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Autossuficiência na produção de trigo será alcançada em até 5 anos

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O Brasil vai ser tornar autossuficiente na produção de trigo em até 5 anos. A previsão é do presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Celso Luiz Moretti. Ele falou ao programa Brasil em Pauta, comandando pelo jornalista Roberto Camargo, na TV Brasil.

“Esse ano nós temos uma demanda estimada de 13 milhões de toneladas, mas o Brasil já vai produzir 9 milhões de toneladas. Ou seja, nós acreditamos que com essa velocidade, com esse crescimento que estamos vendo nos últimos anos é possível que em 5 anos o Brasil seja autossuficiente na produção de trigo”, previu.

Segundo o presidente da Embrapa, depois que o Brasil adaptou a produção do trigo ao solo do Cerrado, o país passou a contar com a possibilidade da autossuficiência. Tradicionalmente, o trigo é produzido em regiões mais frias, como no sul do Brasil, na Argentina, Canadá, Estados Unidos, Rússia e Ucrânia. O grão é uma das poucas commodities que o Brasil importa.

“Há mais de 40 anos nós começamos a trabalhar com o melhoramento genético do trigo para fazer adaptação. E a partir de 2010, quando começamos a trazer o trigo ao Cerrado, começamos a desenvolver variedades adaptáveis. E isso tem crescido de forma bastante interessante, e que até impressiona as pessoas no mundo, que conhecem o trigo produzido em regiões frias. E a Embrapa mostrou que é possível produzir e colher trigo nos trópicos”, explicou.

O presidente da Embrapa Celso Luiz Moretti é o entrevistado no programa Brasil em Pauta, da TV Brasil O presidente da Embrapa Celso Luiz Moretti é o entrevistado no programa Brasil em Pauta, da TV Brasil

O presidente da Embrapa Celso Luiz Moretti é o entrevistado no programa Brasil em Pauta, da TV Brasil – Marcello Casal JrAgência Brasil

A produção mundial de trigo gira em torno 779 milhões de toneladas. Com a guerra entre Rússia e Ucrânia — que respondem por 30% dessa produção — os preços aumentaram, e com o aumento da produção interna, o Brasil pode ter capacidade melhorada de importação e consumo interno.

Embrapa premiada

Especializada em desenvolver tecnologias que aumentem a produtividade, melhorem a qualidade e garantam a sustentabilidade da agricultura e pecuária, a empresa teve a pesquisadora Soja Mariangela Hungria incluída no ranking dos 100 principais cientistas em fitotecnia e agronomia do mundo. Hungria é a única cientista da América do Sul na lista. O ranking foi publicado pelo research.com, site com contribuições mundiais da ciência.

Na entrevista ao Brasil em Pauta, o presidente da Embrapa lembrou que a pesquisa que levou Mariangela Hungria a fazer parte da lista, a fixação biológica de nitrogênio, foi desenvolvida pela empresa.

“Foi uma tecnologia que começamos a trabalhar na década de 1990. É uma bactéria que é colocada junto com as sementes no solo, e como a maior parte do ar que nos circunda é nitrogênio, a bactéria captura o nitrogênio e entrega para a planta da soja. E isso reduz a necessidade do uso de adubo químico. Além de o produtor brasileiro economizar recursos, nos contribuímos para a redução de gases do efeito estufa”, disse.

De acordo com Moretti, o Brasil vem se preparando com a ajuda da Embrapa para produzir com mais sustentabilidade, para ter uma agricultura digital, a partir do uso de drones, sensores, internet das coisas, inteligência artificial, e, por fim, a chamada biorevolução, que avança no uso da edição genômica das plantas e animais para ter produção mais produtiva, resistente e adaptada às mudanças climáticas.

O programa com Celso Luiz Moretti, vai ao ar neste domingo, 28 de agosto, às 22h30, na TV Brasil.

