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Dia dos Namorados: casamento comunitário une 300 casais em SP

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Há um ano, a cobradora de ônibus Cláudia Damascena Santos, 46 anos, estava internada em um hospital à espera de um transplante de fígado. Ao lado dela, dando apoio e carinho estava o companheiro, agora noivo, José Antonio de Souza Caetano, motorista de 60 anos.

Neste domingo (12), Dias dos Namorados, Claudia e José vão se unir em um casamento coletivo no Ginásio Ibirapuera, na região centro-sul da capital paulista. Além deles, mais 300 casais devem participar da ação promovida pela Secretaria da Justiça e Cidadania, por meio do Centro de Integração da Cidadania (CIC).

O casal José Antonio de Souza Caetano, 60 anos, e Cláudia Damascena Santos, 46 anos, oficializará a união no casamento coletivo realizado no Ginásio Ibirapuera pela Secretaria da Justiça e Cidadania no dia dos namorados. O casal José Antonio de Souza Caetano, 60 anos, e Cláudia Damascena Santos, 46 anos, oficializará a união no casamento coletivo realizado no Ginásio Ibirapuera pela Secretaria da Justiça e Cidadania no dia dos namorados.

O casal José Antonio de Souza Caetano, 60 anos, e Cláudia Damascena Santos, 46 anos, oficializará a união no casamento coletivo realizado no Ginásio Ibirapuera pela Secretaria da Justiça e Cidadania no dia dos namorados. – Rovena Rosa/Agência Brasil

“Vou festejar a vida, porque nessa época, no ano passado, quase morri, tive de fazer um transplante de fígado e o José Antonio nunca me abandonou e cuidou de mim o tempo todo”, conta a noiva, ansiosa com o grande dia.

A iniciativa é destinada a casais com renda total de até três salários mínimos. Os casais que se inscreveram e se encaixaram neste perfil terão direito à gratuidade do casamento, cerimônia e banda. A cerimônia será feita primeiro para um casal modelo. Depois, quatro juízes realizam, com os outros casais, os trâmites para a assinatura do documento de casamento civil. 

Comprovando a “tradição”, Cláudia é a próxima da família a se casar depois de ter pegado o buquê da nora, no casamento de seu filho. Claudia e José Antonio se conheceram há seis anos, no trabalho. Foram dois de namoro e quatro morando juntos. “Meus filhos aceitaram bem o casamento. Gostam dele e viram como me tratou em quatro anos de doença”. 

Totalmente recuperada, Claudia vai se casar com vestido de noiva e buquê na presença dos  quatro filhos e três netos. Ela diz que o momento é de ansiedade para os dois. “Nós estamos muito ansiosos por poder realizar um grande sonho e muito felizes por ter tido a oportunidade de participar do casamento nesta data tão importante na nossa vida”. 

Agora é para valer

Há 22 anos, uma história de amor à primeira vista uniu Madalena Fernandes Santana, 46 anos, que chegava em São Paulo vinda da Bahia, e Wagner Petrônio de Santana, 49 anos.

“Foi paixão à primeira vista quando nos vimos na rua em que moramos”, conta Madalena, que já tinha duas filhas de uma união anterior e que ficaram com a avó em Itajaí (BA).   

Depois de ficarem juntos por dois e meio, cada um seguiu seu caminho com novos companheiros. Até que se reencontraram e o amor surgiu novamente.

“Ficamos juntos por dois anos e meio e nos separamos. Após nove anos reatamos e já estamos morando juntos há seis anos e agora decidimos nos casar para valer e agora é para sempre, até que Deus nos separe”, diz Madalena, que trabalha como porteira. 

Juntos, decidiram que “casar de verdade” seria o passo seguinte. Com o orçamento apertado e os custos do casamento, o sonho foi sendo adiado até que Madalena leu sobre o casamento comunitário gratuito. “Fiz minha inscrição na hora. Logo depois recebi e-mail do CIC e corri atrás da documentação e deu tudo certo. Vai ser um privilégio nosso amor ser celebrado de forma tão linda”. 

Madalena, ao lado de Wagner, vai entrar com os netos de 9 e 5 anos. As filhas também estarão presentes na cerimônia. “O coração está a mil por hora, vai chegando próximo, a ansiedade só vai aumentando, estou sonhando acordada. Espero que seja tudo muito lindo!”. 

A casa das cinco mulheres

“Estou muito ansiosa para o domingo, estou contando os dias e dentro de mim sinto como se fosse a primeira vez que fui conhecer a Juliana”, conta, um pouco tímida, Daniela Dias Gobetti, de 38 anos, que trabalha com serviços gerais”. 

