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“Uma vitória das forças de segurança integradas”, diz Lewandowski após captura dos fugitivos de Mossoró

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Os presos foram capturados pela Polícia Federal e pela Polícia Rodoviária Federal próximo ao município de Marabá (PA), a 1.600 km de onde fugiram

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, declarou que foi “uma operação extremamente bem-sucedida” a captura dos dois presos que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró (RN). Durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 4 de abril, o ministro explicou que Rogério Mendonça e Deibson Nascimento foram detidos pela Polícia Federal e pela Polícia Rodoviária Federal próximo ao município de Marabá, no Pará, a cerca de 1.600 quilômetros do local da fuga, ocorrida em 14 de fevereiro.

“Nós estamos celebrando uma vitória das forças de segurança, todas integradas. E nós combateremos o crime organizado sobretudo com o trabalho de inteligência, com a integração das distintas forças de segurança nacionais distribuídas, portanto, em todo o território” RICARDO LEWANDOWSKI
Ministro da Justiça e Segurança Pública

“Não foi disparado um tiro, não houve feridos, não houve mortos, seja da parte da polícia, da parte dos criminosos ou da população em geral”, disse o ministro da Justiça.

Lewandowski destacou que “foi um trabalho puramente de inteligência” após mudança na estratégia de busca, importante passo para que a operação fosse concluída com sucesso. Após a constatação de que os criminosos não estavam mais nas proximidades de Mossoró, a Polícia Federal manteve um monitoramento permanente. A operação de captura dos fugitivos foi conduzida no âmbito das Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (FICCO), que reúne tanto as forças federais quanto as locais.

“A mudança de estratégia consistiu em abandonar a busca física e trabalhar com base em informações de inteligência, utilizando o inquérito aberto pela Polícia Federal em Mossoró como guia. Essa mudança foi crucial para o sucesso da operação”, disse.

Desde o início da operação, um total de 14 pessoas foram presas, contando com os fugitivos. A operação teve a integração de todas as forças de segurança, incluindo Polícia Federal, Força Nacional e as polícias Rodoviária Federal, Civil e Militar dos estados envolvidos na busca.

“Nós estamos celebrando uma vitória das forças de segurança, todas integradas. E nós combateremos o crime organizado sobretudo com o trabalho de inteligência, com a integração das distintas forças de segurança nacionais distribuídas, portanto, em todo o território”, ressaltou Lewandowski.

CAPTURA – Rogério e Deibson foram detidos numa ponte próxima ao município de Marabá, na BR-222, por volta das 13h30 desta quinta-feira, 50 dias após a fuga da Penitenciária Federal de Mossoró. De acordo com a investigação, eles iriam para o exterior e foram cercados na ponte pela Polícia Rodoviária Federal e pela Polícia Federal. Os fugitivos estavam em um comboio, acompanhados por quatro comparsas, que também foram presos, e se dividiam em três carros. Com eles, foram apreendidos um fuzil, vários celulares, além dos três carros.

Os presos serão levados de volta para a Penitenciária de Mossoró e ficarão separados. O ministro Lewandowski destacou que a direção do presídio foi trocada, os protocolos foram reafirmados e aperfeiçoados e há vistorias diárias. “De lá, certamente não se evadirão”, frisou o ministro.

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, destacou a preparação e o planejamento cuidadoso da abordagem que resultou na captura. Segundo ele, a equipe já acompanhava os indivíduos e aguardava o momento ideal para realizar a abordagem, com o objetivo de minimizar as consequências e garantir a segurança de todos que estavam envolvidos.

“Lá estava o nosso Grupo de Pronta Intervenção, que é um grupo tático preparado para esse tipo de ambiente, esse tipo de circunstâncias, e permitiu que a ação fosse sem uma reação. Esse é nosso esforço sempre, a demonstração de capacidade operacional de força para neutralizar qualquer reação adversa”, explicou.

