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Escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo desfilam neste sábado

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Sete agremiações participam, na noite deste sábado (23), no Sambódromo do Anhembi, do segundo dia de desfiles das escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo. As apresentações deste grupo começaram na sexta-feira (22). No dia 29, será realizado o Desfile das Campeãs do carnaval de 2022, do qual participarão a campeã do Grupo de Acesso II, a primeira e a segunda colocadas do Grupo de Acesso I e as cinco escolas com as maiores somas de notas do Grupo Especial, incluindo a campeã.

Os desfiles começaram nos dias 16, com as escolas do Grupo de Acesso II, e 21. com as agremiações do Grupo de Acesso I.

De acordo com a Liga de Samba de São Paulo, o carnaval de São Paulo deve atrair, em quatro dias de desfiles, mais de 110 mil espectadores e cerca de 30 mil componentes de escolas.

A primeira escola a desfilar na noite de hoje é a Vai-Vai, que sai às 22h30; seguida pela Gaviões da Fiel, às 23h35; Mocidade Alegre, à 0h40; Águia de Ouro, à 1h45; Barroca Zona Sul, às 2h50; Rosas de Ouro, às 3h55; e Império de Casa Verde, às 5h.

Enredos

A Escola de Samba Vai Vai abre a segunda noite de desfiles do Grupo Especial com o enredo Sankofa!, tema que representa um reencontro do negro com suas origens e é narrado pela ave sagrada africana Sankofa, destacando o ensinamento da mitologia Axante de que “nunca é tarde para voltar atrás e buscar o que ficou perdido”. Para resgatar a cultura e os valores africanos deixados para trás por causa da escravidão, a escola recorre aos provérbios do Adinkra, um dos sistemas de escrita usados na África pré-colonial.

A Vai-Vai nasceu no ano de 1930, no bairro do Bixiga, como um cordão de carnaval. Desde então, cresceu bastante e tornou-se a escola de samba com mais títulos do carnaval paulista: 15.

A Gaviões da Fiel leva ao Sambódromo o enredo Basta, definido como um grito contra todas as mazelas e injustiças sociais, com alusão a temas em debate no atual cenário brasileiro, como a fome, a causa indígena, o movimento negro, o racismo e a luta da mulher por igualdade.

Maior torcida organizada do Corinthians, o bloco Gaviões da Fiel foi criado em 1969 e participou do último desfile de carnaval realizado na Avenida São João. No ano seguinte, o bloco conquistava o primeiro título com o enredo Vai, Corinthians. Convidado para desfilar no Grupo de Acesso do Carnaval, foi criado Grêmio Recreativo Cultural e Escola de Samba Gaviões da Fiel Torcida. Já no primeiro desfile, em 1989, a Gaviões ficou com o vice-campeonato e subiu para o Grupo Especial. Já conquistou quatro títulos. 

A Mocidade Alegre vai homenagear neste ano a cantora Clementina de Jesus com o samba-enredo Quelémentina, Cadê Você?. A cantora Clementina de Jesus estreou nos palcos em 1964 e ganhou fama no ano seguinte, com no espetáculo Rosa de Ouro, e também nas rodas de samba no palco do Teatro Opinião.

A escola foi fundada em 1967 pelos irmãos Juarez, Salvador e Carlos Cruz e mais dois amigos que já saíam fantasiados de mulher pelas ruas da região central da cidade, com o“Bloco das Primeiras Mariposas Recuperadas do Bom Retiro. A rápida ascensão reservou à Mocidade Alegre muitas vitórias, incluindo o título de pentacampeã do Grupo Especial entre os anos de 1969 e 1973. Os mais recentes troféus de campeã foram conquistados em 2004, 2007, 2009, e além do tricampeonato, alcançado de 2012 a 2014.

Em seu enredo, a Águia de Ouro pede Agô (licença, permissão) às energias ancestrais e declara seu orgulho à eterna guardiã da cultura afro-brasileira. O desfile para o carnaval 2022 da escola será um  afoxé – cortejo – de exaltação à diversidade étnica, ode à pluralidade cultural e manifesto contra a intolerância religiosa.

As batucadas da Águia de Ouro já eram ouvidas pelas ruas de São Paulo por volta dos anos 1970, quando uma roda de samba animava o fim das partidas de futebol de várzea do time Faísca de Ouro. O primeiro desfile da Águia de Ouro foi em 1977. A escola terminou em terceiro lugar na elite do samba paulistano duas vezes e em 2020 conquistou o título de campeã do carnaval. A escola foi a campeã em 2020, último ano de desfile no Sambódromo do Anhembi.

O samba-enredo da Barroca Zona Sul homenageia Zé Pelintra, importante entidade de cultos afro-brasileiros que tem raízes no estado de Pernambuco. O samba da Barroca foi batizado de A Evolução Está na sua Fé.Saravá, Seu Zé“. 

Criada na Vila Mariana, a Barroca Zona Sul começou nos anos 1970, com o sambista Sebastião Eduardo Amaral, conhecido por Pé Rachado, então presidente da Vai-Vai. Ele passou por várias escolas, incluindo a carioca Mangueira, onde Cartola o incentivou a montar sua própria escola. O nome faz referência ao Campo Barroca, do time de futebol Portuguesinha, campo de terra batida onde os batuqueiros do bairro se reuniam em rodas de samba nos fins de semana. Em 1977, com a presença do padrinho Cartola, de Dona Zica e da Mangueira, a Barroca inaugurou sua quadra. O melhor resultado da escola foi a quinta posição do Grupo Especial em 1982, 1985 e 1990.

