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Contas externas têm saldo negativo de US$ 4,6 bilhões em outubro

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As contas externas tiveram saldo negativo de US$ 4,625 bilhões em outubro, informou hoje (25) o Banco Central (BC). No mesmo mês de 2021, o déficit havia sido de US$ 6,012 bilhões nas transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda com outros países.

A diferença na comparação interanual se deve ao superávit da balança comercial, que aumentou US$ 1,2 bilhão, enquanto os déficits em serviços cresceram US$ 967 milhões e em renda primária (lucros e dividendos) recuou US$ 1,1 bilhão.

Em 12 meses, encerrados em outubro, o déficit em transações correntes é de US$ 60,289 bilhões, 3,31% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país), ante o saldo negativo de US$ 61,676 bilhões (3,43% do PIB) em setembro de 2022 e déficit de US$ 41,923 bilhões (2,63% do PIB) no período equivalente terminado em outubro de 2021.

Já no acumulado do ano, o déficit é de US$ 44,039 bilhões, contra saldo negativo de US$ 40,108 bilhões de janeiro a outubro de 2021.

Balança comercial e serviços

As exportações de bens totalizaram US$ 28,005 bilhões em outubro, aumento de 22,6% em relação a igual mês de 2021. As importações somaram US$ 25,453 bilhões, incremento de 18,5% na comparação com outubro do ano passado. Com esses resultados, a balança comercial fechou com superávit de US$ 2,551 bilhões no mês passado, ante saldo positivo de US$ 1,367 bilhão em outubro de 2021.

Em linha com a expansão do volume de comércio exterior, o déficit na conta de serviços (viagens internacionais, transporte, aluguel de equipamentos e seguros, entre outros) somou US$ 3,444 bilhões em outubro, aumento de 39% ante os US$ 2,478 bilhões em igual mês de 2021.

No caso das viagens internacionais, seguindo a tendência dos meses recentes, as receitas de estrangeiros em viagem ao Brasil cresceram na comparação interanual e chegaram a US$ 413 milhões em outubro, contra US$ 266 milhões no mesmo mês de 2021. As despesas de brasileiros no exterior passaram de US$ 531 milhões em outubro do ano passado para em US$ 1,067 bilhão no mesmo mês de 2022.

Com isso, a conta de viagens fechou o mês com déficit chegando a US$ 653 milhões, ante déficit de US$ 265 milhões em outubro de 2021, contribuindo para elevar o saldo negativo em serviços. Segundo o BC, esta é uma conta muito afetada pelas restrições impostas pela pandemia da covid-19, e apesar da recuperação, os valores ainda estão muito abaixo do período pré-pandemia.

Rendas

Em outubro, o déficit em renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) chegou a US$ 4,054 bilhões, com redução de 22% ante os US$ 5,198 bilhões no mesmo mês de 2021. Normalmente, essa conta é deficitária, já que há mais investimentos de estrangeiros no Brasil, que remetem os lucros para fora do país, do que de brasileiros no exterior.

No caso dos lucros e dividendos associadas aos investimentos direto e em carteira, houve déficit de US$ 3,009 bilhões no mês de outubro deste ano, frente ao observado em setembro de 2021, de US$ 4,426 bilhões, redução de 32%. A redução decorreu das menores despesas com investimentos em carteira, que somaram US$ 383 milhões em outubro de 2022, ante US$ 2,295 bilhões em outubro de 2021.

Já as despesas líquidas com juros tiveram incremento de 35,1% e passaram de US$ 780 milhões para US$ 1,053 bilhão.

A conta de renda secundária (gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) teve resultado positivo de US$ 321 milhões, contra US$ 296 milhões em outubro de 2021.

Investimentos

Os ingressos líquidos em investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 5,541 bilhões no mês passado, ante US$ 3,375 bilhões em outubro de 2021.

No mês passado, houve ingressos líquidos em participação no capital de US$ 3,792 bilhões, como com compra de novas empresas e reinvestimentos de lucros. Enquanto isso, as operações intercompanhia (como os empréstimos da matriz no exterior para a filial no Brasil) tiveram superávit de US$ 1,749 bilhão.

