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Acadêmia Brasileira de Letras reabre bibliotecas para o público

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A Academia Brasileira de Letras (ABL) reabriu esta semana, para o público, as bibliotecas Lúcio de Mendonça e Rodolfo Garcia.

A Biblioteca Lúcio de Mendonça reúne obras dos acadêmicos, e em função do seu perfil especializado, funcionará em regime de agendamento, que pode ser feito no site da ABL. Já a Biblioteca Rodolfo Garcia (BRG), devido ao seu caráter geral, abrirá de segunda-feira a quinta-feira, no horário das 13h às 17h, para consulta local e empréstimo de obras.

Segundo o diretor das bibliotecas, acadêmico Arno Wehling, ocupante da cadeira 37 da instituição, o recesso forçado pela pandemia do novo coronavírus (covid-19) e pelo isolamento social, a partir de março de 2020, limitou as atividades da academia. Mudadas as circunstâncias, disse o acadêmico à Agência Brasil, após a amenização da crise sanitária este ano, a ABL anunciou a reabertura das duas bibliotecas, com todos os cuidados ainda exigidos pela situação.

Biblioteca Rodolfo Garcia Biblioteca Rodolfo Garcia

Biblioteca Rodolfo Garcia – Divulgação da Biblioteca Rodolfo Garcia

“Será importante recebermos na biblioteca a visita de todos os interessados na difusão do conhecimento”, disse Wehling. “A cultura só é fecunda se contribui para a circulação e o debate das ideias. A ABL, desde sua fundação, tem esse objetivo. Nunca é demais lembrar o que repetiu Machado de Assis na sessão de encerramento, quando da fundação da academia: A ocupação mais honrosa e útil dos homens é trabalhar pela extensão das ideias humanas”, disse o diretor.

Acervos

A BRG fica no segundo andar do Palácio Austregésilo de Athayde, sede da ABL, região central do Rio de Janeiro. O espaço é composto por terminais de acesso ao acervo, rede wi-fi, salas de estudo individuais. O público pode levar seu próprio material de estudo ou notebook e, ainda, utilizar o serviço de empréstimo de livro.

Com um acervo de aproximadamente 130 mil obras, a BRG objetiva perpetuar o conhecimento e integrar a sociedade para além do âmbito institucional. A biblioteca foi inaugurada em setembro de 2005 com a proposta de atender um público diversificado, como estudantes, profissionais de múltiplas áreas e pesquisadores. O nome homenageia o quarto ocupante da cadeira 39 da academia, o historiador e intelectual Rodolfo Garcia.

O acervo reúne obras de temática cultural, ampla, voltada para a literatura, filosofia, linguística, história e ciências sociais. É composto por obras de referência, periódicos, monografias, materiais especiais (audiovisuais, por exemplo) e de coleções particulares de personalidades históricas dos meios políticos, intelectuais e literários, além de raridades dos séculos 19 e 20, informou a ABL.

Já a Biblioteca Acadêmica Lúcio de Mendonça teve origem na própria época de criação da ABL, a partir da doação do romance Flor de Sangue, por Valentim Magalhães, registrada na ata de 28 de dezembro de 1896. Sua criação oficial, entretanto, ocorreu em 13 de novembro de 1905, por proposta de Rodrigo Octavio, seu primeiro diretor, sob a presidência de Machado de Assis.

Desde sua fundação, a ABL recebe doações de coleções particulares de acadêmicos, de personalidades do mundo literário e cultural e de bibliófilos. Fazem parte do seu acervo primeiras edições de obras clássicas da literatura mundial, além de um grande número de obras raras dos séculos 16 a 20. Destaque para a edição princeps (primeira edição) de Os Lusíadas, de 1572, e um raríssimo exemplar das Rhythmas, impresso em Lisboa, no ano de 1595, de Luís de Camões.