O presidente da Embrapa Celso Luiz Moretti é o entrevistado no programa Brasil em Pauta, da TV Brasil O presidente da Embrapa Celso Luiz Moretti é o entrevistado no programa Brasil em Pauta, da TV Brasil

O presidente da Embrapa Celso Luiz Moretti é o entrevistado no programa Brasil em Pauta, da TV Brasil – Marcello Casal JrAgência Brasil

Edição: Aline Leal

Fonte: EBC Geral

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“Caminhos assistenciais” do Governo Federal liberam rodovias para garantir abastecimento do Rio Grande do Sul

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Prioridade é a liberação ágil de trechos essenciais para assegurar o fluxo de veículos com suprimentos, comida, oxigênio e combustível

Com mais de 400 cidades atingidas pelo alto volume de chuvas que caiu sobre o território gaúcho, o Governo Federal desenvolveu um plano emergencial para reestabelecer o fluxo viário em rotas estratégicas para assegurar o atendimento da população e impedir o desabastecimento de itens essenciais para a população do Rio Grande do Sul.

“Esses caminhos assistenciais, como estamos chamando, são para garantir salvamento e abastecimento do estado, sobretudo com oxigênio e remédio, comida e água, além da chegada de combustível, para não haver outras paralisações nesta crise e intensificarem ainda mais o sofrimento do povo gaúcho neste momento”, informou o ministro dos Transportes, Renan Filho. “É um plano de trabalho com prioridades a serem adotadas em 48 horas”.

Para isso, são usados maquinários pesados, como tratores, escavadeiras, guindastes e caminhões. Há cerca de 200 equipamentos e 600 homens atuando diretamente no estado. Em alguns pontos de rompimento de trechos de estrada, a solução é preencher as brechas com pedras para permitir a passagem dos veículos. Um dos trechos liberados é a BR 290, que liga Porto Alegre a Santa Maria e segue até a fronteira com a Argentina, por onde passa 30% do comércio internacional do país. Equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), de concessionárias e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) seguem no para restabelecer o fluxo viário.

“Liberamos o fluxo na BR 290. O momento é de trabalhar pela preservação da vida, reencontro das famílias e reconstrução do Rio Grande do Sul. Nesses caminhos serão permitidos transporte de alimentos, remédios, oxigênio, combustíveis, resgates e pacientes em ambulâncias”, comentou o ministro.

Já estão liberados também trechos das BRs-116/RS, entre Estância Velha a Nova Petrópolis; de Vacaria a Campestre da Serra; e de Caxias a São Marcos. Também foi restabelecido o fluxo na BR-392/RS, de Santa Maria a Caçapava do Sul, possibilitando o acesso ao Porto de Rio Grande, beneficiando a região de Pelotas. Até esta quarta-feira (8/5), serão realizadas ainda as seguintes liberações: na BR-116/RS, sentido norte do estado, no trecho do Viaduto da Scharlau, e a ponte sobre o Rio dos Sinos.

 

Na BR-470, passagem liberada de Carlos Barbosa a Montenegro; na BR-386, a ponte sobre o rio Taquari, em Estrela e Lajeado também teve o fluxo retomado, assim como na BR-290, de Eldorado a Santa Maria, com construção de um bueiro. Já no caso da BR-158, de Santa Maria a Cruz Alta, o trânsito ainda ocorre com escolta, apenas para passagens de veículos emergenciais, pois há risco no trajeto. Trânsito liberado também na BR-448, a Rodovia do Parque.

Para o ministro, chama a atenção nesse desastre a amplitude, a velocidade com que as águas subiram e a demora no escoamento, o que dificulta o dimensionamento da crise e o atendimento. “A prioridade agora é salvar vidas, liberar vias para passagem de equipes de resgate e pronto socorro e, depois, pensarmos na reconstrução”, listou.

Rodovias liberadas e em processo de liberação

1 BILHÃO – Em reunião com parlamentares na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o ministro ainda informou que cerca de R$ 1 bilhão serão destinados pelo Governo Federal à reconstrução de rodovias federais, além do orçamento previamente destinado ao estado de R$ 1,7 bilhão.

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