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Aumenta o número de brigadistas mulheres na prevenção e combate ao fogo

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Nos três cargos previstos, brigadistas, chefes e coordenadores de brigadas, os salários vão de R$ 2,2 mil a R$ 3,3 mil

“Atenção! Formar!” Era a primeira vez que sete das oito mulheres que fazem parte do grupo de 150 brigadistas florestais contratados pelo Brasília Ambiental no âmbito do Plano de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (PPCIF), coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema), ouviam o comando.

Reunidas na base-fixa do Parque Ecológico de Águas Claras para um dia de instrução, elas viraram de um lado, de outro, abriram os braços, aprenderam a distância correta entre si e a maneira de se posicionar. Viveram o encanto da primeira formação.

Para cada uma delas o motivo de fazer parte da brigada é diferente. Em comum o amor à natureza e o desejo de contribuir com a preservação do meio ambiente. Com idades que variam entre 25 e 42 anos, elas também veem no posto uma chance de incrementar a renda ou mesmo de recuperá-la em virtude dos impactos negativos da pandemia de covid-19, quando algumas perderam o emprego ou tiveram que fechar pequenos negócios, como o salão de beleza que Rosângela Pereira mantinha na Ceilândia. Nos três cargos previstos, brigadistas, chefes e coordenadores de brigadas, os salários vão de R$ 2,2 mil a R$ 3,3 mil.

A atuação delas nas Unidades de Conservação já teve início com a recuperação de equipamentos, reconhecimento e limpeza de áreas | Fotos: Divulgação/Secretaria do Meio Ambiente

A jornada de trabalho é em regime de plantão de 12×36. Katiúscia Santana Oliveira César não compareceu ao encontro com as colegas de trabalho em virtude de ter outra ocupação. Outras três delas são o que se costuma chamar de mães-solo, ou seja, têm a responsabilidade de manter casa e o cuidado com os filhos sem a participação dos genitores deles.

Aliás, ver os olhos das crianças brilhando diante do uniforme de padrão internacional, nas cores amarelo e verde, dá uma ponta de orgulho nas mulheres do fogo do DF e a certeza de que tomaram a decisão correta ao encarar o objetivo de contribuir com as políticas públicas de prevenção e combate em um trabalho de risco.

A atuação delas nas Unidades de Conservação já teve início com a recuperação de equipamentos, reconhecimento e limpeza de áreas. Mas ainda não entraram em ações de combate ao fogo, o que deve acontecer quando o período de seca se intensificar e forem identificados focos de incêndios florestais nas áreas protegidas pela legislação ambiental.

Prevenção

O secretário de Meio Ambiente, Sarney Filho, explica que a prevenção é uma das prioridades do Governo do Distrito Federal no sentido de diminuir as ocorrências de incêndios florestais no território. “Nos últimos três anos, nós temos aprimorado a contratação dos brigadistas, realizado aceiros e queimas prescritas em áreas de risco, além de melhorar a estrutura de equipamentos de segurança, de transporte e táticas de combate aos focos”, afirma.

A estratégia do Brasília Ambiental é manter brigadas em bases-fixas, que servem de apoio às cidades onde estão instaladas e à região subjacente, da Diretoria de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (DPCIF), em Unidades de Conservação do DF. Atualmente são três, localizadas em Águas Claras, na sede do órgão, na Asa Norte e na Estação Ecológica de Águas Emendadas (Esecae), em Planaltina.

De lá, as brigadistas e os brigadistas são acionados, debelando focos menores e atuando junto ao Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) em casos de ocorrências mais graves.

Mulheres do fogo

Fernanda Alves sonhava desde a infância com a profissão de bombeira. Como sempre morou em áreas rurais, brincava de apagar chamas com palha de coqueiro, simulando os abafadores que finalmente vai utilizar na vida adulta.

Se as sete mulheres estão com medo de enfrentar as chamas? Não. “É só não correr riscos. Usar os equipamentos de forma correta, seguir os comandos e portar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como roupas de tecido adequado ao fogo, botinas, óculos”, responde Elisângela Carlos.

Se as sete mulheres estão com medo de enfrentar as chamas? Não. “É só não correr riscos. Usar os equipamentos de forma correta, seguir os comandos e portar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como roupas de tecido adequado ao fogo, botinas, óculos”, responde Elisângela Carlos

Veterana entre as demais colegas de profissão, aos 42 anos e com três filhos, ela desponta como alguém que pode ensinar muito, baseada no que aprendeu como brigadista voluntária em outras ocasiões e exercendo diversas funções na construção civil, como rejuntadeira e eletricista.