Com o enredo Sanitatem (cura, em latim) a escola leva para a avenida um samba que fala sobre os rituais de cura, da antiguidade até os dias atuais, com alusões à magia, à fé e à ciência.

A Sociedade Rosas de Ouro foi criada em 1971 por um grupo de quatro amigos. Ficou com o vice-campeonato em sua primeira aparição entre as grandes escolas. Em 1983, os componentes da Roseira, apelido carinhoso da escola, ganharam o campeonato com o enredo Nostalgia, uma volta à São Paulo do começo do século 20. A Rosas de Ouro oi tricampeã de forma consecutiva nos anos de 1994 e 2010.

Por intermédio do influenciador digital Carlinhos Maia, a Império de Casa Verde conta a história da comunicação com o samba-enredo O Poder da Comunicação – Império, o Mensageiro das Emoções. A viagem começa em tempos ancestrais, passando pelo sinal de fumaça, pelo rádio e pela TV e, no fim, desembarcando na internet e na Vila Primavera, lugar de onde surgiu o comunicador nordestino, para trazer a mensagem no século atual.

O Grêmio Recreativo Cultural Social Escola de Samba Império de Casa Verde foi fundado em 1994 por dissidentes da Unidos do Peruche. Conseguiu seu primeiro título no Grupo Especial com apenas 11 anos de fundação e há três no grupo principal com o enredo Brasil: Se Deus É por Nós, Quem Será contra Nós?. Novas conquistas vieram em 2006 com o samba Do Boi Místico ao Boi Real e em 2016 com o enredo O Império dos Mistérios.

Edição: Nádia Franco

Fonte: EBC Geral

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“Caminhos assistenciais” do Governo Federal liberam rodovias para garantir abastecimento do Rio Grande do Sul

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Prioridade é a liberação ágil de trechos essenciais para assegurar o fluxo de veículos com suprimentos, comida, oxigênio e combustível

Com mais de 400 cidades atingidas pelo alto volume de chuvas que caiu sobre o território gaúcho, o Governo Federal desenvolveu um plano emergencial para reestabelecer o fluxo viário em rotas estratégicas para assegurar o atendimento da população e impedir o desabastecimento de itens essenciais para a população do Rio Grande do Sul.

“Esses caminhos assistenciais, como estamos chamando, são para garantir salvamento e abastecimento do estado, sobretudo com oxigênio e remédio, comida e água, além da chegada de combustível, para não haver outras paralisações nesta crise e intensificarem ainda mais o sofrimento do povo gaúcho neste momento”, informou o ministro dos Transportes, Renan Filho. “É um plano de trabalho com prioridades a serem adotadas em 48 horas”.

Para isso, são usados maquinários pesados, como tratores, escavadeiras, guindastes e caminhões. Há cerca de 200 equipamentos e 600 homens atuando diretamente no estado. Em alguns pontos de rompimento de trechos de estrada, a solução é preencher as brechas com pedras para permitir a passagem dos veículos. Um dos trechos liberados é a BR 290, que liga Porto Alegre a Santa Maria e segue até a fronteira com a Argentina, por onde passa 30% do comércio internacional do país. Equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), de concessionárias e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) seguem no para restabelecer o fluxo viário.

“Liberamos o fluxo na BR 290. O momento é de trabalhar pela preservação da vida, reencontro das famílias e reconstrução do Rio Grande do Sul. Nesses caminhos serão permitidos transporte de alimentos, remédios, oxigênio, combustíveis, resgates e pacientes em ambulâncias”, comentou o ministro.

Já estão liberados também trechos das BRs-116/RS, entre Estância Velha a Nova Petrópolis; de Vacaria a Campestre da Serra; e de Caxias a São Marcos. Também foi restabelecido o fluxo na BR-392/RS, de Santa Maria a Caçapava do Sul, possibilitando o acesso ao Porto de Rio Grande, beneficiando a região de Pelotas. Até esta quarta-feira (8/5), serão realizadas ainda as seguintes liberações: na BR-116/RS, sentido norte do estado, no trecho do Viaduto da Scharlau, e a ponte sobre o Rio dos Sinos.

 

Na BR-470, passagem liberada de Carlos Barbosa a Montenegro; na BR-386, a ponte sobre o rio Taquari, em Estrela e Lajeado também teve o fluxo retomado, assim como na BR-290, de Eldorado a Santa Maria, com construção de um bueiro. Já no caso da BR-158, de Santa Maria a Cruz Alta, o trânsito ainda ocorre com escolta, apenas para passagens de veículos emergenciais, pois há risco no trajeto. Trânsito liberado também na BR-448, a Rodovia do Parque.

Para o ministro, chama a atenção nesse desastre a amplitude, a velocidade com que as águas subiram e a demora no escoamento, o que dificulta o dimensionamento da crise e o atendimento. “A prioridade agora é salvar vidas, liberar vias para passagem de equipes de resgate e pronto socorro e, depois, pensarmos na reconstrução”, listou.

Rodovias liberadas e em processo de liberação

1 BILHÃO – Em reunião com parlamentares na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o ministro ainda informou que cerca de R$ 1 bilhão serão destinados pelo Governo Federal à reconstrução de rodovias federais, além do orçamento previamente destinado ao estado de R$ 1,7 bilhão.

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