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Kalungas promovem oficinas na Feira Rural no Parque

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“É a oportunidade dos visitantes da feira observarem como o alimento, o cuidado com a terra e com a comida dizem muito sobre um contexto social brasileiro” José Nilton Campelo, extensionista da Emater

Mais do que um ponto de venda de produtos da agricultura familiar, a Feira Rural do Parque da Cidade é um momento de troca de histórias e saberes tradicionais entre produtores e consumidores. Neste domingo (19), em alusão ao Mês do Cerrado, o evento tem a participação especial de kalungas da comunidade Vão de Almas (Cavalcante-GO), que faz parte do maior território quilombola do Brasil.

Além dos tradicionais produtos vendidos na feira, as kalungas Fiota e Dirani Maia, representantes da comunidade, levarão alimentos da rica culinária quilombola e também oficinas sobre o processamento típico da farinha de mandioca, principal subproduto dessa raiz tuberosa preparado por quase todas as famílias do quilombo Kalunga.

Produção quilombola é destaque pelo manejo sustentável adotado no cultivo | Foto: Divulgação/Emater

Elas também vão demonstrar como fazem paçoca de gergelim no pilão de madeira de pequi, processo que exala um aroma especial. A paçoca é umas das principais sobremesas típicas dos kalungas passada de geração a geração ao longo dos mais de 300 anos de história do quilombo.

“Cozinhar também é um ato de resistência dos quilombos”, pontua o extensionista da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater) José Nilton Campelo, que elogia a agricultura sustentável praticada pelos quilombolas e fundamentada em respeito ao cerrado.

“É perceptível a luta desses povos pela preservação da cultura no uso de tecnologia ancestral, no preparo dos alimentos, no cuidado com a terra, na comunhão entre cozinheiros, nos utensílios utilizados. É a oportunidade dos visitantes da feira observarem como o alimento, o cuidado com a terra e com a comida dizem muito sobre um contexto social brasileiro”.

Métodos tradicionais

Com forte tradição na agricultura e extrativismo, o povo kalunga pratica plantio de baixo carbono e se baseia no conhecimento ancestral para plantar no ritmo da natureza, dispensando o uso de agrotóxicos. As comunidades plantam em pequenas roças, geralmente menores que um hectare, onde praticam a agricultura de subsistência, com a venda do excedente. Ainda há o extrativismo de frutos do cerrado, criação de bovinos, suínos e aves, bem como o cultivo de frutas.

Fiota, nascida e criada na comunidade Vão de Alma, mãe de sete filhos e avó de sete netos, casada com Calisto, faz de tudo um pouco. Dirani, além de seus próprios filhos, cria outros de um irmão falecido.

As duas são coletoras de frutos nativos como coco-indaiá, tingui, baunilha, cajuzinho e mangaba. Produzem farinhas e óleos, plantam arroz, mandioca, feijão, gergelim, quiabo, abóbora, milho e algodão – a partir do qual confeccionam até tapetes com o linho obtido.

Vão de Almas

O vilarejo da Comunidade Kalunga do Vão de Almas fica em meio a serras de difícil acesso, a 370 km a nordeste de Brasília. É uma das áreas habitadas de cerrado mais preservadas em Goiás, uma vila repleta de casinhas de tijolos de adobe, telhado de palha e chão de terra batida.

Fiota Maia, da comunidade kalunga do Vão de Almas, dará orientações sobre o processamento da farinha de mandioca | Foto: Acervo pessoal

São 1.075 pessoas distribuídas em aproximadamente 215 famílias que habitam o maior quilombo em extensão territorial do Brasil. A comunidade produz quase todos os itens utilizados na alimentação e tem uma economia baseada na troca, em vez de trabalho assalariado e compra de produtos. Os kalungas praticam extrativismo e buscam outras alternativas sustentáveis para o desenvolvimento do território.

Em fevereiro deste ano, o Programa Ambiental da Organização das Nações Unidas (ONU) fez o registro do Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga como o primeiro Ticca (sigla internacional para Territórios e Áreas Conservadas por Comunidades Indígenas e Locais) do Brasil.

O título global é atribuído a territórios comunitários e tradicionais conservados nos quais a comunidade vive em profunda conexão com o lugar, destacando-se em processos internos de gestão e governança que registram resultados positivos na conservação da natureza e aumento do bem-estar do seu povo.

Feira Rural no Parque

  • Domingo (19), das 8h às 14h, no Estacionamento 13 do Parque da Cidade.

