Geral
Adolescentes de 17 anos terão postos exclusivos para vacinação
A vacinação de adolescentes de 17 anos será feita em 30 postos exclusivos para essa faixa etária. O mutirão sem a necessidade de agendamento começa às 8h desta terça-feira (24) apenas em postos para pedestres, sendo que três deles funcionam até às 22h: a UBS 7 de Ceilândia, a UBS 1 de Brazlândia e a UBS 5 de Planaltina.
“Onde acontecerá a vacinação de pessoas de 17 anos, só terá vacina da Pfizer, a única aprovada pela Anvisa para ser aplicada nesse público”Gustavo Rocha, secretário da Casa Civil
Os pontos de imunizacão, tanto para adolescentes de 17 anos quanto para a imunização de adultos e aplicação da segunda dose, podem ser consultados no site da Secretaria de Saúde.
Também será publicado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) desta terça novo decreto que acaba com a limitação de horário para o funcionamento de entregas e drive-thru.
Atualmente, os estabelecimentos só podem funcionar até meia-noite e delivery e drive-thru até 1h, desde que o pedido tenha sido feito até meia-noite. Agora, essa restrição não será mais feita. O decreto, porém, não altera o funcionamento presencial dos bares e restaurantes nem o toque de recolher.
Em coletiva de imprensa no Palácio do Buriti na tarde de segunda-feira (23), os secretários de Saúde, Osnei Okumoto, e da Casa Civil, Gustavo Rocha, explicaram que vacinar os adolescentes em postos exclusivos é uma forma de evitar que as demais pessoas que forem se vacinar tentem escolher a marca do imunizante.
“Onde acontecerá a vacinação de pessoas de 17 anos, só terá vacina da Pfizer, a única aprovada pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser aplicada nesse público”, afirmou Gustavo Rocha.
Os postos de vacinação dos adolescentes ainda aplicarão doses em gestantes e puérperas, que também devem tomar a Pfizer. Os adolescentes não precisarão estar acompanhados dos pais ou responsáveis.
Segundo o secretário da Casa Civil, há 48.263 pessoas com 17 anos no Distrito Federal, algumas delas já foram vacinadas por terem comorbidade, mas há doses suficientes para todos.
48.263é o número de pessoas com 17 anos no DF
Ele explicou que as doses destinadas para os adolescentes com comorbidades e não aplicadas foram remanejadas para atender o novo público-alvo da campanha no DF e disse que o GDF espera encerrar a vacinação nesta terça-feira com a imunização de 100% das pessoas na faixa etária de 17 anos.
Gustavo Rocha ressaltou a alta procura dos jovens pela imunização e anunciou que 46,09% das pessoas com 18 e 19 anos receberam a primeira dose, o percentual de imunização da população de 20 e 21 anos está em 60,87% e em 67,36% entre os de 26 e 27 anos.
“Acima de 20 anos, todas as faixas etárias estão com mais de 60% de imunização, até chegar em 84% entre as pessoas de 48 e 49 anos, 89% de 50 anos e assim por diante”, afirmou o secretário.
Antecipar doses da Pfizer
Na conversa com os jornalistas, os gestores também anunciaram que, a partir de quinta-feira (26), o GDF vai antecipar a segunda dose da vacina da Pfizer para quem deveria tomá-la até o dia 3 de setembro.
Atualmente, a antecipação está ocorrendo para quem tomou a AstraZeneca e tinha marcada a data até o dia 31 de agosto para receber a segunda dose.
O secretário de Saúde, Osnei Okumoto, disse que o GDF desmobilizou 20 leitos de UTI-Covid no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), que poderão ser usados como leitos de UTI geral, o que deve ajudar na ampliação de cirurgias eletivas.
Atualmente, a Secretaria de Saúde realiza cinco mil operações por mês. Segundo ele, há 125 casos de internação pela variante Delta no DF, sendo que quatro deles resultaram em óbito.
Geral
Programa Cisternas avança e promove cidadania às famílias do Semiárido nordestino
No Semiárido nordestino, um sonho começa a ganhar forma. A retomada do Programa Cisternas vem enchendo a casa das famílias de esperança. Em meio às obras de uma cisterna para a produção de alimentos em sua propriedade, Jamile da Silva, 26 anos, faz planos para o futuro. A tecnologia de acesso à água, combinada com o recurso do Programa Fomento Rural, vai proporcionar a ela uma renda extra.
Essa cisterna vai me ajudar na atividade produtiva, vou saber que estou consumindo alimento saudável. E o Fomento vai me dar uma garantia de ter uma criação melhor, que eu preciso também, de caprinos e ovinos” Jamile da Silva, produtora rural
A produtora mora na comunidade Pau Preto, zona rural de Juazeiro, ao norte da Bahia. “O Programa Cisternas é perfeito”, definiu Jamile, sorridente. São mais de 42 mil cisternas contratadas, a partir de convênio entre o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e o Consórcio Nordeste. A parceria, formalizada em maio deste ano, contempla os nove estados nordestinos.
