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Sustentabilidade garante emprego nas cidades do DF

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Na entrada do Varjão, caminhões despejam em um galpão, diariamente, 3,8 toneladas de um material valioso. São plásticos, papéis, papelões, garrafas pet e tudo o mais que pode ser reaproveitado. Trabalhadores com olhos treinados e mãos rápidas separam os materiais para a reciclagem. O serviço minucioso assegura o sustento de 39 famílias da Central de Reciclagem do Varjão (CRV), uma das 11 cooperativas de catadores contratadas pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU) para executar a tarefa.

A Central de Reciclagem do Varjão, fundada por mulheres em 2008, hoje também conta com o trabalho de 14 homens e chega a coletar 90 toneladas de produtos reaproveitáveis por mês | Fotos: Tony Oliveira/Agência Brasília

A associação coleta e recicla mensalmente cerca de 90 toneladas de materiais recolhidos nas quadras residenciais e comerciais do Varjão e do Lago Norte. “Coletamos muito lixo. Parece que, com a pandemia, as pessoas estão mais em casa e o lixo aumentou bastante”, analisa a presidente da CRV, Ana Carla Borges.

“O SLU tem contrato de coleta seletiva tanto com as empresas quanto com as cooperativas, mas o resultado final de aproveitamento dos recicláveis só é positivo se todos nós fizermos nossa parte. É importante a separação correta, pois muitas famílias dependem da comercialização dos recicláveis para garantir renda e comida na mesa”Sílvio Vieira, diretor-presidente do SLU

Fundada em 2008, a CRV começou a operar como uma entidade somente de mulheres. Em 2020, no entanto, a presidente da associação passou a permitir a presença de homens. Atualmente, são 25 mulheres e 14 homens para separar e armazenar o que pode ser reaproveitado. O trabalho diário, que é pesado e anotado em uma planilha, pode render até um salário mínimo por mês, para cada funcionário, de acordo com a produção.

“O SLU tem contrato de coleta seletiva tanto com as empresas quanto com as cooperativas, mas o resultado final de aproveitamento dos recicláveis só é positivo se todos nós fizermos nossa parte. É importante a separação correta, pois muitas famílias dependem da comercialização dos recicláveis para garantir renda e comida na mesa”, afirma o diretor-presidente do SLU, Sílvio Vieira.

Certificação em eletroeletrônicos

A CRV está capacitada para receber, coletar e triar todo tipo de reciclável, inclusive resíduos eletroeletrônicos. Há equipamentos que possuem metais pesados, como chumbo e mercúrio, que podem causar transtornos ao meio ambiente. Particularidades como essa exigem muitos cuidados para que a reciclagem possa ser feita de forma segura, para os trabalhadores e para o meio ambiente.

Capacitada para receber, coletar e triar todo tipo de reciclável, a CRV realiza os serviços com os cuidados que garantem segurança para os trabalhadores e para o meio ambiente

Para a cooperativa ser certificada na destinação correta do material, os integrantes participaram de cursos de reciclagem de lixo eletrônico, realizados pelo Instituto GEA Ética e Meio Ambiente e pelo Laboratório de Sustentabilidade da Universidade de São Paulo (Lassu-USP).

“Aprendemos a fazer o desmanche das placas com muita atenção e cuidado. Elas são desmontadas, separadas e colocadas em sacos específicos”, explica a presidente da CRV, Ana Carla Borges.

O lixo eletroeletrônico, por sinal, tem sido uma boa fonte de recursos para aumentar a renda da cooperativa. Micro-ondas, aparelhos celulares, computadores, tablets e televisores possuem um preço diferencial no mercado. “Dá para cada catador receber até R$ 600, dependendo da quantidade do material selecionado. Foi assim que conseguimos comprar o nosso terceiro caminhão para fazer a coleta seletiva”, comemora Ana Carla.

De olho no potencial econômico da coleta seletiva, a cooperativa promove campanhas no Varjão e Lago Norte para incentivar o descarte correto dos eletroeletrônicos. Uma ação direcionada como essa pode significar o recolhimento de até duas toneladas do material num único dia.

“Consigo tirar até R$ 900 por mês. Já sou conhecida no Varjão e recebo muita coisa na porta de casa, na Quadra 6. Não jogo nada fora. Trago tudo para a cooperativa para ajudar na minha produção”Dalva Alves da Silveira, catadora de recicláveis

Reconhecimento e respeito

Aos 56 anos de idade, Dalva Alves da Silveira já não contabiliza o tempo de trabalho como catadora de lixo. No entanto, lembra bem que, com os recursos recebidos no exercício da atividade, conseguiu criar os seis filhos.

Orgulhosa por estar devidamente registrada no INSS, Dalva se envaidece também com o reconhecimento e respeito de vizinhos e até desconhecidos. “Consigo tirar até R$ 900 por mês. Já sou conhecida no Varjão e recebo muita coisa na porta de casa, na Quadra 6. Não jogo nada fora. Trago tudo para a cooperativa para ajudar na minha produção”, destaca.

Veterana na atividade, em que é fundamental redobrar os cuidados para manusear o lixo, Dalva não abre mão de nenhum item da vestimenta que lhe garante proteção: botas, meias, calça comprida, blusa de manga longa, luvas, máscara, óculos de proteção, boné ou chapéu. “Mesmo já estando acostumada com o serviço, não esqueço de nada para ficar bem protegida e trabalhar com segurança. Nunca tive nem um problema”, atesta.