*Com informações da Emater

Fonte: Governo DF

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Ministério da Saúde já enviou 25 toneladas de medicamentos e insumos para atender população gaúcha

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Nos últimos dias, cem kits de medicamentos e insumos, com capacidade para atender a até 1.500 pessoas durante um mês, chegaram ao estado. Programa Nacional de Imunizações enviará, nesta semana, 600 doses de imunoglobulina ao Rio Grande do Sul

Ministério da Saúde já enviou um total de 25 toneladas de medicamentos e insumos para o Rio Grande do Sul. O objetivo é manter o estado abastecido durante a calamidade provocada pelas severas enchentes dos últimos dias.

A informação foi divulgada na tarde desta segunda-feira, 13 de maio, no Hospital Conceição, em Porto Alegre, durante entrevista coletiva para rádios regionais.

Cem kits de medicamentos e insumos – com capacidade para atender a até 1.500 pessoas durante um mês – chegaram nos últimos dias ao estado. Conhecido como kit emergencial, ele é composto por oito caixas que, somadas, pesam 250 kg. Além de remédios, o conjunto inclui também luvas, seringas, ataduras, etc.

Vale destacar que o volume não considera outros repasses de medicamentos, vacinas e insumos que estão sendo enviados para repor os estoques perdidos com as enchentes e os que já estavam previstos na rotina. A título de comparação, em todo o ano passado, foram distribuídos 106 kits para emergências no Brasil.

Durante o balanço, o secretário de Atenção Primária à Saúde, Felipe Proenço, detalhou a operação de hospitais de campanha no estado. Foi confirmado que a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) irá operar quatro hospitais de campanha no estado.

Um já funciona em Canoas, outro está sendo montado na capital gaúcha e um terceiro em São Leopoldo. A destinação da quarta unidade ainda será definida. Desde o início da calamidade no Rio Grande do Sul, o Ministério da Saúde já enviou recursos para 246 unidades de assistência.

ALERTA PARA GRIPE — O diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública (Desp) do Ministério da Saúde, Márcio Garcia, fez um alerta para doenças respiratórias. Com as aglomerações em abrigos e a temperatura baixando, a preocupação é com o aumento do número de casos de gripe e covid-19.

“A combinação é favorável para o aumento dessas doenças. As pessoas vacinadas vão estar mais protegidas. Diminuem as chances de adquirir a doença ou de evoluir para um caso de Síndrome Respiratória Aguda Grave”, frisou.

NÚMEROS — Veja a seguir alguns números das ações no RS apresentadas durante a coletiva:

Balanço de atendimentos

  • Total: 1.600 / Hospital Campanha (HCamp) de Canoas: 1034
  • Equipes volantes: 548
  • Encaminhamento ou transferência para outra unidade: 57
  • Remoções aéreas: 25
  • Atendimentos psicossociais: 22

Força de trabalho:

  • 134 profissionais em atuação;
  • 6 equipes volantes (13 enfermeiros + 9 médicos);
  • 15 equipes aeromédicas (15 enfermeiros + 15 médicos);
  • 62 profissionais no HCamp;
  • 19 profissionais de gestão;
  • 1 equipe psicossocial (5 psicólogas)

Recursos aplicados:

  • Medida provisória (MP) de liberação de crédito extraordinário, editada pelo presidente Lula, no domingo (12), traz a liberação de R$ 861 milhões para ações de saúde primária e especializada, vigilância epidemiológica, assistência farmacêutica e contratação temporária de profissionais;
  • Antecipação de R$ 40 milhões para compra de medicamentos;
  • Antecipação do pagamento do piso aos profissionais de enfermagem do estado. O total do repasse é de R$ 30 milhões;
  • Repasse, em parcela única, de R$ 63,1 milhões do Fundo Nacional de Saúde à Secretaria Estadual de Saúde e aos fundos municipais de saúde do Rio Grande do Sul;
  • Liberação, de forma imediata, no dia 6 de maio, de R$ 534 milhões em emendas individuais de congressistas do Rio Grande do Sul para auxiliar os municípios do estado afetados pelas enchentes. As emendas estavam alocadas na área da Saúde.

IMUNOGLOBULINA  — Programa Nacional de Imunizações (PNI) enviará, nesta semana, 600 doses de imunoglobulina à população do Rio Grande do Sul. As imunoglobulinas são proteínas utilizadas pelo organismo para combater um determinado antígeno, como vírus e bactérias, por exemplo.

Além disso, o Ministério da Saúde também vai destinar 1,1 mil frascos de soro; 416 mil doses de vacinas contra hepatite A, raiva, poliomielite e influenza, e 134 mil doses de covid-19. A destinação de todos esses insumos foi debatida, nesta segunda-feira (13), durante reunião de monitoramento do Centro de Operações de Emergência (COE) para chuvas intensas e inundações na Região Sul.

“Neste momento, as síndromes respiratórias também passam a ser um problema. Por isso, estamos focados em proteger a população gaúcha. Precisamos de uma ação ativa para vacinar inclusive dentro dos abrigos”, afirmou, na reunião, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel.

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