Saúde
Caminhos da Reportagem deste domingo aborda déficit de atenção
No começo do ano, o aluno era apenas uma criança distraída na sala de aula e não havia dúvidas quanto a sua inteligência e criatividade. Mas logo a professora começou a observar um comportamento hiperativo e impulsivo no aluno em questão, que parecia estar sempre “com a cabeça nas nuvens”. Afinal, qual era o problema? Segundo especialistas entrevistados neste Caminhos da Reportagem, o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH é um dos transtornos mentais mais difíceis de ser diagnosticado. O programa vai ao neste domingo (13), às 20h, na TV Brasil.
Quando não identificado e tratado na infância, o paciente leva os sintomas para a fase adulta e com eles as consequências: dificuldade de concentração nos estudos e trabalho, procrastinação, baixa autoestima, problemas de relacionamento, só para citar alguns. “Meus 20 anos foram os mais difíceis. Quando criança, eu era o chato da sala. Demorei quatro anos para entrar numa universidade e mais oito para me formar”, diz Yuri Maia, criador do projeto @tdahdescomplicado e de vários cursos e mentorias para ajudar famílias com filhos diagnosticados com TDAH.
Especialistas afirmam que é muito comum um adulto procurar o consultório de um profissional para tratar depressão ou ansiedade sem a consciência de que as causas podem estar no transtorno do neurodesenvolvimento não diagnosticado na infância.
Uma vez cientes de ter TDAH, os adultos que o programa da TV Brasil Caminhos da Reportagem entrevistou, afirmam que ganharam qualidade de vida: “No meu caso, meus pais sabiam desde que eu era criança, mas como não se falava muito em TDAH, eles não me contaram. Mas quando descobri, passei a me conhecer melhor, foi muito libertador”, diz Thata Finotto, criadora do projeto da @tribotdah.
A psicóloga Iane Kestelman conta que, no Brasil, nem se ouvia falar em TDAH quando se formou há 35 anos. Um de seus filhos apresentou os sintomas, mas tudo o que ela ouvia dos especialistas era “ele não tem nada mãe, ele só tem muita energia”. Até que ele foi diagnosticado. A neuropsicóloga faz uma autocrítica: “eu também dei diagnóstico errado no meu consultório, eu também disse que ‘não era nada’ para muitos pais que passaram no meu consultório durante 25 anos”.
A íntegra do Caminhos da Reportagem: Um jeito TDAH de ser – Da infância à fase adulta, fica disponível no site do programa.
Edição: Denise Griesinger
Saúde
Saúde estadual alerta: vacinas evitam internações e mortes
Secretaria de Saúde relata aumento de internações e mortes por dengue e influenza, principalmente entre idosos e crianças
Doenças como dengue e influenza em Goiás têm provocado aumento de diagnósticos e internações, com mais mortes. Desde o início do ano, já foram registrados mais de 150 óbitos por dengue. Já a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) resultou em 179 óbitos, principalmente entre crianças menores de 2 anos (16 mortes), e idosos com 60 anos. Dentre as principais causas, pode estar a baixa cobertura vacinal para dengue e Influenza.
A grande preocupação da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), no momento, é com a alteração da sazonalidade da dengue e doenças respiratórias, como a influenza, com as mudanças climáticas, que já começam neste mês. Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, o histórico de Srag mostra aumento de casos neste período, quando começam as inversões térmicas. “É nesta época que começam a circular os vírus respiratórios, de forma mais intensa”, explica.
Flúvia Amorim chama a atenção, principalmente, para os extremos das faixas etárias, que são crianças e idosos, as principais vítimas de doenças respiratórias. “Para essas pessoas, o quadro pode ser muito grave. Por isso, não deixem de se vacinar”, orienta. “Se você faz parte de algum dos grupos prioritários, procure rapidamente o posto de vacinação”, continua Flúvia, para lembrar que, embora haja vacina disponível contra a influenza em todos os postos de vacinação dos 246 municípios, apenas 20,82% do público-alvo (grupos prioritários) buscaram o imunizante. Já em relação a Covid-19, a cobertura vacinal está em 20,82%. “A vacina demora dez dias para fazer efeito. Então, quanto mais rápido se vacinar, mais rápido a pessoa estará protegida”, avisa.
A Superintendente de Regulação, Controle e Avaliação da SES, Amanda Limongi, também reforça a importância da vacinação. “É o meio mais eficaz de prevenir internações, tanto de dengue quanto de Síndromes Respiratórias Agudas Graves”, afirma, ao confirmar que o “encontro” de casos de dengue e doenças respiratórias tem demandado mais internações em Goiás.
Ela faz um apelo também à população dos municípios que ainda dispõem de vacinas contra a dengue. “Dos 246 municípios goianos, 155 ‘zeraram’ seus estoques, mas ainda faltam 10 mil doses a serem aplicadas”, explica. A superintendente se refere ao restante das 158,5 mil doses recebidas do Ministério da Saúde e que vão vencer em 30 de abril, mesmo com a ampliação da idade para pessoas de 4 a 59 anos. Essa ampliação vale apenas para esses lotes do imunizante. Para a próxima, já está definido o retorno das idades de 10 a 14 anos, para o público-alvo.
Fotos: Iron Braz / Secretaria de Estado da Saúde – Governo de Goiás
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