No setor específico de triagem da CRV, nada foge aos olhos de Dinorah José Borges Rodrigues, 63 anos e dez filhos. A mulher já atuou como arrumadeira, passadeira, vendedora de lingerie e de bijuterias, mas foi na cooperativa do Varjão que percebeu as vantagens de trabalhar duro para garantir a renda.

“Sempre trabalhei muito, mas aqui posso tirar até R$ 1,2 mil por mês. É um trabalho minucioso, porque na triagem os materiais têm que ser colocados no lugar certinho, para serem ensacados ou prensados. Então, estou feliz com o que faço”, comenta.

Fonte: Governo DF

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Ministério da Saúde já enviou 25 toneladas de medicamentos e insumos para atender população gaúcha

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Nos últimos dias, cem kits de medicamentos e insumos, com capacidade para atender a até 1.500 pessoas durante um mês, chegaram ao estado. Programa Nacional de Imunizações enviará, nesta semana, 600 doses de imunoglobulina ao Rio Grande do Sul

Ministério da Saúde já enviou um total de 25 toneladas de medicamentos e insumos para o Rio Grande do Sul. O objetivo é manter o estado abastecido durante a calamidade provocada pelas severas enchentes dos últimos dias.

A informação foi divulgada na tarde desta segunda-feira, 13 de maio, no Hospital Conceição, em Porto Alegre, durante entrevista coletiva para rádios regionais.

Cem kits de medicamentos e insumos – com capacidade para atender a até 1.500 pessoas durante um mês – chegaram nos últimos dias ao estado. Conhecido como kit emergencial, ele é composto por oito caixas que, somadas, pesam 250 kg. Além de remédios, o conjunto inclui também luvas, seringas, ataduras, etc.

Vale destacar que o volume não considera outros repasses de medicamentos, vacinas e insumos que estão sendo enviados para repor os estoques perdidos com as enchentes e os que já estavam previstos na rotina. A título de comparação, em todo o ano passado, foram distribuídos 106 kits para emergências no Brasil.

Durante o balanço, o secretário de Atenção Primária à Saúde, Felipe Proenço, detalhou a operação de hospitais de campanha no estado. Foi confirmado que a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) irá operar quatro hospitais de campanha no estado.

Um já funciona em Canoas, outro está sendo montado na capital gaúcha e um terceiro em São Leopoldo. A destinação da quarta unidade ainda será definida. Desde o início da calamidade no Rio Grande do Sul, o Ministério da Saúde já enviou recursos para 246 unidades de assistência.

ALERTA PARA GRIPE — O diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública (Desp) do Ministério da Saúde, Márcio Garcia, fez um alerta para doenças respiratórias. Com as aglomerações em abrigos e a temperatura baixando, a preocupação é com o aumento do número de casos de gripe e covid-19.

“A combinação é favorável para o aumento dessas doenças. As pessoas vacinadas vão estar mais protegidas. Diminuem as chances de adquirir a doença ou de evoluir para um caso de Síndrome Respiratória Aguda Grave”, frisou.

NÚMEROS — Veja a seguir alguns números das ações no RS apresentadas durante a coletiva:

Balanço de atendimentos

  • Total: 1.600 / Hospital Campanha (HCamp) de Canoas: 1034
  • Equipes volantes: 548
  • Encaminhamento ou transferência para outra unidade: 57
  • Remoções aéreas: 25
  • Atendimentos psicossociais: 22

Força de trabalho:

  • 134 profissionais em atuação;
  • 6 equipes volantes (13 enfermeiros + 9 médicos);
  • 15 equipes aeromédicas (15 enfermeiros + 15 médicos);
  • 62 profissionais no HCamp;
  • 19 profissionais de gestão;
  • 1 equipe psicossocial (5 psicólogas)

Recursos aplicados:

  • Medida provisória (MP) de liberação de crédito extraordinário, editada pelo presidente Lula, no domingo (12), traz a liberação de R$ 861 milhões para ações de saúde primária e especializada, vigilância epidemiológica, assistência farmacêutica e contratação temporária de profissionais;
  • Antecipação de R$ 40 milhões para compra de medicamentos;
  • Antecipação do pagamento do piso aos profissionais de enfermagem do estado. O total do repasse é de R$ 30 milhões;
  • Repasse, em parcela única, de R$ 63,1 milhões do Fundo Nacional de Saúde à Secretaria Estadual de Saúde e aos fundos municipais de saúde do Rio Grande do Sul;
  • Liberação, de forma imediata, no dia 6 de maio, de R$ 534 milhões em emendas individuais de congressistas do Rio Grande do Sul para auxiliar os municípios do estado afetados pelas enchentes. As emendas estavam alocadas na área da Saúde.

IMUNOGLOBULINA  — Programa Nacional de Imunizações (PNI) enviará, nesta semana, 600 doses de imunoglobulina à população do Rio Grande do Sul. As imunoglobulinas são proteínas utilizadas pelo organismo para combater um determinado antígeno, como vírus e bactérias, por exemplo.

Além disso, o Ministério da Saúde também vai destinar 1,1 mil frascos de soro; 416 mil doses de vacinas contra hepatite A, raiva, poliomielite e influenza, e 134 mil doses de covid-19. A destinação de todos esses insumos foi debatida, nesta segunda-feira (13), durante reunião de monitoramento do Centro de Operações de Emergência (COE) para chuvas intensas e inundações na Região Sul.

“Neste momento, as síndromes respiratórias também passam a ser um problema. Por isso, estamos focados em proteger a população gaúcha. Precisamos de uma ação ativa para vacinar inclusive dentro dos abrigos”, afirmou, na reunião, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel.

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