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Projeto oferece tatuagens gratuitas para cobertura de cicatrizes

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Mulheres em situação de vulnerabilidade social que sofreram queimaduras, violência doméstica ou cirurgias serão tatuadas, gratuitamente, para cobertura das cicatrizes, na capital paulista. As mulheres que tatuam hoje e amanhã (9) foram selecionadas pelo projeto We are Diamons. A campanha faz parte das ações do Dia Internacional da Mulher.

Desde 2017, o projeto tatuou mais de 150 pessoas no Brasil, nos Estados Unidos, na Austrália, Irlanda e em Portugal. Criadora da iniciativa, a tatuadora Karlla Mendes, que mora atualmente na Austrália, vai permanecer no Brasil até o mês de junho, e até lá continuará oferecendo tatuagens a essas mulheres.

“Esse projeto foi criado em 2017, porque teve uma moça que veio tatuar aqui comigo [no Brasil], essa moça juntou três meses de salário, para poder cobrir essa cicatriz. Ela juntou esse dinheiro e deixou de fazer um monte de coisas para poder vir fazer a tatuagem. Quando ela me contou tudo isso, eu decidi não cobrar”, lembrou Karlla. “Nesse dia, eu vi o tanto que isso foi importante, ela se emocionou”.

O projeto We are Diamons, criado pela tatuadora Karlla Mendes, oferece tatuagens gratuitas para cobrir cicatrizes de mulheres. O projeto We are Diamons, criado pela tatuadora Karlla Mendes, oferece tatuagens gratuitas para cobrir cicatrizes de mulheres.

O projeto We are Diamons, criado pela tatuadora Karlla Mendes, oferece tatuagens gratuitas para cobrir cicatrizes de mulheres. – Rovena Rosa/Agência Brasil

Inicialmente, o projeto atendia somente mulheres, mas passou a receber homens também, ambos em situação de vulnerabilidade social. Em 2019, ela levou o projeto para Austrália e para convenções de tatuagem internacionais. “Quando voltei para o Brasil agora, decidi fazer ele novamente e aqui atendi um monte de gente.”

A previsão é de atendimento de cerca de 100 mulheres nesta temporada no país, de janeiro até junho. Para isso, ela vai contar com a equipe de tatuadores do seu estúdio em São Paulo.

“Toda a minha equipe se interessou também pela continuação do projeto e em atender as pessoas, porque eu não estou dando conta sozinha. Então conversei com eles e eles decidiram fazer parte do meu projeto social”, disse.

Candidatura

Para se candidatar ao projeto, a interessada deve entrar no site da tatuadora, acessar o espaço do projeto We are Diamonds, onde poderá contar sua história e enviar fotos.

Karlla contou ainda que o processo para tatuar pessoas com cicatrizes inclui avaliação por um médico, integrante do projeto. “Para todas as coberturas de cicatrizes, eu preciso de avaliação e liberação médica, eles precisam me dar uma autorização de que a gente pode mexer. Porque dependendo do tipo da cicatriz, a gente não pode mexer.”

Construção de uma nova vida

O projeto We are Diamons, criado pela tatuadora Karlla Mendes, oferece tatuagens gratuitas para cobrir cicatrizes de mulheres. O projeto We are Diamons, criado pela tatuadora Karlla Mendes, oferece tatuagens gratuitas para cobrir cicatrizes de mulheres.

O projeto We are Diamons, criado pela tatuadora Karlla Mendes, oferece tatuagens gratuitas para cobrir cicatrizes de mulheres. – Rovena Rosa/Agência Brasil

Uma das mulheres que será tatuada neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, é Luíza Borges Martins Monteiro, que passou por cinco cirurgias no intestino e tem uma cicatriz na região abdominal. Ela recebeu a notícia de que foi selecionada para a tatuagem ontem à noite. “Não consegui dormir. A expectativa era enorme e, justo nesse dia, foi muito significativo”, contou. “Minha tatuagem é uma fênix! É renascimento”.

