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Agrodefesa realiza ações preventivas para a bananicultura goiana

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Durante o mês de dezembro, foram inspecionadas propriedades rurais comerciais na região de Anápolis, considerada maior produtora da fruta no Estado

O Governo de Goiás, por meio da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), finaliza no mês de dezembro ações preventivas para evitar a introdução de pragas em bananais comerciais. No momento, o foco principal é a praga quarentenária, ainda ausente no País, Fusarium oxysporum f. sp. cubense raça 4 Tropical – Foc R 4T. A doença, quando instalada, tem potencial para inviabilizar o cultivo comercial de banana e já está presente em 17 países, incluindo detecções em nações próximas, como Colômbia, Peru e Venezuela.

Até o fim deste mês, os fiscais estaduais agropecuários encerram o levantamento fitossanitário programado nos municípios localizados em rota de risco, considerando a proximidade de aeroportos e rodovias de maior circulação do trânsito e comércio de frutos de banana. Estão dentro deste levantamento as cidades de Avelinópolis, Caturaí, Goianésia, Itaberaí, Itaguarú, Jaraguá, Leopoldo de Bulhões, Petrolina de Goiás, Santa Rosa de Goiás, Santo Antônio do Descoberto e Taquaral de Goiás.

As inspeções para este levantamento devem abranger principalmente propriedades que cultivam as variedades do subgrupo Cavendish (Nanica, Nanicão e Valery) e Banana da Terra (d’Angola, Terra Maranhão e Terrinha). Em 2023, a Agrodefesa também inspecionou as propriedades que cultivam as variedades Maçã e Marmelo, visto que são cultivadas comercialmente em Goiás. A Maçã já teve o cultivo comercial inviabilizado em outros Estados, devido ao Mal-do-Panamá (F. oxysporum f. sp. cubense raça 1), e a Marmelo, cuja produção é voltada para a agroindústria na fabricação de doces e geleias,  restaurantes ou consumo in natura, pode ser atacada por outra raça do fungo (F. oxysporum f. sp. cubense raça 2).

O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, que tem estimulado campanhas de educação sanitária para as culturas que exigem controle legislativo, ressalta que as medidas preventivas são fundamentais para a bananicultura. “Se for constatado qualquer indício da praga em determinado pomar, imediatamente serão adotadas providências fitossanitárias para conter o problema. A atividade movimenta a economia de muitos municípios e gera emprego e renda no campo e nas cidades, sendo destaque em ações de inclusão produtiva do Governo de Goiás, como o Programa de Aquisição de Alimentos, PAA Goiás, focado na agricultura familiar”, destaca.

As ações da Agrodefesa para a bananicultura são realizadas, de modo rotineiro, no mínimo três vezes ao ano nas áreas comerciais cadastradas junto ao Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás (Sidago), de modo a atestar a sanidade e a emissão de documentos fitossanitários que asseguram o trânsito e rastreabilidade dos frutos. A coordenação é feita pela Gerência de Sanidade Vegetal, por meio do Programa de Prevenção e Controle de Pragas em Banana. Para movimentação dos frutos, as bananas devem estar acondicionadas em caixas descartáveis ou caixas plásticas higienizadas devidamente acompanhadas pelo atestado de higienização.

A gerente de Sanidade Vegetal, Daniela Rézio, reforça que além da inspeção realizada em plantios comerciais, a Agrodefesa também realiza trabalho de orientação junto aos produtores. “É necessário estar em constante vigilância para detectar quaisquer indícios de pragas nos pomares, comunicando imediatamente à Agência sobre eventuais problemas”, alerta.

As atividades realizadas no campo são supervisionadas pelo coordenador do Programa de Banana, Juracy Rocha Braga Filho, e pelo fiscal estadual agropecuário Rogério Gomes Pereira, da Unidade Operacional Local (UOL) de Petrolina de Goiás, com apoio de agrônomos das Unidades Regionais Rio das Antas (Anápolis), Rio das Almas (Ceres), Rio dos Bois (São Luís de Montes Belos), Rio Itiquira (Formosa) e Rio Vermelho (Itaberaí). Juracy acrescenta que os cuidados devem começar logo na aquisição das mudas. “Elas devem ser certificadas, livres de pragas, provenientes de laboratórios, biofábricas ou viveiros idôneos. Para obtenção de mudas de outros Estados, os produtores podem solicitar autorização para aquisição no site da Agrodefesa”, finaliza.

