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Estratégia Saúde da Família, um reforço ao acompanhamento

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“Nosso objetivo é acompanhar as pessoas ao longo do seu ciclo de vida para desenvolver ações tanto de prevenção quanto de cura e reabilitação” Danilo Amorim, médico de família e comunidade

Da vacina que chega à população até um atendimento de maior urgência, é na Atenção Primária à Saúde (APS) que a maioria dos atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) ocorre diariamente. São essas unidades que o paciente deve procurar; e, caso seja necessário, será encaminhado para outro nível de assistência à saúde.

Unidades básicas de saúde são a porta de entrada para o atendimento integral à população | Foto: Breno Esaki/Agência Saúde

Na estrutura organizacional de cada Unidade Básica de Saúde (UBS), cada profissional tem sua função, e toda a equipe de Estratégia de Saúde da Família (ESF) atua de maneira sincronizada. O Agente Comunitário de Saúde (ACS) é responsável por aproximar a população do SUS, trabalhando com mapeamento e cadastramento dos dados sociodemográficos da população de abrangência das unidades. O ACS identifica as situações de risco coletivo e individual dos moradores da sua área, direcionando o atendimento.

São atividades que exigem dedicação intensa. “Hoje me sinto realizada, muito feliz e orgulhosa pela função que exerço, e também me sinto útil na vida das pessoas”, destaca a ACS Egrimar Telma, que atua há cinco anos na Equipe Verde da UBS 17 de Ceilândia A mesma sensação é compartilhada pela técnica de enfermagem Maria Lucilene, da mesma unidade: “Eu gosto muito da função que exerço, gosto de ajudar os pacientes e realizo isso todos os dias com muita alegria”.

Acompanhamento

Profissionais da Estratégia Saúde da Família atendem todos os ciclos de vida, do bebê ao idoso

Ao chegar a uma UBS, o usuário entra em contato com o enfermeiro ou técnico de enfermagem, profissionais que atuam com foco na prevenção de doenças e promoção da saúde. Essas atividades incluem exames físicos, averiguação de pressão arterial, pesagem, curativos, prescrição de medicações e, caso necessário, solicitação de exames laboratoriais ou encaminhamento ao médico de família e comunidade.

O médico de família e comunidade Danilo Amorim explica: “Nosso objetivo é acompanhar as pessoas ao longo do seu ciclo de vida para desenvolver ações tanto de prevenção quanto de cura e reabilitação. Como trabalhamos com uma população definida por um longo período de tempo, passamos a conhecer muito mais do que a parte clínica do paciente, como o contexto em que ele vive. Dessa forma, conseguimos saber a necessidade de saúde dessa população.”

Trabalho integrado

Um dos serviços oferecidos pela APS é o de saúde bucal, que busca ampliar o acesso às ações de promoção, prevenção e recuperação por meio de medidas individuais e coletivas. Em caráter complementar às equipes de ESF, há ainda o Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB), composto por uma equipe multidisciplinar formada por farmacêutico, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo, assistente social e terapeuta ocupacional.

O Distrito Federal possui 176 UBSs com modelo de atendimento de ESF. Os profissionais que compõem a ESF atendem todos os ciclos de vida, do bebê ao idoso, atuando ainda em acompanhamento gestacional e outros tipos de atendimento.

As UBSs também têm farmácias e salas de vacina, que oferecem imunizantes do calendário nacional de imunização durante todo o ano. Já os pacientes com dificuldade de locomoção contam com atendimento em casa. As visitas são agendadas por meio de solicitação junto à própria UBS.

“A Atenção Primária à Saúde, enquanto estratégia de organização da Rede de Atenção à Saúde do Distrito Federal, de forma contínua e sistematizada, está apta a responder de forma resolutiva a maior parte das necessidades de saúde do território, integrando ações preventivas e curativas, assim como a atenção a indivíduos e comunidade”, reforça o coordenador da APS, Fernando Erick Damasceno.

*Com informações da Secretaria de Saúde

Fonte: Governo DF

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Programa Cisternas avança e promove cidadania às famílias do Semiárido nordestino

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Nova etapa de execução é concretizada via convênio entre MDS e Consórcio Nordeste, no valor de R$ 311 milhões. Na área rural de Juazeiro (BA), os moradores estão otimistas com as novas possibilidades trazidas pelo acesso à água

No Semiárido nordestino, um sonho começa a ganhar forma. A retomada do Programa Cisternas vem enchendo a casa das famílias de esperança. Em meio às obras de uma cisterna para a produção de alimentos em sua propriedade, Jamile da Silva, 26 anos, faz planos para o futuro. A tecnologia de acesso à água, combinada com o recurso do Programa Fomento Rural, vai proporcionar a ela uma renda extra.

Essa cisterna vai me ajudar na atividade produtiva, vou saber que estou consumindo alimento saudável. E o Fomento vai me dar uma garantia de ter uma criação melhor, que eu preciso também, de caprinos e ovinos” Jamile da Silva, produtora rural

A produtora mora na comunidade Pau Preto, zona rural de Juazeiro, ao norte da Bahia. “O Programa Cisternas é perfeito”, definiu Jamile, sorridente. São mais de 42 mil cisternas contratadas, a partir de convênio entre o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e o Consórcio Nordeste. A parceria, formalizada em maio deste ano, contempla os nove estados nordestinos.