Hoje ela atua em uma escola na função de auxiliar de serviços gerais.

Vencendo preconceitos

Minoria ocupando uma função tida como masculina, elas não se intimidam. “As pessoas pensam que é só força e físico. Mas é também trabalho mental e estamos prontas, inclusive para incentivar outras mulheres a ocupar esses e todos os espaços”, diz Fernanda Keller.

Em casa, Isabella Ferreira dos Santos teve que vencer a resistência do companheiro, também brigadista. No início, ele se assustou por imaginar a namorada exercendo o mesmo trabalho, disse estar preocupado com os cuidados com o filho dela, Guilherme, de oito anos.

Mas contando com uma rede de apoio composta por sua tia e sua mãe, ela encarou o desafio.

Agora, a gestora ambiental formada pela Universidade de Brasília está feliz e confiante. “Já tive oportunidade de cursar disciplinas sobre a ecologia do fogo, por exemplo, e o tema sempre me interessou”, conta.

Liderança

Por ter conhecimentos de diversas áreas, Isabella ocupa o posto de chefe de brigada. Junto às amigas Fernanda Keller, Michelle Duarte e Heloísa de Souza Freire, também formadas ou graduandas em Gestão Ambiental, vai atuar como brigadista pela primeira vez. O quarteto garante que não deixa a desejar a nenhum homem e que se sentem até mais preparadas como mulheres.

O curso de formação foi feito em Corumbá de Góias. Elas já estavam de olho na oportunidade e a agarraram, quando souberam do treinamento um dia antes do encerramento das inscrições. Na turma, a maioria era de mulheres e as que foram aprovadas, também. “Na avaliação final, eram três quilômetros de corrida, três de caminhada com bomba costal de 20 litros e dezenas de abdominais e exercícios de barra. “Foi um momento de superação pessoal mesmo”, conta Fernanda.

No ano passado, Brasília conseguiu diminuir a área queimada nas Unidades de Conservação (UCs) em 50%

“A gente se conhece há muito tempo, estudou junta. Temos amigos brigadistas que nos incentivaram e estávamos esperando o curso de formação” diz. Ela, Heloísa, Michelle e Isabelle não tiveram despesa com inscrição, deslocamento e hospedagem. O curso foi ministrado com recursos de compensação ambiental e foi aceito no DF por ser de responsabilidade de um órgão público.

Instrução

O diretor do DPCIF do Brasília Ambiental, Pedro Cardoso, foi um dos instrutores da turma. Ele explicou que a criação de uma área específica para atuar na prevenção e combate aos incêndios florestais foi um marco nas políticas públicas da área no DF. “Ainda temos muito a melhorar. Mas estamos com uma estrutura muito melhor, inclusive em termos de equipamentos, sua padronização e qualidade”, diz.

O analista ambiental Airton Mauro de Lara, que trabalha no departamento, disse que no senso comum é normal encarar o Cerrado como propício e resiliente ao fogo. “Mas não podemos pensar assim. O fogo não é normal. Há estudos apontando que corremos o risco de extinção de muitas espécies devido ao fogo e não podemos encarar este fato com normalidade”.

Coordenadora do PPCIF na Sema e responsável por detalhar o plano às brigadistas, Carolina Schubart comemorou o aumento no número de mulheres na brigada. “No ano passado foram quatro. Esse ano estamos com oito e mais seis podem entrar na segunda chamada. Termos mais mulheres é um avanço e ser uma mulher e estar à frente desta missão também. Mas não é fácil. O que nos motiva é o amor ao que fazemos e estar de braços abertos para o que acreditamos”, diz.

Emergência Ambiental

O Distrito Federal entrou em estado de emergência ambiental em março por determinação do Decreto nº 41.783, assinado pelo governador Ibaneis Rocha. A medida é válida até novembro e possibilita, entre outras ações, a contratação de brigadistas florestais a tempo de atuar na prevenção e não apenas no combate aos focos de incêndios. No ano passado, Brasília conseguiu diminuir a área queimada nas Unidades de Conservação (UCs) em 50%.

* Com informações da Secretaria do Meio Ambiente

Fonte: Governo DF

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Ministério da Saúde já enviou 25 toneladas de medicamentos e insumos para atender população gaúcha

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Nos últimos dias, cem kits de medicamentos e insumos, com capacidade para atender a até 1.500 pessoas durante um mês, chegaram ao estado. Programa Nacional de Imunizações enviará, nesta semana, 600 doses de imunoglobulina ao Rio Grande do Sul

Ministério da Saúde já enviou um total de 25 toneladas de medicamentos e insumos para o Rio Grande do Sul. O objetivo é manter o estado abastecido durante a calamidade provocada pelas severas enchentes dos últimos dias.