PENITENCIÁRIA – Todos os cinco presídios de segurança máxima que fazem parte do Sistema Penitenciário Federal (SPF) passaram por uma série de mudanças após o ocorrido em Mossoró. O secretário Nacional de Políticas Penais, André Garcia, explicou que os procedimentos foram reforçados e realizadas uma série de revistas e vistorias nas unidades. Além das revistas diárias, a iluminação foi trocada e 10 mil câmeras adquiridas já estão sendo instaladas.

O secretário destaca que parte desses equipamentos serão utilizados para substituir outros e reforçar o monitoramento. “Os problemas estruturais que foram apontados foram corrigidos. Estamos determinados, desde o dia do evento, que esse fato seja um fato irrepetível”, pontuou o secretário.

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Ação Social

No primeiro ano de governo, 24,4 milhões deixam de passar fome

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Insegurança alimentar e nutricional grave cai 11,4 pontos percentuais em 2023, numa projeção a partir de informações da Escala Brasileira de Segurança Alimentar (EBIA), divulgada pelo IBGE com base na PNAD Contínua

Cozinhas solidárias, programas de transferência de renda, retomada do crescimento e valorização do salário mínimo compõem a lista de ações que contribuem para a redução da fome no país. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

No Brasil, 24,4 milhões de pessoas deixaram a situação de fome em 2023. O número de pessoas que enfrentam a insegurança alimentar e nutricional grave passou de 33,1 milhões em 2022 (15,5% da população) para 8,7 milhões em 2023 (4,1%). Isso representa queda de 11,4 pontos percentuais numa projeção feita a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgada nesta quinta-feira, 25 de abril, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O amplo conjunto de políticas e programas sociais reunidos no Plano Brasil Sem Fome, a retomada do crescimento da economia e a valorização do salário mínimo são alguns fatores que recolocam o país em lugar de destaque da agenda de combate à fome no mundo. Tirar o Brasil novamente do Mapa da Fome é do presidente Lula” Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome

Na coletiva de imprensa para divulgação do estudo, o ministro Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome), avaliou que o avanço é resultado do esforço federal em retomar e reestruturar políticas de redução da fome e da pobreza. “O amplo conjunto de políticas e programas sociais reunidos no Plano Brasil Sem Fome, a retomada do crescimento da economia e a valorização do salário mínimo são alguns fatores que recolocam o país em lugar de destaque da agenda de combate à fome no mundo. Tirar o Brasil novamente do Mapa da Fome é do presidente Lula”, disse.

Para o ministro, o grande desafio agora é incluir essas 8,7 milhões de pessoas que ainda estão em insegurança alimentar grave em políticas de transferência de renda e de acesso à alimentação. “Vamos fortalecer ainda mais a Busca Ativa”, completou Dias, em referência ao trabalho para identificar e incluir em programas sociais as pessoas que mais precisam.

PESQUISA — As informações divulgadas nesta quinta são referentes ao quarto trimestre do ano passado. Foram obtidas por meio do questionário da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). O ministro lembrou que o governo passado não deu condições ao IBGE para realizar a pesquisa. Por isso, a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan) aplicou o EBIA com metodologia similar à do IBGE em 2022, quando o Brasil enfrentava a pandemia de Covid-19 e um cenário de desmonte de políticas, agravado por inflação de alimentos, desemprego, endividamento e ausência de estratégias de proteção social. Esse estudo chegou ao número de 33,1 milhões de pessoas em segurança alimentar grave na época.

A secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS, Valéria Burity, lembra que mesmo em comparação aos resultados de 2018, último ano em que o IBGE fez o levantamento formal, os números apresentados nesta quinta são positivos. À época havia 4,6% de domicílios em insegurança alimentar grave. Agora são 4,1%, o segundo melhor resultado em toda a série histórica do EBIA.

“Estamos falando de mais de 20 milhões de pessoas que hoje conseguem acesso à alimentação e estão livres da fome. Esses resultados mostram o acerto de uma estratégia de enfrentamento à fome que vem sendo empreendida pelo governo, que é apoiada tanto em programas sociais como na condução de uma política econômica que gera crescimento econômico, reduz desigualdades e gera acesso a emprego e renda”.

