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Tradição das fiandeiras é retomada no Caub

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Resgate da atividade de fiar recebe incentivo da Emater-DF | Foto: Divulgação/Emater

A fim de resgatar a tradição de fiar entre produtoras rurais dos Conglomerados Urbanos de Brasília (Caub), núcleo rural do Riacho Fundo II, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater) e as fiandeiras da região se reuniram para separar sementes de algodão colorido e organizaram um mutirão para o plantio das cultivares das cores marrom e verde. A ação começa às 15h desta quinta (18) e prossegue na sexta (19), quando o algodão será plantado em terrenos de duas produtoras da região, totalizando 2 mil metros quadrados de plantio.

2 mil m²serão ocupados pela cultura de algodão nas cores marrom e verde

A expectativa é que as sementes produzidas posteriormente sejam recolhidas e repassadas a outras famílias participantes do grupo das fiandeiras, multiplicando as variedades e o cultivo na região. As sementes foram adquiridas pela Emater e vieram de produtores da Paraíba, que cultivam o algodão e a tradição de fiar. As cultivares coloridas tiveram origem no Centro de Pesquisa de Algodão Colorido da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

“O objetivo é fortalecer o trabalho das fiandeiras do Caub oferecendo uma fibra do algodão colorida naturalmente”, explica o coordenador do programa de Floricultura da Emater, Carlos Morais. “As sementes têm valor agregado, por se tratar de uma fibra que já vem colorida e tem preço de mercado referenciado.”

As sementes, informa Carlos Morais, não serão mescladas no mesmo cultivo, para não perderem a qualidade. Em mil metros quadrados da propriedade da produtora Angélica Nunes será plantado o algodão marrom, e nos outros mil metros da propriedade de Gizelma Fernandes será semeado o algodão verde.

Cultura resgatada

“Estamos resgatando uma cultura da agricultura familiar que estava se perdendo”, destaca Morais. “O algodão já se tornou uma cultura das commodities, com grandes empresas produzindo. Hoje, todo o processo é mecanizado. O que as fiandeiras do Caub estão proporcionando é o resgate da cultura manual, que envolve plantio, cultivo, colheita e processamento manual.”

Fiandeiras reunidas em evento no ano passado, antes da pandemia | Foto: Divulgação/Emater-DF

A prática de fiar é considerada uma atividade cultural em risco de extinção. Ao todo, devido à pandemia, o número de trabalhadores no mutirão foi restrito a quatro famílias. Na região, duas famílias serão beneficiadas diretamente, e outras oito, com o processamento do algodão. Posteriormente, novas sementes serão retiradas da plantação e repassadas a outros agricultores que vão trabalhar fiando.

“Essa ação é muito importante, porque esse plantio vai resultar em matéria-prima para que elas [as famílias] possam trabalhar”, explica a extensionista da Emater Janaina Dias, que trabalha com o grupo. “No local, já foi plantado o algodão branco. Para as demais cores, vamos utilizar pigmentos naturais, tingindo os fios, para que elas tenham uma cartela de cores naturais para trabalhar com o algodão”. O algodão será transformado em linhas que serão usadas para fazer bordado no papel de bananeira, em tecido e também em encadernações artísticas.

Primeiro evento

Em fevereiro de 2020, o grupo de fiandeiras empreendeu o primeiro mutirão para plantação de algodão. Na ocasião, houve dança catira, moda de viola, sanfona, cavalgada e uma roda de prosa com histórias contadas pelas mulheres.

Enquanto voluntários preparavam a roça, as mulheres pioneiras ensinavam como fazer o fio. Ao todo, dez fiandeiras vivem na região. A organização do grupo para a retomada da tradição da arte de fiar foi uma iniciativa do Projeto Revivare, que atua na área de educação socioambiental, e teve o apoio de diversas instituições privadas e públicas, entre elas a Emater.

* Com informações da Emater-DF

Fonte: Governo DF

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Webinário Junho Verde debate instrução normativa ambiental

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No âmbito das comemorações relacionadas ao mês do meio ambiente, o Instituto Brasília Ambiental, juntamente com a Secretaria do Meio Ambiente (Sema), transmitiu, nesta segunda-feira (21), pelo canal do YouTube da autarquia, o terceiro dia do webinário Junho Verde, com foco na Instrução Normativa (IN) nº 33, que estabelece procedimentos de recuperação ambiental no Distrito Federal.

No início da live, o titular da Superintendência de Licenciamento Ambiental (Sulam) do instituto, Alisson Neves, falou sobre a importância dos mecanismos de recuperação saudável do meio ambiente. Destacou três pontos fundamentais para o processo: a recuperação ambiental não é atividade potencialmente poluidora; o dano ambiental não deve ser terceirizado ao órgão ambiental e os processos de recuperação devem ser apresentados pelos interessados.

Em seguida, a jornalista Bárbara Xavier, da Assessoria de Comunicação do Brasília Ambiental, abriu os trabalhos, apresentando as participantes do órgão – a diretora de Licenciamento Ambiental, Juliana de Castro, e a engenheira Heloísa Carvalho. As palestrantes falaram sobre o ato administrativo, recordando seu histórico e destacando atualizações e inovações do processo.

Em relação à inovação trazida pela IN 33/2020, Juliana de Castro citou a emissão de autorização por adesão e compromisso: “Consiste num documento em que o interessado se compromete a cumprir todas as exigências preestabelecidas pelo órgão ambiental. Ainda está em fase de teste, mas nós estamos confiantes no sucesso desta medida, de maneira a aproximar o interessado do órgão ambiental”.

“A publicação dessa Instrução Normativa foi só o início de um grande trabalho que ainda perdura. À medida que vamos executando, nós vamos amadurecendo as ideias”Heloísa Carvalho, analista do Brasília Ambiental

A respeito da organização e efetividade dos processos de recuperação ambiental, Heloísa Carvalho falou sobre os objetivos, tanto para recomposição de vegetação nativa quanto para reabilitação ecológica. Também abordou os atos motivadores, relatórios de monitoramento, indicadores e quitação da obrigação, entre outros itens. “A publicação dessa Instrução Normativa foi só o início de um grande trabalho que ainda perdura. À medida que vamos executando, nós vamos amadurecendo as ideias”, explicou a engenheira.

O encerramento do webinário Junho Verde, iniciado no dia 7, será na próxima segunda-feira (28), com o tema “A tecnologia a serviço do meio ambiente do DF”, também com transmissão ao vivo pelo YouTube do Brasília Ambiental, a partir das 10h. Confira aqui a programação completa do evento.

*Com informações do Brasília Ambiental

Fonte: Governo DF

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