Saúde

Cidades paulistas aumentam restrições para diminuir casos de covid-19

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O estado de São Paulo entrou, na última segunda-feira (15), na Fase Emergencial para tentar conter o avanço dos casos de covid-19 e diminuir a sobrecarga no sistema de saúde. Nessa fase, cultos e cerimônias religiosas coletivas foram proibidos, jogos de futebol, suspensos, assim como as aulas da rede pública. Também foi estabelecido toque de recolher das 20h as 5h, e o estado manteve sua classificação na Fase 1-Vermelha do Plano São Paulo, em que somente atividades essenciais podem funcionar. Isso deve durar até o final deste mês.

Mesmo assim, diversas prefeituras de todo o estado vêm ampliando ainda mais as restrições. Perto de um colapso – o estado tem atualmente 89,9% de ocupação dos leitos de unidades de terapia intensiva (UTI), com 10.756 pessoas internadas em estado grave –, as prefeituras decidiram decretar medidas mais duras para reduzir ainda mais a circulação de pessoas nas ruas.

Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (17), o secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, disse que ao menos 30 dos 645 municípios do estado já decretaram medidas mais restritivas do que as estabelecidas no plano emergencial do governo do estado. “Os municípios têm competência suplementar, podendo ser ainda mais restritivos que o governo do estado nas suas medidas. E é isso que defendemos. Hoje, mais de 30 cidades estão implementando maiores restrições, e apoiamos essas restrições”, afirmou Vinholi.

As prefeituras seguem o exemplo de Araraquara, primeiro município paulista a estabelecer lockdown, ainda no mês de fevereiro, que vem tendo agora efeitos positivos, diminuindo a pressão sobre os leitos hospitalares. O lockdown em Araraquara durou dez dias, entre o fim de fevereiro e o início de março, e contribuiu para que a cidade passasse a registrar queda de 43% na média móvel diária de casos e de 28% na número de internações. “São números importantes, mas que mostram, infelizmente, que ainda temos que continuar caminhando nesse deserto, superando as dificuldades”, disse o prefeito de Araraquara, Edinho Silva, nas redes sociais.

Já nesta semana, diversas outras cidades resolveram decretar lockdown, como Ribeirão Preto, que iniciou hoje (15) confinamento com duração de cinco dias. Nesse período, somente serviços considerados emergenciais poderão funcionar. Até mesmo supermercados e padarias foram fechados, podendo funcionar somente para entrega em domicílio. O transporte público foi suspenso, e as pessoas só podem circular nas ruas em situações de extrema necessidade, com documento que comprove isso.

São José do Rio Preto também entrou hoje em lockdown, que irá até o dia 31, mas dividido em duas etapas. A primeira terminará no dia 21 e, depois disso, a prefeitura estudará a flexibilização gradativa das atividades. Mais 12 cidades da mesma região informaram que também vão seguir as medidas adotadas em São José do Rio Preto: suspensão do transporte público, postos de combustível atendendo somente veículos e pessoas credenciados e circulação de pessoas restrita. Supermercados, padarias, açougues e mercearias só funcionarão para entregas.

Em Campinas, terceiro maior município paulista, a prefeitura decretou toque de recolher a partir de amanhã (18), entre as 20h e as 5h. Diferentemente do estabelecido pelo governo estadual, que não prevê multas ou proibições de sair às ruas, em Campinas, as pessoas só poderão circular pelas vias da cidade nesse horário com documento comprovando alguma necessidade. Serviços como supermercados, padarias, lojas de conveniência de postos de gasolina e drive-thru só poderão funcionar depois das 5h e antes das 20h.

Os serviços de delivery, farmácias e postos de gasolina não terão restrições no horário de funcionamento, o que vale também para táxis e motoristas por aplicativo. “Sei que as medidas são duras, mas são necessárias neste momento”, disse o prefeito de Campinas, Dário Saadi. “Estamos fazendo o possível, mas, se o ritmo da transmissão não diminuir, não vamos conseguir conter o aumento de casos e de internações na cidade.”

A prefeitura de Campinas já definiu multas para estabelecimentos que descumprirem as medidas. Também serão multados os organizadores de festas clandestinas, e o proprietário do imóvel onde estas forem realizadas. Aqueles que promoverem festas familiares com mais de dez pessoas serão multadas em até R$ 3 mil.

