaço nas pernas. O calor causa a dilatação dos vasos sanguíneos, e faz com que o fluído escape e se acumule no tecido extravascular, isso é chamado de edema. Edema é apenas outra palavra para inchaço”, explica. 

Dentre os fatores que mais causam complicações vasculares no verão estão a desidratação e a preexistência de doenças associadas à obesidade e ao sobrepeso, como o diabetes e a hipertensão. O especialista orienta que, sempre que possível, seja feito o autoexame para identificar possíveis problemas:

Infográfico mostra cuidados com a circulação durante o verão.Infográfico mostra cuidados com a circulação durante o verão.

A  SBACV alerta para que, ao identificar qualquer sinal de má circulação, é muito importante a busca por um angiologista ou cirurgião vascular. 

Prevenção 

Alguns hábitos do verão podem ser perigosos para o sistema circulatório, destaca o médico e presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, Bruno Naves. “Viagem, sol, cerveja, aperitivos gordurosos e salgados, além de calor e imobilização prolongada na mesa de um bar, ou na praia. A receita certa para o inchaço”, enfatiza o especialista. 

Mas, para evitar o edema, o médico dá algumas dicas eficientes:

» Elevar as pernas acima do coração, por pelo menos 15 a 20 minutos, três vezes ao dia. É usar a lei da gravidade a favor do retorno venoso e linfático. O líquido vai naturalmente da posição mais alta para mais baixa, então quando eleva-se os pés e pernas acima do coração, promove-se uma drenagem eficiente e uma renovação da circulação com chegada de nutrientes e oxigênio.
» Evite no verão comidas muito gordurosas ou salgadas em excesso.
» Se o calor dilata as veias, o frio contrai. O medico aconselha a colocar uma compressa de água fria para um resultado ainda melhor. “Em viagens ficarmos longos períodos sentados na mesma posição. É uma boa prática ao chegar no destino, colocar as pernas elevadas e uma compressa fria ou mesmo uma toalha molhada com água fria por cerca de 30 minutos. O alívio é imediato.”
» Evite longos períodos parado na mesma posição. “Exercite seu coração venoso periférico, sua musculatura da panturrilha ou a conhecida “batata da perna”. A cada 50 minutos parado, levante e movimente 10 (50 x 10).”
» Aproveite o verão para colocar o seu corpo em dia. Faça pelos menos 30 minutos de atividade física diariamente. Procure intercalar atividade aeróbica com exercícios resistidos, como musculação ou pilates. Trinta minutos, trinta dias por mês (30 x 30).

“Esse cuidado especial, quando eu falo desse edema funcional, ou seja, decorrente de viagens longas, longos períodos parado na mesma posição ou calor intenso, não está relacionado com doenças. Existem doenças que também causam edema dos membros inferiores, como hipertensão arterial mal controlada, problemas renais, do fígado, do coração, da tireoide e varizes”, esclarece Naves.

O médico ainda explica que sempre que se fica muito tempo parado, na mesma posição, pode-se ter trombose venosa profunda, que é um problema sério e que precisa ter tratamento diferenciado. “Normalmente, o edema da trombose é um empastamento, endurecimento da musculatura da panturrilha que geralmente acontece de um lado só. E nestes casos não costuma regredir com a elevação dos membros”, finaliza. 

Edição: Pedro Ivo de Oliveira

Fonte: EBC Saúde

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Saúde

Saúde estadual alerta: vacinas evitam internações e mortes

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Secretaria de Saúde relata aumento de internações e mortes por dengue e influenza, principalmente entre idosos e crianças

Doenças como dengue e influenza em Goiás têm provocado aumento de diagnósticos e internações, com mais mortes. Desde o início do ano, já foram registrados mais de 150 óbitos por dengue. Já a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) resultou em 179 óbitos, principalmente entre crianças menores de 2 anos (16 mortes), e idosos com 60 anos. Dentre as principais causas, pode estar a baixa cobertura vacinal para dengue e Influenza.

A grande preocupação da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), no momento, é com a alteração da sazonalidade da dengue e doenças respiratórias, como a influenza, com as mudanças climáticas, que já começam neste mês. Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, o histórico de Srag mostra aumento de casos neste período, quando começam as inversões térmicas. “É nesta época que começam a circular os vírus respiratórios, de forma mais intensa”, explica.

Flúvia Amorim chama a atenção, principalmente, para os extremos das faixas etárias, que são crianças e idosos, as principais vítimas de doenças respiratórias. “Para essas pessoas, o quadro pode ser muito grave. Por isso, não deixem de se vacinar”, orienta. “Se você faz parte de algum dos grupos prioritários, procure rapidamente o posto de vacinação”, continua Flúvia, para lembrar que, embora haja vacina disponível contra a influenza em todos os postos de vacinação dos 246 municípios, apenas 20,82% do público-alvo (grupos prioritários) buscaram o imunizante. Já em relação a Covid-19, a cobertura vacinal está em 20,82%. “A vacina demora dez dias para fazer efeito. Então, quanto mais rápido se vacinar, mais rápido a pessoa estará protegida”, avisa.

A Superintendente de Regulação, Controle e Avaliação da SES, Amanda Limongi, também reforça a importância da vacinação. “É o meio mais eficaz de prevenir internações, tanto de dengue quanto de Síndromes Respiratórias Agudas Graves”, afirma, ao confirmar que o “encontro” de casos de dengue e doenças respiratórias tem demandado mais internações em Goiás.

Ela faz um apelo também à população dos municípios que ainda dispõem de vacinas contra a dengue. “Dos 246 municípios goianos, 155 ‘zeraram’ seus estoques, mas ainda faltam 10 mil doses a serem aplicadas”, explica. A superintendente se refere ao restante das 158,5 mil doses recebidas do Ministério da Saúde e que vão vencer em 30 de abril, mesmo com a ampliação da idade para pessoas de 4 a 59 anos. Essa ampliação vale apenas para esses lotes do imunizante. Para a próxima, já está definido o retorno das idades de 10 a 14 anos, para o público-alvo.

Fotos: Iron Braz / Secretaria de Estado da Saúde – Governo de Goiás

 

 

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