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Brasil no rumo certo: Lula reconstrói políticas públicas para erradicar a fome

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Para o governo Lula, a agricultura familiar é um dos principais instrumentos para a erradicação da fome

Após a devastação do tecido social brasileiro promovida por Jair Bolsonaro em apenas quatro anos, com um trágico saldo de 33 milhões de famintos agonizando no país, o governo federal encara, desde o dia 1º de janeiro, o maior desafio da carreira política de Lula: erradicar a extrema pobreza para, novamente, retirar o Brasil do Mapa da Fome das Nações Unidas. Para isso, o governo organizou um conjuntos poderoso de políticas públicas a fim de atacar, na raiz, as situações que geram insegurança alimentar leve, moderada e severa no país.  

De cara, houve uma completa reestruturação do Bolsa Família, cujo escopo foi ampliado para socorrer milhões de famílias. Em junho, o ticket médio de pagamento aos beneficiários bateu um recorde e chegou a R$ 705 e, com isso, o governo já retirou 43,5 milhões de pessoas da pobreza. Dando sequência a essa política, Lula tratou de investir para garantir mais uma vez a alimentação de qualidade das famílias.

Há uma semana, no dia 20 de julho, Lula sancionou o Projeto de Lei nº 2.920 de 2023, que recriou o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Revolucionária, a iniciativa teve papel crucial entre 2003, quando foi criado, e 2014, quando o Brasil saiu do Mapa da Fome. Isso porque o PAA garante no mínimo 30% de compras governamentais de produtos da agricultura familiar. A ação garante, simultaneamente, alimentação saudável aos brasileiros, sobretudo os de baixa renda, ao mesmo tempo em que valoriza o trabalho do pequeno agricultor.

Para este ano, o PAA terá orçamento de R$ 500 milhões. Para se ter uma ideia da magnitude do programa, em 2022, Bolsonaro destinou apenas R$ 2 milhões ao PAA, praticamente desmantelando por completo a iniciativa. Dentro do projeto, a novidade fica por conta do Cozinha Solidária, ação que irá alimentar pessoas em situação de rua por meio de entidades de assistência social cadastradas pelo governo federal.

“O governo está investindo na qualidade da alimentação do povo brasileiro”, festejou o presidente Lula, ao sancionar a lei.

“O governo está investindo na qualidade da alimentação do povo brasileiro”, festejou o presidente Lula, ao sancionar a lei.

“Está investindo para que eles tenham direito às calorias e às proteínas necessárias, está investindo para que as crianças possam tomar café, almoçar e jantar e comer o suficiente para não morrer de fome. Está investindo para ajudar o pequeno e médio produtor rural, que muitas vezes plantam e não têm acesso a mercados para vender os seus produtos”, disse o presidente.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Assistência Social e Combate à Fome, o PAA é executado através de Termos de Adesão firmados com Estados e Municípios ou por meio de repasse de recursos para execução pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Recorde em incentivos para a agricultura familiar

Para fortalecer o PAA, o país precisa de uma agricultura familiar forte e produtiva. Por isso, o governo Lula fez o maior investimento no Plano Safra (2023/2024) da história, com nada menos do que R$ 71,6 bilhões de crédito rural ao pequeno agricultor. O montante destinado ao Pronaf, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, representa 34% a mais do que a safra 2022/2023.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário, somando-se compras públicas, assistência técnica e extensão rural, Política de Garantia de Preços Mínimos para os Produtos da Sociobiodiversidade, Garantia-Safra e Proagro Mais, esse volume de investimentos chega a quase R$ 78 bilhões.

Há várias novidades na versão deste ano: além da priorização da produção sustentável de alimentos saudáveis; incentivos à compra de máquinas agrícolas; ampliação do microcrédito produtivo para agricultores familiares do Norte e Nordeste; da linha de crédito às mulheres rurais, há incentivos específicos para a produção que são voltados para uma agenda mais robusta de segurança alimentar desenhada pelo governo Lula e que integra vários ministérios e políticas distintas.

Taxas de juros mais baixas

Por exemplo, o governo vai oferecer taxas de juros mais baixas, de 5% para 4% ao ano, para os produtores que priorizarem alimentos como arroz, feijão, mandioca, tomate, leite, ovos, entre outros itens essenciais que fazem parte da dieta do povo brasileiro.