Nos 12 meses encerrados em outubro, o IDP totalizou US$ 73,805 bilhões, correspondendo a 4,05% do PIB, em comparação a US$ 71,639 bilhões (3,98% do PIB) no mês anterior e US$ 50,022 bilhões (3,14% do PIB) em outubro de 2021.

Quando o país registra saldo negativo em transações correntes, precisa cobrir o déficit com investimentos ou empréstimos no exterior. A melhor forma de financiamento do saldo negativo é o IDP, porque os recursos são aplicados no setor produtivo e costumam ser investimentos de longo prazo. Para o mês de novembro, a estimativa do Banco Central para o IDP é de ingressos líquidos de US$ 6,502 bilhões.

Os investimentos em carteira no mercado doméstico totalizaram ingresso líquidos de US$ 3,251 bilhões em outubro de 2022, compostos por saídas de US$ 3,237 bilhões em ações e fundos de investimento e entradas de US$ 14 milhões em títulos de dívida.

O estoque de reservas internacionais atingiu US$ 325,546 bilhões em outubro, redução de US$ 2,034 bilhões em comparação ao mês anterior. O resultado decorreu, primordialmente, de vendas líquidas de US$ 1 bilhão em operações de linhas com recompra, e contribuições negativas das variações de preços e paridades, em US$ 823 milhões e US$ 166 milhões, respectivamente. A receita de juros totalizou US$ 576 milhões.

Revisões

A política do BC estabelece revisão ordinária anual do balanço de pagamentos e da posição de investimento internacional nos meses de julho e novembro. As fontes são os dados definitivos do Censo de Capitais Estrangeiros no País e da pesquisa Capitais Brasileiros no Exterior (CBE), ambos de 2021, do módulo de pagamento no exterior do Registro Declaratório Eletrônico – Registro de Operações Financeiras (RDE-ROF), da base de dados publicada pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) contendo valores para despesas de fretes e da Declaração sobre a Utilização dos Recursos em Moeda Estrangeira Decorrentes do Recebimento de Exportações (Derex).

Para 2021, a revisão das estatísticas do setor externo resultou em aumento de US$ 18,4 bilhões no déficit em transações correntes, que passou de US$ 27,9 bilhões (1,74% do PIB) para US$ 46,4 bilhões (2,88% do PIB). O aumento decorreu das revisões de Transportes – Fretes, incremento de US$ 9,2 bilhões das despesas líquidas, e de lucros, elevação de US$ 8,5 bilhões das despesas líquidas. Os demais itens de revisão totalizaram acréscimo de US$ 800 milhões ao déficit.

Com isso, os déficits em renda primária e em serviços foram revistos, respectivamente, de US$ 50,5 bilhões para US$ 59 bilhões, e de US$ 17,1 bilhões para US$ 27 bilhões.

Na renda primária, a despesa total de lucros de investimento direto para 2021, apurada no censo, atingiu US$ 53,2 bilhões, aumento de US$ 9,8 bilhões comparativamente à estimativa anterior. Houve aumento de US$ 7,2 bilhões nas despesas de lucros remetidos e de US$ 2,7 bilhões nas despesas de lucros reinvestidos.

Em relação à receita total de lucros de investimento direto para 2021, apurada pelo CBE, a revisão implicou acréscimo de US$ 1,3 bilhão, totalizando US$ 24,6 bilhões, ante US$ 23,4 bilhões estimados anteriormente.

Em relação à conta financeira, os passivos de investimento direto permaneceram no mesmo nível. A revisão das despesas de lucros reinvestidos aumentou o IDP em participação no capital em US$ 2,7 bilhões, mas novas operações de desinvestimento, liquidadas diretamente no exterior e vinculadas com redução de Investimento Direto no Exterior (IDE)-participação no capital, somaram US$ 2,3 bilhões.

Adicionalmente, os ingressos líquidos em operações intercompanhia foram revistos para cima, em US$ 400 milhões. Liquidamente, as transações de IDP em 2021 mantiveram-se em US$ 46,4 bilhões, mesmo valor do déficit em transações correntes revisto.

Para 2022, de janeiro a setembro de 2022, o déficit em transações correntes foi revisto de US$ 29,6 bilhões para US$ 39,4 bilhões. Do aumento total de US$ 9,8 bilhões, a revisão de transportes respondeu por US$ 8,9 bilhões. Os demais itens estão associados ao aprimoramento das estimativas, que passaram a incorporar informações mais recentes da pesquisa CBE.