Em Santos, no litoral paulista, a prefeitura iniciou uma fase mais restritiva ontem (16), que vai durar 15 dias. Escolas da rede privada, incluindo unidades de cursos profissionalizantes, ficarão fechadas. Também estarão vedadas as atividades de lojas de conveniência, academias, clubes e centros esportivos. Parques infantis ficarão fechados nesse período. E as praias foram interditadas.

“Dentro de todas as nossas preocupações, a maior é garantir atendimento, mas não adiantará nada abrir mais leitos se o comportamento da população continuar igual. Muitas pessoas são conscientes, enquanto outras ainda negam [as medidas de proteção]. Chega uma hora que não tem equipe da saúde para contratar, é um problema em todo o país. Mesmo com vontade, recursos, espaços físicos, não tem equipe para ser contratada, e as equipes de saúde já estão sobrecarregadas”, disse o prefeito Rogério Santos.

Procurada pela Agência Brasil, a Secretaria de Desenvolvimento Regional informou que, até o momento, são 29 os municípios em que serão decretadas medidas mais rígidas: São José do Rio Preto, Orindiúva, Bady Bassitt, Guapiaçu, Monte Aprazível, Cedral, Ibirá, Tanabi, Nova Granada, Palestina, Onda Verde, Ribeirão Preto, Altinópolis, Barrinha, Brodowski, Jaboticabal, Orlândia, Batatais, Sertãozinho, Campinas, Santos, Pauliceia, Araraquara, Pirassununga, Boraceia, Lins, Itapeva, Buri e Capão Bonito.

Edição: Nádia Franco

Fonte: EBC Saúde

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Saúde

Saúde estadual alerta: vacinas evitam internações e mortes

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Secretaria de Saúde relata aumento de internações e mortes por dengue e influenza, principalmente entre idosos e crianças

Doenças como dengue e influenza em Goiás têm provocado aumento de diagnósticos e internações, com mais mortes. Desde o início do ano, já foram registrados mais de 150 óbitos por dengue. Já a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) resultou em 179 óbitos, principalmente entre crianças menores de 2 anos (16 mortes), e idosos com 60 anos. Dentre as principais causas, pode estar a baixa cobertura vacinal para dengue e Influenza.

A grande preocupação da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), no momento, é com a alteração da sazonalidade da dengue e doenças respiratórias, como a influenza, com as mudanças climáticas, que já começam neste mês. Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, o histórico de Srag mostra aumento de casos neste período, quando começam as inversões térmicas. “É nesta época que começam a circular os vírus respiratórios, de forma mais intensa”, explica.

Flúvia Amorim chama a atenção, principalmente, para os extremos das faixas etárias, que são crianças e idosos, as principais vítimas de doenças respiratórias. “Para essas pessoas, o quadro pode ser muito grave. Por isso, não deixem de se vacinar”, orienta. “Se você faz parte de algum dos grupos prioritários, procure rapidamente o posto de vacinação”, continua Flúvia, para lembrar que, embora haja vacina disponível contra a influenza em todos os postos de vacinação dos 246 municípios, apenas 20,82% do público-alvo (grupos prioritários) buscaram o imunizante. Já em relação a Covid-19, a cobertura vacinal está em 20,82%. “A vacina demora dez dias para fazer efeito. Então, quanto mais rápido se vacinar, mais rápido a pessoa estará protegida”, avisa.

A Superintendente de Regulação, Controle e Avaliação da SES, Amanda Limongi, também reforça a importância da vacinação. “É o meio mais eficaz de prevenir internações, tanto de dengue quanto de Síndromes Respiratórias Agudas Graves”, afirma, ao confirmar que o “encontro” de casos de dengue e doenças respiratórias tem demandado mais internações em Goiás.

Ela faz um apelo também à população dos municípios que ainda dispõem de vacinas contra a dengue. “Dos 246 municípios goianos, 155 ‘zeraram’ seus estoques, mas ainda faltam 10 mil doses a serem aplicadas”, explica. A superintendente se refere ao restante das 158,5 mil doses recebidas do Ministério da Saúde e que vão vencer em 30 de abril, mesmo com a ampliação da idade para pessoas de 4 a 59 anos. Essa ampliação vale apenas para esses lotes do imunizante. Para a próxima, já está definido o retorno das idades de 10 a 14 anos, para o público-alvo.

Fotos: Iron Braz / Secretaria de Estado da Saúde – Governo de Goiás

 

 

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