“As cicatrizes me lembram do que passei e de cada vitória. Mas está na hora de virar essa página. E não tem nada a ver com gratidão, sou extremamente grata pela minha vida e continuarei sendo, mas não preciso das cicatrizes pra me lembrar. A tatuagem, nesse momento, significa a construção de uma nova história”, disse Luiza.

Edição: Lílian Beraldo

Fonte: EBC Geral

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“Caminhos assistenciais” do Governo Federal liberam rodovias para garantir abastecimento do Rio Grande do Sul

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Prioridade é a liberação ágil de trechos essenciais para assegurar o fluxo de veículos com suprimentos, comida, oxigênio e combustível

Com mais de 400 cidades atingidas pelo alto volume de chuvas que caiu sobre o território gaúcho, o Governo Federal desenvolveu um plano emergencial para reestabelecer o fluxo viário em rotas estratégicas para assegurar o atendimento da população e impedir o desabastecimento de itens essenciais para a população do Rio Grande do Sul.

“Esses caminhos assistenciais, como estamos chamando, são para garantir salvamento e abastecimento do estado, sobretudo com oxigênio e remédio, comida e água, além da chegada de combustível, para não haver outras paralisações nesta crise e intensificarem ainda mais o sofrimento do povo gaúcho neste momento”, informou o ministro dos Transportes, Renan Filho. “É um plano de trabalho com prioridades a serem adotadas em 48 horas”.

Para isso, são usados maquinários pesados, como tratores, escavadeiras, guindastes e caminhões. Há cerca de 200 equipamentos e 600 homens atuando diretamente no estado. Em alguns pontos de rompimento de trechos de estrada, a solução é preencher as brechas com pedras para permitir a passagem dos veículos. Um dos trechos liberados é a BR 290, que liga Porto Alegre a Santa Maria e segue até a fronteira com a Argentina, por onde passa 30% do comércio internacional do país. Equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), de concessionárias e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) seguem no para restabelecer o fluxo viário.

“Liberamos o fluxo na BR 290. O momento é de trabalhar pela preservação da vida, reencontro das famílias e reconstrução do Rio Grande do Sul. Nesses caminhos serão permitidos transporte de alimentos, remédios, oxigênio, combustíveis, resgates e pacientes em ambulâncias”, comentou o ministro.

Já estão liberados também trechos das BRs-116/RS, entre Estância Velha a Nova Petrópolis; de Vacaria a Campestre da Serra; e de Caxias a São Marcos. Também foi restabelecido o fluxo na BR-392/RS, de Santa Maria a Caçapava do Sul, possibilitando o acesso ao Porto de Rio Grande, beneficiando a região de Pelotas. Até esta quarta-feira (8/5), serão realizadas ainda as seguintes liberações: na BR-116/RS, sentido norte do estado, no trecho do Viaduto da Scharlau, e a ponte sobre o Rio dos Sinos.

 

Na BR-470, passagem liberada de Carlos Barbosa a Montenegro; na BR-386, a ponte sobre o rio Taquari, em Estrela e Lajeado também teve o fluxo retomado, assim como na BR-290, de Eldorado a Santa Maria, com construção de um bueiro. Já no caso da BR-158, de Santa Maria a Cruz Alta, o trânsito ainda ocorre com escolta, apenas para passagens de veículos emergenciais, pois há risco no trajeto. Trânsito liberado também na BR-448, a Rodovia do Parque.

Para o ministro, chama a atenção nesse desastre a amplitude, a velocidade com que as águas subiram e a demora no escoamento, o que dificulta o dimensionamento da crise e o atendimento. “A prioridade agora é salvar vidas, liberar vias para passagem de equipes de resgate e pronto socorro e, depois, pensarmos na reconstrução”, listou.

Rodovias liberadas e em processo de liberação

1 BILHÃO – Em reunião com parlamentares na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o ministro ainda informou que cerca de R$ 1 bilhão serão destinados pelo Governo Federal à reconstrução de rodovias federais, além do orçamento previamente destinado ao estado de R$ 1,7 bilhão.

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