Esses resultados mostram o acerto de uma estratégia de enfrentamento à fome que é apoiada tanto em programas sociais como na condução de uma política econômica que gera crescimento econômico, reduz desigualdades e gera acesso a emprego e renda” Valéria Burity, secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS 

Valéria também destacou como ponto importante da estratégia de combate à fome a retomada da governança de segurança alimentar pelo Governo Federal, com garantia de participação social. “O presidente Lula e o ministro Wellington foram responsáveis pela retomada do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional, a restituição do Conselho de Segurança Alimentar e da Câmara de Segurança Alimentar, com 24 ministérios que têm a missão de articular políticas dessa área. E, no fim do ano passado, foi realizada a Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional”, relatou.

A secretária nacional de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único do MDS, Letícia Bartholo, ressaltou o retorno da parceria do governo com o IBGE. “Depois do período da fila do osso, em que o Brasil viveu muita miséria e fome, uma das primeiras ações do MDS nessa nova gestão foi buscar o IBGE para retomar a parceria e medir a insegurança alimentar dos brasileiros”, recordou.

SUBINDO – A proporção de domicílios em segurança alimentar atingiu nível máximo em 2013, (77,4%), tempo em que o país deixou o Mapa da Fome, mas caiu em 2017-2018 (63,3%). Em 2023, subiu para 72,4%. “Após a tendência de aumento da segurança alimentar nos anos de 2004, 2009 e 2013, os dados obtidos em 2017-2018 foram marcados pela redução no predomínio de domicílios particulares que tinham acesso à alimentação adequada. Em 2023 aconteceu o contrário, ou seja, houve aumento da proporção de domicílios em segurança alimentar, assim como redução na proporção de todos os graus de insegurança alimentar”, explicou André Martins, analista da pesquisa.

 

Dados apontam a evolução da segurança alimentar no Brasil

 

NOVO BOLSA FAMÍLIA — Entre os fatores que contribuíram para o avanço apontado pela pesquisa do IBGE, está o novo Bolsa Família, lançado em março de 2023, que garante uma renda mínima de R$ 600 por domicílio. O programa incluiu em sua cesta o Benefício Primeira Infância, um adicional de R$ 150 por criança de zero a seis anos na composição familiar. O novo modelo, com foco na primeira infância, reduziu a 91,7% a pobreza nesta faixa etária. A nova versão do programa inclui, ainda, um adicional de R$ 50 para gestantes, mães em fase de amamentação e crianças de sete a 18 anos.

BPC – O ministro Wellington Dias também ressaltou a proteção social gerada pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC), que garante um salário mínimo para pessoas aposentadas, pensionistas e com deficiência em situação de vulnerabilidade social. “Vale mencionar que o efeito econômico da Previdência e do BPC foi potencializado pelo esforço administrativo de reduzir as filas de espera para acesso aos benefícios”, disse.

MERENDA – Outra política de combate à pobreza e à fome, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) garante refeições diárias a 40 milhões de estudantes da rede pública em todo o país e foi reajustado em 2023, após cinco anos sem aumento.

PAA – O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) é um dos 80 programas e ações que compõem a estratégia do Plano Brasil Sem Fome. Ele assegura produção e renda aos agricultores familiares, com compra direta dos produtos para serem distribuídos na rede socioassistencial, de saúde, educação e outros equipamentos públicos. Com a participação de 24 ministérios, o Plano cria instrumentos para promover a alimentação saudável contra diversas formas de má nutrição.

ECONOMIA – No cenário macroeconômico, houve um crescimento do PIB de 2,9% e o IPCA calculado para o grupo de alimentos caiu de 11,6% em 2022 para 1,03% em 2023. É a menor taxa desde 2017.  O mercado de trabalho ganhou força e a taxa de desemprego caiu de 9,6%, em 2022, para 7,8% no ano seguinte. A massa mensal de rendimento recebido de todos os trabalhadores alcançou R$ 295,6 bilhões, maior valor da série histórica da PNAD-C.

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