Como as alíquotas do Proagro Mais vão cair 50% para a produção de alimentos, o incentivo vai ser ainda maior para aqueles que investirem na produção de orgânicos, produtos da sociobiodiversidade, bioeconomia ou agroecologia. Para esses, os juros serão ainda menores, de apenas 3% ao ano no custeio e 4% no investimento. 

Esses são apenas alguns ajustes de um plano que é muito ambicioso e que precisa funcionar como braço da produção saudável de alimentos do país, como já demonstrado em outros governos do PT, integrando e ampliando programas-chave como o PAA e a merenda escolar, entre tantos outros.

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Brasil vai importar arroz para evitar especulação de preços

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Para evitar uma possível escalada no preço arroz, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai comprar o produto já industrializado e empacotado no mercado internacional. A informação foi dada nesta terça-feira (7) pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. Trata-se de um dos efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul, estado responsável por 70% da produção nacional de arroz.

De acordo com o ministro, perdas na lavoura, em armazéns alagados e, principalmente, a dificuldade logística para escoar o produto, com rodovias interditadas, poderia criar uma situação de desabastecimento, elevando os preços no comércio.

“O problema é que teremos perdas do que ainda está na lavoura, e algumas coisas que já estão nos armazéns, nos silos, que estão alagados. Além disso, a grande dificuldade é a infraestrutura logística de tirar do Rio Grande do Sul, neste momento, e levar para os centros consumidores”, explicou. Os recursos para a compra pública de estoques de arroz empacotado serão viabilizados por meio da abertura de crédito extraordinário.

“Uma das medidas já está sendo preparada, uma medida provisória autorizando a Conab a fazer compras, na ordem de 1 milhão de toneladas, mas não é concorrer. A Conab não vai importar arroz e vender aos atacadistas, que são compradores dos produtos do agricultor. O primeiro momento é evitar desabastecimento, evitar especulação”, acrescentou o ministro. A MP depende da aprovação, pelo Congresso Nacional, de um decreto legislativo que reconhece a calamidade pública no Rio Grande do Sul e, com isso, suspende os limites fiscais impostos pela legislação para a ampliação do orçamento. O decreto, já foi aprovado na Câmara dos Deputados, deve ser votado ainda nesta terça pelo Senado.

Na primeira etapa, o leilão de compra da Conab, uma empresa pública federal, será para 200 mil toneladas de arroz, que devem ser importados dos países vizinhos do Mercosul, como Argentina, Uruguai e Paraguai, e eventualmente da Bolívia. “Se a gente for rápido na importação, a gente mantém [o preço] estável”, garantiu. O restante, até totalizar 1 milhão de toneladas, será importando conforme a avaliação de mercado. Essa cota ainda poderá ser elevada, se for necessário, assegurou o ministro.

Fávaro explicou que a Conab só deverá revender o produto no mercado interno diretamente para pequenos mercados, nas periferias das cidades, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, para não afetar a relação dos produtores de arroz brasileiros com os atacadistas, que são seus principais clientes. Mais cedo, em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia antecipado a informação de que o país poderia ter que importar arroz e feijão. No entanto, segundo o ministro Fávaro, apenas a importação de arroz será necessária.

O Brasil produz cerca de 10,5 milhões de toneladas de arroz, sendo que entre 7 e 8 milhões vêm de produtores gaúchos. O consumo interno anual, de 12 milhões de toneladas, supera a produção nacional, e o país já costuma importar o grão todos os anos.

Prorrogação de dívidas

O ministro Carlos Fávaro também informou ter se reunido, mais cedo, com representantes da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul e 123 sindicatos rurais para avaliar as demandas do setor frente ao desastre causado pelas chuvas no estado. O titular da pasta da Agricultura adiantou que, a pedido dos produtores, o governo deverá analisar o pedido de  prorrogação imediata, por 90 dias, de todos os débitos do setor.

A prorrogação é do pagamento de parcelas de empréstimos e operações financeiras de custeio e investimentos, contratadas pelos produtores. A medida precisa de aprovação do Conselho Monetário Nacional (CMN), formado pelos ministérios da Fazenda, do Planejamento e pelo Banco Central. O órgão deverá realizar uma reunião extraordinária nos próximos dias para encaminhar o pleito dos produtores gaúchos.

Edição: Aline Leal / Agencia Brasil

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