No domingo, Daniela e Juliana Camilo Flausino vão oficializar a união homoafetiva por meio do casamento civil.

As duas moram juntas há um ano e, com elas, as filhas que ambas tiveram em outros relacionamentos. “A formação dessa grande família, para mim, está sendo maravilhoso, como digo é a casa das cinco mulheres”, conta Juliana, 26 anos, profissional de telemarketing, já ansiosa com o grande dia.

“Espero que seja um momento maravilhoso e muito emocionante. O coração está a mil, estamos muito ansiosas”, revela a noiva. 

Daniela entrará, no casamento, com a filha, de 17 anos. “Ela recebeu superbem a notícia do casamento, nunca questionou minha sexualidade”, contou. Já Juliana entrará com o filho do casal de padrinhos, que é cadeirante, e com as filhas, como daminhas. 

O registro civil do casamento abre caminho para outro sonho: “registrar as duas filhas da Juliana em meu nome”, torce Daniela. Hoje, no registro de nascimento das meninas, de 9 e 5 anos, não consta o nome do pai.

Juliana e Daniela se conheceram num grupo LGBT do Facebook. As conversas pela rede social duraram um mês. “Um dia, ela me pediu em namoro por carta”, conta Juliana. “Ela escreveu, tirou a foto e mandou no WhatsApp”. 

A intenção de oficializar a união no cartório sempre esteve presente, mas o custo foi adiando o casório. “Até que li sobre o casamento comunitário na internet e já me inscrevi. Mandei uma mensagem depois, ela estranhou, mas topou logo”, contou Juliana. 

“Ela fez a inscrição e disse: arruma os padrinhos que nós vamos casar”, contou Daniela. E finalizou: “Meu coração bate a mil só de imaginar esse dia tão esperado por mim e pela Juliana, eu sou a pessoa mais feliz desse mundo”.

Edição: Lílian Beraldo

Fonte: EBC Geral

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Ação Social

No primeiro ano de governo, 24,4 milhões deixam de passar fome

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Insegurança alimentar e nutricional grave cai 11,4 pontos percentuais em 2023, numa projeção a partir de informações da Escala Brasileira de Segurança Alimentar (EBIA), divulgada pelo IBGE com base na PNAD Contínua

Cozinhas solidárias, programas de transferência de renda, retomada do crescimento e valorização do salário mínimo compõem a lista de ações que contribuem para a redução da fome no país. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

No Brasil, 24,4 milhões de pessoas deixaram a situação de fome em 2023. O número de pessoas que enfrentam a insegurança alimentar e nutricional grave passou de 33,1 milhões em 2022 (15,5% da população) para 8,7 milhões em 2023 (4,1%). Isso representa queda de 11,4 pontos percentuais numa projeção feita a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgada nesta quinta-feira, 25 de abril, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O amplo conjunto de políticas e programas sociais reunidos no Plano Brasil Sem Fome, a retomada do crescimento da economia e a valorização do salário mínimo são alguns fatores que recolocam o país em lugar de destaque da agenda de combate à fome no mundo. Tirar o Brasil novamente do Mapa da Fome é do presidente Lula” Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome

Na coletiva de imprensa para divulgação do estudo, o ministro Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome), avaliou que o avanço é resultado do esforço federal em retomar e reestruturar políticas de redução da fome e da pobreza. “O amplo conjunto de políticas e programas sociais reunidos no Plano Brasil Sem Fome, a retomada do crescimento da economia e a valorização do salário mínimo são alguns fatores que recolocam o país em lugar de destaque da agenda de combate à fome no mundo. Tirar o Brasil novamente do Mapa da Fome é do presidente Lula”, disse.

Para o ministro, o grande desafio agora é incluir essas 8,7 milhões de pessoas que ainda estão em insegurança alimentar grave em políticas de transferência de renda e de acesso à alimentação. “Vamos fortalecer ainda mais a Busca Ativa”, completou Dias, em referência ao trabalho para identificar e incluir em programas sociais as pessoas que mais precisam.

PESQUISA — As informações divulgadas nesta quinta são referentes ao quarto trimestre do ano passado. Foram obtidas por meio do questionário da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). O ministro lembrou que o governo passado não deu condições ao IBGE para realizar a pesquisa. Por isso, a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan) aplicou o EBIA com metodologia similar à do IBGE em 2022, quando o Brasil enfrentava a pandemia de Covid-19 e um cenário de desmonte de políticas, agravado por inflação de alimentos, desemprego, endividamento e ausência de estratégias de proteção social. Esse estudo chegou ao número de 33,1 milhões de pessoas em segurança alimentar grave na época.

A secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS, Valéria Burity, lembra que mesmo em comparação aos resultados de 2018, último ano em que o IBGE fez o levantamento formal, os números apresentados nesta quinta são positivos. À época havia 4,6% de domicílios em insegurança alimentar grave. Agora são 4,1%, o segundo melhor resultado em toda a série histórica do EBIA.

“Estamos falando de mais de 20 milhões de pessoas que hoje conseguem acesso à alimentação e estão livres da fome. Esses resultados mostram o acerto de uma estratégia de enfrentamento à fome que vem sendo empreendida pelo governo, que é apoiada tanto em programas sociais como na condução de uma política econômica que gera crescimento econômico, reduz desigualdades e gera acesso a emprego e renda”.

Esses resultados mostram o acerto de uma estratégia de enfrentamento à fome que é apoiada tanto em programas sociais como na condução de uma política econômica que gera crescimento econômico, reduz desigualdades e gera acesso a emprego e renda” Valéria Burity, secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS 

Valéria também destacou como ponto importante da estratégia de combate à fome a retomada da governança de segurança alimentar pelo Governo Federal, com garantia de participação social. “O presidente Lula e o ministro Wellington foram responsáveis pela retomada do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional, a restituição do Conselho de Segurança Alimentar e da Câmara de Segurança Alimentar, com 24 ministérios que têm a missão de articular políticas dessa área. E, no fim do ano passado, foi realizada a Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional”, relatou.

A secretária nacional de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único do MDS, Letícia Bartholo, ressaltou o retorno da parceria do governo com o IBGE. “Depois do período da fila do osso, em que o Brasil viveu muita miséria e fome, uma das primeiras ações do MDS nessa nova gestão foi buscar o IBGE para retomar a parceria e medir a insegurança alimentar dos brasileiros”, recordou.

SUBINDO – A proporção de domicílios em segurança alimentar atingiu nível máximo em 2013, (77,4%), tempo em que o país deixou o Mapa da Fome, mas caiu em 2017-2018 (63,3%). Em 2023, subiu para 72,4%. “Após a tendência de aumento da segurança alimentar nos anos de 2004, 2009 e 2013, os dados obtidos em 2017-2018 foram marcados pela redução no predomínio de domicílios particulares que tinham acesso à alimentação adequada. Em 2023 aconteceu o contrário, ou seja, houve aumento da proporção de domicílios em segurança alimentar, assim como redução na proporção de todos os graus de insegurança alimentar”, explicou André Martins, analista da pesquisa.

 

Dados apontam a evolução da segurança alimentar no Brasil

 

NOVO BOLSA FAMÍLIA — Entre os fatores que contribuíram para o avanço apontado pela pesquisa do IBGE, está o novo Bolsa Família, lançado em março de 2023, que garante uma renda mínima de R$ 600 por domicílio. O programa incluiu em sua cesta o Benefício Primeira Infância, um adicional de R$ 150 por criança de zero a seis anos na composição familiar. O novo modelo, com foco na primeira infância, reduziu a 91,7% a pobreza nesta faixa etária. A nova versão do programa inclui, ainda, um adicional de R$ 50 para gestantes, mães em fase de amamentação e crianças de sete a 18 anos.

BPC – O ministro Wellington Dias também ressaltou a proteção social gerada pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC), que garante um salário mínimo para pessoas aposentadas, pensionistas e com deficiência em situação de vulnerabilidade social. “Vale mencionar que o efeito econômico da Previdência e do BPC foi potencializado pelo esforço administrativo de reduzir as filas de espera para acesso aos benefícios”, disse.

MERENDA – Outra política de combate à pobreza e à fome, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) garante refeições diárias a 40 milhões de estudantes da rede pública em todo o país e foi reajustado em 2023, após cinco anos sem aumento.

PAA – O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) é um dos 80 programas e ações que compõem a estratégia do Plano Brasil Sem Fome. Ele assegura produção e renda aos agricultores familiares, com compra direta dos produtos para serem distribuídos na rede socioassistencial, de saúde, educação e outros equipamentos públicos. Com a participação de 24 ministérios, o Plano cria instrumentos para promover a alimentação saudável contra diversas formas de má nutrição.

ECONOMIA – No cenário macroeconômico, houve um crescimento do PIB de 2,9% e o IPCA calculado para o grupo de alimentos caiu de 11,6% em 2022 para 1,03% em 2023. É a menor taxa desde 2017.  O mercado de trabalho ganhou força e a taxa de desemprego caiu de 9,6%, em 2022, para 7,8% no ano seguinte. A massa mensal de rendimento recebido de todos os trabalhadores alcançou R$ 295,6 bilhões, maior valor da série histórica da PNAD-C.

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