Na conta financeira, as transações de IDP foram revistas de US$ 70,7 bilhões para US$ 68,4 bilhões, basicamente por conta de informações retroativas quanto a amortizações de operações intercompanhia por meio de exportação de mercadorias.

Edição: Fernando Fraga

Fonte: EBC Economia

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Dia das Mães: pesquisa do Procon Goiás aponta variação superior a 220% nos preços dos presentes

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Oscilação foi encontrada no vaso da flor azaléia, vendido de R$ 24,90 a R$ 80. Levantamento foi feito com 156 itens em 54 estabelecimentos da capital

O Dia das Mães é comemorado no próximo domingo (12/05) e para ajudar o consumidor a fazer a melhor escolha do presente, o Procon Goiás realizou pesquisa de preços em 54 estabelecimentos de Goiânia entre os dias 25 de abril e 2 de maio. Foram levantados preços de 156 produtos, como cestas de café da manhã, flores, maquiagens, perfumes e eletrônicos. A pesquisa completa feita pelo Procon Goiás, com relatório e planilhas, está disponível no site goias.gov.br/procon.

A principal variação apontada pela pesquisa foi de 221,28% no vaso da flor azaléia, vendido de R$ 24,90 a R$ 80. Outro produto com variação considerável (206,90%) é o pó compacto da marca Bruna Tavares, vendido de R$ 27,99 a R$ 85,90.

Os pesquisadores do Procon Goiás encontraram ainda uma sessão de massagem relaxante de 50 minutos entre R$ 80 e R$ 184, variação de cerca de 130%. O levantamento também levou em conta produtos eletrônicos, sendo que a maior diferença nesses itens foi superior a 135% e ocorreu no depilador Philips 2 velocidades, comercializado de R$ 199 a R$ 469.

A pesquisa também levou em conta variações dos produtos em relação ao ano passado. Teve produto com aumento superior a 95%. É o exemplo da paleta de sombras da marca Mariana Saad, vendida ano passado por R$ 80,97 e esse ano por R$ 157,95. Em relação a 2023, a cesta de café da manhã com 50 itens teve aumento de 52,80%. O produto era vendido ano passado a R$ 219,90 e esse ano a R$ 336.

Essa data é considerada a principal no calendário do comércio no primeiro semestre. Segundo pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia (CDL Goiânia), o Dia das Mães deve levar 94% dos consumidores às compras na capital. Dados da entidade apontam que, este ano, o ticket médio para compra do presente será de R$ 155, com cerca de dois produtos por cada consumidor.

Procon Goiás divulga pesquisa de preços de produtos para presentes do Dia das Mães

Procon Goiás divulga pesquisa de preços de produtos para presentes do Dia das Mães

Orientações
Antes de ir às compras, pesquise os preços, para que não pese no orçamento familiar. O consumidor precisa se atentar ao fato de que os produtos têm de estar expostos com os preços de maneira clara e visível. O produto deve mostrar 2 preços: o total à vista e o valor das parcelas (no caso de parcelamento do pagamento).

Toda loja tem sua política de troca e o estabelecimento só é obrigado a efetuar a troca do produto se ele apresentar algum defeito. O Código de Defesa do Consumidor prevê dois prazos para reclamação: 30 dias para os produtos e serviços não duráveis e 90 dias para produtos e serviços duráveis.

Quanto às compras de aparelhos eletrônicos, o consumidor deve testar o funcionamento do aparelho ainda dentro do estabelecimento, verificar da existência de manual de instruções em nosso idioma e a relação da rede autorizada de assistência técnica do produto.

No caso de compras realizadas fora da loja física, o consumidor deve exigir o comprovante da data de entrega. Nesse caso, o prazo de desistência da compra é de 7 dias a partir do recebimento do produto. Exija sempre a nota fiscal na aquisição de qualquer produto, pois ela é importante caso o consumidor precise fazer valer os seus direitos e formalizar uma reclamação.

Fotos: Procon Goiás / Superintendência de Proteção aos Direitos do Consumidor – Governo de Goiás

 

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