A Biblioteca Lúcio de Mendonça atende aos acadêmicos da casa e pesquisadores com um acervo bibliográfico de aproximadamente 20 mil volumes. O acervo é formado pelas coleções Acadêmica, ABL, Referência, Camoniana, Periódicos e obras raras dos séculos 16 a 18, além de coleções particulares de Alberto de Oliveira, Afrânio Peixoto, Domício da Gama, Machado de Assis, Manuel Bandeira e Olavo Bilac.

Instalada no 2º andar do Petit Trianon, a biblioteca ocupa área de 250 metros quadrados e é dividida em três ambientes. Além de livros, tem um acervo museológico composto por móveis de época, esculturas e quadros de grandes pintores.

Edição: Fernando Fraga

Fonte: EBC Geral

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Ação Social

No primeiro ano de governo, 24,4 milhões deixam de passar fome

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Insegurança alimentar e nutricional grave cai 11,4 pontos percentuais em 2023, numa projeção a partir de informações da Escala Brasileira de Segurança Alimentar (EBIA), divulgada pelo IBGE com base na PNAD Contínua

Cozinhas solidárias, programas de transferência de renda, retomada do crescimento e valorização do salário mínimo compõem a lista de ações que contribuem para a redução da fome no país. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

No Brasil, 24,4 milhões de pessoas deixaram a situação de fome em 2023. O número de pessoas que enfrentam a insegurança alimentar e nutricional grave passou de 33,1 milhões em 2022 (15,5% da população) para 8,7 milhões em 2023 (4,1%). Isso representa queda de 11,4 pontos percentuais numa projeção feita a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgada nesta quinta-feira, 25 de abril, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O amplo conjunto de políticas e programas sociais reunidos no Plano Brasil Sem Fome, a retomada do crescimento da economia e a valorização do salário mínimo são alguns fatores que recolocam o país em lugar de destaque da agenda de combate à fome no mundo. Tirar o Brasil novamente do Mapa da Fome é do presidente Lula” Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome

Na coletiva de imprensa para divulgação do estudo, o ministro Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome), avaliou que o avanço é resultado do esforço federal em retomar e reestruturar políticas de redução da fome e da pobreza. “O amplo conjunto de políticas e programas sociais reunidos no Plano Brasil Sem Fome, a retomada do crescimento da economia e a valorização do salário mínimo são alguns fatores que recolocam o país em lugar de destaque da agenda de combate à fome no mundo. Tirar o Brasil novamente do Mapa da Fome é do presidente Lula”, disse.

Para o ministro, o grande desafio agora é incluir essas 8,7 milhões de pessoas que ainda estão em insegurança alimentar grave em políticas de transferência de renda e de acesso à alimentação. “Vamos fortalecer ainda mais a Busca Ativa”, completou Dias, em referência ao trabalho para identificar e incluir em programas sociais as pessoas que mais precisam.

PESQUISA — As informações divulgadas nesta quinta são referentes ao quarto trimestre do ano passado. Foram obtidas por meio do questionário da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). O ministro lembrou que o governo passado não deu condições ao IBGE para realizar a pesquisa. Por isso, a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan) aplicou o EBIA com metodologia similar à do IBGE em 2022, quando o Brasil enfrentava a pandemia de Covid-19 e um cenário de desmonte de políticas, agravado por inflação de alimentos, desemprego, endividamento e ausência de estratégias de proteção social. Esse estudo chegou ao número de 33,1 milhões de pessoas em segurança alimentar grave na época.

A secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS, Valéria Burity, lembra que mesmo em comparação aos resultados de 2018, último ano em que o IBGE fez o levantamento formal, os números apresentados nesta quinta são positivos. À época havia 4,6% de domicílios em insegurança alimentar grave. Agora são 4,1%, o segundo melhor resultado em toda a série histórica do EBIA.

“Estamos falando de mais de 20 milhões de pessoas que hoje conseguem acesso à alimentação e estão livres da fome. Esses resultados mostram o acerto de uma estratégia de enfrentamento à fome que vem sendo empreendida pelo governo, que é apoiada tanto em programas sociais como na condução de uma política econômica que gera crescimento econômico, reduz desigualdades e gera acesso a emprego e renda”.

