Economia
FGV: indicadores globais apontam desaceleração no segundo semestre
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Os Barômetros Econômicos Globais de setembro, divulgados hoje (10) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), permanecem com a tendência de queda observada desde julho, apesar de manterem os níveis elevados, compatíveis com a retomada da economia mundial. Os barômetros econômicos são um sistema de indicadores que permite uma análise tempestiva do desenvolvimento econômico global e foram lançados em março de 2020 pela FGV.
Enquanto o Barômetro Coincidente reflete o estado atual da atividade econômica, o Barômetro Antecedente emite um sinal cíclico cerca de seis meses à frente dos desenvolvimentos econômicos reais. Esses indicadores se baseiam nos resultados de pesquisas de tendências econômicas realizadas em mais de 50 países. A intenção é ter a cobertura global mais ampla possível.
A desaceleração do Barômetro Econômico Global Coincidente foi de 6,3 pontos, ficando em 111,8 pontos em setembro. O Barômetro Econômico Global Antecedente diminuiu 7,2 pontos no mês, para 105,1 pontos. Todas as regiões pesquisadas pelo Ibre/FGV tiveram quedas em setembro, sendo mais acentuada na região que engloba Ásia, Pacífico e África no indicador Coincidente, e Europa no indicador Antecedente.
De acordo com o pesquisador da FGV Paulo Picchetti, a retomada do nível de atividade, na comparação com o período mais severo da pandemia de covid-19, segue com o avanço da imunização e do relaxamento das restrições de mobilidade. Mas alguns problemas persistem.
“Essa retomada vem ocorrendo em meio à persistência de problemas relacionados às cadeias de suprimentos de diversas matérias primas, transformando parte do aumento da demanda em elevação de preços ao longo de todas as regiões e setores. As desacelerações observadas nos barômetros Coincidente e Antecedente refletem as questões ligadas a essas restrições de oferta, e às alternativas de política econômica para lidar com aumentos generalizados de preços”.
Regiões e setores
Por região, a desaceleração no indicador Coincidente foi puxada pela Ásia, Pacífico e África, que contribuiu com 3,9 pontos na queda. Europa deu uma contribuição negativa de 1,3 ponto e Hemisfério Ocidental de 1,1 ponto. Segundo o instituto, todas as regiões ainda registram indicadores acima do nível médio histórico de 100 pontos.
Os cinco setores monitorados caíram em setembro. O indicador Economia teve o maior peso, com queda de 8,9 pontos, seguido da Indústria (-3,1 pontos) e do Comércio (-11,7 pontos). O indicador do Setor de Serviços caiu pela terceira vez consecutiva, agora em menor ritmo, de 6 pontos.
No Barômetro Global Antecedente, as três regiões contribuíram de forma negativa, com Europa contribuindo com 3,6 pontos, seguida da Ásia, Pacífico e África (-2,3 pontos) e Hemisfério Ocidental (-1,2 ponto). A FGV aponta que a Europa passou de região mais otimista para a primeira região em neutralidade, com 99,9 pontos em setembro. As demais regiões se mantêm acima dos 100 pontos.
As maiores contribuições negativas entre os setores foram da Indústria (-5,5) e da Economia (-10,1), sendo que este setor chegou a 94,6 pontos, o único abaixo de 100. Construção, Serviços e Comércio continuam registrando níveis que refletem otimismo no curto prazo, segundo o levantamento.
Edição: Denise Griesinger
Economia
BNDES volta a reduzir juros de linha para exportações brasileiras e torna melhorias permanentes
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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) promoveu nova redução de juros no BNDES Exim Pré-Embarque, linha de crédito que financia a produção de bens nacionais voltados à exportação. As melhorias no produto também passam a ser permanentes, já que deixam de existir duas limitações: um orçamento restrito a R$ 2 bilhões para operações com os juros mais baixos e teto de R$ 150 milhões em financiamentos ao ano por cliente.
No caso das micro, pequenas e médias empresas, o spread (remuneração que o cliente paga ao BNDES ao obter um financiamento) de 0,5% ao ano passa a ser fixo. Essa taxa vigorou durante curto período no início deste ano, mas, fora das condições especiais que agora se tornam perenes, essa remuneração do BNDES poderia chegar a até 1,30% a.a.
No caso das grandes empresas, a nova remuneração do Banco fica limitada a 0,8% ao ano, se o financiamento for para exportação de bens de capital (produtos industrializados de maior valor agregado), ou 1,05% a.a., se o produto a ser exportado for bens de consumo. Nas antigas condições do BNDES Exim Pré-Embarque, essas taxas eram de, respectivamente, 1,05% a.a. e R$ 1,30% a.a.
“Mais de 90% do mercado mundial está fora do Brasil, por isso, baratear o custo do financiamento das exportações de empresas brasileiras é fundamental para que a indústria tenha condições de ampliar mercados, ganhar escala e ser mais competitiva. E o resultado é todo em benefício do país, com geração de emprego e de renda, objetivos centrais do governo do presidente Lula”, Aloizio Mercadante.
Mais de 90% do mercado mundial está fora do Brasil, por isso, baratear o custo do financiamento das exportações de empresas brasileiras é fundamental para que a indústria tenha condições de ampliar mercados, ganhar escala e ser mais competitiva. E o resultado é todo em benefício do país, com geração de emprego e de renda, objetivos centrais do governo do presidente Lula” Aloizio Mercadante, presidente do BNDES
O diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do Banco, José Luis Gordon, ressaltou ainda que “a ampliação do apoio à exportação é um dos objetivos que compõem a Estratégia de Longo Prazo do BNDES e que a redução do spread nas linhas de pré-embarque compõe um dos eixos do Programa Nova Indústria Brasil, do Governo Federal”.
As novas condições são válidas tanto para operações diretas (realizadas pelo cliente diretamente com o BNDES e que precisam ter um valor mínimo de R$ 20 milhões) quanto para as chamadas operações indiretas (aquelas que não possuem valor mínimo e que são realizadas por meio de um agente financeiro intermediário, a exemplo de bancos comerciais ou de montadoras).
CUSTO FINANCEIRO — Além dos novos spreads do BNDES, o custo financeiro total das operações do produto BNDES Exim Pré-Embarque é composto do custo financeiro (que pode ser TLP, Selic, ou SOFR, por exemplo) mais o spread de risco. No caso das operações indiretas, o spread de risco é substituído por uma taxa de 0,15% ao ano. Para esses casos, há também a remuneração do agente financeiro que é negociada diretamente entre esse e o exportador.
Em termos históricos, o BNDES Exim Pré-embarque já atendeu a mais de 1.500 empresas exportadoras brasileiras, tendo desembolsado mais de US$ 60 bilhões no período. Utilizado pelos produtores nacionais como forma de reduzir o custo de capital de giro para produção, a linha aumenta a competitividade das empresas brasileiras no mercado internacional e é o produto voltado à exportação mais acessado do Banco, tanto em valor desembolsado quanto em número de companhias nacionais apoiadas.
Além da pulverização dos recursos entre mais empresas, o BNDES Exim Pré-embarque também contribui para desenvolver a cadeia produtiva nacional, uma vez que o financiamento fornecido pelo BNDES exige um conteúdo nacional mínimo nos bens a serem comercializados no exterior.
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