O investimento é de quase R$ 300 milhões do Governo Federal, por meio do MDS, e de outros R$ 12 milhões de contrapartida dos estados. O convênio prevê a instalação de 39 mil tecnologias de acesso à água para consumo humano e 2,89 mil sistemas para consumo animal e produção de alimentos. As famílias que recebem as cisternas para a produção de alimentos também são inseridas no Programa Fomento Rural, em um repasse de R$ 13,3 milhões pelo acordo.
Além de oferecer assistência técnica, o Fomento Rural transfere o valor de R$ 4,6 mil diretamente para os beneficiados. São grandes conquistas para Jamile da Silva, que pensa em alternativas de expansão produtiva, a partir do recurso, da cisterna concluída e da capacitação para trabalhar em novas culturas. Ela também quer melhorar as condições do local onde cria caprinos e ovinos, a começar pela construção de um teto para os animais.
“Essa cisterna vai me ajudar na atividade produtiva, vou saber que estou consumindo alimento saudável. E o Fomento vai me dar uma garantia de ter uma criação melhor, que eu preciso também, de caprinos e ovinos”, projetou Jamile, enquanto acompanha em detalhes o processo de construção da estrutura. Nascida e criada na zona rural, é nessa mesma terra em Juazeiro que ela quer continuar a escrever sua história.
A realidade que o Programa Cisternas desenha para as famílias é possível graças à retomada, em 2023, dos investimentos na ação. Trata-se de uma política pública que assegura o direito de acesso a água.
PERSPECTIVA — À sombra de uma árvore no quintal de casa, na comunidade Arapuá Novo, a produtora rural Maria Sonia Oliveira espera com tranquilidade o período de chuvas na região, quando será possível captar a água, armazenar e, finalmente, utilizá-la. Os 60 anos de vida, completados no último mês, são morando sobre o mesmo chão de terra em Juazeiro. Maria Sonia recorda da época em que a família não tinha cisterna em casa.
“A primeira cisterna foi um sonho, quando a gente conseguiu, há quase 20 anos. Porque a gente tinha uma dificuldade enorme de carregar a água. Tinha que buscar água longe, colocar na cabeça, era um peso”, lembrou aliviada. “Agora, com essa outra, vai ser ainda melhor, porque é para produção”, disse, mirando o futuro.
A poucos quilômetros da propriedade em que Maria Sonia cria caprinos, a família de André Nascimento também tem na pequena agricultura o meio de subsistência. É da atividade no campo que o produtor colhe qualidade de vida para os três filhos. Ao lado da esposa, Márcia Cristina, ele enxerga no Programa Cisternas a chance de ampliar e otimizar a produção na área em que vivem.
Aos 43 anos, essa será a primeira vez que o agricultor vai manejar uma horta. “Vou plantar coentro, alface, tomatinho… Vai ser pra gente comer em casa, um alimento saudável, e se for possível, até ter uma rendinha extra pra família”, planeja André, com entusiasmo.
CAPACITAÇÃO — O assessoramento técnico para as famílias que atuarão com as cisternas de produção de alimentos, tem o papel de educar e dar suporte, para que a atividade seja executada com segurança. Dessa forma, Jamile, Maria e André são acompanhados por profissionais com experiência e que conhecem o potencial produtivo da região.
Nas comunidades rurais de Juazeiro, a assistência é feita pelo Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA). “É um trabalho que fortalece a função da assessoria técnica, porque a gente conversa com eles, tira dúvidas e até ajuda a escolher qual atividade produtiva eles querem desenvolver”, explicou Andressa Menezes, técnica do IRPAA.
“A retomada do Programa Cisternas consolida o que nós defendemos, que é a convivência com o Semiárido. É um processo que integra a família, porque todos participam”, completou.
O desenho do programa beneficia todos os envolvidos, de uma ponta a outra, como é o caso do pedreiro Flávio Rodrigues, que nunca havia trabalhado na construção civil. Ele passou por uma capacitação, esse ano, e agarrou a oportunidade. Desde que assumiu a função, perdeu as contas de quantas cisternas já ajudou a construir.
“Quero aprender mais ainda, desde moleque tinha vontade de ser pedreiro, e quero aproveitar a oportunidade de trabalhar na área. A cisterna é um presente, eu só tenho a agradecer ao programa, à ASA, a todos”, declarou Flávio. Entre o início e a entrega, a construção de cada cisterna pode variar entre sete e 15 dias, em média.
A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) é uma rede que defende, propaga e desenvolve o projeto de convivência com o bioma. A entidade é composta por mais de três mil organizações da sociedade civil, como sindicatos rurais, associações de agricultores e agricultoras, cooperativas, organizações não governamentais e institutos, como o IRPAA.
AVANÇO — Ao resgatar o Programa Cisternas, em 2023, após longo período sem incentivos, o Governo Federal investiu R$ 600 milhões e contratou 62,7 mil unidades, sendo 58,2 mil para o Semiárido e as demais para a região Amazônica.
As tecnologias sociais de acesso à água são um importante equipamento para a convivência com as regiões, promovendo dignidade, saúde, segurança alimentar e melhores condições de vida. Além disso, pesquisas científicas mostram a importância desses sistemas na saúde de gestantes e recém-nascidos.