Esses resultados mostram o acerto de uma estratégia de enfrentamento à fome que é apoiada tanto em programas sociais como na condução de uma política econômica que gera crescimento econômico, reduz desigualdades e gera acesso a emprego e renda” Valéria Burity, secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS 

Valéria também destacou como ponto importante da estratégia de combate à fome a retomada da governança de segurança alimentar pelo Governo Federal, com garantia de participação social. “O presidente Lula e o ministro Wellington foram responsáveis pela retomada do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional, a restituição do Conselho de Segurança Alimentar e da Câmara de Segurança Alimentar, com 24 ministérios que têm a missão de articular políticas dessa área. E, no fim do ano passado, foi realizada a Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional”, relatou.

A secretária nacional de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único do MDS, Letícia Bartholo, ressaltou o retorno da parceria do governo com o IBGE. “Depois do período da fila do osso, em que o Brasil viveu muita miséria e fome, uma das primeiras ações do MDS nessa nova gestão foi buscar o IBGE para retomar a parceria e medir a insegurança alimentar dos brasileiros”, recordou.

SUBINDO – A proporção de domicílios em segurança alimentar atingiu nível máximo em 2013, (77,4%), tempo em que o país deixou o Mapa da Fome, mas caiu em 2017-2018 (63,3%). Em 2023, subiu para 72,4%. “Após a tendência de aumento da segurança alimentar nos anos de 2004, 2009 e 2013, os dados obtidos em 2017-2018 foram marcados pela redução no predomínio de domicílios particulares que tinham acesso à alimentação adequada. Em 2023 aconteceu o contrário, ou seja, houve aumento da proporção de domicílios em segurança alimentar, assim como redução na proporção de todos os graus de insegurança alimentar”, explicou André Martins, analista da pesquisa.

 

Dados apontam a evolução da segurança alimentar no Brasil

 

NOVO BOLSA FAMÍLIA — Entre os fatores que contribuíram para o avanço apontado pela pesquisa do IBGE, está o novo Bolsa Família, lançado em março de 2023, que garante uma renda mínima de R$ 600 por domicílio. O programa incluiu em sua cesta o Benefício Primeira Infância, um adicional de R$ 150 por criança de zero a seis anos na composição familiar. O novo modelo, com foco na primeira infância, reduziu a 91,7% a pobreza nesta faixa etária. A nova versão do programa inclui, ainda, um adicional de R$ 50 para gestantes, mães em fase de amamentação e crianças de sete a 18 anos.

BPC – O ministro Wellington Dias também ressaltou a proteção social gerada pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC), que garante um salário mínimo para pessoas aposentadas, pensionistas e com deficiência em situação de vulnerabilidade social. “Vale mencionar que o efeito econômico da Previdência e do BPC foi potencializado pelo esforço administrativo de reduzir as filas de espera para acesso aos benefícios”, disse.

MERENDA – Outra política de combate à pobreza e à fome, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) garante refeições diárias a 40 milhões de estudantes da rede pública em todo o país e foi reajustado em 2023, após cinco anos sem aumento.

PAA – O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) é um dos 80 programas e ações que compõem a estratégia do Plano Brasil Sem Fome. Ele assegura produção e renda aos agricultores familiares, com compra direta dos produtos para serem distribuídos na rede socioassistencial, de saúde, educação e outros equipamentos públicos. Com a participação de 24 ministérios, o Plano cria instrumentos para promover a alimentação saudável contra diversas formas de má nutrição.

ECONOMIA – No cenário macroeconômico, houve um crescimento do PIB de 2,9% e o IPCA calculado para o grupo de alimentos caiu de 11,6% em 2022 para 1,03% em 2023. É a menor taxa desde 2017.  O mercado de trabalho ganhou força e a taxa de desemprego caiu de 9,6%, em 2022, para 7,8% no ano seguinte. A massa mensal de rendimento recebido de todos os trabalhadores alcançou R$ 295,6 bilhões, maior valor da série histórica da PNAD-C.

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