Comunicação Setorial da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) – Governo de Goiás

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Brasil vai importar arroz para evitar especulação de preços

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Para evitar uma possível escalada no preço arroz, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai comprar o produto já industrializado e empacotado no mercado internacional. A informação foi dada nesta terça-feira (7) pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. Trata-se de um dos efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul, estado responsável por 70% da produção nacional de arroz.

De acordo com o ministro, perdas na lavoura, em armazéns alagados e, principalmente, a dificuldade logística para escoar o produto, com rodovias interditadas, poderia criar uma situação de desabastecimento, elevando os preços no comércio.

“O problema é que teremos perdas do que ainda está na lavoura, e algumas coisas que já estão nos armazéns, nos silos, que estão alagados. Além disso, a grande dificuldade é a infraestrutura logística de tirar do Rio Grande do Sul, neste momento, e levar para os centros consumidores”, explicou. Os recursos para a compra pública de estoques de arroz empacotado serão viabilizados por meio da abertura de crédito extraordinário.

“Uma das medidas já está sendo preparada, uma medida provisória autorizando a Conab a fazer compras, na ordem de 1 milhão de toneladas, mas não é concorrer. A Conab não vai importar arroz e vender aos atacadistas, que são compradores dos produtos do agricultor. O primeiro momento é evitar desabastecimento, evitar especulação”, acrescentou o ministro. A MP depende da aprovação, pelo Congresso Nacional, de um decreto legislativo que reconhece a calamidade pública no Rio Grande do Sul e, com isso, suspende os limites fiscais impostos pela legislação para a ampliação do orçamento. O decreto, já foi aprovado na Câmara dos Deputados, deve ser votado ainda nesta terça pelo Senado.

Na primeira etapa, o leilão de compra da Conab, uma empresa pública federal, será para 200 mil toneladas de arroz, que devem ser importados dos países vizinhos do Mercosul, como Argentina, Uruguai e Paraguai, e eventualmente da Bolívia. “Se a gente for rápido na importação, a gente mantém [o preço] estável”, garantiu. O restante, até totalizar 1 milhão de toneladas, será importando conforme a avaliação de mercado. Essa cota ainda poderá ser elevada, se for necessário, assegurou o ministro.

Fávaro explicou que a Conab só deverá revender o produto no mercado interno diretamente para pequenos mercados, nas periferias das cidades, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, para não afetar a relação dos produtores de arroz brasileiros com os atacadistas, que são seus principais clientes. Mais cedo, em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia antecipado a informação de que o país poderia ter que importar arroz e feijão. No entanto, segundo o ministro Fávaro, apenas a importação de arroz será necessária.

O Brasil produz cerca de 10,5 milhões de toneladas de arroz, sendo que entre 7 e 8 milhões vêm de produtores gaúchos. O consumo interno anual, de 12 milhões de toneladas, supera a produção nacional, e o país já costuma importar o grão todos os anos.

Prorrogação de dívidas

O ministro Carlos Fávaro também informou ter se reunido, mais cedo, com representantes da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul e 123 sindicatos rurais para avaliar as demandas do setor frente ao desastre causado pelas chuvas no estado. O titular da pasta da Agricultura adiantou que, a pedido dos produtores, o governo deverá analisar o pedido de  prorrogação imediata, por 90 dias, de todos os débitos do setor.

A prorrogação é do pagamento de parcelas de empréstimos e operações financeiras de custeio e investimentos, contratadas pelos produtores. A medida precisa de aprovação do Conselho Monetário Nacional (CMN), formado pelos ministérios da Fazenda, do Planejamento e pelo Banco Central. O órgão deverá realizar uma reunião extraordinária nos próximos dias para encaminhar o pleito dos produtores gaúchos.

Edição: Aline Leal / Agencia Brasil

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