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‘Rota Brasília Capital do Rock’ inaugura placa na Colina

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O guitarrista Philippe Seabra vai apresentar os hinos de Legião Urbana, Plebe Rude e Capital Inicial, em uma breve homenagem à origem do rock brasiliense que conquistou o Brasil nos anos 1980. O show está programado para esta quinta-feira (12), no Bloco A da Colina, na Universidade de Brasília (UnB). Lá, com atividades que começam às 10h30, será inaugurada a placa da Colina, que integra a Rota Brasília Capital do Rock, lançada pela Secretaria de Turismo (Setur).

“Só foi possível estruturar um projeto como esse graças à atuação integrada do nosso governo com a iniciativa privada, os acadêmicos e os músicos que carregam no DNA o melhor do rock e de Brasília” Vanessa Mendonça, secretária de Turismo

A Rota Brasília Capital do Rock foi oficializada pelo Decreto nº 42.074 (6/5/2021), assinado pelo governador Ibaneis Rocha. Com isso, moradores do DF e turistas contarão com uma experiência única pelo olhar do estilo musical que consagrou a história da cidade e foi tombado como Patrimônio Cultural Imaterial do DF, pela Lei Distrital nº 5.615.

A Setur mapeou 40 pontos que fazem parte da história do rock brasiliense, em um trabalho conjunto com a Secretaria de Economia (Seec), Faculdade União Pioneira de Integração Social (Upis), curadoria de Philippe Seabra e produção de Tata Cavalcante.

Placas são sinalizadas com notas musicais e trazem. no verso, explicações também em inglês e espanhol | Foto: Divulgação/Setur

“Essa rota ressignifica a história do rock de Brasília e faz uma justa homenagem ao movimento musical que fixou a cidade no mapa da música brasileira”, reforça a secretária de Turismo, Vanessa Mendonça. “Vamos fazer também uma homenagem ao Toninho Maia, figura importante nos bastidores da cena roqueira de Brasília e que faleceu recentemente vítima de covid-19”, informa Philippe Seabra, que convidou para o evento a mãe de Renato Russo, Carmem Manfredini, e o pai dos músicos Fê e Flávio Lemos, o professor Briquet de Lemos.

História da capital

“Agora, o segmento musical do rock como destino turístico será tratado como atração principal e com as luzes que realmente merece”, valoriza a secretária de Turismo. “Considerar esse estilo tão importante para a história da nossa capital sob a perspectiva da consolidação de um destino é uma conquista inédita e de valor estratégico para o desenvolvimento de todos os setores, em especial o do turismo. E só foi possível estruturar um projeto como esse graças à atuação integrada do nosso governo com a iniciativa privada, os acadêmicos e os músicos que carregam no DNA o melhor do rock e de Brasília.”

Para o vocalista e guitarrista dos Raimundos, Digão, a rota é uma conquista importante, que será uma grande viagem no túnel do tempo para os amantes do rock brasiliense e do Brasil. “Brasília merece demais uma iniciativa como essa”, diz. “Quando tocávamos fora da cidade e até do país, sentíamos um imenso respeito do público e o reconhecimento da nossa cidade como capital do rock! Estamos fortalecendo e sacramentando ainda mais isso.”

Philippe Seabra explica que o movimento que inspirou toda uma geração não veio ao acaso. “A curiosidade intelectual, lucidez e urgência desses jovens de Brasília colocaram a capital no mapa cultural brasileiro, mudando para sempre a música popular brasileira”, acredita. “Com milhões de discos vendidos, filmes e documentários com milhões de espectadores, teses e doutorados dedicados às letras dessas bandas, o rock de Brasília é um alicerce da contestação e liberdade de expressão no Brasil, e isso tem que ser celebrado”.

O circuito

A Rota Brasília Capital do Rock passa a integrar uma coleção criada pela Setur para ajudar moradores e visitantes a conhecerem melhor os atrativos da capital federal e segue um padrão internacional de sinalização, com informações também em inglês e espanhol, para atender o turista estrangeiro. A coleção conta com as rotas Fora dos Eixos, do Cerrado, da Paz, Cultural, Náutica, Cívica e Arquitetônica. Essas já estão mapeadas e disponíveis no site da Setur.

