Economia

Presidente do BC: emissão de títulos verdes depende do teto de gastos

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A emissão de green bonds (títulos verdes, que financiam projetos ambientais) no exterior pelo governo brasileiro é limitada pelo teto de gastos, disse hoje (12) o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Ele disse acreditar que a demanda por esse tipo de papel tem potencial para disparar nos próximos anos, mas advertiu que a execução dos projetos esbarra no limite federal de despesas.

“O Brasil pode emitir green bond à vontade, mas quanto vou conseguir gastar em projetos verdes? Porque isso também fica dentro do teto”, questionou Campos Neto no seminário internacional Agronegócio Sustentável no Brasil, em Lisboa. O evento é promovido pelas Comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado e da Câmara dos Deputados.

O presidente do BC disse acreditar que os títulos verdes não canibalizariam a demanda por outros títulos públicos brasileiros emitidos no mercado internacional, como os papéis da dívida externa brasileira. “Títulos verdes têm demanda muito grande e têm tudo para crescer”, comentou.

Criptomoedas

O seminário também tratou das criptomoedas (moedas digitais criptografadas), cuja mineração (emissão) consome grandes quantidades de energia por computadores e é vista em alguns países como problema ambiental. Segundo Campos Neto, o Brasil mais importa do que produz esse tipo de ativo, a ponto de as compras afetarem a balança comercial, desde quando as compras de bitcoin passaram a ser registradas como importações na metodologia do BC.

De acordo com Campos Neto, os criptoativos são mais usados no Brasil como ferramenta de investimento (aplicações para fazer o dinheiro render), mas não descartou que o uso das moedas digitais como meio de pagamento aumente no país. “Vimos em outros países que, quando [a proporção de criptoativos] passa de 4% a 5% de investimento, passa a ser usado como meio de pagamento. Estamos em uma fase mais inicial no Brasil”, acrescentou.

O relator do projeto de lei que regulamenta os criptoativos no Brasil, senador Irajá (PSD-TO), participou do seminário como mediador do painel. O parlamentar disse que pretende pautar a proposta na próxima semana para ser votada na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

Mercado de carbono

Campos Neto disse que os bancos centrais precisam estar mais preparados para a transição para a economia verde. Isso porque questões climáticas tendem a afetar cada vez mais a inflação e a política monetária, como a alta de alimentos decorrentes de quebras de safra e a elevação no custo da energia.

“A bandeira de energia saiu de menos de R$ 2 para R$ 14,40 por falta de chuvas. Temas climáticos afetam a política monetária”, declarou. O presidente do BC também pediu que os bancos, públicos e privados, emprestem mais recursos para projetos ambientais.

Em relação ao mercado de créditos de carbono, Campos Neto defendeu o desenvolvimento de um sistema de trocas global, que distribua os custos entre produtores e consumidores. “A carga de carbono hoje é maior sobre quem produz do que sobre quem consome. Se [esse tema] não for equacionado, alguns produtores de insumos vão deixar de produzir com essa carga de carbono. O consumidor vai ter que deixar de consumir ou consumir mais caro”, advertiu.

O presidente do BC criticou a imposição de impostos sobre as emissões de gás carbônico, como alguns países propuseram na 26ª Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP26). Segundo ele, um mercado global e funcional saberá financiar projetos de forma mais eficiente que governos.

Edição: Fernando Fraga

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Dia das Mães: pesquisa do Procon Goiás aponta variação superior a 220% nos preços dos presentes

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Oscilação foi encontrada no vaso da flor azaléia, vendido de R$ 24,90 a R$ 80. Levantamento foi feito com 156 itens em 54 estabelecimentos da capital

O Dia das Mães é comemorado no próximo domingo (12/05) e para ajudar o consumidor a fazer a melhor escolha do presente, o Procon Goiás realizou pesquisa de preços em 54 estabelecimentos de Goiânia entre os dias 25 de abril e 2 de maio. Foram levantados preços de 156 produtos, como cestas de café da manhã, flores, maquiagens, perfumes e eletrônicos. A pesquisa completa feita pelo Procon Goiás, com relatório e planilhas, está disponível no site goias.gov.br/procon.

A principal variação apontada pela pesquisa foi de 221,28% no vaso da flor azaléia, vendido de R$ 24,90 a R$ 80. Outro produto com variação considerável (206,90%) é o pó compacto da marca Bruna Tavares, vendido de R$ 27,99 a R$ 85,90.

Os pesquisadores do Procon Goiás encontraram ainda uma sessão de massagem relaxante de 50 minutos entre R$ 80 e R$ 184, variação de cerca de 130%. O levantamento também levou em conta produtos eletrônicos, sendo que a maior diferença nesses itens foi superior a 135% e ocorreu no depilador Philips 2 velocidades, comercializado de R$ 199 a R$ 469.

A pesquisa também levou em conta variações dos produtos em relação ao ano passado. Teve produto com aumento superior a 95%. É o exemplo da paleta de sombras da marca Mariana Saad, vendida ano passado por R$ 80,97 e esse ano por R$ 157,95. Em relação a 2023, a cesta de café da manhã com 50 itens teve aumento de 52,80%. O produto era vendido ano passado a R$ 219,90 e esse ano a R$ 336.

Essa data é considerada a principal no calendário do comércio no primeiro semestre. Segundo pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia (CDL Goiânia), o Dia das Mães deve levar 94% dos consumidores às compras na capital. Dados da entidade apontam que, este ano, o ticket médio para compra do presente será de R$ 155, com cerca de dois produtos por cada consumidor.

Procon Goiás divulga pesquisa de preços de produtos para presentes do Dia das Mães

Procon Goiás divulga pesquisa de preços de produtos para presentes do Dia das Mães

Orientações
Antes de ir às compras, pesquise os preços, para que não pese no orçamento familiar. O consumidor precisa se atentar ao fato de que os produtos têm de estar expostos com os preços de maneira clara e visível. O produto deve mostrar 2 preços: o total à vista e o valor das parcelas (no caso de parcelamento do pagamento).

Toda loja tem sua política de troca e o estabelecimento só é obrigado a efetuar a troca do produto se ele apresentar algum defeito. O Código de Defesa do Consumidor prevê dois prazos para reclamação: 30 dias para os produtos e serviços não duráveis e 90 dias para produtos e serviços duráveis.

Quanto às compras de aparelhos eletrônicos, o consumidor deve testar o funcionamento do aparelho ainda dentro do estabelecimento, verificar da existência de manual de instruções em nosso idioma e a relação da rede autorizada de assistência técnica do produto.

No caso de compras realizadas fora da loja física, o consumidor deve exigir o comprovante da data de entrega. Nesse caso, o prazo de desistência da compra é de 7 dias a partir do recebimento do produto. Exija sempre a nota fiscal na aquisição de qualquer produto, pois ela é importante caso o consumidor precise fazer valer os seus direitos e formalizar uma reclamação.

Fotos: Procon Goiás / Superintendência de Proteção aos Direitos do Consumidor – Governo de Goiás

 

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