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Estudantes da Unicamp homenageiam corpos negros usados em estudos

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A 59ª turma de medicina da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Coletivo Quilombo Ubuntu homenageiam, nesta sexta-feira (8), no Teatro de Arena da instituição, cadáveres negros usados para estudos no Laboratório de Anatomia.

Iniciativa dos estudantes negros da turma, a homenagem é apoiada pela Diretoria Executiva de Direitos Humanos (DeDH) da instituição e pelo Centro Acadêmico Adolfo Lutz, que reúne estudantes de medicina. No evento, será inaugurada uma placa, que deverá posteriormente ser afixada no Laboratório de Anatomia do Instituto de Biologia (IB). 

A diretora executiva de Direitos Humanos da Unicamp, professora Silvia Maria Santiago, afirmou que a ação traz à discussão o papel do negro na universidade. “Negro é aquele que constrói as paredes ou que depois limpa os espaços, ou aquele que está na mesa fria de uma sala de anatomia? Ou o lugar do negro pode ser o lugar do estudante, o lugar do pesquisador, o lugar do docente, o lugar do técnico especializado?”, questionou.

“Nós estamos reverenciando esse anônimo cadáver da anatomia patológica, o negro, mas apontando para a frente, que é a defesa de que o negro possa ocupar um lugar de destaque dentro das universidades”, disse. Os cadáveres usados no laboratório da instituição são, em sua maioria, de pessoas negras. Em geral, segundo Silvia, os corpos destinados a estudos correspondem a pessoas consideradas indigentes.

A professora contou que essa turma de medicina despertou para a questão dos cadáveres negros do laboratório no ano passado, primeiro ano na universidade, durante aula sobre ética médica, em que Silvia falou sobre racismo na universidade e na sociedade. “Foi chocante para o estudante negro, quando começou os seus estudos na anatomia, perceber que a maior parte dos cadáveres era de negros, então eles questionaram por que a maioria tem que ser de corpos negros.”

Neste ano, surgiu a proposta da homenagem, iniciativa dos estudantes negros da turma, que contou com o apoio dos colegas, professores e da universidade. Estão previstas ainda para o evento apresentações musicais de Fabiana Cozza, cantora e doutoranda pelo Instituto de Artes (IA); Ilessi, cantora, compositora e doutoranda pelo IA; Douglas Alonso, percussionista e professor, e Marília Corrêa, cantora e compositora.

Edição: Graça Adjuto

Fonte: EBC Geral

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“Caminhos assistenciais” do Governo Federal liberam rodovias para garantir abastecimento do Rio Grande do Sul

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Prioridade é a liberação ágil de trechos essenciais para assegurar o fluxo de veículos com suprimentos, comida, oxigênio e combustível

Com mais de 400 cidades atingidas pelo alto volume de chuvas que caiu sobre o território gaúcho, o Governo Federal desenvolveu um plano emergencial para reestabelecer o fluxo viário em rotas estratégicas para assegurar o atendimento da população e impedir o desabastecimento de itens essenciais para a população do Rio Grande do Sul.

“Esses caminhos assistenciais, como estamos chamando, são para garantir salvamento e abastecimento do estado, sobretudo com oxigênio e remédio, comida e água, além da chegada de combustível, para não haver outras paralisações nesta crise e intensificarem ainda mais o sofrimento do povo gaúcho neste momento”, informou o ministro dos Transportes, Renan Filho. “É um plano de trabalho com prioridades a serem adotadas em 48 horas”.

Para isso, são usados maquinários pesados, como tratores, escavadeiras, guindastes e caminhões. Há cerca de 200 equipamentos e 600 homens atuando diretamente no estado. Em alguns pontos de rompimento de trechos de estrada, a solução é preencher as brechas com pedras para permitir a passagem dos veículos. Um dos trechos liberados é a BR 290, que liga Porto Alegre a Santa Maria e segue até a fronteira com a Argentina, por onde passa 30% do comércio internacional do país. Equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), de concessionárias e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) seguem no para restabelecer o fluxo viário.

“Liberamos o fluxo na BR 290. O momento é de trabalhar pela preservação da vida, reencontro das famílias e reconstrução do Rio Grande do Sul. Nesses caminhos serão permitidos transporte de alimentos, remédios, oxigênio, combustíveis, resgates e pacientes em ambulâncias”, comentou o ministro.

Já estão liberados também trechos das BRs-116/RS, entre Estância Velha a Nova Petrópolis; de Vacaria a Campestre da Serra; e de Caxias a São Marcos. Também foi restabelecido o fluxo na BR-392/RS, de Santa Maria a Caçapava do Sul, possibilitando o acesso ao Porto de Rio Grande, beneficiando a região de Pelotas. Até esta quarta-feira (8/5), serão realizadas ainda as seguintes liberações: na BR-116/RS, sentido norte do estado, no trecho do Viaduto da Scharlau, e a ponte sobre o Rio dos Sinos.

 

Na BR-470, passagem liberada de Carlos Barbosa a Montenegro; na BR-386, a ponte sobre o rio Taquari, em Estrela e Lajeado também teve o fluxo retomado, assim como na BR-290, de Eldorado a Santa Maria, com construção de um bueiro. Já no caso da BR-158, de Santa Maria a Cruz Alta, o trânsito ainda ocorre com escolta, apenas para passagens de veículos emergenciais, pois há risco no trajeto. Trânsito liberado também na BR-448, a Rodovia do Parque.

Para o ministro, chama a atenção nesse desastre a amplitude, a velocidade com que as águas subiram e a demora no escoamento, o que dificulta o dimensionamento da crise e o atendimento. “A prioridade agora é salvar vidas, liberar vias para passagem de equipes de resgate e pronto socorro e, depois, pensarmos na reconstrução”, listou.

Rodovias liberadas e em processo de liberação

1 BILHÃO – Em reunião com parlamentares na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o ministro ainda informou que cerca de R$ 1 bilhão serão destinados pelo Governo Federal à reconstrução de rodovias federais, além do orçamento previamente destinado ao estado de R$ 1,7 bilhão.

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