Quando o público chegar a uma dessas estações, terá a oportunidade de conhecer mais sobre a cultura do DF. Acessando um QR Code, será possível ampliar esse conteúdo no Google Earth, após baixar o aplicativo no celular. As placas, com iconografia padronizada e identificação por uma nota musical, contam a história resumida remetida àquele local.

Placas já instaladas na primeira fase do projeto

  • Torre de TV – local onde vários grupos se apresentaram nos anos 1980
  • Upis – local de shows de rock nos anos 1980
  • QI 8 Lago Norte – residência de Philippe Seabra
  • Colina UnB – local onde moravam vários músicos
  • Edifício Rádio Center – local onde as bandas ensaiavam
  • Esplanada dos Ministérios – local dos grandes shows de aniversário da cidade
  • Estádio Nacional Mané Garrincha – local onde já foram realizados vários shows das bandas Legião Urbana e Capital Inicial
  • SQS 303 – residência de Renato Russo
  • Espaço Cultural Renato Russo (antigo Teatro Galpãozinho, na 508 Sul) – local onde já ocorreram várias apresentações musicais
  • Entrequadra 110/111 Sul, no Food’s – onde as bandas subiam em caminhões para tocar
  • Centro de Convenções Ulysses Guimarães
  • Concha Acústica de Brasília – lançamento do LP Rumores, que reunia trabalhos de várias bandas locais
  • Centro Comercial Gilberto Salomão (QI 5, Lago Sul) – local do primeiro show da banda Aborto Elétrico
  • QI 9 do Lago Sul – residência dos Raimundos
  • Ermida Dom Bosco – local onde também foram promovidos shows de rock.

*Com informações da Secretaria de Turismo

Fonte: Governo DF

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Programa Cisternas avança e promove cidadania às famílias do Semiárido nordestino

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Nova etapa de execução é concretizada via convênio entre MDS e Consórcio Nordeste, no valor de R$ 311 milhões. Na área rural de Juazeiro (BA), os moradores estão otimistas com as novas possibilidades trazidas pelo acesso à água

No Semiárido nordestino, um sonho começa a ganhar forma. A retomada do Programa Cisternas vem enchendo a casa das famílias de esperança. Em meio às obras de uma cisterna para a produção de alimentos em sua propriedade, Jamile da Silva, 26 anos, faz planos para o futuro. A tecnologia de acesso à água, combinada com o recurso do Programa Fomento Rural, vai proporcionar a ela uma renda extra.

Essa cisterna vai me ajudar na atividade produtiva, vou saber que estou consumindo alimento saudável. E o Fomento vai me dar uma garantia de ter uma criação melhor, que eu preciso também, de caprinos e ovinos” Jamile da Silva, produtora rural

A produtora mora na comunidade Pau Preto, zona rural de Juazeiro, ao norte da Bahia. “O Programa Cisternas é perfeito”, definiu Jamile, sorridente. São mais de 42 mil cisternas contratadas, a partir de convênio entre o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e o Consórcio Nordeste. A parceria, formalizada em maio deste ano, contempla os nove estados nordestinos.

O investimento é de quase R$ 300 milhões do Governo Federal, por meio do MDS, e de outros R$ 12 milhões de contrapartida dos estados. O convênio prevê a instalação de 39 mil tecnologias de acesso à água para consumo humano e 2,89 mil sistemas para consumo animal e produção de alimentos. As famílias que recebem as cisternas para a produção de alimentos também são inseridas no Programa Fomento Rural, em um repasse de R$ 13,3 milhões pelo acordo.

Além de oferecer assistência técnica, o Fomento Rural transfere o valor de R$ 4,6 mil diretamente para os beneficiados. São grandes conquistas para Jamile da Silva, que pensa em alternativas de expansão produtiva, a partir do recurso, da cisterna concluída e da capacitação para trabalhar em novas culturas. Ela também quer melhorar as condições do local onde cria caprinos e ovinos, a começar pela construção de um teto para os animais.