O investimento é de quase R$ 300 milhões do Governo Federal, por meio do MDS, e de outros R$ 12 milhões de contrapartida dos estados. O convênio prevê a instalação de 39 mil tecnologias de acesso à água para consumo humano e 2,89 mil sistemas para consumo animal e produção de alimentos. As famílias que recebem as cisternas para a produção de alimentos também são inseridas no Programa Fomento Rural, em um repasse de R$ 13,3 milhões pelo acordo.

Além de oferecer assistência técnica, o Fomento Rural transfere o valor de R$ 4,6 mil diretamente para os beneficiados. São grandes conquistas para Jamile da Silva, que pensa em alternativas de expansão produtiva, a partir do recurso, da cisterna concluída e da capacitação para trabalhar em novas culturas. Ela também quer melhorar as condições do local onde cria caprinos e ovinos, a começar pela construção de um teto para os animais.

“Essa cisterna vai me ajudar na atividade produtiva, vou saber que estou consumindo alimento saudável. E o Fomento vai me dar uma garantia de ter uma criação melhor, que eu preciso também, de caprinos e ovinos”, projetou Jamile, enquanto acompanha em detalhes o processo de construção da estrutura. Nascida e criada na zona rural, é nessa mesma terra em Juazeiro que ela quer continuar a escrever sua história.

A realidade que o Programa Cisternas desenha para as famílias é possível graças à retomada, em 2023, dos investimentos na ação. Trata-se de uma política pública que assegura o direito de acesso a água.

PERSPECTIVA — À sombra de uma árvore no quintal de casa, na comunidade Arapuá Novo, a produtora rural Maria Sonia Oliveira espera com tranquilidade o período de chuvas na região, quando será possível captar a água, armazenar e, finalmente, utilizá-la. Os 60 anos de vida, completados no último mês, são morando sobre o mesmo chão de terra em Juazeiro. Maria Sonia recorda da época em que a família não tinha cisterna em casa.

“A primeira cisterna foi um sonho, quando a gente conseguiu, há quase 20 anos. Porque a gente tinha uma dificuldade enorme de carregar a água. Tinha que buscar água longe, colocar na cabeça, era um peso”, lembrou aliviada. “Agora, com essa outra, vai ser ainda melhor, porque é para produção”, disse, mirando o futuro.

A poucos quilômetros da propriedade em que Maria Sonia cria caprinos, a família de André Nascimento também tem na pequena agricultura o meio de subsistência. É da atividade no campo que o produtor colhe qualidade de vida para os três filhos. Ao lado da esposa, Márcia Cristina, ele enxerga no Programa Cisternas a chance de ampliar e otimizar a produção na área em que vivem.

Aos 43 anos, essa será a primeira vez que o agricultor vai manejar uma horta. “Vou plantar coentro, alface, tomatinho… Vai ser pra gente comer em casa, um alimento saudável, e se for possível, até ter uma rendinha extra pra família”, planeja André, com entusiasmo.

CAPACITAÇÃO — O assessoramento técnico para as famílias que atuarão com as cisternas de produção de alimentos, tem o papel de educar e dar suporte, para que a atividade seja executada com segurança. Dessa forma, Jamile, Maria e André são acompanhados por profissionais com experiência e que conhecem o potencial produtivo da região.

Nas comunidades rurais de Juazeiro, a assistência é feita pelo Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA). “É um trabalho que fortalece a função da assessoria técnica, porque a gente conversa com eles, tira dúvidas e até ajuda a escolher qual atividade produtiva eles querem desenvolver”, explicou Andressa Menezes, técnica do IRPAA.

“A retomada do Programa Cisternas consolida o que nós defendemos, que é a convivência com o Semiárido. É um processo que integra a família, porque todos participam”, completou.

O desenho do programa beneficia todos os envolvidos, de uma ponta a outra, como é o caso do pedreiro Flávio Rodrigues, que nunca havia trabalhado na construção civil. Ele passou por uma capacitação, esse ano, e agarrou a oportunidade. Desde que assumiu a função, perdeu as contas de quantas cisternas já ajudou a construir.

“Quero aprender mais ainda, desde moleque tinha vontade de ser pedreiro, e quero aproveitar a oportunidade de trabalhar na área. A cisterna é um presente, eu só tenho a agradecer ao programa, à ASA, a todos”, declarou Flávio. Entre o início e a entrega, a construção de cada cisterna pode variar entre sete e 15 dias, em média.

A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) é uma rede que defende, propaga e desenvolve o projeto de convivência com o bioma. A entidade é composta por mais de três mil organizações da sociedade civil, como sindicatos rurais, associações de agricultores e agricultoras, cooperativas, organizações não governamentais e institutos, como o IRPAA.

AVANÇO — Ao resgatar o Programa Cisternas, em 2023, após longo período sem incentivos, o Governo Federal investiu R$ 600 milhões e contratou 62,7 mil unidades, sendo 58,2 mil para o Semiárido e as demais para a região Amazônica.

As tecnologias sociais de acesso à água são um importante equipamento para a convivência com as regiões, promovendo dignidade, saúde, segurança alimentar e melhores condições de vida. Além disso, pesquisas científicas mostram a importância desses sistemas na saúde de gestantes e recém-nascidos.

 

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