A informação foi divulgada na tarde desta segunda-feira, 13 de maio, no Hospital Conceição, em Porto Alegre, durante entrevista coletiva para rádios regionais.

Cem kits de medicamentos e insumos – com capacidade para atender a até 1.500 pessoas durante um mês – chegaram nos últimos dias ao estado. Conhecido como kit emergencial, ele é composto por oito caixas que, somadas, pesam 250 kg. Além de remédios, o conjunto inclui também luvas, seringas, ataduras, etc.

Vale destacar que o volume não considera outros repasses de medicamentos, vacinas e insumos que estão sendo enviados para repor os estoques perdidos com as enchentes e os que já estavam previstos na rotina. A título de comparação, em todo o ano passado, foram distribuídos 106 kits para emergências no Brasil.

Durante o balanço, o secretário de Atenção Primária à Saúde, Felipe Proenço, detalhou a operação de hospitais de campanha no estado. Foi confirmado que a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) irá operar quatro hospitais de campanha no estado.

Um já funciona em Canoas, outro está sendo montado na capital gaúcha e um terceiro em São Leopoldo. A destinação da quarta unidade ainda será definida. Desde o início da calamidade no Rio Grande do Sul, o Ministério da Saúde já enviou recursos para 246 unidades de assistência.

ALERTA PARA GRIPE — O diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública (Desp) do Ministério da Saúde, Márcio Garcia, fez um alerta para doenças respiratórias. Com as aglomerações em abrigos e a temperatura baixando, a preocupação é com o aumento do número de casos de gripe e covid-19.

“A combinação é favorável para o aumento dessas doenças. As pessoas vacinadas vão estar mais protegidas. Diminuem as chances de adquirir a doença ou de evoluir para um caso de Síndrome Respiratória Aguda Grave”, frisou.

NÚMEROS — Veja a seguir alguns números das ações no RS apresentadas durante a coletiva:

Balanço de atendimentos

  • Total: 1.600 / Hospital Campanha (HCamp) de Canoas: 1034
  • Equipes volantes: 548
  • Encaminhamento ou transferência para outra unidade: 57
  • Remoções aéreas: 25
  • Atendimentos psicossociais: 22

Força de trabalho:

  • 134 profissionais em atuação;
  • 6 equipes volantes (13 enfermeiros + 9 médicos);
  • 15 equipes aeromédicas (15 enfermeiros + 15 médicos);
  • 62 profissionais no HCamp;
  • 19 profissionais de gestão;
  • 1 equipe psicossocial (5 psicólogas)

Recursos aplicados:

  • Medida provisória (MP) de liberação de crédito extraordinário, editada pelo presidente Lula, no domingo (12), traz a liberação de R$ 861 milhões para ações de saúde primária e especializada, vigilância epidemiológica, assistência farmacêutica e contratação temporária de profissionais;
  • Antecipação de R$ 40 milhões para compra de medicamentos;
  • Antecipação do pagamento do piso aos profissionais de enfermagem do estado. O total do repasse é de R$ 30 milhões;
  • Repasse, em parcela única, de R$ 63,1 milhões do Fundo Nacional de Saúde à Secretaria Estadual de Saúde e aos fundos municipais de saúde do Rio Grande do Sul;
  • Liberação, de forma imediata, no dia 6 de maio, de R$ 534 milhões em emendas individuais de congressistas do Rio Grande do Sul para auxiliar os municípios do estado afetados pelas enchentes. As emendas estavam alocadas na área da Saúde.

IMUNOGLOBULINA  — Programa Nacional de Imunizações (PNI) enviará, nesta semana, 600 doses de imunoglobulina à população do Rio Grande do Sul. As imunoglobulinas são proteínas utilizadas pelo organismo para combater um determinado antígeno, como vírus e bactérias, por exemplo.

Além disso, o Ministério da Saúde também vai destinar 1,1 mil frascos de soro; 416 mil doses de vacinas contra hepatite A, raiva, poliomielite e influenza, e 134 mil doses de covid-19. A destinação de todos esses insumos foi debatida, nesta segunda-feira (13), durante reunião de monitoramento do Centro de Operações de Emergência (COE) para chuvas intensas e inundações na Região Sul.

“Neste momento, as síndromes respiratórias também passam a ser um problema. Por isso, estamos focados em proteger a população gaúcha. Precisamos de uma ação ativa para vacinar inclusive dentro dos abrigos”, afirmou, na reunião, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel.

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