“Essa cisterna vai me ajudar na atividade produtiva, vou saber que estou consumindo alimento saudável. E o Fomento vai me dar uma garantia de ter uma criação melhor, que eu preciso também, de caprinos e ovinos”, projetou Jamile, enquanto acompanha em detalhes o processo de construção da estrutura. Nascida e criada na zona rural, é nessa mesma terra em Juazeiro que ela quer continuar a escrever sua história.

A realidade que o Programa Cisternas desenha para as famílias é possível graças à retomada, em 2023, dos investimentos na ação. Trata-se de uma política pública que assegura o direito de acesso a água.

PERSPECTIVA — À sombra de uma árvore no quintal de casa, na comunidade Arapuá Novo, a produtora rural Maria Sonia Oliveira espera com tranquilidade o período de chuvas na região, quando será possível captar a água, armazenar e, finalmente, utilizá-la. Os 60 anos de vida, completados no último mês, são morando sobre o mesmo chão de terra em Juazeiro. Maria Sonia recorda da época em que a família não tinha cisterna em casa.

“A primeira cisterna foi um sonho, quando a gente conseguiu, há quase 20 anos. Porque a gente tinha uma dificuldade enorme de carregar a água. Tinha que buscar água longe, colocar na cabeça, era um peso”, lembrou aliviada. “Agora, com essa outra, vai ser ainda melhor, porque é para produção”, disse, mirando o futuro.

A poucos quilômetros da propriedade em que Maria Sonia cria caprinos, a família de André Nascimento também tem na pequena agricultura o meio de subsistência. É da atividade no campo que o produtor colhe qualidade de vida para os três filhos. Ao lado da esposa, Márcia Cristina, ele enxerga no Programa Cisternas a chance de ampliar e otimizar a produção na área em que vivem.

Aos 43 anos, essa será a primeira vez que o agricultor vai manejar uma horta. “Vou plantar coentro, alface, tomatinho… Vai ser pra gente comer em casa, um alimento saudável, e se for possível, até ter uma rendinha extra pra família”, planeja André, com entusiasmo.

CAPACITAÇÃO — O assessoramento técnico para as famílias que atuarão com as cisternas de produção de alimentos, tem o papel de educar e dar suporte, para que a atividade seja executada com segurança. Dessa forma, Jamile, Maria e André são acompanhados por profissionais com experiência e que conhecem o potencial produtivo da região.

Nas comunidades rurais de Juazeiro, a assistência é feita pelo Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA). “É um trabalho que fortalece a função da assessoria técnica, porque a gente conversa com eles, tira dúvidas e até ajuda a escolher qual atividade produtiva eles querem desenvolver”, explicou Andressa Menezes, técnica do IRPAA.

“A retomada do Programa Cisternas consolida o que nós defendemos, que é a convivência com o Semiárido. É um processo que integra a família, porque todos participam”, completou.

O desenho do programa beneficia todos os envolvidos, de uma ponta a outra, como é o caso do pedreiro Flávio Rodrigues, que nunca havia trabalhado na construção civil. Ele passou por uma capacitação, esse ano, e agarrou a oportunidade. Desde que assumiu a função, perdeu as contas de quantas cisternas já ajudou a construir.

“Quero aprender mais ainda, desde moleque tinha vontade de ser pedreiro, e quero aproveitar a oportunidade de trabalhar na área. A cisterna é um presente, eu só tenho a agradecer ao programa, à ASA, a todos”, declarou Flávio. Entre o início e a entrega, a construção de cada cisterna pode variar entre sete e 15 dias, em média.

A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) é uma rede que defende, propaga e desenvolve o projeto de convivência com o bioma. A entidade é composta por mais de três mil organizações da sociedade civil, como sindicatos rurais, associações de agricultores e agricultoras, cooperativas, organizações não governamentais e institutos, como o IRPAA.

AVANÇO — Ao resgatar o Programa Cisternas, em 2023, após longo período sem incentivos, o Governo Federal investiu R$ 600 milhões e contratou 62,7 mil unidades, sendo 58,2 mil para o Semiárido e as demais para a região Amazônica.

As tecnologias sociais de acesso à água são um importante equipamento para a convivência com as regiões, promovendo dignidade, saúde, segurança alimentar e melhores condições de vida. Além disso, pesquisas científicas mostram a importância desses sistemas na saúde de gestantes e recém-nascidos.

 

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