Economia

Em nova projeção, Ipea vê inflação em 2021 acima de 8%

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O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta tarde (30) sua nova análise de conjuntura sobre a economia brasileira. O documento aponta que a inflação brasileira está pressionada pela desvalorização cambial, pela alta dos preços internacionais das commodities e pela crise hídrica. Estima-se que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechará o ano com alta de 8,3% e o Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC) com alta de 8,6%.

Até agosto, o IPCA registrou um crescimento no ano de 5,67%. Já é um percentual superior aos 5,25% estabelecidos como limite da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2021. Por outro lado, o Ipea aposta em desaceleração da inflação em 2022. A estimativa é que o IPCA feche o próximo ano em 4,1% e que o INPC fique em 3,9%.

Os dados constam na Carta de Conjuntura nº 52. “Um dos grandes desafios macroeconômicos no curto e médio prazo é a calibragem adequada da política monetária, de modo a trazer a inflação de volta para o centro da meta sem comprometer a retomada”, diz o documento.

A pesquisa do Ipea revela uma projeção próxima ao do Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central (BC). A última edição, publicada no início dessa semana, trouxe uma nova previsão do mercado financeiro para o IPCA de 2021. A estimativa é de 8,45%.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB – PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) de 2021, o Ipea manteve a projeção já apresentada em junho e reiterada em agosto de crescimento de 4,8%. No entanto, foi revista a estimativa para 2022. Os pesquisadores preveem um crescimento de 1,8% no próximo ano. É um percentual menor do que os 2% estimados no mês passado.

“Essa redução se deve à dinâmica recente do cenário macroeconômico, com destaque para a persistência da inflação em patamar elevado – que impactou negativamente o poder de compra dos consumidores e provocou a necessidade de um aperto monetário maior que o esperado. Além disso, observou-se uma deterioração das condições financeiras das famílias, com o aumento de seu endividamento. Em contrapartida, alguns fatores contribuem para que a revisão da previsão para 2022 tenha sido pouco significativa, com destaque para o cenário de crescimento robusto do setor agropecuário e o aumento da disponibilidade de caixa dos governos estaduais”, diz o documento.

Recuperação

Com base nos indicadores mensais de atividade econômica, os pesquisadores indicam a continuidade da recuperação da economia no início do terceiro trimestre de 2021. Segundo eles, o movimento de recuperação está atrelado ao avanço da vacinação contra a covid-19 e à melhora da dinâmica epidemiológica.

De acordo com a pesquisa, os resultados positivos das medidas de controle da pandemia têm contribuído para que os níveis de mobilidade urbana se aproximem da normalidade. “Com isso, as atividades que dependem de maior interação presencial, notadamente aquelas associadas ao setor de serviços, seguem apresentando um ritmo de crescimento mais acelerado”, registra o documento.

Em agosto deste ano, na comparação com o mês de julho, houve avanço de 0,1% no setor de serviços, alta de 0,6% na produção industrial e queda de 1,1% no comércio varejista. Na comparação com o mês de agosto do ano passado, a previsão é de alta em todos os segmentos: setor de serviços (15,7%), produção industrial (1,2%) e comércio varejista (2%).

Foi realizada também uma análise específica para o setor automotivo, cujo desempenho ruim em agosto impactou os resultados do comércio varejista do país. O encarecimento de insumos como o aço e a borracha e o aumento das tarifas de energia foram apontados como os fatores que explicam a situação. Mas apesar da queda de 16,5% na produção de automóveis de passeio, a produção da caminhões subiu 11,4% impulsionada pela boa safra agrícola e pelo aumento da atividade minerária.

Crise hídrica

Os pesquisadores manifestam preocupação com a crise hídrica, a pior dos últimos 91 anos, segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS). “A situação é ainda mais grave porque não há perspectiva de nível de precipitação acima da média para o último trimestre nos subsistemas mais afetados, principalmente no Sudeste/Centro-Oeste. De acordo com o levantamento feito pelo Ipea, com base nas previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a precipitação prevista é igual ou abaixo da média do período de 1981 a 2010”, aponta o Ipea.

O cenário fiscal brasileiro também foi avaliado e concluiu-se que há uma perspectiva de melhora nas contas públicas em 2021. Um ponto destacado é o aumento das disponibilidades de caixa nos governos estaduais, que pode se reverter em investimentos capazes de atenuar impactos negativos do aumento dos juros sobre a atividade econômica. Houve também uma melhora na projeção do déficit nacional esperado para este ano. “Para 2022, persistem incertezas, a principal das quais está associada à magnitude do esforço de contenção de despesas requerido para a obediência do teto de gastos da União”, pondera o documento.

Edição: Valéria Aguiar

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Economia

Sorteio da Nota Fiscal Goiana premia moradores de 34 municípios

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Ao todo foram 158 ganhadores em abril. Prêmio máximo de R$ 50 mil foi sorteado para uma moradora de Goiânia

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria da Economia, realizou na manhã desta quinta-feira (25/04), o sorteio mensal da Nota Fiscal Goiana (NFG) com premiações que somam R$ 200 mil. O maior prêmio, de R$ 50 mil, saiu para a moradora da capital, Catarina Amato Ferreira. A relação de todos os ganhadores já está disponível para consulta no site do programa.

O coordenador da Nota Fiscal Goiana, Leonardo Vieira de Paula, revela que a ganhadora do prêmio máximo concorreu com 16 bilhetes, em um universo de quase 3,7 milhões gerados para essa edição, de número 88. Foram consideradas as notas fiscais com CPF das compras do mês de março no varejo goiano.

Outros 157 inscritos tiveram seus bilhetes sorteados e vão ganhar os demais prêmios: três de R$ 10 mil; quatro de R$ 5 mil; 50 de R$ 1 mil e 100 de R$ 500,00 cada. Os nomes dos ganhadores já estão divulgados no site do programa https://goias.gov.br/nfgoiana, que também deve ser acessado para solicitar o pagamento do dinheiro.

Do total, 80 residem em Goiânia, 15 em Aparecida de Goiânia, nove em Anápolis, cinco em Trindade e cinco em Rio Verde. Moradores de outras 28 cidades goianas e dois do Distrito Federal também foram sorteados. A premiação foi acompanhada por vários servidores da Economia e pelo superintendente de Informações Fiscais, Luciano Pessoa.

Dia das Mães
Quem não foi sorteado neste sorteio pode continuar pedindo o CPF na nota para concorrer à edição de maio, prevista para o final do mês. “O Dia das Mães é uma das datas em que o comércio está mais aquecido. Então, é uma excelente oportunidade para os participantes no programa aumentarem suas chances de ganhar. A compra pode ser de qualquer valor, não existe valor mínimo, basta ter o CPF na nota para concorrer. Ao somar R$ 100 em compras, o inscrito ganha um bilhete”, detalha Leonardo.

Quem ainda não é inscrito, terá a oportunidade de participar do sorteio de maio desde que se inscreva, pelo site, e peça o CPF na nota em todos os estabelecimentos do varejo goiano. A NFG também concede desconto de até 10% no valor do IPVA do participante, além de beneficiar os times de futebol da primeira divisão do campeonato goiano.

Fotos: Secretaria da Economia / Secretaria da Economia – Governo de Goiás

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